terça-feira, 30 de novembro de 2010

Abertura do mercado de TV a cabo não garante mais competição e menor preço

Por Flávia Furlan Nunes

Na quarta-feira (24), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mudou uma cláusula do contrato de concessão para que empresas de telefonia possam atuar no setor de TV a cabo.

O problema é que, pela Lei do Cabo (8.977/95), em seu artigo 15, as teles somente serão autorizadas a operar serviço de TV a Cabo na hipótese de desinteresse manifesto de empresas privadas, caracterizado pela ausência de resposta a edital relativo a uma determinada área de prestação de serviço.

Uma mudança desta lei está em discussão no Congresso, mas ainda não foi aprovada. “Como ainda não foi revogada a Lei do Cabo, ela continua valendo. É complicado que a Anatel faça alteração antes da mudança legislativa. Ela não pode contrariar a lei. Ela está criando um ambiente para que as teles entrem”, afirmou a advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Veridiana Alimonti.

A Anatel ainda editará uma regulamentação interna para que a mudança nos contratos passe a valer e, antes disso, submeterá o assunto à consulta pública.

Consumidor
A justificativa da Anatel para esta mudança é justamente trazer mais competição ao mercado. Porém, de acordo com a advogada do Idec, o efeito pode não ser o desejado.

“Por mais que se abra o mercado para as teles e que possa aumentar a competição, isso não leva necessariamente a um impacto nos preços”, disse ela, exemplificando com o mercado de telefonia móvel, o qual é competitivo e, mesmo assim, tem uma das tarifas mais altas do mundo.

Outro cenário para o qual a advogada chama atenção é o da convergência tecnológica: “Cada vez mais se criam empresas que servem de tudo ao consumidor, que têm mais poder de mercado. Existem poucas que conseguem fazer isso. Caminha-se para a concentração. Quando a empresa, pela mesma infraestrutura, oferece diversos serviços, fica mais barato e o consumidor acaba tendo tudo na mesma empresa”. Desta forma, a competição pode ser prejudicada.

Outra mudança
Na quinta-feira (25), o Conselho Diretor da Anatel ainda aprovou um novo planejamento do serviço de TV a cabo, que acaba com a limitação do número de competidores por municípios e amplia a prestação desses serviços em todo território nacional.

Mas, de acordo com Veridiana, é preciso identificar se será a empresa que definirá o local onde vai pedir a outorga. “Se, de fato, for a empresa que define, sem contrapartidas, todas vão querer atuar nos mesmos locais: as grandes cidades”.

Desta forma, o objetivo de massificar os serviços de TV a cabo não se atinge. “A Anatel exige poucas contrapartidas sociais”, ressaltou a advogada.

Em comunicado divulgado à imprensa nesta sexta-feira (26), a agência reguladora disse que tomou esta decisão motivada pela identificação da existência de barreiras à entrada de empresas no mercado de TV a cabo, decorrentes de restrições regulatórias.

“A abertura do mercado contribuirá para a massificação da TV por Assinatura e o aumento de competição e, consequentemente, para a redução do preço do serviço, permitindo o acesso da população de menor renda. Além disso, a infraestrutura a ser implementada e ampliada a partir dos ganhos de escala permitirá a prestação de diversos serviços, entre eles, a banda larga - essencial para o desenvolvimento social e econômico do País”.

Direitos
De acordo com a coordenadora institucional da Pro Teste – Associação dos Consumidores, Maria Inês Dolci, a Anatel tem agido, em diversas ocasiões, a favor das empresas, não do consumidor. “A Anatel coloca como se houvesse maior concorrência com estas decisões, mas o consumidor sairá prejudicado”.

Ela afirmou que existem diversas reclamações contra empresas de TV a cabo, em relação à má qualidade do serviço prestado, falta de atendimento, cobrança de ponto extra. “Primeiro, a Anatel teria de manter as regras mais claras, para depois falar em abertura de mercado”, ponderou.

A Anatel disse que mantém firme seu propósito de implementar as políticas públicas do setor de telecomunicações com isenção e equilíbrio, em estrita observância ao marco legal, sempre tendo como prioritário o interesse da sociedade brasileira.

Fonte: FNDC

YouTube terá hoje primeira transmissão ao vivo no Brasil

Por ELISANGELA ROXO

"Senhoras e senhores, é hora de desligar a televisão e ligar o computador", afirmou Kate Perry no início do primeiro show ao vivo no YouTube em 2008, nos Estados Unidos. U2, Alicia Keys, John Legend e Bon Jovi também já se apresentaram.

Agora chegou a vez do Brasil. O país terá o primeiro show em streaming no YouTube e os escolhidos para a prèmiere online são os campeões em vendagem de discos e das redes sociais: artistas sertanejos.

A estimativa do Google, que comprou o YouTube em 2006, é que um milhão de pessoas sintonizem o canal www.youtube.com/sertanejo a partir das 20h de hoje.

Serão 2h e trinta minutos de shows com as duplas Bruno e Marrone, Victor e Léo, João Bosco e Vinícius e os jovens cantores Luan Santana e Michel Teló.

"A internet é um canal popular, então, é natural escolhermos artistas populares", explica Alexandre Schiavo, presidente da Sony Brasil.

Eles tocam um estilo que é conhecido como "sertanejo universitário" e fazem, em média, cerca de 250 shows por ano. Apenas os vídeos a dupla Victor e Léo já foram vistos mais de 110 milhões de vezes no YouTube. Já venderam mais de 1,6 milhão de álbuns e tiveram a quinta mais música mais executada do país no ano passado, a canção "Borboleta".

A apresentação de hoje será restrita ao território brasileiro e funcionará como um piloto, de acordo com a gerente de marketing do Google, Flavia Simon.

O Brasil ocupa hoje o quarto lugar entre os maiores mercados do YouTube, perdendo apenas para Estados Unidos, Japão e Inglaterra.

O termômetro de audiência do Google acusa que os sertanejos também estão entre os termos mais buscados do país, o que deve garantir o público virtual de hoje.

"A internet ainda é um complemento à televisão porque não chegamos a todas casas, mas é uma plataforma massiva", diz Flavia.

Fonte: Folha.com

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

TV por assinatura registra crescimento de 25,7% em 2010, diz Anatel

Redação Portal IMPRENSA

Os serviços de TV por assinatura registraram neste ano crescimento de 25,7% até outubro, com cerca de 1,9 milhão de novos assinantes. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil apresenta atualmente mais de nove milhões (9.396.548) de domicílios com TV paga, atingindo cerca de 31 milhões de pessoas.

Em comparação dos meses de outubro e setembro, houve aumento de 3,56% no número de assinantes, 322.732 novos domicílios. O crescimento acumulado de 2010 é 7,5% superior ao observado em mesmo período de 2009.

Três tecnologias são utilizadas para os serviços de TV por assinatura no país:
por meios físicos (TV a Cabo - TVC), microondas (Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais - MMDS) e satélite (Distribuição de Sinais de Televisão e de Áudio por Assinatura via Satélite - DTH).

De acordo com a Anatel, até outubro, a TV a Cabo atendia 51,9% dos assinantes no país, enquanto a DTH respondia por 44,6% do mercado, com crescimento de 50,88% no ano.

Na divisão por regiões do país, os maiores crescimentos de assinantes nos últimos doze meses foram registrados pelo Norte e Nordeste. Já as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste apresentaram as maiores densidades de TV por assinatura para cada cem domicílios, com 23,6; 15,6 e 12,7 assinantes, respectivamente.

Fonte: Portal Imprensa

A crise no Rio e o pastiche midiático

redação IHU

"O tráfico, no modelo que se firmou no Rio, é uma realidade em franco declínio e tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. Incapaz, inclusive, de competir com as milícias, cuja competência está na disposição de não se prender, exclusivamente, a um único nicho de mercado, comercializando apenas drogas –mas as incluindo em sua carteira de negócios, quando conveniente", afirma Luiz Eduardo Soares, Mestre em Antropologia, doutor em ciência política com pós-doutorado em filosofia política, professor da UERJ e coordenador do curso à distância de gestão e políticas em segurança pública, na Universidade Estácio de Sá, em artigo publicado no seu blog, 25-11-2010.

Segundo ele, "discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das polícias, no Rio, para que estas deixem de ser incubadoras de milícias, máfias, tráfico de armas e drogas, crime violento, brutalidade, corrupção? Como se refundarão as instituições policiais para que os bons profissionais sejam, afinal, valorizados e qualificados? Como serão transformadas as polícias, para que deixem de ser reativas, ingovernáveis, ineficientes na prevenção e na investigação?"

Eis o artigo.

Sempre mantive com jornalistas uma relação de respeito e cooperação. Em alguns casos, o contato profissional evoluiu para amizade. Quando as divergências são muitas e profundas, procuro compreender e buscar bases de um consenso mínimo, para que o diálogo não se inviabilize. Faço-o por ética –supondo que ninguém seja dono da verdade, muito menos eu--, na esperança de que o mesmo procedimento seja adotado pelo interlocutor. Além disso, me esforço por atender aos que me procuram, porque sei que atuam sob pressão, exaustivamente, premidos pelo tempo e por pautas urgentes. A pressa se intensifica nas crises, por motivos óbvios. Costumo dizer que só nós, da segurança pública (em meu caso, quando ocupava posições na área da gestão pública da segurança), os médicos e o pessoal da Defesa Civil, trabalhamos tanto –ou sob tanta pressão-- quanto os jornalistas.

Digo isso para explicar por que, na crise atual, tenho recusado convites para falar e colaborar com a mídia:

(1) Recebi muitos telefonemas, recados e mensagens. As chamadas são contínuas, a tal ponto que não me restou alternativa a desligar o celular. Ao todo, nesses dias, foram mais de cem pedidos de entrevistas ou declarações. Nem que eu contasse com uma equipe de secretários, teria como responder a todos e muito menos como atendê-los. Por isso, aproveito a oportunidade para desculpar-me. Creiam, não se trata de descortesia ou desapreço pelos repórteres, produtores ou entrevistadores que me procuraram.

