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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Globo quer brigar por UFC


A Globo ficou incomodada com a perda da liderança por 14 minutos para a transmissão do UFC no sábado, 27. Segundo executivos da RedeTV!, que exibiu as lutas, a emissora líder em audiência já apresenta interesse na disputa dos direitos das rodadas de 2012, informa o blog do Daniel Castro.

Desde 2010 a Globo estuda mostrar o campeonato. Alguns setores da emissora defendem que videotapes sejam exibidos no Corujão do Esporte, transmitido na madrugada de sexta para sábado.

No ano que vem, o UFC pode chegar a quatro edições, o que incentiva mais ainda mais a disputa. Serão duas no primeiro semestre e duas no segundo.

O contrato da RedeTV! termina em dezembro, mas as negociações para renovações de contrato já começaram. Amilcare Dallevo Jr. jantou na semana passada com Dana White, presidente do UFC. A preferência é da Rede TV!, que pode cobrir uma proposta da Globo.

Por outro lado, uma parceria com a Globo daria mais visibilidade à luta e isso interessa aos organizadores. Além disso, as quatro rodadas têm direitos de exibição mais caros.

Fonte: Adnews

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Campanha pede boicote à Globo por um dia

Uma mobilização promovida por meio do Facebook convoca os brasileiros a boicotarem a Rede Globo por um dia. A campanha tem mais de 21 mil pessoas convidadas, sendo que pelo menos 4,2 mil confirmaram participação (confira).

A ação está marcada para acontecer no dia 29 de agosto, uma segunda-feira. Na ocasião, os envolvidos prometem postar uma "bateria de reclamações coletivas na página da Rede Globo, na aba ‘críticas’".

O intuito do "Um dia sem Rede Globo", conforme explica o criador da página, Samuel Quintans, é "mostrar pra Rede Globo quem depende de quem". "A única maneira de termos uma TV de qualidade é mexendo na sua audiência", diz.

"No dia 29/08/2011, quem estiver participando deverá também postar uma crítica a algum de seus programas (coisa não muito difícil de ser feita)", afirma Quintans. "Para que tenha efeito, é necessário o maior número de pessoas reclamando ao mesmo tempo."

Além do Facebook, os participantes também usarão o Twitter para protestar. As reclamações acerca do canal líder de audiência deverão ser postadas com a hashtag #desligaglobo.

Fonte: Adnews

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Muu mistura TV e internet e oferece programação da Globosat

Por Leo Martins

A relação internet e TV ainda precisa evoluir — ambos precisam se entender e saber quem manda no quê, onde cada um é melhor e decidir de uma vez se realmente aplicativos em televisores são o futuro da humanidade. Várias empresas vão tentando explorar novos caminhos no assunto, e aNet deu mais um passo recentemente: hora de levar a TV para internet de forma mais completa e inteligente. Surge assim o Muu.

O Muu é uma parceria da Net com a Globosat e a proposta é bem simples: levar o conteúdo dos canais Globo para a internet — desde que você seja assinante da Net, claro. Ou seja, há uma série de filmes, seriados (nacionais e americanos) e shows. No bolo, há conteúdo dos canais SporTV, Universal Channel, Multishow e um ou outro filme da grade do Telecine. A ideia é aumentar as possibilidades de acesso ao conteúdo, indo além da telona que fica na sala.

Segundo a Net e a Globo, há 1.400 horas de conteúdo disponível no Muu em seu lançamento. O site recomenda conexão de pelo menos 1 Mbps, tela com resolução de 1024×768 pixels e navegadores mais atuais. Para usá-lo, é preciso fazer cadastro nos moldes da Globo.com e ainda estar com o número de assinante em mãos para entrar de vez na brincadeira. E aí? Mais conteúdo disponível na internet pode ser fator decisivo na hora de escolher a operadora de TV a cabo?

Fonte: Gizmodo Brasil

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Organizações Globo abrem-se ao debate

Por Alberto Dines

Oportuna e sugestiva a publicação – ou republicação – da Declaração de Princípios das Organizações Globo no último fim de semana (O Globo e Época).

A crise de identidade que assola globalmente a indústria, suas precipitações, vacilações e, agora, a lama que Rupert Murdoch jogou no ventilador, impõem algum tipo exposição – ou expiação – mesmo naqueles que não compactuam com suas idéias e métodos.

A imprensa que legitimamente exige tantas explicações deve dispor-se a oferecê-las. Esta mutualidade dá credibilidade à relação dos veículos jornalísticos com os respectivos públicos. O leitor/espectador deixa a sua condição passiva para tornar-se observador.

A partir do momento em que a Associação Nacional de Jornais (ANJ) assumiu o compromisso público de adotar algum tipo de autorregulação, e diante do vexame que a entidade autorreguladora do Reino Unido ofereceu à opinião pública mundial como cúmplice dos ilícitos praticados pelo News of the World, esse exercício de auto-análise propiciado pela maior empresa jornalística do país deve ser saudado. E entendido como passo inicial de um salutar processo de transparência.

Conceito ausente

O documento, além de longo, é ambíguo: em alguns momentos defende princípios e valores, em outros se revela indeciso em questões cruciais, inclusive no tocante à definição da sua própria razão de ser. A “breve definição de jornalismo” é imensa, imprecisa, antiquada e maçante. Jornalismo é algo vivo, eletrizante; se a sua definição não consegue ter os mesmos atributos algo está errado – na ontologia ou na formulação.

Partes dele nada têm a ver com princípios editoriais ou profissionais: são normas funcionais preparadas por especialistas em Recursos Humanos. Na seção II afirma-se em certo momento que as Organizações Globo não relativiza seus rígidos compromissos com o público. Mais adiante, porém, admite que “cenas chocantes receberão o tratamento devido de acordo com as características do público-alvo”. Será isso uma preparação para as inevitáveis concessões à Sua Majestade, a classe C?

Na seção III, onde se examinam os valores defendidos pelas Organizações Globo, está dito que estas são laicas. Não são. Este observador dispõe-se a prová-lo, desde que no espaço ou tempo da sua qualificada veiculação. Neste Observatório esta questão tem sido tratada pelo menos desde 2008.

O que nos remete à seção I, item “Isenção”, parágrafo “d”, onde está dito de maneira cabal e insofismável: “Não pode haver assuntos tabus”.

O importante, transcendental, é que as Organizações Globo acenderam o sinal verde para o debate. Mesmo que a palavra “pluralismo” não tenha aparecido ao ser acionado o mecanismo de busca.

Fonte: Observatório da Imprensa


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Globo pede exclusão de seus vídeos do Youtube

Globo e Google fizeram uma parceria que resultará na exclusão de todo o conteúdo da emissora que está ilegalmente no Youtube. A princípio, segundo o colunista do Agora Alberto Pereira Jr., as empresas miram capítulos da recém-estreada "O Astro" e da novela das nove, "Insensato Coração".

