O futebol ainda concentra o maior volume de investimento em publicidade esportiva além de ser muito representativo em relação à audiência dos canais, principalmente os especializados em esportes. Entretanto, as emissoras de rádio e televisão estão investindo na transmissão de outras modalidades.
As mudanças ocorrem pela exigência de uma audiência em busca de novos produtos e pela possibilidade dos veículos de oferecer novos formatos às marcas, que já estão de olho em eventos como os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara de 2011, os Jogos Olímpicos de 2012 e 2016 e eventos menores de Rúgbi, basquete, circuitos de tênis e natação.
Além de novos formatos e produtos, aproveitar a credibilidade jornalística para agregar valor é uma saída, constata Marcio Lino, diretor da Rádio Eldorado/ESPN. Ele afirma que atrelar jornalismo e esporte atrai não só uma nova audiência, mas uma demanda reprimida do mercado anunciante. "Temos o exemplo do Itaú, que esta com presença muito forte em futebol e investindo em jornalismo, e o Bradesco que investe bastante em jornalismo, mas agora está entrando na área olímpica".
Conrado Nakata, sócio da Bravo Marketing Esportivo, lembra que a mídia brasileira pode aproveitar melhor a variedade esportiva, principalmente nos canais abertos. "O mercado brasileiro ainda esta começando a desenvolver a cultura de investir de forma mais inteligente no esporte. Tanto por parte das marcas, que perceberam que gastar milhões em um clássico na TV nem sempre é a melhor saída, quanto por parte das emissoras, que estão valorizando outras modalidades".
A própria Rádio Eldorado/ESPN já aposta em transmissões de vôlei, tênis, basquete, natação, rúgbi e golfe. A Record transmitiu os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, em 2010, e neste ano transmite o Pan-Americano de Guadalajara. O Portal Terra que também negocia o Brasileirão com o Clube dos 13 e vai transmitir os Jogos Olímpicos de 2012 em dispositivos moveis.
Para Fernando Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios, as empresas já acordaram para o quanto podem ganhar com o esporte de forma completa. "Tirando a questão de direitos de transmissão, que é algo mais complexo, as empresas que patrocinam, já estão colocando dinheiro em coisas novas. Além disso, os próprios meios já estão dando espaço a outras modalidades".
Sobre os direitos de transmissão, Trevisan se refere à recusa da TV Globo de participar da licitação para a transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. Desde 1987, a emissora é detentora dos direitos da competição. Começou pagando US$3,4 milhões, o que hoje está sendo avaliado em R$540 milhões para o triênio. Ao que tudo indica, há chances de movimentação no setor nos próximos anos, o que certamente vai mexer com as emissoras, os anunciantes e os telespectadores. É esperar para ver.
Fonte: Portal IMPRENSA
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