(2) Além disso, não tenho informações de bastidor que mereçam divulgação. Por outro lado, não faria sentido jogar pelo ralo a credibilidade que construí ao longo da vida. E isso poderia acontecer se eu aceitasse aparecer na TV, no rádio ou nos jornais, glosando os discursos oficiais que estão sendo difundidos, declamando platitudes, reproduzindo o senso comum pleno de preconceitos, ou divagando em torno de especulações. A situação é muito grave e não admite leviandades. Portanto, só faria sentido falar se fosse para contribuir de modo eficaz para o entendimento mais amplo e profundo da realidade que vivemos. Como fazê-lo em alguns parcos minutos, entrecortados por intervenções de locutores e debatedores? Como fazê-lo no contexto em que todo pensamento analítico é editado, truncado, espremido –em uma palavra, banido--, para que reinem, incontrastáveis, a exaltação passional das emergências, as imagens espetaculares, os dramas individuais e a retórica paradoxalmente triunfalista do discurso oficial?

(3) Por fim, não posso mais compactuar com o ciclo sempre repetido na mídia: atenção à segurança nas crises agudas e nenhum investimento reflexivo e informativo realmente denso e consistente, na entressafra, isto é, nos intervalos entre as crises. Na crise, as perguntas recorrentes são:

(a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a explosão de violência?

(b) O que a polícia deveria fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?

(c) Por que o governo não chama o Exército?

(d) A imagem internacional do Rio foi maculada?

(e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?

Ao longo dos últimos 25 anos, pelo menos, me tornei “as aspas” que ajudaram a legitimar inúmeras reportagens. No tópico, “especialistas”, lá estava eu, tentando, com alguns colegas, furar o bloqueio à afirmação de uma perspectiva um pouquinho menos trivial e imediatista. Muitas dessas reportagens, por sua excelente qualidade, prescindiriam de minhas aspas – nesses casos, reduzi-me a recurso ocioso, mera formalidade das regras jornalísticas. Outras, nem com todas as aspas do mundo se sustentariam. Pois bem, acho que já fui ou proporcionei aspas o suficiente. Esse código jornalístico, com as exceções de praxe, não funciona, quando o tema tratado é complexo, pouco conhecido e, por sua natureza, rebelde ao modelo de explicação corrente. Modelo que não nasceu na mídia, mas que orienta as visões aí predominantes. Particularmente, não gostaria de continuar a ser cúmplice involuntário de sua contínua reprodução.

Eis por que as perguntas mencionadas são expressivas do pobre modelo explicativo corrente e por que devem ser consideradas obstáculos ao conhecimento e réplicas de hábitos mentais refratários às mudanças inadiáveis. Respondo sem a elegância que a presença de um entrevistador exigiria. Serei, por assim dizer, curto e grosso, aproveitando-me do expediente discursivo aqui adotado, em que sou eu mesmo o formulador das questões a desconstruir. Eis as respostas, na sequência das perguntas, que repito para facilitar a leitura:

(a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a violência e resolver o desafio da insegurança?

Nada que se possa fazer já, imediatamente, resolverá a insegurança. Quando se está na crise, usam-se os instrumentos disponíveis e os procedimentos conhecidos para conter os sintomas e salvar o paciente. Se desejamos, de fato, resolver algum problema grave, não é possível continuar a tratar o paciente apenas quando ele já está na UTI, tomado por uma enfermidade letal, apresentando um quadro agudo. Nessa hora, parte-se para medidas extremas, de desespero, mobilizando-se o canivete e o açougueiro, sem anestesia e assepsia. Nessa hora, o cardiologista abre o tórax do moribundo na maca, no corredor. Não há como construir um novo hospital, decente, eficiente, nem para formar especialistas, nem para prevenir epidemias, nem para adotar procedimentos que evitem o agravamento da patologia. Por isso, o primeiro passo para evitar que a situação se repita é trocar a pergunta. O foco capaz de ajudar a mudar a realidade é aquele apontado por outra pergunta: o que fazer para aperfeiçoar a segurança pública, no Rio e no Brasil, evitando a violência de todos os dias, assim como sua intensificação, expressa nas sucessivas crises?

Se o entrevistador imaginário interpelar o respondente, afirmando que a sociedade exige uma resposta imediata, precisa de uma ação emergencial e não aceita nenhuma abordagem que não produza efeitos práticos imediatos, a melhor resposta seria: caro amigo, sua atitude representa, exatamente, a postura que tem impedido avanços consistentes na segurança pública. Se a sociedade, a mídia e os governos continuarem se recusando a pensar e abordar o problema em profundidade e extensão, como um fenômeno multidimensional a requerer enfrentamento sistêmico, ou seja, se prosseguirmos nos recusando, enquanto Nação, a tratar do problema na perspectiva do médio e do longo prazos, nos condenaremos às crises, cada vez mais dramáticas, para as quais não há soluções mágicas.

A melhor resposta à emergência é começar a se movimentar na direção da reconstrução das condições geradoras da situação emergencial. Quanto ao imediato, não há espaço para nada senão o disponível, acessível, conhecido, que se aplica com maior ou menor destreza, reduzindo-se danos e prolongando-se a vida em risco.

A pergunta é obtusa e obscurantista, cúmplice da ignorância e da apatia.

(b) O que as polícias fluminenses deveriam fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?

Em primeiro lugar, deveriam parar de traficar e de associar-se aos traficantes, nos “arregos” celebrados por suas bandas podres, à luz do dia, diante de todos. Deveriam parar de negociar armas com traficantes, o que as bandas podres fazem, sistematicamente. Deveriam também parar de reproduzir o pior do tráfico, dominando, sob a forma de máfias ou milícias, territórios e populações pela força das armas, visando rendimentos criminosos obtidos por meios cruéis.

Ou seja, a polaridade referida na pergunta (polícias versus tráfico) esconde o verdadeiro problema: não existe a polaridade. Construí-la –isto é, separar bandido e polícia; distinguir crime e polícia-- teria de ser a meta mais importante e urgente de qualquer política de segurança digna desse nome. Não há nenhuma modalidade importante de ação criminal no Rio de que segmentos policiais corruptos estejam ausentes. E só por isso que ainda existe tráfico armado, assim como as milícias.

Não digo isso para ofender os policiais ou as instituições. Não generalizo. Pelo contrário, sei que há dezenas de milhares de policiais honrados e honestos, que arriscam, estóica e heroicamente, suas vidas por salários indignos. Considero-os as primeiras vítimas da degradação institucional em curso, porque os envergonha, os humilha, os ameaça e acua o convívio inevitável com milhares de colegas corrompidos, envolvidos na criminalidade, sócios ou mesmo empreendedores do crime.

Não nos iludamos: o tráfico, no modelo que se firmou no Rio, é uma realidade em franco declínio e tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. Incapaz, inclusive, de competir com as milícias, cuja competência está na disposição de não se prender, exclusivamente, a um único nicho de mercado, comercializando apenas drogas –mas as incluindo em sua carteira de negócios, quando conveniente. O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, anti-econômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los (nada disso é necessário às milícias, posto que seus membros são policiais), mantê-los unidos e disciplinados, enfrentando revezes de todo tipo e ataques por todos os lados, vendo-se forçados a dividir ganhos com a banda podre da polícia (que atua nas milícias) e, eventualmente, com os líderes e aliados da facção. É excessivamente custoso impor-se sobre um território e uma população, sobretudo na medida que os jovens mais vulneráveis ao recrutamento comecem a vislumbrar e encontrar alternativas. Não só o velho modelo é caro, como pode ser substituído com vantagens por outro muito mais rentável e menos arriscado, adotado nos países democráticos mais avançados: a venda por delivery ou em dinâmica varejista nômade, clandestina, discreta, desarmada e pacífica. Em outras palavras, é melhor, mais fácil e lucrativo praticar o negócio das drogas ilícitas como se fosse contrabando ou pirataria do que fazer a guerra. Convenhamos, também é muito menos danoso para a sociedade, por óbvio.

(c) O Exército deveria participar?

Fazendo o trabalho policial, não, pois não existe para isso, não é treinado para isso, nem está equipado para isso. Mas deve, sim, participar. A começar cumprindo sua função de controlar os fluxos das armas no país. Isso resolveria o maior dos problemas: as armas ilegais passando, tranquilamente, de mão em mão, com as benções, a mediação e o estímulo da banda podre das polícias.

E não só o Exército. Também a Marinha, formando uma Guarda Costeira com foco no controle de armas transportadas como cargas clandestinas ou despejadas na baía e nos portos. Assim como a Aeronáutica, identificando e destruindo pistas de pouso clandestinas, controlando o espaço aéreo e apoiando a PF na fiscalização das cargas nos aeroportos.

(d) A imagem internacional do Rio foi maculada?

Claro. Mais uma vez.

(e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?

Sem dúvida. Somos ótimos em eventos. Nesses momentos, aparece dinheiro, surge o “espírito cooperativo”, ações racionais e planejadas impõem-se. Nosso calcanhar de Aquiles é a rotina. Copa e Olimpíadas serão um sucesso. O problema é o dia a dia.