O Google faz uso da ferramenta Finger Print para caçar constantemente os vídeos e, assim, retirá-los do ar. À coluna, a assessoria do canal defendeu a postura, pois afirma que "ao adotar a ferramenta, a Globo objetiva defender os direitos autorais sobre suas produções".

A assessoria salientou, ainda, que a Globo já transmite suas atrações pela internet.

Fonte: Adnews

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Globo encerra briga pelo Brasileirão

Venceu na segunda-feira, 27, o prazo para que a RedeTV! pagasse ao Clube dos 13 os R$ 1.548 bilhão pelo triênio 2012-2014 do Campeonato Brasileiro. Como não houve depósito, executivos da Globo deram o caso como encerrado.

De acordo com o Painel FC, da Folha de S.Paulo, a líder de audiência considera ter vencido a disputa, ou seja, valem as conversas individuais com os clubes. "Na Globo, a interpretação é a de que o não depósito esvazia totalmente eventual tentativa de questionamento na Justiça", afirma a coluna.

Por outro lado, a RedeTV! teria encontrado um entrave e por isso resolveu não pagar. Como o próprio C13 notificou a emissora dando ganho de causa à Globo, a interpretação era que não havia como depositar o valor.

Fonte: Adnews

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Globo muda telejornal para tentar salvar ibope e atrair classe C

Por Ricardo Feltrin

A reviravolta das cadeiras que a Central Globo de Jornalismo promoveu em seus telejornais matinais e vespertinos, anunciada ontem pela Folha, tem dois motivos: estancar a perda de participação dos programas em número de TVs ligadas (share) e, mais ainda, popularizar esses produtos de forma a atrair a agora cobiçada classe C.

Para tanto, a emissora agora colocou na bancada Chico Pinheiro, cujo perfil é considerado mais popular, para suceder Renato Machado. Também incluiu nas edições um comentarista policial (Rodrigo Pimentel), e vem priorizando pautas e notícias que atendam também ao interesse da população de baixa renda. O "Bom Dia Brasil" que Machado ancorou nos últimos 15 anos foi considerado elitista demais para o público C. Machado agora será correspondente da Globo em Londres.

Levantamento de audiência desde 2003 mostra que esse telejornal estagnou em ibope, mas perdeu mais de uma em cada cinco TVs ligadas nesse mesmo período. Ou seja, um em cada cinco domicílios pararam de assistir ao jornal matinal da Globo, que é exibido em rede nacional. A mobilização da Globo se deve ao fato de que, a despeito do share cair, o número de TVs ligadas aumentou mais de 50% entre 2003 e 2011 --de 16% para 24%.

A melhoria e avanço da economia nacional e das classes mais desfavorecidas fez com que mais pessoas comprassem TVs nos últimos anos; mais pessoas passaram a assistir jornais matinais na TV, mas, mesmo assim, esse novo público não está sintonizando a Globo.

"Share" é a porcentagem de TVs assistindo a um programa dentro do universo de TV's ligadas. Em 2003, mais da metade das TVs ligadas pela manhã na Grande São Paulo (52,3%) assistiam todos os dias ao "Bom Dia Brasil". Este ano, até o último dia 17, esse índice caiu para 37,2%.

O início da crise no "BDB" da Globo ocorre justamente após 2003, quando a Record estreia o "Fala Brasil" em versão jornalística. Até então o programa era uma espécie de revista eletrônica de amenidades.

Desde que virou telejornal, o "Fala Brasil da Record cresceu mais de 450% no ibope: de 1,1 ponto para 6,1 pontos. O share também cresceu de forma notável, de 6,5% oito anos atrás para 25,3%, crescimento de 289%

Outras emissoras também foram abaladas pela concorrência da Record, especialmente o SBT, que perdeu um quarto do ibope e quase metade do share desde 2003.

Fonte: Folha.com

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Globo terá matérias feitas por telespectadores

Em mais uma atitude que visa estreitar relações com a classe C, a Globo levará para São Paulo o "Parceiro do SP", pelo qual os próprios telespectadores passarão a produzir conteúdo para o telejornal SPTV. Ao todo, 14 pessoas de sete regiões farão coberturas locais, passando informações sobre seus próprios bairros. Moradores com níveis diferentes de instrução e classe social poderão se inscrever a partir da próxima semana, de acordo com o Comunique-se.

O projeto começou no Rio de Janeiro com o RJTV e, depois de São Paulo, irá também ao Distrito Federal. "O ‘Parceiro do SP’ vai estreitar ainda mais a relação do SPTV com a comunidade, trazer os detalhes sobre assuntos importantes de cada região, os temas que mais mobilizam os moradores e revelar para nós um olhar que só quem vive no lugar pode ter", explicou Cristina Piasentini, diretora de jornalismo da TV Globo São Paulo.

Na capital paulista, as inscrições estarão abertas entre 6 e 12 de junho pelo site do SPTV. Os interessados têm de ser maiores de 18 anos, com ensino médio completo e ser morador de Diadema, Franco da Rocha, Freguesia do Ó, Guarulhos, M’Boi Mirim, Osasco ou São Miguel Paulista.

Para conseguir a vaga os candidatos serão avaliados em português, conhecimentos gerais, raciocínio lógico e redação, e passarão ainda por dinâmicas em grupo. Serão jornalistas da emissora que acompanharão o processo e, depois da escolha, os finalistas passarão por um curso sobre técnicas jornalísticas.

Em maio, o Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado do Rio de Janeiro (Arfoc) questionaram a Globo por causa do projeto, que seria uma tentativa de precarizar o mercado. Mas a emissora respondeu que não houve redução do quadro de funcionários e que todo o trabalho é coordenado por jornalistas.

Fonte: Adnews

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Record bate Globo pela primeira vez durante a manhã

Por Redação Adnews

A Record atingiu ontem, 17, o topo do Ibope no período da manhã (das 6 h às 12 h) pela primeira vez, desde quando as medições de audiência da TV aberta começaram. A emissora marcou 6,9 pontos contra 6,3 da Globo e 5,9 no SBT.

Os dados foram apurados da medição prévia minuto-a-minuto, e foram calculados pela reportagem da Folha de São Paulo. O número exato ainda será divulgado pelo ibope, mas a Record já comemora a conquista.

Na frente do "Bom Dia São Paulo", da Globo, o "SP no Ar" venceu das 7h15 às 8h40 (7,8 a 7,5). Durante a transição do "SP no Ar" para o "Fala Brasil", a diferença foi de 11 (Record) para 6 (Globo). O “Fala Brasil” também manteve a liderança das 8h40 e 9h35 sobre o programa de Ana Maria Braga, diferença de 10 x 6. No mesmo período o SBT registrou 7 pontos.