Palavras Finais

Traficantes se rebelam e a cidade vai à lona. Encena-se um drama sangrento, mas ultrapassado. O canto de cisne do tráfico era esperado. Haverá outros momentos análogos, no futuro, mas a tendência declinante é inarredável. E não porque existem as UPPs, mas porque correspondem a um modelo insustentável, economicamente, assim como social e politicamente. As UPPs, vale dizer mais uma vez, são um ótimo programa, que reedita com mais apoio político e fôlego administrativo o programa “Mutirões pela Paz”, que implantei com uma equipe em 1999, e que acabou soterrado pela política com “p” minúsculo, quando fui exonerado, em 2000, ainda que tenha sido ressuscitado, graças à liderança e à competência raras do ten.cel. Carballo Blanco, com o título GPAE, como reação à derrocada que se seguiu à minha saída do governo. A despeito de suas virtudes, valorizadas pela presença de Ricardo Henriques na secretaria estadual de assistência social -- um dos melhores gestores do país --, elas não terão futuro se as polícias não forem profundamente transformadas. Afinal, para tornarem-se política pública terão de incluir duas qualidades indispensáveis: escala e sustentatibilidade, ou seja, terão de ser assumidas, na esfera da segurança, pela PM. Contudo, entregar as UPPs à condução da PM seria condená-las à liquidação, dada a degradação institucional já referida.

O tráfico que ora perde poder e capacidade de reprodução só se impôs, no Rio, no modelo territorializado e sedentário em que se estabeleceu, porque sempre contou com a sociedade da polícia, vale reiterar. Quando o tráfico de drogas no modelo territorializado atinge seu ponto histórico de inflexão e começa, gradualmente, a bater em retirada, seus sócios – as bandas podres das polícias -- prosseguem fortes, firmes, empreendedores, politicamente ambiciosos, economicamente vorazes, prontos a fixar as bandeiras milicianas de sua hegemonia.

Discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das polícias, no Rio, para que estas deixem de ser incubadoras de milícias, máfias, tráfico de armas e drogas, crime violento, brutalidade, corrupção? Como se refundarão as instituições policiais para que os bons profissionais sejam, afinal, valorizados e qualificados? Como serão transformadas as polícias, para que deixem de ser reativas, ingovernáveis, ineficientes na prevenção e na investigação?

As polícias são instituições absolutamente fundamentais para o Estado democrático de direito. Cumpre-lhes garantir, na prática, os direitos e as liberdades estipulados na Constituição. Sobretudo, cumpre-lhes proteger a vida e a estabilidade das expectativas positivas relativamente à sociabilidade cooperativa e à vigência da legalidade e da justiça. A despeito de sua importância, essas instituições não foram alcançadas em profundidade pelo processo de transição democrática, nem se modernizaram, adaptando-se às exigências da complexa sociedade brasileira contemporânea. O modelo policial foi herdado da ditadura. Ele servia à defesa do Estado autoritário e era funcional ao contexto marcado pelo arbítrio. Não serve à defesa da cidadania. A estrutura organizacional de ambas as polícias impede a gestão racional e a integração, tornando o controle impraticável e a avaliação, seguida por um monitoramento corretivo, inviável. Ineptas para identificar erros, as polícias condenam-se a repeti-los. Elas são rígidas onde teriam de ser plásticas, flexíveis e descentralizadas; e são frouxas e anárquicas, onde deveriam ser rigorosas. Cada uma delas, a PM e a Polícia Civil, são duas instituições: oficiais e não-oficiais; delegados e não-delegados.

E nesse quadro, a PEC-300 é varrida do mapa no Congresso pelos governadores, que pagam aos policiais salários insuficientes, empurrando-os ao segundo emprego na segurança privada informal e ilegal.
Uma das fontes da degradação institucional das polícias é o que denomino "gato orçamentário", esse casamento perverso entre o Estado e a ilegalidade: para evitar o colapso do orçamento público na área de segurança, as autoridades toleram o bico dos policiais em segurança privada. Ao fazê-lo, deixam de fiscalizar dinâmicas benignas (em termos, pois sempre há graves problemas daí decorrentes), nas quais policiais honestos apenas buscam sobreviver dignamente, apesar da ilegalidade de seu segundo emprego, mas também dinâmicas malignas: aquelas em que policiais corruptos provocam a insegurança para vender segurança; unem-se como pistoleiros a soldo em grupos de extermínio; e, no limite, organizam-se como máfias ou milícias, dominando pelo terror populações e territórios. Ou se resolve esse gargalo (pagando o suficiente e fiscalizando a segurança privada /banindo a informal e ilegal; ou legalizando e disciplinando, e fiscalizando o bico), ou não faz sentido buscar aprimorar as polícias.

O Jornal Nacional, nesta quinta, 25 de novembro, definiu o caos no Rio de Janeiro, salpicado de cenas de guerra e morte, pânico e desespero, como um dia histórico de vitória: o dia em que as polícias ocuparam a Vila Cruzeiro. Ou eu sofri um súbito apagão mental e me tornei um idiota contumaz e incorrigível ou os editores do JN sentiram-se autorizados a tratar milhões de telespectadores como contumazes e incorrigíveis idiotas.

Ou se começa a falar sério e levar a sério a tragédia da insegurança pública no Brasil, ou será pelo menos mais digno furtar-se a fazer coro à farsa.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mídia teve medo de falar em intervenção

Por Alberto Dines

O Estado brasileiro venceu na quinta-feira (25/11) uma importante batalha contra o narcoterrorismo, no Rio. Foi crucial – tanto sob o ponto de vista psicológico como tático – a participação dos dez veículos blindados da Marinha e os cerca de 50 fuzileiros navais que os tripulavam. A mídia ressaltou com entusiasmo a "ajuda" das forças armadas, mas fugiu ao seu dever de explicá-la devidamente: tratou-se de uma intervenção federal.

Intervenção "branca", disfarçada, informal, pontual, mas de qualquer forma uma intervenção do Estado nacional numa unidade da federação. Mais uma vez, a mídia foi "boazinha", atendeu às conveniências e ajudou a encobrir uma realidade: o narcotráfico transcendeu à condição de crime organizado, deixou de ser um grupo empresarial diversificado. É terrorismo: disputa territórios, quer dividir o país e impor a sua lei. Uma clara e insofismável ameaça à segurança nacional.

Governantes têm horror à palavra intervenção, fogem dela como o diabo da cruz. Compreensível, a intervenção é um recurso emergencial nas repúblicas federativas. As autoridades estaduais não querem parecer frágeis, incapazes de oferecer proteção à sociedade e as federais não querem parecer autoritárias nem assumir os riscos de um eventual fiasco. Sobretudo depois de uma campanha eleitoral na qual se discutiu abertamente a federalização da segurança pública.

A mídia arriscou-se, ofereceu uma cobertura intensa da operação policial que desalojou os bandidos da Vila Cruzeiro e obrigou os facínoras a fugir acovardados, embora esta cobertura tenha desagradado ao comando das operações. A mídia tem o dever de mostrar que o Estado tem meios de proteger a sociedade.

Mas a mídia, tanto a "antiga" (segundo a classificação do comunicólogo Lula) como a blogosfera, têm a obrigação de dar o nome aos bois: narcotráfico é terrorismo, não adianta tergiversar, amaciar. A sociedade cordial não é necessariamente ingênua. Nem estúpida.

Lembrança apagada

A imprensa paulistana, embora poderosa, rica e sofisticada, mostra-se cada vez mais provinciana e medíocre. Durante os cinco dias de combates nas ruas do Rio, nenhum dos jornalões locais sentiu-se obrigado a lembrar aos seus fiéis leitores que de 12 a 19 de maio de 2006 a cidade de São Paulo, a maior cidade da América Latina, foi paralisada por uma sucessão de ataques organizados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

A cidade parou com as 300 incursões e o assassinato de 55 pessoas (entre policiais e civis). O bombardeio da Paulicéia só foi interrompido depois que o então governador em exercício, Cláudio Lembo, aceitou negociar com os cabeças do PCC que atuavam a partir de um presídio de segurança máxima.

O único veículo jornalístico que lembrou o dramático episódio e o seu vergonhoso desfecho foi o Bom Dia, Brasil da Rede Globo, apresentado na manhã de quinta-feira (25).

Com bairrismo não se enfrenta o terrorismo.

Fonte: Observatório da Imprensa

Twitteiro vira central de informações sobre caos no Rio

Por Rodrigo Martins

No meio do caos no Rio de Janeiro, com a atual onda de ataques, um estudante de jornalismo do 2º ano encontrou no Twitter um meio de ajudar a população. Pablo Tavares, de apenas 23 anos e que mora em Niterói, começou a ver o número de testemunhos de pessoas que presenciaram ataques multiplicarem-se na rede de microblogging. Também viu um número impressionante de boatos. E decidiu que sua forma de ajudar seria esclarecê-las.

Foi então que na terça-feira à noite ele criou o Twitter @caosrj, o qual se tornou uma central de informações. Primeiro, começou a postar informações sobre carros incendiados e formas de escapar dos pontos de tiroteio. Quando os ataques foram ganhando volume, Pablo começou a minitorar rádios, jornais e TVs e retuitá-los.

E está conseguindo repercussão. A conta ainda tem cerca de 500 seguidores, mas, só nesta quinta-feira, ele já conseguiu mais de 300 menções, entre retweets e conversas. Acha pouco? Luciano Huck, número um em seguidores no Brasil, com impressionantes 2,5 milhões de pessoas que o acompanham, teve “só” 500 menções. Um dos twitteiros mais relevantes no Brasil, Marcelo Tas, citou o @caosrj como destaque em palestra nesta quinta-feira.

Prova da relevância é olhar o que as pessoas dizem sobre @caosrj no Twitter. @pathamilton3 elogia: “Boa iniciativa! Precisamos de conteúdos jornalísticos pautados na verdade dos fatos. Boatos geram mais caos”. A @sueliarantes pergunta: “Alguém confirma se o Shopping Carioca fechou?”. E @ranassamir recomenda aos amigos: “Siga o @caosrj e acompanhe as notícias do front”. Como essas mensções, chegam outras e outras e outras à conta.

E dá para confiar nas informações? O IDGNow conversou com Pablo nesta quinta-feira: “Eu acompanhava as notícias na mídia, principalmente sobre Niterói, onde moro. Mas vi que os veículos estavam atrasados em relação ao Twitter, o que é natural. Afinal, há muitos boatos, os veículos precisam checar antes. Mas comecei a ver que muitas pessoas relatavam casos que elas estavam vendo, como carros sendo queimados ou locais de tiroteios. Quando via que três, quatro ou mais usuários confirmavam uma história, a probabilidade de ela ser verdadeira é grande. E o mesmo acontecia para desmentir: quando algo não está certo, os outros usuários desmentem”, diz.

Quando uma informação não é confirmada depois, Pablo diz que manda um tweet em seguida desmentindo-a.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ministro das Comunicações diz que não há cerceamento da imprensa

Elaine Patricia Cruz

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Franklin Martins, disse hoje (25), em São Paulo, que o Brasil vive “um período de extraordinária liberdade de imprensa”, mas defendeu que é preciso “refundar” o Ministério das Comunicações para se discutir o tema comunicação no país.

“Ficamos um tempão sem discutir comunicação, desde o tempo do Sérgio Motta [ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso]. Chegou a hora de discutir e é preciso um ministério que planeje, formule, execute e que seja um centro de gravidade da política de comunicação no Brasil”, afirmou o ministro, depois de participar da abertura do Seminário Cultura Liberdade de Imprensa, promovido pela TV Cultura.

Aos jornalistas, Franklin Martins voltou a dizer que não há cerceamento da imprensa no país que é “livre para falar o que quer e não falar o que não quer” e até mesmo para “botar o presidente da República sob crítica”. Segundo ele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre garantiu a liberdade de imprensa não por ser uma “dádiva”, mas por ser uma conquista da sociedade.

Para o ministro, o estabelecimento de um marco regulatório para o setor, a exemplo do que ocorre em outros países, não significa um atentado à liberdade de imprensa.

“É um fantasma dizer que a imprensa está sendo ameaçada. Ameaçada por quem?”, indagou o ministro, ressaltando que seu compromisso pessoal com a liberdade de imprensa não é de “conveniência ou de circunstância”, mas de “alma”.

Franklin disse que deixará o governo no dia 31 de dezembro, assim que terminar o mandato do presidente Lula, por motivos pessoais. “Fico até o dia 31 de dezembro. A partir daí Franklin Martins vai desencarnar”, brincou o ministro.

Ele declarou ainda que deixará à presidenta eleita, Dilma Rousseff, um anteprojeto de lei complexo, mas consistente para modernizar a legislação sobre a mídia no país. “Estamos trabalhando para deixar para a ministra Dilma um anteprojeto em cima do qual ela possa trabalhar. Ela é livre para mandar ou não para o Congresso. Ela vai decidir.”

Fonte: AdNews

Depois de 10 anos, internet ainda pertence aos ricos nos EUA

Redação Terra

Depois de mais de dez anos de popularização da internet no mundo, um levantamento feito pelo instituto norte-americano de pesquisa, Pew.

Conforme informa o site The Huffington Post, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres ainda é gritante. De acordo com o estudo, 95% das famílias que ganham mais de US$ 75 mil anualmente usam a internet de alguma forma, enquanto somente pouco mais de 50% dos que ganham menos de US$ 30 mil o fazem.

A tendência também se repete em relação à banda larga. Cerca de 90% dos lares mais ricos possuem a tecnologia, contra 40% dos mais pobres. A pesquisa também revelou que a população mais rica usa a internet primordialmente para ler notícias. Somente 30% dos mais pobres utilizam a web com esta intenção.

Para o site, os números favorecem os defensores da neutralidade na rede, já que se pode perceber que os mais pobres não podem pagar o mesmo pelo acesso à internet que os ricos. Nos EUA, a agência reguladora das telecomunicações possui um projeto de desenvolver um plano de banda larga nacional a baixo custo para popularizar de vez a tecnologia no país.

Fonte: Terra

Cofundador do Twitter quer criar rede social de notícias

Redação MSN

O cofundador do conhecido microblog Twitter, Biz Stone, disse que quer usar as informações postadas pelos usuários no serviço para criar uma grande rede social de notícias. De acordo com ele, seria algo voltado para a “coleta” de notícias externas e não funcionaria necessariamente no site do Twitter. A proposta é de criar um novo site, que funcionasse em parceria com o microblog.

“Desde o começo, parece um terminal de notícias de todos os cantos do mundo”, disse Stone nos bastidores de um evento de tecnologia em Oxford. “Creio que o Serviço de Notícias do Twitter será algo muito aberto e compartilhado por diversas organizações de notícias em todo o mundo”.

Já existe um compartilhamento das informações publicadas por seus usuários com os sites de busca Google, Yahoo! e o Bing, mas Stone crê que é possível lançar um sistema mais especializado de notícias.

O twitter permite aos usuários a enviarem mensagens de até 140 caracteres. Já são 174 milhões de usuários cadastrados no sistema, que já enviaram cerca de 95 milhões de mensagens até o momento, entre pensamentos, notícias e propagandas.

Fonte: MSN

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"Sou resultado da liberdade de imprensa no Brasil", diz Lula a blogueiros

Redação Portal Imprensa

Em entrevista concedida a blogueiros, nesta quarta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que considera uma "estupidez" qualquer projeto de lei que tenha intenções de censurar a Internet. "Eu acho importante que as pessoas que estão acompanhando percebam claramente que nesse período do governo toda vez que falamos com alguém demos total liberdade para as pessoas perguntarem o que quiserem", disse.

De acordo com o portal G1, o líder brasileiro ressaltou a preocupação do governo federal com a liberdade de imprensa no país, e que os avanços das políticas públicas para os meios de comunicação dependem "da correlação de forças" estabelecidas "dentro do Congresso Nacional".

Além disso, o presidente reafirmou que não lê mais jornais e revistas. De acordo com o Estadão.com.br, Lula disse que, mesmo trabalhando com informação, não precisa "ler muitas coisas" publicadas pela imprensa. "A raiva deles [dos veículos de comunicação] é que não os leio, e é por isso que não fico nervoso. Trabalho com informação, mas não preciso ler muitas coisas que eles escrevem. Ninguém pode se queixar, muito menos a mídia. Todos ganharam muito dinheiro. Alguns estavam praticamente quebrados", afirmou.

Aos blogueiros, o ex-torneiro mecânico disse que é preciso ter um certo controle sobre a participação de capital estrangeiro na mídia do país, e que alguns setores da "mídia antiga" torciam pela sua derrota política. "Sou resultado da liberdade de imprensa no Brasil. O que eles se enganam é que o povo não é mais massa de manobra, o povo está mais inteligente e vamos trabalhar cada vez mais para democratizar a mídia eletrônica", declarou.

Esta foi a primeira vez, em oito anos de mandato, que Lula concedeu entrevista exclusiva a blogueiros brasileiros, escolhidos pela organização do I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado em agosto em São Paulo. As declarações do presidente foram feitas durante um encontro no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), transmitido pelo Blog do Planalto. De acordo com a assessoria, cerca de 1,3 mil pessoas acompanharam a entrevista.

Entre os entrevistadores confirmados, estavam Altamiro Borges, Altino Machado, Rodrigo Vianna, Eduardo Guimarães, William Barros, Renato Rovai, Pierre Lucena, Túlio Vianna, José Augusto, Conceição Lemes e Leandro Fortes.

O presidente também falou sobre os preparativos para a Copa do Mundo em 2014 no Brasil, e criticou o governo paulista por não ter defendido a campanha para que o Estádio do Morumbi sediasse o jogo de abertura do mundial. "É impensável São Paulo não ter o jogo de abertura. O Morumbi está pronto, é só bobagem de discutir estacionamento. Acho que São Paulo não brigou corretamente, acho que, na verdade, é para atender interesses comerciais. A União não vai dar dinheiro, quem vai financiar são os Estados", declarou, segundo o Estadão.com.br.

Fonte: Portal IMPRENSA

Ancine libera R$ 17 mi para investir em projetos de TV

Redação Folha.com

A Ancine (Agência Nacional do Cinema) libera hoje R$ 17,7 milhões para a produção de 23 obras independentes --de 22 produtoras-- para a televisão.

No ano passado, quando começou a operação do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), devido à inconsistência dos demais projetos, só cinco projetos foram escolhidos.

Havia R$ 7 milhões para gastar, mas só foram distribuídos R$ 3 milhões.

O comitê optou por aplicar a diferença neste ano.

A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta quarta-feira (24). A íntegra da coluna está disponível para assinantes do jornal e do UOL.

Fonte: Folha.com

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Grupo de Pesquisa Cepos realiza 5º Seminário de Pesquisa

É inegável que hoje vivemos em uma era de constantes transformações em escala planetária. O sistema capitalista expande-se não apenas no modo de produção, mas organiza os sentidos da vida como um marco civilizatório. Em sua etapa atual, re-configurada e informacional, o capitalismo tem sua circulação estruturada em redes mundiais de dados binários, por onde trafegam bens simbólicos e representações de valor sob a forma de mercadoria. É este o mundo atual, excludente e acelerado, globalizado pelas trasnacionais e interligado pelas entidades da sociedade civil na defesa e ampliação de direitos. Essas e outras preocupações fazem parte da pauta de estudos dos pesquisadores do Grupo de Pesquisa CEPOS que no dia 3 de dezembro de 2010, das 8h30 às 20hs estarão debatendo no Auditório Padre Pedro Pinto na Unisinos em São Leopoldo essas e outras questões. Nessa edição além dos renomados pesquisadores: Cesár Bolaño (UFS), Sérgio Augusto Soares Mattos (UFRB), Maria Trinidad Garcia Leiva (UC3M – Espanha) e Sandra Reimão (USP) o evento irá contar com a valiosa contribuição do Prof. Dr. Martín Becerra da Universidade de Quilmes na Argentina como avaliador da atividade.
Segundo o coordenador do Grupo de Pesquisa Cepos, prof. Dr. Valério Cruz Brittos o 5º Seminário de Pesquisa é o momento de socializar o conhecimento construído na academia – a partir do qual se busca a integração e troca de diversos conhecimentos da área da comunicação, visando maior incorporação crítica dos caminhos que possam explicar a realidade social.