O "Hoje em Dia" ficou um ponto na frente da Globo, com 8 x 7. O programa ultrapassou o "Mais Você", o "Bem Estar" e a "TV Globinho". No mesmo período, a Globo empatou com o SBT.

Com informações de Ricardo Feltrin para a Folha.com

Fonte: Adnews

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Globo estreia TV ao vivo em ônibus

Por: Redação Adnews

O conteúdo passa a seguir cada vez mais o público que passa horas fora de casa. De olho nisso, a rede Globo começou a exibir programação ao vivo em televisores dos ônibus de Brasília. A primeira contemplada foi a linha que liga o aeroporto da capital ao Planalto, onde circulam cerca de 1 milhão de pessoas. Outros locais também receberão a tecnologia.

A emissora mantém desde 2009 o serviço com a Bus Mídia. No Rio de Janeiro e São Paulo, são transmitidos resumos de programas gravados.

A regulamentação para se exibir conteúdo ao vivo nos ônibus saiu também em agosto de 2009. À época, a emissora chegou a lançar um programa diário antes da regulamentação, mas teve a exibição interrompida porque o material tinha de ser aprovado pelos técnicos da SPTrans com antecedência.

Com informações de Keila Jimenez para a Folha de São Paulo

Fonte: Adnews

terça-feira, 10 de maio de 2011

Nem melhor nem pior que as novelas da Globo

Por: Valério Cruz Brittos e Andres Kalikoske

Produzida pelo SBT, Amor e Revolução é a primeira telenovela brasileira que – tardiamente – explora o regime militar em sua temática central. Não obstante o casal de protagonistas tenha sido batizado com nomes bíblicos (Maria e José) e sobrenomes sugestivos à sua trajetória (Paixão e Guerra), o produto é diferenciado e merece atenção especial. Sua distinção começa pelo roteiro, que, ao contrário da tradição da emissora de Silvio Santos de privilegiar textos transnacionais, é um original de Tiago Santiago, com colaboração de Renata Dias Gomes e Miguel Paiva. A direção também foi adequadamente escolhida, sendo seu responsável o experiente Reynaldo Boury, que durante anos atuou na Globo.

Ao contrário de sua antecessora, Uma Rosa com Amor, que foi ao ar com 100 capítulos gravados, Amor e Revolução estreou com uma frente de 24 episódios. Com isso, o SBT poderá realizar pesquisas de opinião junto aos telespectadores, para averiguar a aceitação do produto. Mercadologicamente, representa mais um divisor de águas no inconstante núcleo de teledramaturgia do canal, que revigora o mercado paulista de ficção seriada. A pré-produção foi assinada pelo recém-falecido Sérgio Madureira, o qual contratou cenógrafos e diretores de arte que fizeram escola na Globo. Para compor hematomas dignos de horas de intensa tortura, Madureira também renovou a equipe de especialistas em efeitos especiais.

No entanto, no plano tecno-estético o acabamento de Amor e Revolução deixou a desejar. Nada que comprometa a história, mas para mostrar a São Paulo dos anos 60, por exemplo, desfoques nos prédios mais modernos não foram suficientes, confundindo o telespectador. Ainda, os efeitos especiais que surgem no encerramento de cada capítulo, onde as três cores da bandeira nacional se intercalam com a imagem congelada dos atores, poderiam ser mais bem finalizados. Para completar o star system da novela, o elenco conta com os veteranos Lúcia Veríssimo, Reinaldo Gonzaga, Claudio Cavalcanti, Jayme Periard e Antônio Petrin. Por outro lado, rostos conhecidos da teledramaturgia do SBT, como Patricia de Sabrit e Gabriela Alves, têm desempenhado uma excelente presença nas cenas mais difíceis.

Reação dos militares

Passado pouco mais de um mês de exibição de Amor e Revolução, o mais perceptível não foi apenas o esforço do SBT em produzir teledramaturgia. Para além de seus méritos mercadológicos, os tiroteios, afogamentos e explosões reacenderam o debate sobre o período em que os militares assumiram o país. Apenas por este motivo a novela já teria valido a pena, estabelecendo-se como um bem simbólico digno que, para os limites de uma ficção, não é nem melhor nem pior que uma novela exibida na Globo. Na verdade, vai além, visto que aborda uma temática que a Globo não ousou tratar em suas telenovelas, ao representar temas tabus no Brasil, como a tortura. Não por acaso que Amor e Revolução tem sido a novela mais comentada da internet brasileira, especialmente entre os integrantes da rede social Twitter.

Cabe ressaltar que a estreia da novela coincidiu com a discussão gerada pela proposta de instalação da Comissão Nacional da Verdade, prevista no Projeto de Lei 7376/10, do Executivo, enviado ao Congresso Nacional em maio de 2010, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa significa o reconhecimento das violações contra os direitos humanos ocorridas durante o golpe, buscando esclarecer torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e crimes em geral acontecidos em território nacional e no exterior. Na verdade, trata-se de apenas uma das ações previstas no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), mas que, por sua dimensão, ganhou notoriedade.

Neste quadro, como esperado, alguns oficiais das Forças Armadas manifestaram-se negativamente a respeito de Amor e Revolução. Os saudosos da censura organizaram um abaixo-assinado, através da Associação Beneficente dos Militares Inativos e Graduados da Aeronáutica (Abmigaer), solicitando que o Ministério Público Federal suspendesse a exibição da novela. O argumento principal foi que a reconstituição da história estaria ferindo a imagem da categoria, especialmente a memória dos militares que participaram do regime militar e seus familiares. Em nota, a Abmigaer cogitou que o governo federal seria simpatizante à exibição de Amor e Revolução, a partir de um suposto e infundado acordo firmado com o empresário Silvio Santos, que visaria ao saneamento da dívida do Banco PanAmericano.

Saldo essencial

A resposta do autor Tiago Santiago não tardou. Através da imprensa, esclareceu que a novela está sendo respeitosa com as Forças Armadas, através de personagens militares e oficiais democratas posicionados a favor da legalidade. Quanto ao descabido acordo entre o SBT e o governo federal, Santiago contestou, alegando que o trabalho de pré-produção foi iniciado anteriormente ao rombo no PanAmericano ser midiatizado e que o argumento da novela vem sendo pensado por ele há mais de 10 anos; lembrou, inclusive, que o projeto já havia sido oferecido à Globo nos anos 90. Assim, o assunto acabou arquivado, mesmo tendo potencial para voltar à tona, conforme a conjuntura e o próprio resultado da novela.

Ainda que na televisão a atração não registre a audiência esperada por seus executivos – oscilando entre cinco e sete pontos, conforme o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) –, o produto possui potencial de crescimento. Hoje a situação do SBT é diferente, mas nos anos 90 outros títulos produzidos pela emissora, como a requintada Éramos Seis, de Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, ou Fascinação, de Walcyr Carrasco, chegaram a atingir 24 e 17 pontos, respectivamente. Mais recentemente, em 2010, a novela Uma Rosa com Amor também surpreendeu: escrita por Vicente Sesso e adaptada por Santiago, registrou 10 pontos, um número excelente para o atual momento da emissora.

Embora seja difícil prever os rumos de Amor e Revolução, ao término de cada capítulo permanece a esperança de que, ao menos para o núcleo de teledramaturgia do SBT, dias melhores virão. O saldo desta realização será essencial para este futuro, já que fica difícil para a emissora, fundamentalmente com as dificuldades que enfrenta hoje, seguir investindo em uma área de custos elevados, como a teledramaturgia, se não obtiver dividendos positivos mínimos. Resta aguardar para ver se o telespectador se deixará envolver pela trama do canal de Silvio Santos, onde a teleficção durante anos esteve em segundo plano e mantém-se presentemente bastante incerta, sem um fluxo de produção constante e livre de interrupções.

Fonte: Observatório da Imprensa

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Globo usa Twitter para comemorar 46 anos

Por: Redação Meio e Mensagem

Para comemorar seus 46 anos de existência, a TV Globo escolheu como palco da festa uma das redes sociais de maior popularidade no País: o Twitter. A emissora aproveitou o seu perfil (@rede_globo) para fazer uma promoção na qual oferece aos internautas, como prêmio, 46 autógrafos de astros e estrelas de seu elenco.

Para participar, os seguidores do perfil devem responder, de forma criativa, a pergunta “Por que eu quero receber 46 autógrafos no aniversário de 46 anos da rede Globo?”, com a hashtag #globo46. O autor da mensagem mais criativa receberá um livro, montado com 46 autógrafos de atores, atrizes, jornalistas e apresentadores da casa. Entre as personalidades escolhidas estão Tiago Leifert, Tadeu Schmidt, Jô Soares, entre outros.

Desde que deu início à promoção, nesta semana, a Globo conseguiu quebrar um recorde. O interesse dos internautas em participar do concurso levou o perfil da emissora a superar a marca de 1 milhão de seguidores. Até a manhã desta quinta-feira 28, a @rede_globo já contava com mais de 1,3 milhões de pessoas em seu perfil.

Para celebrar a marca, a Central Globo de Comunicação fez uma homenagem a alguns dos seguidores do perfil, enviando a eles, via Twitter, a imagem de um mosaico composto pelas fotos de perfil dos seguidores. Todas essas ações de comunicação aproveitaram para reforçar o novo slogan da casa, lançado esta semana: “Globo, a gente se liga em você!” (leia mais sobre o novo slogan aqui).

terça-feira, 12 de abril de 2011

GLOBO vs. RECORD - Poderes assimétricos no mercado de TV aberta

Por Valério Cruz Brittos e Diego Costa

Em meados dos anos 2000, houve uma mudança significativa no mercado televisivo brasileiro envolvendo as emissoras concorrentes diretas à liderança da audiência. A disputa Globo e SBT, que imperou nas décadas de 80 e 90, foi superada, com a Record assumindo a segunda posição, no lugar da rede de Silvio Santos. Dispondo do apoio da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), a Record cresceu e seu sinal abrange atualmente 77,3% do território nacional, num processo de sedução econômica de afiliadas.

Embora neste momento a Globo não tenha seu império ameaçado, pois é líder em praticamente todas as faixas de horário, a Record desponta no segundo lugar utilizando os mesmos artifícios do grupo televisual fundado por Roberto Marinho para conquistar o público. Contratando atores da emissora líder por salários elevados, perseguindo o padrão tecno-estético global e com sua grade de programação nos mesmos moldes, esta estratégia, bem-sucedida até o presente, chegou ao campo (ou ao tapetão) do futebol.

Com a entrada da emissora liderada pelo bispo Edir Macedo na disputa da licitação para transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro para o triênio 2012-2014, o Clube dos 13 (entidade fundada em 1987 para defender os interesses políticos e comerciais dos 20 principais times de futeboldo Brasil) acabou implodindo, a Globo passou a negociar com os clubes individualmente e a RedeTV! formalmente venceu a licitação. Em síntese: a Globo reafirmou seu poder, influenciando os resultados desta dinâmica.

Um novo capítulo

Esta configuração confirmou que os grupos empresariais líderes têm um poder de influência que vai além de seu espaço econômico, no respectivos mercados em que atuam. Tratando-se de mercados de comunicação, isto é reforçado pela dimensão simbólica dos produtos que processam, permitindo múltiplas negociações com produtores, anunciantes e parceiros em geral, considerando sua presença junto aos receptores. No caso da televisão, tais poderes assimétricos multiplicam-se, tratando-se da principal mídia.

Nessa direção, faz parte do jogo do mercado a pressão de patrocinadores para que os clubes fechem contrato com a Rede Globo, a fim de que seus produtos tenham maior visibilidade. Com exposição numa janela como a Globo, os clubes e os próprios jogadores lucram muito mais, direta e indiretamente, tendo em vista o que isso repercute em seus ganhos e na possibilidade de fechar outros contratos, frente à força de suas imagens. Esse é um círculo difícil de quebrar, reafirmando o domínio da líder.

Ao mesmo tempo, com os direitos de transmissão assegurados para as Olimpíadas de 2012 e com o caixa pronto para fazer os investimentos necessários – em recursos humanos e equipamentos –, este novo capítulo reafirma a Rede Record como grande desafiante da Rede Globo, capaz de oferecer quantias acima do mercado para obter os conteúdos que decide investir. No entanto, ante o aporte econômico que dispõe e as relações que mantém, deve-ser reafirmar que é ingênuo ver a Record como uma alternativa não-hegemônica.

Fonte: Observatório da Imprensa

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Cade pode barrar negociação da Globo

Por: Redação Adnews

Depois de a Globo ter fechado acordo com mais de dez clubes para transmitir o Campeonato Brasileiro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) resolveu se posicionar contra a situação.

O presidente do órgão, Fernando Furlan, disse à RedeTV! que os contratos firmados entre o canal carioca e os times poderão ser revistos, pois há indícios de que não foram realizados leilões individuais para a venda dos direitos.