Programação
08:30 – Abertura.
Autoridades acadêmicas (internas e externas).
09:00 – Mesa 1: Digitalização e desenvolvimento.
Expositor: Prof. Dr. Valério Cruz Brittos (UNISINOS).
Expositor: Prof. Dr. César Bolaño (UFS).
Expositor: Prof. Dr. Martín Becerra (UNQ) – Argentina.
Mediador: Prof. Dr. Inácio Neutzling (UNISINOS).

10:45 – Exposição de livros do grupo (intervalo).

11:00 – Mesa 2: Inovação e movimentos.
Expositor: Prof. Dr. Sérgio Augusto Soares Mattos (UFRB).
Expositor: Profa. Dra. Maria Trinidad Garcia Leiva (UC3M – Espanha).
Expositor: Prof. Ms. Luciano Correia dos Santos (UFS).
Mediador: Prof. Dr. Antônio Hohlfeldt (PUCRS).
12:30 – Almoço.
14:00 – Mesa 3: Estratégias e conteúdos.
Expositora: Profa. Dra. Sandra Reimão (USP).
Expositor: Ms. Andres Kalikoske (UNISINOS).
Expositores: Msto. Denis Gerson Simões (UNISINOS); Msta. Rafaela Barbosa (UNISINOS).
Expositores: Ms. Carine Felkl Prevedello (UFSM).
Mediador: Prof. Dr. Flávio Porcello (UFRGS).
15:45 – Mesa 4. Audiovisual e cidadania.
Expositor: Prof. Dr. Roberto Ramos (PUCRS).
Expositoras: Profa. Dra. Jacqueline Dourado (UFPI).
Expositor: Prof. Ms. Augusto Sá Oliveira (UFBA).
Expositoras: Msta. Ana Maria de Oliveira (UNISINOS); Msta. Maíra Bittencourt (UNISINOS).
Mediadora: Profa. Dra. Suzana Kilpp (UNISINOS).
17:30 – Exposição de teses, dissertações e monografias dos grupo (intervalo)
17:45 – Mesa 5. Sociedade e alternativas.
Expositor: Prof. Dr. João Miguel (UEM – Moçambique).
Expositores: Prof. Dr. Bruno Lima Rocha Beaklini (UNISINOS); Rodrigo Jacobus (UFRGS).
Expositoras: Profa. Ms. Nadia Helena Schneider (Sec. Municipal de Educação Dois Irmãos); Profa. Ms. Paola Madeira Nazário (UNISINOS).
Expositor: Msto. Eduardo Menezes (UNISINOS).
Mediador: Profa. Dra. Paula Puhl (FEEVALE).
19:15 – Encerramento (avaliação e planejamento).
Prof. Dr. Valério Cruz Brittos (UNISINOS).
Prof. Dr. Martín Becerra (UNQ).
Todos os participantes.

Sobre o Grupo Cepos

O Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS) está inserido no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). O Grupo é coordenado pelo Professor Dr. Valério Cruz Brittos e conta com cerca de 25 membros associados. As investigações do CEPOS são alinhadas à Economia Política da Comunicação, abrangendo principalmente questões relacionais entre o mercado de comunicação, Estado e sociedade.

Sobre o Seminário de Pesquisa
O evento consiste na apresentação e debate dos resultados e procedimentos das investigações desenvolvidas no âmbito do Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCC) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Nesse sentido, pretende-se não só socializar o conhecimento, mas também expô-lo à crítica, buscando novas conexões, desvios e superações, o que pode ser resumido como o avanço das pesquisas. Para isso, a idéia é, assim como nas edições anteriores, reunir, na condição de expositores, os membros do grupo em si, o que inclui também aqueles que atuam academicamente fora do eixo da Grande Porto Alegre e costumam interagir à distância, assim como convidados que possam apresentar contribuições no plano de cada apresentação em particular e nos marcos dos trabalhos do CEPOS em geral
APOIO: FUNDAÇÃO FORD

Informações
Grupo Cepos: 35911100 – R1356
http://www.grupocepos.net/

dia 22 de Novembro de 2010

O Brasil tem mania de colonizar as redes sociais

Redação IHU

Criado em 2006, desde o último ano o Twitter tomou uma maior dimensão no país e, assim como aconteceu com o Orkut, os brasileiros começaram a colonizar a rede social, ocupando seus espaços e dominando algumas pautas em discussão. “A cultura de se comunicar por escrito e por pequenas frases, porque são 140 caracteres de cada vez, é algo muito interessante porque faz com que novas técnicas de comunicação se desenvolvam. É preciso saber se comunicar de forma curta, é preciso pensar o que dizer para caber naquele espaço. A mudança vai mais propriamente nesse sentido”, explica Gabriela Zago durante a entrevista que concedeu à IHU On-Line por e-mail.

Gabriela Zago graduou-se em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas e em Direito pela Universidade Federal de Pelotas. É mestre em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – O Twitter e outras redes sociais foram amplamente utilizados na campanha eleitoral deste ano. Como você analisa o uso dado pelos políticos às redes sociais de informação no Brasil?

Gabriela Zago – O uso dos políticos ainda está muito em fase de teste para dizermos se vai funcionar ou não a estratégia que eles estão traçando. Muitos não explorando as potencialidades. Outros interagiram com o público e souberam trabalhar com a ferramenta. Por exemplo, o candidato Plínio de Arruda Sampaio. Quando não era convidado para os debates principais, opinava sobre o que estava sendo discutido, abria a TweetCam e postava ali o que não estava podendo participar também, não deixava de expressar a opinião dele. Alguns políticos souberam utilizar muito bem, fizeram sucesso, até fizeram campanhas virais na internet.

IHU On-Line – Pela proporção do crescimento do uso do Twitter no Brasil e no mundo, podemos dizer que estamos “falando pelos dedos”? Estaríamos, então, voltando a uma espécie de cultura de transmissão oral de informação e conhecimento?

Gabriela Zago – O Twitter tem um papel complementar em relação às outras formas de comunicação. Mas também não substitui outros meios, outras formas de comunicação. Até porque a utilização da internet não atinge toda a população. A cultura de se comunicar por escrito e por pequenas frases, porque são 140 caracteres de cada vez, é algo muito interessante porque faz com que novas técnicas de comunicação se desenvolvam. É preciso saber se comunicar de forma curta, é preciso pensar o que dizer para caber naquele espaço. A mudança vai mais propriamente nesse sentido.

IHU On-Line – Com as possibilidades do Twitter, podemos afirmar que estamos caminhando para um futuro pós-imprensa?

Gabriela Zago – Acho que não exatamente. Estamos, provavelmente, caminhando para um futuro em que a imprensa vai ter cada vez mais um outro caminho para contestar, reverberar, repercutir aquilo que está sendo discutido em outros canais. Porém, ainda vai haverá uma separação entre o jornal e o Twitter, digamos assim.

IHU On-Line – Os usuários do Twitter, em geral, pensam que este serviço é livre, que dá a sensação de liberdade de expressão. Mas como podemos analisar a empresa que o administra? O que ela faz com os esquemas de comportamento expressados pelos tweeters?

Gabriela Zago – A questão da liberdade dele é um pouco relativa. A empresa que administra o Twitter está querendo ganhar dinheiro, tanto que agora tem os tweets promocionais. Além disso, eles têm regras extremamente restritas de como usar a marca, proíbem as pessoas de usar a palavra Twitter em outros lugares, fora os do próprio site. Então tem todo esse aspecto fechado da empresa. Ela até cria a sensação de que as pessoas podem falar abertamente no Twitter, mas ele é um espaço como qualquer outro. Se alguém falar alguma coisa ofensiva vai ser responsabilizada por isso.

IHU On-Line – Muito se fala no controle da internet. Depois das eleições, o Twitter foi alvo de discussão devido ao fato de que alguns usuários manifestaram opiniões preconceituosas no microblog. O que você pensa sobre esse possível controle da internet?

Gabriela Zago – Não é preciso ter um controle formal e central. Os próprios usuários do Twitter se encarregam de fazer esse controle. Então, quando Mayara Mancuso falou uma frase preconceituosa no Twitter, achando que podia falar qualquer coisa que ninguém ia ver, aquilo foi visto pelas pessoas e repercutiu de uma forma que talvez ela nem imaginasse que poderia repercutir. Isso mostra que a própria rede estabeleceu um controle daquilo que foi dito.

IHU On-Line – No Brasil, os repórteres do CQC têm mais seguidores do que os principais jornais. O que isso significa?

Gabriela Zago – Tenho observado, pelo menos o que tem sido postado no Twitter sobre alguns acontecimentos jornalísticos, que existe uma cultura bastante grande no Brasil de postar piadas e comentários engraçados no Twitter. Talvez o fato de seguir bastantes apresentadores de um programa humorístico seja o reflexo dessa cultura de se postar bastantes coisas engraçadas no microblog. É provável que isso reflita o perfil das pessoas que usam a ferramenta no Brasil, mais para essa parte de humor do que propriamente para o jornalismo.

IHU On-Line – Por que o Twitter é tão popular no Brasil?

Gabriela Zago – Não sei se é o caso do Twitter, mas o Brasil tem mania de colonizar as redes sociais. Se uma pessoa usa, vai todo mundo usar. Isso aconteceu com o Orkut, no início apenas queriam passar o número de estadunidenses, depois tomaram conta. Mas esse foi o primeiro fator que fez com que essa rede social se popularizasse por aqui. O Twitter recebeu da mídia um forte destaque, principalmente a partir do ano passado quando começou a ser notícia na TV, nos jornais. Esse destaque contribuiu para retroalimentar e fazer com que crescesse ainda mais no país.