"A negociação tem que ser feita como o TCC [Termo de Compromisso de Cessação] pediu. Se for comprovado que não houve leilão para todas as mídias, isso terá de ser revisto", afirmou, em referência ao acordo firmado em outubro passado e que tirava da emissora vantagens consideradas anticoncorrenciais na disputa pelos direitos.

O comentário de Furlan vai de encontro à posição do procurador-geral do próprio Cade, Gilvandro Araújo, que em 28 de março divulgou parecer afirmando não ver ilegalidade na estratégia da Globo. "As negociações individuais não são vedadas pelo TCC, mas as negociações coletivas, empreendidas ou não por intermédio do Clube dos Treze, devem obedecer às exigências", dizia o documento (relembre).

A RedeTV! venceu licitação promovida pelo Clube dos 13 no começo do ano, após dar um lance de R$ 1,5 bilhão pela exclusividade na transmissão do Brasileirão no triênio 2012-2014, mas foi surpreendida com a debandada de boa parte das 20 agremiações que o C13 representava.

O C13 pediu à Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, que investigue a situação dos contratos firmados pela Globo. A petição solicita, ainda, que sejam suspensas as negociações bilaterais para que a investigação não sofra nenhum prejuízo.

A emissora carioca teria se acertado com 13 agremiações: Botafogo, Palmeiras, Cruzeiro, Coritiba, Bahia, Vitória, Sport, Corinthians, Grêmio, Santos, Vasco, Goiás e Flamengo.

Fonte: Adnews

quarta-feira, 30 de março de 2011

Globo deve oficializar Brasileirão em duas semanas

Por: Bárbara Sacchitiello

A novela pelos direitos de transmissão do campeonato Brasileiro pode estar próxima de seu final. Dentro de duas semanas, os 18 principais times pertencentes à formação original do Clube dos 13 devem firmar definitivamente com a Globo um contrato para a cessão dos direitos de transmissão do principal torneio de futebol do País pelos anos de 2012, 2013 e 2014.

A informação foi revelada pelo diretor geral da Globo, Octávio Florisbal, durante o evento de apresentação da grade de programação de 2011 da emissora. “Em duas semanas, mais ou menos, deveremos ter em mãos os contratos acertados com os 15 clubes. Com os outros três, também estamos negociando e acreditamos que chegaremos a uma conciliação. A chance de a Globo perder a transmissão do campeonato Brasileiro, hoje, é mínima”, revelou o executivo à reportagem de M&M Online.

A convicção da emissora está apoiada no poder que os clubes possuem de pedir a retirada da procuração que cedia ao Clube dos 13 o direito de negociar em seus nomes. Na semana passada, a entidade representante do futebol alegou ter alguns times de futebol em suas “mãos” por conta justamente dessa procuração de seção de direitos e de dívidas afiançadas pelo próprio Clube dos 13 e, por isso, confirmou o acordo com a RedeTV, que ofereceu R$ 516 milhões pelas transmissões do campeonato de futebol.

Segundo explicou Florisbal, tais dívidas não seriam um impedimento para as negociações individuais destes clubes com a Globo, uma vez que a quitação dos débitos não precisa, necessariamente, estar vinculada à permanência da validade da procuração que une os times e o Clube dos 13. Sendo assim, desde que se comprometam a quitar as pendências financeiras, os clubes têm liberdade para negociar, individualmente, com outras emissoras.

Está nos planos da Globo a veiculação de cerca de 100 partidas de futebol na temporada,mdentre as quais as do Campeonato Brasileiro, que correspondem a boa parte deste total. Florisbal ainda salientou que, com o acerto das transmissões, a Bandeirantes também deve garantir o Brasileirão em sua grade nos próximos anos, por conta da parceria entre as duas emissoras.

Fonte: M&M Online

terça-feira, 22 de março de 2011

TV & CLUBE DOS 13 - As barreiras para transmitir o Campeonato Brasileiro

Por Valério Cruz Brittos e Anderson David Gomes dos Santos

O episódio da comercialização dos direitos de transmissão televisiva do Campeonato Brasileiro de Futebol para o triênio 2012-2014 reafirmou a dependência desse esporte com relação às indústrias televisivas no país. Confirmou seu atrelamento à Rede Globo, tanto que a possível aquisição de tais direitos por outro grupo de TV, o que acabou se confirmando, levou a um desmonte do Clube dos 13, entidade que reunia os 20 maiores clubes do país. Esta conexão comprova uma história de influência da Globo sobre o futebol nacional, até por sua posição de líder há mais de 40 anos no setor audiovisual.

O próprio processo licitatório pode ser questionado, refletindo-se sobre sua transparência, em especial por se tratar de uma área com tanto impacto na vida do brasileiro, movimentando recursos da população indiretamente, que paga por ingressos em estádios, camisetas, mensalidades de associação e produtos em geral com custo embutido de publicidade. Por mais que o Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) tenha julgado o processo referente à venda dos direitos de transmissão e tenha acompanhado de perto a licitação desses direitos para os próximos três anos, deve-se perguntar se a licitação não deveria ter proposto direitos compartilhados, para barrar a possibilidade de outro monopólio.

Não obstante isso, como a celeuma não acabou com a abertura dos envelopes da licitação, pode-se pensar numa situação em que o principal campeonato do país entre num imbróglio jurídico sobre quem poderá transmitir determinados jogos. Com a atual divisão entre os clubes que concordam com o processo estabelecido pelo Clube dos 13 e os que resolveram assinar contratos individuais, pode-se ter numa mesma partida o confronto de clubes cujos direitos televisivos pertencem a emissoras diferentes. Isto poderia resultar na transmissão da partida por duas emissoras, havendo acordo entre as detentoras dos direitos, ou até mesmo que ela não fosse exibida pela mídia televisão, o que prejudicaria ainda mais o torcedor/consumidor do produto futebol no Brasil.

Sem concorrência e sem transparência

Sobre este caso, cabe ainda a pergunta: até onde vão os interesses e a capacidade estrutural da Rede TV!, vencedora do processo de licitação, com o pagamento de R$ 516 milhões por ano de transmissão? Emergente no cenário do audiovisual nacional, após a contratação de uma das maiores figuras midiáticas do país, a apresentadora Hebe Camargo, a emissora pode ter nas mãos, a partir do ano que vem, o principal torneio do esporte mais acompanhado pelos brasileiros. Dada a importância do futebol no contexto socioeconômico, até que ponto ela iria para manter a exclusividade desta transmissão, tendo como oponente um dos mais fortes e influentes grupos midiáticos do Brasil, a Rede Globo, que já fez com que a Rede Record desistisse das negociações minutos antes da abertura dos envelopes?

Em seu comunicado de desistência da licitação, a Rede Record – cujo modelo de financiamento extra-mídia prejudica o funcionamento do mercado, podendo trazer consequências desastrosas para o sistema no longo prazo – faz críticas duras à situação atual da definição de direitos de transmissão no Brasil. A emissora, com sede em São Paulo, elogia o processo de licitação definido pelo Cade, mas critica a pressão realizada para a divisão entre os clubes, especialmente a situação de pré-acordos que teriam sido estabelecidos sem concorrência, sem transparência e que teriam como objetivo manter a decisão sobre o quanto pagar pelo futebol nas mesmas mãos de sempre, as da Rede Globo.

O peso das comunicações nas economias

Uma das hipóteses a se pensar enquanto possível solução para a disputa é a partilha da transmissão entre duas emissoras, fato que ocorre com frequência para os torneios nacionais. No atual contexto, a Rede Globo, proprietária dos direitos de transmissão, repassa-os para outras emissoras através de determinadas regras. A sua atual parceira, a Band, por exemplo, frequentemente mostra as mesmas partidas das afiliadas da Globo, quebrando desta forma uma possível pluralidade de eventos transmitidos, por mínima que fosse. Algo que, se mantido, infringe uma das alterações propostas na licitação do C13, que era manter a decisão por retransmissões sob aprovação dos clubes e não apenas da emissora detentora do evento.

A Rede TV! tem um prazo para dar as garantias financeiras de que poderá cumprir com o pagamento, mas é difícil pensar que esse contrato irá ser assinado por todos os clubes, apesar de a emissora sinalizar que também irá negociar individualmente. Para se ter uma ideia da dependência deles, por várias vezes os dirigentes remanescentes do C13 afirmaram que a Rede Globo antecipara cotas de transmissão para garantir que a licitação não iria dar certo. As definições até aqui visualizadas acabam por jogar por água abaixo a tentativa do Cade de regularizar a compra dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol e só confirmam o quanto é selvagem o mercado da comunicação no Brasil, mesmo dentro de um contexto capitalista.

Outro ponto verificado nesta questão é a divulgação de informações de cunho econômico interno das indústrias culturais para o público, comprovado com a publicação das cartas com as desistências das redes de TV Globo e Record. Apesar de as negociações da Globo com os clubes terem se dado por fora dos holofotes, a preocupação em se dar uma carta à imprensa mostra o peso das comunicações nas economias, quando a própria mídia dá maior cobertura às indústrias culturais em sua interface econômica, a partir dos muitos negócios que se multiplicam, principalmente envolvendo o audiovisual.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Globo teria fechado Brasileirão com 12 clubes

Redação AdNews

O fato de a RedeTV! ter fechado com o Clube dos 13 não significa necessariamente que o canal terá todas as partidas para exibir. De acordo com o colunista da Veja Lauro Jardim, corre na CBF a informação de que a Globo teria acertado com pelo menos 12 clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio 2012-2014.

Isso significa que a transmissora oficial ficaria com somente 8 times. Mas os R$ 516 milhões colocados na mesa pela RedeTV! só serão pagos se o canal tiver ao seu lado as 20 agremiações que compunham o C13 no momento da negociação.

Já a Globo continua a correr por fora. Com negócio encaminhado junto a 12 clubes, a emissora teria aberto caminho para também conseguir os contratos para TV paga, pay per view e internet.

Fonte: AdNews

sexta-feira, 11 de março de 2011

BRUNA SURFISTINHA - A condensação e o deslocamento

Por Por Affonso Romano de Sant’Anna

Onde começa a imagem da atriz Deborah Secco e onde termina a figura real de Bruna Surfistinha? Para mim não há dúvida, distingo a atriz da personagem. No entanto, tomo uma matéria publicada n’O Globo (23/2/2011) a propósito do lançamento nacional do filme Bruna Surfistinha, dirigido por Marcos Baldini. Estamos diante de um texto (ou contexto) que ilustra alguns dos impasses da ideologia da cultura contemporânea. É um texto sintomático. O que tem isto a ver com a fusão do público e do privado, com a superposição do centro e da periferia e com a questão do real e sua representação?

Tomemos o texto. Ele expõe uma ambiguidade textual e contextual. A rigor, a duplicidade Bruna/Deborah começou já numa outra ambigüidade anterior: Bruna/Raquel. Bruna é a personagem criada pelo jornalista Marcelo Duarte no livro O doce veneno do escorpião e Raquel Pacheco – a autêntica garota de programa que teve sua vida biografada. Aliás, biografada ou romanceada? (Os que se interessarem por isto academicamente, podem desdobrar aqui o item biografia/ficção – um dos tópicos preferidos da pós-modernidade).

Concentremo-nos na ambigüidade Deborah/Bruna tal como vem estampada no texto jornalístico. Esta duplicidade é um típico exemplo daquilo que Freud ao falar de mecanismos de nosso inconsciente chamava de "condensação" e "deslocamento", e os linguistas, posteriormente, a partir de Roman Jakobson denominaram de "metáfora" e "metonímia". Resumindo: pela condensação fundimos Bruna e Deborah numa só pessoa e pelo deslocamento falamos de uma no lugar da outra. Os dois movimentos são complementares, às vezes a condensação (metáfora) é dominante, às vezes o deslocamento (metonímia) é o que predomina.

Esses mecanismos existem não só nos sonhos, nas artes, mas nas representações sociais. A publicidade recorre a isto constantemente. Ao botar, por exemplo, uma linda mulher ao lado de um automóvel está procedendo primeiro a uma condensação (o automóvel tem os atributos da mulher irresistível) e depois a um deslocamento (eu compro o carro, investido do desejo anunciado). Ou seja, uma imagem contamina a outra.

As verdadeiras

Voltemos ao nosso caso exemplar: o jornal traz uma foto de Deborah Secco, lindíssima, em roupa de gala na estréia do filme Bruna Surfistinha (no Cine Odeon, Rio) sendo cumprimentada por umas cinco moças. A foto representa uma realidade, o lançamento do filme. No entanto, embaixo da foto a legenda faz uma condensação: "Bruna e as companheiras de michê". Estabelece-se a ambigüidade. A foto é de Deborah. Mas reparem, o texto não diz Deborah, mas Bruna. E pode-se pensar ambiguamente, que aquelas não são as atrizes (companheiras de Deborah), mas as companheiras de Bruna, a prostituta.

Por outro lado o titulo da matéria é igualmente ambígua: "Bruna Surfistinha tira a maior onda". De qual Bruna Surfistinha se trata? De Deborah a atriz presente na estréia da peça ou de Bruna propriamente dita, ausente fisicamente, mas presente simbolicamente?