IHU On-Line – Quais são as diferenças do uso dos brasileiros no Twitter em relação ao uso de usuários de outros países?

Gabriela Zago – Os brasileiros costumam usar bastante para informação muito mais do que para conversação. No ano passado, Raquel Recuero e eu fizemos uma pesquisa onde identificamos isso, ou seja, que o brasileiro costuma usar bem mais para compartilhar informação ao invés de conversar com outras pessoas. Essa é uma característica específica do perfil do público daqui. Também vejo mais essa questão do humor em relação às notícias, ao invés de fazerem comentários sérios, o público brasileiro preferem fazer piada.

IHU On-Line – Por que no Brasil é tão importante colonizar as redes sociais?

Gabriela Zago – Estamos num país que não é tão famoso, que não é tão rico, tão grande. Porém, é um dos países que mais usam as redes sociais no mundo e tem essa coisa do orgulho de ser brasileiro, de querer mostrar o Brasil, de querer mostrar que é do Brasil. Outros países não têm interesse em fazer isso dessa forma. E, ao querer mostrar que é do Brasil, o público tenta reunir mais brasileiros e tentar colonizar o meio pela quantidade.

IHU On-Line – Como você analisa a forma como os veículos de comunicação estão fazendo uso do Twitter?

Gabriela Zago – Inicialmente, eles estavam fazendo um uso bastante simplório, digamos assim, só colocando manchetes e links. Atualmente, cada vez mais eles têm se apropriado da ferramenta de forma criativa, superando o potencial de interatividade. Tem veículos que criam perfis nos quais interagem ou respondem algumas dúvidas dos leitores, retuitam outros espaços. Tudo ainda é uma questão de experimentação, não existe um modelo para usar o Twitter, mas já tem alguns usos bastante interessantes.

IHU On-Line – O Twitter é um novo espaço para discussões políticas?

Gabriela Zago – É mais um espaço. Acho que talvez os blogs sejam mais propícios para essas discussões políticas. Isso porque os 140 caracteres do Twitter são limitadores. Não é possível fazer uma aprofundada discussão política. Porém, ele é mais um espaço, principalmente em função da quantidade de informação que circula, da importância que se dá aos Trending Topics [TT's]...

IHU On-Line – E qual é a importância dos TT’s para os brasileiros?

Gabriela Zago – Os TT’s são uma espécie de reflexo do que está sendo dito. Este espaço está sendo usado como uma ferramenta de manifestação política. Há muitos casos de mobilizações para que determinados assuntos apareçam lá. No entanto, isso vai desde “#JonasBrothersnósamamosvocês” até o apoio a um determinado candidato ou campanha ou evento. Os TT’s refletem aquilo que está sendo discutido. Ele tem um papel importante para mostrar o que está sendo discutido neste momento, mas também para mostrar aquilo que se gostaria que estivesse sendo discutido, mas que não recebe destaque em outros espaços fora do Twitter.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos

'As redes sociais são uma ameaça', diz fundador da web

Por Carrie-Ann Skinner

Sir Tim Berners-Lee também criticou a Apple e o iTunes pelo seus métodos restritivos e centralizadores.

O fundador da Web, Sir Tim Berners-Lee, criticou o uso das redes sociais afirmando que elas são "uma grande ameaça aos princípios da internet".

De acordo com Berners-Lee, o Facebook e as demais mídias sociais encorajam os usuários a fornecerem suas informações. No entanto, não compartilham estes dados com os outros websites.

"Na verdade, elas [as redes sociais] são mecanismos que restringem as informações dos internautas, impedindo sua utilização pelo restante da web", disse ele à revista Scientific American.

"As redes sociais se tornaram uma plataforma central de conteúdo fechado. Quanto mais esse tipo de arquitetura ganhar espaço, mais a web se tornará fragmentada e, consequentemente, menor será o ambiente onde as pessoas poderão compartilhar conteúdo de modo universal", analisou Berners-Lee.

Além disso, ele também criticou a Apple e o iTunes pelo seus métodos "restritivos e centralizadores".

"Você só pode acessar um link do iTunes utilizando o próprio programa patenteado pela Apple. Você não está mais na web, na verdade, você está restrito a uma loja e não em uma ambiente aberto. Apesar de todas as características incríveis, sua evolução é limitada ao desejo de uma única companhia", analisou ele.

Já sobre neutralidade na web, outro tema polêmico, Berners-Lee declarou que ela não só deve existir, como também deve incluir neutralidade nas linhas fixas e de banda larga móvel.

Seus comentários vêm apenas alguns dias depois do ministro da Cultura do Reino Unido, Ed Vaizey, sugerir que o país tivesse um projeto contrário as regras de democracia na rede, para que provedores e internautas, que pagam pelo acesso, tenham prioridade sobre o tráfego.

No entanto, Vaizey voltou atrás e alegou que seus comentários estão de acordo com os pensamentos de Berners-Lee.

Fonte: FNDC

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A internet entre os oligopólios e os nichos

Por Carlos Castilho

Pouco mais de uma década depois de alimentar esperanças e utopias, a rede mundial de computadores está entrando numa fase sombria que será marcada por uma guerra implacável entre grandes empresas e um esforço hercúleo de iniciativas locais e hiperlocais para obter sustentabilidade financeira.

Esta foi a impressão dominante entre os participantes da sétima Conferência Web 2.0, criada em 2004 e considerada o principal termômetro de tendências na internet. Para os veteranos da web, entre eles Tim O’Reilly, criador da conferência, a possibilidade de uma guinada radical na web tornou-se assustadoramente presente.

A conseqüência mais mencionada na web 2.0 é uma previsível redução no ritmo da inovação e uma ênfase maior na competição feroz, quando o crescimento das grandes empresas será feito mais à base da compra de empresas menores do que na criatividade interna.

A guinada seria materializada por consolidação de duas tendências:

1) Uma concorrência brutal entre os gigantes da web como Google, Facebook, Apple, Microsoft e Amazon pelo controle cada vez maior de serviços, formando oligopólios cada vez mais poderosos. A tendência está confirmada pelo contínuo expansionismo de empresas como a Google, Facebook e Apple em direção a segmentos como webTV, telefonia celular, internet móvel, vídeos por encomenda e comércio eletrônico.

2) O aumento da segmentação de iniciativas de pequenos e médios empreendedores e criadores visando a exploração de nichos de consumidores e público em geral por meio da publicidade boca a boca.

São duas estratégias bem diferentes e usando métodos opostos. Enquanto as grandes empresas usam o seu peso político e econômico para disputar posições hegemônicas cientes de que não podem deixar espaços para concorrentes, o segmento dos nichos usa a colaboração e a descentralização para desenvolver serviços que muito provavelmente acabarão sendo comprados pelos grandes, numa versão digital do canibalismo corporativo do final do século 20.

Há elementos interessantes nesta competição entre os oligopólios e os nichos. Na guerra entre as grandes empresas não há espaço para acordos, pelo menos por enquanto. Google, Facebook e Apple estão movidas pela lógica da concentração porque seus projetos corporativos estão associados à convergência de serviços.

É cada vez mais difícil separar áreas como telefonia, mensagens, dados e vídeo. Quem domina uma área é levado a dominar também as outras porque deixar espaços para a concorrência significa permitir brechas que poderão ser exploradas pelos adversários, já que a lógica da convergência empurra todas as grandes empresas da web para a mesma direção.

Na era do capitalismo analógico e industrial era possível dividir mercados para evitar uma guerra comercial, mas na era da digitalização e da informação esta repartição é improvável porque teria que se basear na colaboração, e não em meros acordos de não agressão. Está na cara que vai ser muito difícil a Google colaborar com a Apple em qualquer área da web.

Por seu lado, os pequenos empreendedores têm diante de si duas possibilidades: o desenvolvimento independente, o que significa apostar na colaboração e cooperação; ou trabalhar isoladamente esperando ser comprados por alguma grande empresa, como tem acontecido com freqüência cada vez maior.

É obvio que prever um desenlace é coisa para bola de cristal. Mas há uma pequena grande diferença no quadro atual, se comparado com o predominante no século passado, antes da revolução tecnológica. A possibilidade dos pequenos criarem redes colaborativas para desenvolverem projetos é muito maior do que no passado, porque a internet permite a integração de mercados. A diferença pode vir por aí. É a grande esperança de que não tenhamos mais do mesmo na era digital.

A mesma análise aplica-se ao setor da imprensa online, com a crescente concorrência entre os grandes grupos midiáticos, como já acontece na Europa e Estados Unidos, por um lado, enquanto do outro multiplicam-se os blogs e projetos comunitários baseados na produção colaborativa de informações.

Fonte: Observatória da Imprensa

Na Indonésia ajuda a refugiados vem pelo Twitter

Redação Estadão

Os indonésios estão usando o Twitter para driblar a lenta reação do governo para ajudar as vítimas dos desastres naturais, depois de um tsunami e de erupções vulcânicas terem saturado a capacidade de assistência do extenso arquipélago.

O país do sudeste asiático, formado por 17 mil ilhas, em que o transporte já é difícil nas melhores condições, sofreu com um tsunami, terremotos, inundações e erupções vulcânicas que ocorreram no intervalo de poucas semanas no mês passado, e o número de mortos continua aumentando.

A organização de uma assistência efetiva tem sido um desafio para as autoridades nas áreas mais remotas ou onde a infraestrutura foi destruída pelas ondas gigantes ou pelas nuvens de cinzas.

Mas quando um grupo de uma comunidade próxima ao vulcão Merapi, cuja erupção deixou mais 300 mortos, enviou uma mensagem no Twitter dizendo que a comida estava sendo amontoada sem veículos para transportá-la, mas de uma dezena de automóveis de voluntários chegou ao lugar em 10 minutos para fazer a entrega.

“Foi tão rápido que quase não acreditei”, disse Akmad Nasir, da Jlin Merapi (União Merapi), uma rede de informações criada pelas comunidades locais que vivem ao pé do monte Merapi, na ilha de Java.