A ambigüidade continua. Noutra parte, descrevendo as pessoas e as cenas na estréia do filme, o jornal formaliza a dubiedade escrevendo os nomes de Deborah e de Bruna separados por uma barra: "Deborah/Bruna(...)está ao lado da mãe. Dona Silvia assiste a tudo impassível". Ambigüidade de novo: se Deborah é Bruna, pode-se ficar na dúvida se Dona Silvia é mãe de Deborah ou Bruna.

A matéria continua expondo a ambigüidade. Dentro e fora da tela, dentro e fora do teatro. No filme, uma personagem, encenada pela atriz Drica Moraes, diz: "Tá cheio de mulher bonita gostosa e universitária querendo trabalhar". Bem, neste caso é outra atriz representando outra personagem, que faz essa afirmativa que define algo da sociedade atual. Segundo essa afirmativa, Bruna ou melhor, Raquel, é uma figura exemplar, pois exemplificaria um desejo de moças de classe média hoje.

A realidade e a ficção voltam a se misturar, agora de outra forma. Há outra vez uma mistura entre ficção e realidade: não é mais a personagem que Drica Moraes representa, mas outra pessoa concreta, uma atriz, Giulia Gam, na platéia do filme e não na tela, declarando: "Ah, toda mulher tem o fetiche de ser prostituta por um dia, nem que seja para o namorado". (É uma afirmação categórica à qual outras mulheres poderiam responder com mais propriedade.)

No entanto, face a essa afirmativa, a própria Deborah saindo da pele da Bruna, deixando o espaço de identificação e condensação, sentindo-se inconfortável diante dessa declaração tem a seguinte reação assim narrada pelo jornal: "Deborah pode até concordar, mas ficou ruborizada e disse que era ‘puramente artístico’ o seu interesse em viver uma prostituta".

Com efeito, a atriz havia declarado que preparando-se para o filme fez workshop, indo conversar com prostitutas verdadeiras para conhecer melhor a realidade delas. E confessou também que o papel era para ela uma possibilidade (artística), como se diz hoje, de desconstruir-se.

Empenho realista

Porém, voltemos à cena narrada pelo jornal. A condensação das duas imagens com o eventual deslocamento continua. Dou um exemplo: ali no Cine Odeon (diz o jornal) está uma ex-integrante do Big Brother – programa que para alguns é o espaço da permissividade e da prostituição chique. Cida Moreira, que saiu da tela do Big Brother para a tela de outra emissora em que agora trabalha (nova condensação/deslocamento entre ficção e realidade), acena para a atriz do filme e recebe um beijo de volta da Deborah/Bruna.

Consideremos, nessas alturas, contrastivamente, outros fatos artísticos que giram em torno da temática da prostituição. Remeto o leitor interessado ao livro O canibalismo amoroso (Editora Rocco) onde estudo a imagem da "prostituta sagrada" e o fenômeno da "hierogamia" seja entre os babilônios seja na tradição cristã com duas Marias: a mãe de Jesus e Maria Madalena. Contudo, embora em nossa tradição exista um farto material que inclui A dama das camélias/ A Traviata os romances de Jorge Amado ou a filmes como Uma linda mulher ( Julia Roberts) consideremos, dentro dos estreitos limites deste ensaio, a peça Navalha na carne de Plínio Marcos que teve, em 1968, Tônia Carreiro no papel de prostituta.

Quando Tônia representou a prostituta, por mais realista que fossem o texto e a cena, nem por isto sua imagem na imprensa e na ideologia da época foi confundida com a da personagem. A imprensa e o público sabiam que aquilo era "representação". A ambiguidade era zero. As coisas ocorriam no nível do simbólico, da representação. Evidentemente Tônia estava encarnando uma personagem, enquanto Deborah está encarnando uma pessoa viva, transformada pela mídia em personagem. Mas, estratégica e sintomaticamente, as entrevistas com Bruna/Raquel/Deborah que estão sendo feitas para o lançamento do filme reforçam ainda mais a condensação e o deslocamento.

E surge um outro fato para fértil análise.

Coincidentemente, nesses dias, A navalha na carne está sendo encenada no Hotel Paris, na Praça Tiradentes, no quarto de uma prostituta. O teatro contemporâneo (como a arte oficial de nosso tempo) tem trabalhado com essa experimentação. Não há mais fora e dentro, rascunho e texto definitivo, certo e errado, teatro e outras artes, platéia e palco, autoria e apropriação. Não há mais limites, trabalha-se sobre a indiferenciação ética e estética.

No caso da encenação no prostíbulo do Hotel Paris, o papel principal está com a atriz Marta Paret e o espetáculo é dirigido por Rubens Carmelo. É um empenho realista, digamos total, dentro de uma tendência do teatro atual de abolir o limite entre o espaço imaginário e o real, reforçando os mecanismos de condensação e deslocamento.

A diferença

Houve, portanto, um tempo em que era mais nítida a diferença entre a representação e o representado ou, então, isto era uma estratégia claramente delimitada. Um ator representando um assassino não era necessariamente tido como um assassino, quem representava um louco não era necessariamente um louco e assim por diante. Liam-se o texto e o contexto diferentemente.

Mas a cultura contemporânea propõe, em certas obras, uma coisa intrigante e de alto risco, conquanto às vezes muito criativa: abole-se a fronteira entre a realidade e ficção, o real invade o lugar do simbólico, como se a realidade (in presentia) fosse mais forte que a imaginação (in ausentia). A ordem é apresentar o real ao invés de representar ou de reapresentá-lo. Com isto o símbolo passa ser substituído pela realidade.

Seria isto um empobrecimento, um beco sem saída? Qual a diferença entre mergulhar jubilosamente no "mal estar da civilização" e, diferentemente, analisar isto enquanto sintoma? O que é que a tal ambiguidade, a quebra de fronteiras e limites têm a ver com o que Gregory Batteson chamava de double bind, ou seja, o discurso duplo de uma sociedade esquizofrênica que emite ordens contraditórias?

Onde começa a desrepressão pessoal e social e onde começa a anomia? De que modo, o fato de abolir as "diferenças", além de redefinir papéis nos joga no indiferenciado?

Nesses dias, também no jornal, li uma matéria sobre este mesmo assunto, mas era algo "diferente", "diferenciado". Desta vez a personagem real era Gabriela Leite, notória líder das prostitutas e ex-prostitutas brasileiras . Estava ela acompanhada de duas líderes de prostitutas alemãs que foram com ela visitar o cemitério das "polacas", ou seja, as prostitutas enterradas no século passado no cemitério dos judeus no Rio. Denunciavam assim o trabalho a que eram submetidas as escravas sexuais, desta vez sem nenhuma glamourização. E havia diferença. A condensação foi para o segundo plano. Operou-se um deslocamento crítico.

Fonte: Observatório da Imprensa

quinta-feira, 10 de março de 2011

Com "briga" pelo futebol e eventos esportivos em alta, emissoras apostam em novas modalidades

Por Luiz Gustavo Pacete

O futebol ainda concentra o maior volume de investimento em publicidade esportiva além de ser muito representativo em relação à audiência dos canais, principalmente os especializados em esportes. Entretanto, as emissoras de rádio e televisão estão investindo na transmissão de outras modalidades.

As mudanças ocorrem pela exigência de uma audiência em busca de novos produtos e pela possibilidade dos veículos de oferecer novos formatos às marcas, que já estão de olho em eventos como os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara de 2011, os Jogos Olímpicos de 2012 e 2016 e eventos menores de Rúgbi, basquete, circuitos de tênis e natação.

Além de novos formatos e produtos, aproveitar a credibilidade jornalística para agregar valor é uma saída, constata Marcio Lino, diretor da Rádio Eldorado/ESPN. Ele afirma que atrelar jornalismo e esporte atrai não só uma nova audiência, mas uma demanda reprimida do mercado anunciante. "Temos o exemplo do Itaú, que esta com presença muito forte em futebol e investindo em jornalismo, e o Bradesco que investe bastante em jornalismo, mas agora está entrando na área olímpica".
Conrado Nakata, sócio da Bravo Marketing Esportivo, lembra que a mídia brasileira pode aproveitar melhor a variedade esportiva, principalmente nos canais abertos. "O mercado brasileiro ainda esta começando a desenvolver a cultura de investir de forma mais inteligente no esporte. Tanto por parte das marcas, que perceberam que gastar milhões em um clássico na TV nem sempre é a melhor saída, quanto por parte das emissoras, que estão valorizando outras modalidades".

A própria Rádio Eldorado/ESPN já aposta em transmissões de vôlei, tênis, basquete, natação, rúgbi e golfe. A Record transmitiu os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, em 2010, e neste ano transmite o Pan-Americano de Guadalajara. O Portal Terra que também negocia o Brasileirão com o Clube dos 13 e vai transmitir os Jogos Olímpicos de 2012 em dispositivos moveis.

Para Fernando Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios, as empresas já acordaram para o quanto podem ganhar com o esporte de forma completa. "Tirando a questão de direitos de transmissão, que é algo mais complexo, as empresas que patrocinam, já estão colocando dinheiro em coisas novas. Além disso, os próprios meios já estão dando espaço a outras modalidades".

Sobre os direitos de transmissão, Trevisan se refere à recusa da TV Globo de participar da licitação para a transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. Desde 1987, a emissora é detentora dos direitos da competição. Começou pagando US$3,4 milhões, o que hoje está sendo avaliado em R$540 milhões para o triênio. Ao que tudo indica, há chances de movimentação no setor nos próximos anos, o que certamente vai mexer com as emissoras, os anunciantes e os telespectadores. É esperar para ver.

Fonte: Portal IMPRENSA

quarta-feira, 9 de março de 2011

BIG BROTHER BRASIL 11 - A vida longa dos shows de realidade

Por Valério Cruz Brittos e Andres Kalikoske

Em 2010, antes da décima edição do Big Brother Brasil (BBB) estrear, a Globo já havia faturado R$ 67,5 milhões com a comercialização das cotas de patrocínio. Até que o último candidato confinado fosse eliminado, o programa arrecadou R$ 300 milhões. Para a edição de 2011, ainda no ar em sua trajetória final, o faturamento deve ser recorde, de R$ 350 milhões, números excelentes, especialmente para o período de férias, tradicionalmente uma temporada de recuo nos investimentos publicitários, o que este reality show conseguiu alterar.

A mansão de iletrados da Globo também não fez feio na audiência: o primeiro episódio desta décima primeira temporada registrou média de 35 pontos, de acordo com o Ibope, garantindo liderança absoluta no horário. Ainda assim, é uma das mais baixas entre as estreias deste show de realidade. A Record posicionou-se em segundo lugar, com 12 pontos, e o SBT em terceiro, com cinco. Band e RedeTV! apostaram na chamada contra-programação (counter-programming), oferecendo conteúdos alternativos, como esporte e filmes norte-americanos, respectivamente. O bendito fôlego do BBB ainda não foi visto em outros realities, como A Fazenda, da Record, e menos ainda no Solitários, do SBT, que, apesar de possuir uma dinâmica interessante, perde muito por ser exibido totalmente gravado.

Os reality shows são paradigmáticos para o mercado televisivo. Há 15 anos, seria tecnicamente impossível gravar um grupo de pessoas durante o dia todo, através de mais de 30 câmeras, e editar rapidamente o material para ir ao ar na mesma noite. O programa também prejudicou a noção mais sofisticada de programação, consolidada pela Globo nos anos 60, que consiste em exibir um programa diário sempre no mesmo horário e com igual duração. Na academia, provocou uma avalanche de análises teóricas que se esforçam em estudar – e tentar compreender – seu apelo voyeurístico.

Renovação constante

Nos marcos da era da convergência, seu formato também é pioneiro, uma vez que possibilita atuação em diversas mídias, inclusive a internet. Potencial para esta plataforma deslanchar não falta. Recentemente, o uso da internet desbancou a televisão nos Estados Unidos, Europa e China, segundo um estudo promovido com 50 mil usuários, de 16 a 60 anos de idade, em 46 países. Na América Latina, a TV continua sendo o meio mais utilizado, assim como na Ásia, Oriente Médio e África. Isso demonstra que a vida longa dos shows de realidade não tem data para acabar, especialmente considerando seu potencial multimídia.

Em tempos de rápida obsolescência, multiplicam-se as tentativas de prolongamento de atrações como o Big Brother Brasil. Mesmo desvencilhando-se de preconceitos, é facilmente observável que são as gincanas hostis e os corpos sarados, muitas vezes desnudos, que conquistam as audiências durante o verão. O padrão de produção, no caso do BBB, também tem sido uma peça-chave para o sucesso: trata-se de uma narrativa muito similar à praticada pelas novelas, desde os planos de câmera até as maledicências potencializadas no processo de edição.

Artisticamente, o formato holandês adquirido pela Globo – e produzido em regime de co-produção com a Endemol – soube reciclar-se com astúcia. Em primeiro lugar, porque sua exibição ocorre exclusivamente uma vez ao ano, havendo tempo necessário para o telespectador descansar de seu formato. Segundo, por ser um programa que se supera enquanto atração televisiva, com mecanismos de mudança de elevada aleatoriedade. A própria Globo atribuiu às novidades implantadas ao longo dos anos o segredo para sua longevidade. Trata-se de uma produção de custos relativamente baixos, quando comparados a um produto de ficção, embora não apresente potencialidade para redifusão e exportação.