Lançada em 2006 como uma rádio comunitária para controlar a atividade do vulcão, Jalin Merapi tem reunido 700 voluntário para ajudar os refúgios que não podem receber ajuda do governo. Os voluntários reportam pelo Twitter quais as necessidades específicas dos habitantes.

O número de indonésios que usam a rede social se multiplicou em um ano. Cerca de 21% dos internautas da Indonésia visitaram o site em junho de acordo com a empresa de pesquisa ComScore, a maior proporção no mundo, comparado aos 12% dos internautas dos EUA que acessam o Twitter.

O país, em que 45% dos 240 milhões de habitantes tem menos de 25 anos, é também o terceiro maior no Facebook.

Sutopo Purwo Nugroho, diretor de redução de risco de catástrofes na Agência Nacional de Redução de Desastres, disse que o governo estabeleceu sistemas de comunicação com os voluntários e soldados, mas não teria capacidade para atender todos os 700 centros de refugiados ao redor do monte Merapi.

“Os pequenos refúgios muitas vezes passam por problemas de distribuição de ajuda. Dividir a assistência aos 700 refúgios é difícil, quase impossível”, disse ele à Reuters.

Mais de 200 mil pessoas desalojadas estão em refúgios desde que o vulcão começou a lançar cinzas e lava no fim de outubro.

Fonte: Estadão

sábado, 20 de novembro de 2010

Com casa lotada, "CEPOS Debates" discute telenovela na contemporaneidade

Por Diego Costa*

Cerca de 120 alunos prestigiaram o evento

No último dia 25, o Grupo de Pesquisa CEPOS promoveu o "CEPOS Debates", com o tema “Narrativas Contemporâneas na Televisão e no Cinema”. Com a participação dos professores Andres Kalikoske, Maria Luiza Cardinale e Lisiane Cohen, o debate ocorreu às 20 horas nas dependências do curso de Ciências Jurídicas, sala 4A300.

Kalikoske relatou a história da televisão no Brasil, detacando o papel das telenovelas no desenvolvimento de um padrão tecno-estético para as emissoras que as exibem. Comentou ainda a importância do advento do vídeo-teipe, responsável pela exportação do produto nacional a territórios transnacionais.

Com cera de 120 alunos presentes, estudantes dos três cursos de Comunicação (Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas) interagiram com os professores. Após a exposição de Kalikoske, surgiram diversos pedidos a respeito dos vídeos de telenovelas exibidos durante a palestra.

Para aqueles que desejam saber mais, basta acessar o sítio do Núcleo de Análise da Teledramaturgia, no sítio www.grupocepos.net/nat. Vinculado ao Grupo de Pesquisa CEPOS da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, o núcleo disponibiliza auxílio aos alunos que estão realizando trabalhos de conclusão ou pesquisas em geral sobre telenovelas.

* Estudante de Comunicação Social - Jornalismo na UNISINOS e membro do Grupo de Pesquisa CEPOS.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

RECIIS v4 - Políticas de Comunicação, Democracia e Cidadania

O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), apresenta neste mês de novembro a edição de número 4 da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (RECIIS).

Suplemento deste volume trata-se de Políticas de Comunicação, Democracia e Cidadania, com editorial de Rodrigo Murtinho, Pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde (Laces).

Entre os artigos apresentados estão os originais:

- Para regulamentar as Comunicações em regime público: Discutindo o novo cenário normativo em regime de convergência - Marcos Dantas.

- Possibilidade de uma nova agenda para as políticas de comunicação na América Latina - Murilo César Ramos.

- Liberdade, diversidade e controle na internet - Sérgio Amadeu da Silveira.

- As iniciativas da sociedade civil para dar rumo democráticos políticas de comunicação no Brasil - Bia Barbosa, João Brant.

- Tomando posição: uma análise política da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) - Valério Cruz Brittos, Bruno Lima Rocha, Paola Madeira Nazário.

- Comunica o no Brasil: o que temos e o que queremos - Wilma Madeira.

- Controle social e regulação da propaganda de medicamentos - lvaro César Nascimento, Fernanda Affonso de Paula.

- Controle social e regulação da publicidade infantil: O caso da comunicação mercadológica de alimentos voltada às crianças brasileiras - Isabella Vieira Machado Henriques.

- Observatórios de mídia como instrumentos para (da) democracia - Edgard Rebou as, Patrícia Cunha.

Artigo de Revisão:

- O modelo brasileiro de regulação do audiovisual em perspectiva histórica - César Ricardo Siqueira Bolaño.

Ensaios:

- O processo de controle democrático da comunica o na Argentina - Santiago Marino, Guillermo Mastrini, Martín Becerra.

- Conectividade plena para todos: um desafio mundial - Carlos A. Afonso.

Resenha:

- Mutaçoes do visível: da comunicação de massa comunicação em rede, de Denis Moraes - Igor Sacramento.

Novas escrituras e mediações em saúde:

- Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de C , de Silvio Tendler - Christovam Barcellos, Mauricio Monken.

- Políticas de saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde, de Renato Tapajós - Aurea Maria da Rocha Pitta.

Mais informações pelo portal: www.icict.fiocruz.br

Ativista chinesa é condenada a um ano de trabalho forçado por mensagem no Twitter

Redação Portal IMPRENSA

Autoridades da China condenaram a ativista de direitos humanos chinesa, Cheng Jianping, a passar um ano em um campo de trabalho forçado por ter enviado uma mensagem em seu perfil no Twitter, em que ironizava a onda de protestos no país contra a presença do Japão na Expo Xangai. Cheng foi acusada de perturbação da ordem social, e passará por um período de "reeducação por meio do trabalho".


Segundo informou a organização não-governamental (ONG) Anistia Internacional, Cheng havia "retuitado" uma mensagem de seu namorado, Hua Chunhui, em que ele ironizava os movimentos antijaponeses que acontecem no país desde setembro, e dizia que os manifestantes deveriam destruir o estande do Japão na Expo Xangai para "provocar o inimigo". A chinesa também publicou outro tweet, como se convocasse seus compatriotas. "Ataque, juventude raivosa".

A chinesa havia desaparecido dez dias depois de ter postado a mensagem no Twitter, no dia em que iria se casar, e reapareceu na última segunda-feira (15), data em que foi condenada. Para o diretor da ONG na Ásia, Sam Zarifi, a sentença aplicada pela China à ativista mostra o quanto o país reprime as publicações online. "Sentenciar alguém a um ano num campo de trabalho, sem julgamento, só por repetir observação claramente satírica de outra pessoa no Twitter revela o nível de repressão on-line na China", disse.

Já o namorado de Cheng informou que a ativista havia assinado um abaixo-assinado que pede a libertação do ganhador do Nobel da Paz, o dissidente chinês Liu Xiaobo, condenado a 11 anos. Para Chunhui, a sentença aplicada à chinesa poderia ser uma forma de puni-la por apoiar Xiaobo.

O microblog é um dos sites bloqueados pelo governo chinês, mas alguns internautas conseguem burlar a censura. Cheng já havia sido detida por cinco dias em agosto, após manifestar apoio ao vencedor do Nobel, que defende a liberdade de expressão e o uso de meios de comunicação eletrônicos, como a Internet, para acabar com a censura no país. Até o momento, as autoridades judiciais da China não comentaram o caso.

Em setembro, o governo chinês impediu a circulação da revista literária Coro de Solistas, editada pelo escritor chinês Han Han, e que é considerado o blogueiro mais lido mundo. As autoridades do país alegaram que a publicação não possuía uma licença específica para circular na China.

Fonte: Portal IMPRENSA


Para 45% dos internautas brasileiros, redes sociais substituem portais de notícias

Por Izabela Vasconcelos

Uma pesquisa realizada pelo Ibope Mídia revela que 45% dos internautas brasileiros consideram que as redes sociais substituem as informações dos portais de notícias. Para 60%, as redes sociais oferecem toda a informação necessária para se manter atualizado. O estudo “ Many-to-many- o fenômeno das redes sociais no Brasil ” foi feito em setembro e divulgado na última semana. O Ibope ouviu mais de oito mil pessoas, em onze regiões metropolitanas do Brasil.

Otimização de tempo
Para Juliana Sawaia, gerente de Inteligência de Mercado do Ibope Mídia, o resultado não vai contra os portais, já que muitas das informações transmitidas pelas redes partem dos próprios sites noticiosos. “A maioria das matérias postadas nas redes são provenientes de algum outro site, portais, blogs, fóruns etc, e muitos veículos de comunicação já possuem páginas e perfis nas Redes. Com essa opção os usuários seguem os assuntos que efetivamente lhes interessam, otimizando o seu tempo em vez de irem diretamente a sites específicos”, avalia.

Informação e relacionamento
Para a gerente do Ibope, o relacionamento nas redes é importante nesse contexto, porque os internautas tendem a buscar com mais frequência as informações de seus contatos. “Um outro fator a ser analisado é que esse fenômeno das Redes fortalece o laço das pessoas que participam dela. Portanto, a tendência é que cada um confie mais nas informações dos seus “contatos” e que busque por elas mais frequentemente do que em um portal de notícia por exemplo”.

Portais x grau de instrução
Apesar de 45% dos internautas considerarem que as redes substituem os portais de notícias, essa aceitação cai gradativamente conforme o grau de instrução do entrevistado, e chega a 22% das pessoas que possuem nível superior. “É interessante ver que quanto maior o grau de instrução, menor é essa dependência das redes”, explica a especialista.

O estudo também mostra que o Orkut é acessado por 91% dos internautas brasileiros, o Facebook por 14%, Twitter 13%, MySpace 2% e Sonico 1%. Desses entrevistados, 74% preferem seguir amigos e familiares, 60% celebridades e artistas, 35% jornalistas e sites de notícias, 26% empresas e profissionais relacionados ao trabalho e 18% empresas/produtos que consomem.

Fonte: Comunique-se

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Seminário no StudioClio no próximo dia 27, à tarde, discutirá a televisão e a rádio públicas

O evento, aberto à comunidade em geral, é organizado pelos funcionários da Fundação Cultural Piratini e tem apoio dos Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas do Estado

Refletir sobre a identidade, o papel social e os principais aspectos na contemporaneidade de uma televisão e uma rádio públicas, além de ter depoimentos de profissionais envolvidos neste processo, é a intenção do Seminário TV e Rádio Públicas que ocorre dia 27 de novembro, sábado, das 14h às 18h, no StudioClio (Rua José do Patrocínio, 698), em Porto Alegre, e com entrada franca. O tema será abordado por reconhecidos profissionais e professores da área de Comunicação Social como a professora de Minas Gerais, Maria Regina de Paula Mota, além dos professores gaúchos Valério Cruz Brittos, Maria Clara Aquino, Pedro Osório e com mediação de Francisco Marshall.

A iniciativa dos funcionários da TVE/FM Cultura - Fundação Cultural Piratini Rádio e Televisão que tem o apoio do Studio Clio, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do RS busca, ainda, através deste seminário, compreender processos conceituais específicos dentro da dinâmica destes tipos de veículos de comunicação e enfrentados na atualidade – desde conteúdo da programação até o uso das novas tecnologias, passando por questões-chave como a ingerência de governos junto as televisões e rádios públicas ou ainda conhecer novas propostas de atuação neste campo cultural em particular.

Aberto a todos os interessados, o seminário contará com pequenas palestras de cinco convidados com duração de aproximadamente 20 minutos cada uma e posterior discussão com a platéia.

Serão os seguintes os temas abordados durante o seminário:

“Comunicação e Democracia no Espaço Público: Fundamento Histórico” pelo professor-doutor em História, da UFRGS, Francisco Marshall, um dos idealizadores do StudioClio; “Conceito de TV e Rádio Públicas” pelo professor-doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da Unisinos, Valério Cruz Brittos, que também é consultor da Rede de Economia Política das Tecnologias da Informação e da Comunicação (EPTIC) e vice-presidente da Unión Latina de Economía Política de la Información, la Comunicación y la Cultura (ULEPICC-Federação); “Convergência na Contemporaneidade”, pela professora da ULBRA e doutoranda pela UFRGS, Maria Clara Aquino; “Conteúdo para televisão na perspectiva da digitalização e dos novos formatos”, pela professora-doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, Maria Regina de Paula Mota, que também tem pós-doutorado em Cinema brasileiro realizado na ECA/USP e atua como professora na Universidade Federal de Minas Gerais; e ainda haverá a apresentação do tema “TVE/RS e FM Cultura – Fundamento Histórico e Papel do Conselho Deliberativo”, pelo professor da Unisinos e doutorando em Ciência Política pela UFRGS, Pedro Luiz da Silveira Osório, atual presidente do Conselho Fundação Piratini/RS.

Aos interessados em participar do seminário é sugerida, devida a limitação de assentos, inscrição prévia pelo email clio@studioclio.com.br .

O endereço do StudioClio é Rua José do Patrocínio, 698, em Porto Alegre. O telefone é (51) 3254.7200.

Visite http://forumtve.blogspot.com .

Para entrevistas sobre o seminário contatar com Alexandre Leboutte, representante dos funcionários da Fundação Cultural Piratini, através do telefone 51-9214.5790.

Marco Civil da Internet deve ser entregue ao Congresso até dezembro

Redação Telesíntese

Os três ministérios que precisavam referendar o texto do projeto de lei do Marco Civil da Internet no Brasil -- Ciência e Tecnologia, Comunicações e Planejamento -- já o fizeram. O texto final do projeto -- resultado de um processo de consulta pública na rede -- vai incorporar definições, principalmente técnicas, sugeridas pelos ministérios. Depois de validado pela Casa Civil, o projeto de lei estará pronto para ser enviado ao Congresso, pelo presidente, e a expectativa é que isso aconteça até dezembro.

O projeto de lei do Marco Civil da Internet visa definir direitos e responsabilidades relativas ao uso de meios digitais no Brasil. Vai na contramão do Projeto de Lei Azeredo, que antes de estabelecer direitos visa definir crimes e penalidades relativas ao uso da rede.

De acordo com Guilherme Almeida, chefe de gabinete da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, é interessante que os dois projetos tramitem juntos na Câmara, porque isso possibilita o debate sobre a internet em seus múltiplos aspectos, e não apenas o criminal, "que representa uma porção ínfima do mundo digital". O debate sobre direitos e responsabilidades, explica ele, deve ser feito à luz de valores estabelecidos pelo Marco Civil, "uma espécie da Constituição para a internet no Brasil".

Almeida alerta os ativistas defensores de direitos civis na rede, no entanto, para o fato de que há uma demanda pela definição do que são crimes na internet e suas penalidades. "Seremos cobrados a dizer o que deveria ser coibido na rede, e precisamos pensar em como fazer isso sem ferir a liberdade de expressão, o uso de redes abertas, o uso de lan houses", avalia ele. Almeida participou do debate sobre o Marco Civil da Internet no Brasil durante o Fórum Brasileiro da Cultura Digital, que se realiza em São Paulo.

Fonte: Telesíntese

Após sete anos de prisão domiciliar, ativista Suu Kyi estreia na internet

Redação Folha.com

A líder do movimento democrático birmanês, Aung San Suu Kyi, começou a usar a internet após ter vivido apegada a um rádio durante sete anos e meio de prisão domiciliar e já pensa em criar uma rede social para impulsionar a democracia em Mianmar.

Utilizando a internet pela primeira vez nesta quarta-feira, Suu Kyi entrou em contato com várias pessoas no exterior e propôs uma conferência online com os diversos partidos políticos e as minorias étnicas.

Com o acesso à internet, a ativista quer iniciar um processo de democratização e reconciliação nacional sem ter de pedir o aval das autoridades para a reunião ou o deslocamento dos participantes.

A internet e os diversos aplicativos nos telefones celulares chamaram a atenção de Suu Kyi, que durante os últimos anos se informava das notícias nacionais e internacionais através do rádio em sua casa em Yangun.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 manifestou na segunda-feira passada, dois dias após ser libertada, que solicitará permissão ao regime militar para ter conexão à rede em seu domicílio.

Na frente política, os advogados de Suu Kyi argumentaram nesta quinta-feira perante a Corte Suprema que a Comissão Eleitoral infringiu a lei ao dissolver a Liga Nacional pela Democracia (LND) - partido da dissidente.

A prisão domiciliar da principal opositora do país e a dissolução da LND fizeram parte do plano do regime presidido pelo general Than Shwe para garantir a vitória do partido oficial nas eleições parlamentares realizada no dia 7 de novembro.

A última vez que os generais permitiram eleições, em 1990, o partido perdeu estrondosamente para Suu Kyi e sua legenda.

Mianmar é governada por um regime militar desde o golpe de Estado do general Ne Win, em 1962.

Fonte: Folha.com

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EUA veem ameaça de ataque cibernético no futuro

Redação Terra

Os Estados Unidos enfrentarão uma grande ameaça das cibertecnologias no futuro, o que exigirá coordenação entre setores civis e militares para proteger redes de um ataque, afirmou o secretário de Defesa Robet Gates nesta terça-feira.

"Creio que há uma grande ameaça futura. E há uma considerável ameaça atualmente", disse Gates durante evento do Wall Street Journal. "E é essa a realidade que nós todos enfrentamos".

O Departamento de Defesa dos EUA estima que mais de 100 organizações de inteligência estrangeiras já tentaram hackear o acesso às redes do país. Todos os anos, também são hackeados dados de agências do governo, de empresas e de universidades, segundo autoridades.

Os principais fornecedores do Pentágono - incluindo Lockheed Martin, Boeing e Northrop Grumman - estão investindo no crescente mercado global de cibertecnologia, estimado em até US$ 140 bilhões por ano. Gates afirmou que o exército norte-americano já progrediu significativamente na proteção de seus sites e trabalha com parceiros do setor privado para incluí-los na iniciativa.

Entretanto, como permitir que o conhecimento do Pentágono seja aplicado para proteger a infraestrutura doméstica pode ser uma questão complicada por razões legais, que incluem preocupações com liberdades civis.

"O ponto-chave é que a única defesa que os EUA têm contra outros países e possíveis ameaças no ambiente cibernético é a Agência Nacional de Segurança", disse Gates, referindo-se à unidade do Departamento de Defesa que protege informações e redes de segurança nacional e intercepta comunicações externas.

Fonte: Terra

Parceria Brasil/Cuba resulta em animação em 3D

Redação AdNews

O Ministério da Cultura do Brasil, por meio da Secretaria do Audiovisual, e o Ministério da Cultura de Cuba, assinaram em 2009, um termo de cooperação artística e técnica em animação para a infância, que resultou no curta-metragem Caminho das Gaivotas. O vídeo será lançado em dezembro deste ano, no Festival Internacional de Cinema de Havana, como o primeiro curta de animação em 3D stereo da série animada Histórias de Coração.

O público poderá acompanhar o dia-a-dia da produção, relatos de experiências, o diálogo entre as equipes, as produções, as contribuições dos especialistas, os dilemas e os desafios, por meio do blog da iniciativa.

À frente do O Caminho das Gaivotas está uma equipe formada por profissionais da área de animação, design, comunicação, educação e psicologia. Equipe que já participou de outras propostas – individuais e institucionais – de políticas públicas com foco em animação e na infância, formada por profissionais de dois países: Brasil e Cuba.

A iniciativa tem por objetivo experimentar, possibilitar e promover uma linha de produção que coadune anseios e desejos de uma política pública voltada para a qualificação da animação brasileira e de Cuba, no que diz respeito à produção voltada para a infância.

Fonte: AdNews