sexta-feira, 31 de julho de 2009

Minicom amplia negociação com Chile e Bolívia para adoção do padrão da TV digital

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, se encontrou hoje com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, em São Paulo, para dar continuidade às negociações entre os dois países para a adoção do ISDB-T (Integrated Systems Digital Broadcasting Terrestrial), o padrão nipo-brasileiro de TV Digital, pelo Chile.

O ministro recentemente reafirmou a intenção de criar um modelo Sul-Americano de Televisão Digital, voltado a atender as necessidades dos países do Cone-Sul. Em evento no Ministério das Comunicações na terça-feira, 28 de julho, o ministro falou sobre o estágio avançado das negociações no continente. “No âmbito internacional, após, a opção do Peru pelo modelo nipo-brasileiro, espera-se para breve a adoção de outros países vizinhos. As negociações com Chile, Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia se encontram em estágio avançado”, disse.

Bolívia

O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, está na Bolívia para participar de reuniões relacionadas ao ISDB-T (Integrated Systems Digital Broadcasting Terrestrial). A agenda do secretário prevê um encontro nesta sexta-feira em La Paz com o presidente boliviano Evo Morales, no “Seminário Técnico Internacional Estándares de TV Digital”.

O representante brasileiro vai divulgar as características técnicas do ISDB-T, as possibilidades de desenvolvimento e as vantagens da implementação do sistema nipo-brasileiro no país boliviano. As principais são a recepção do sinal de TV em celulares sem custo para o usuário e a não cobrança pelos direitos de uso dos programas utilizados nos aparelhos conversores. No encontro sobre padrões de TV digital, o governo boliviano deverá analisar também os sistemas Europeu e Chinês.

No dia 20 de julho, o secretário de Telecomunicações esteve em Quito, no Equador, como membro da missão oficial do governo federal de divulgação do ISDB-T. No âmbito internacional, após a opção do Peru pelo modelo nipo-brasileiro, espera-se para breve a adesão de outros países vizinhos. As negociações com Argentina, Chile, Equador e Venezuela estão avançadas. O objetivo do Ministério das Comunicações é estabelecer um Sistema Latino-Americano.

Fonte: Tele Síntese

quinta-feira, 30 de julho de 2009

TV digital é vista por apenas 3% dos brasileiros

O sinal da TV digital já está presente em metade das residências que possuem TVs no Brasil, após um ano e meio de seu lançamento. Mas, somente 3% deles utilizam a novidade.
Segundo a coluna Outro Canal, a TV digital, que já foi lançada em 22 cidades/metrópoles, se concentra em 53% dos 53,4 milhões de domicílios, onde vivem 95,2 milhões de pessoas, cerca de 49,8% da população brasileira, que possuem o aparelho.
No Brasil existem 1,6 milhões de receptores de televisão digital, de acordo com o Fórum de TV Digital, entidade que reúne fabricantes, emissoras e governos. Os dados incluem cerca de 1,2 milhão de TVs com receptores integrados ou com caixas decodificadoras e 400 mil celulares e minitelevisores com a nova tecnologia.
Mesmo com o aumento no número de receptores, a área de cobertura ainda é muito grande. Para os executivos, a Copa de 2010 pode popularizar a TV digital com o crescimento de celulares com TV.
A emissora que possui a maior cobertura digital é a Globo que cobre 46,5% da população, apesar de não atuar na região Norte. Sem contar a Rede Vida, que expandiu seu sinal para além das capitais e está presente em Campinas, Santos, São José do Rio Preto, Sorocaba e Uberlândia.
Por outro lado, a Record cobre 22% da população brasileira, mas sua cobertura fica restrita a Aracaju, Belo Horizonte, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. Em seguida, estão: SBT e Rede TV! com 19,4% e depois a Band com 15,7%.
Multiprogramação
A disputa pelo direito de transmitir conteúdo em múltiplos canais avança tanto quanto a cobertura da TV digital no Brasil. No capítulo mais recente da novela, travada por algumas emissoras e o Ministério das Comunicações, a Justiça negou liminar movida pelas emissoras Band e Rede TV! para ter o direito de usar a multiprogramação na TV digital foi vetada pelo juiz federal Itagiba Catta Preta Neto.
O pedido, representado pela Abra (Associação Brasileira dos Radiodifusores), requisitava a suspensão dos efeitos do atigo 10.3 da Norma 01, aprovada pela Portaria 24/2009, do Ministério das Comunicações, segunda qual a “a multiprogramação somente poderá ser realizada nos canais de entidades integrantes dos poderes da União”. Entretanto, não foi atendido.

Fonte: AdNews

quarta-feira, 29 de julho de 2009

TV Ceará inicia testes com transmissão digital

A TV Ceará começou a transmitir seu sinal digital, em fase de testes. Com isso, a emissora entra na lista das primeiras TVs públicas a transmitir em digital no país. Quem tem o conversor já pode assistir às imagens no canal 28 em Fortaleza.

Segundo a Abepec (associação das emissoras públicas), o governo do Estado liberou investimentos da ordem de R$ 13 milhões para a compra de equipamentos.

A emissora adquiriu um transmissor digital compacto e ecologicamente correto, que consome menos energia. Também já comprou e instalou a antena digital na torre de transmissão e o digimaster. Estão em processo de licitação, segundo comunicado da Abepec, os equipamentos de produção: três ilhas digitais de edição, o controle mestre, microfones, seis câmeras HD para estúdio e reportagem. A inauguração oficial da TVC HD acontece no próximo mês.

Fonte: Tela Viva

Sorocaba passa a receber hoje as imagens da TV digital

Com a inauguração nesta 2ª feira, às 19h, do sinal da TV Tem, Sorocaba passa a fazer parte do grupo de cidades que anteciparam a recepção digital. Agora, são 22 os municípios brasileiros que já dispõem da tecnologia. O termo de consignação do canal digital para as duas emissoras locais - além da TV Tem, também a TV Sorocaba, que retransmite a programação do SBT vai utilizar o recurso, só que a partir do mês de novembro - foi assinado no último dia 14. A melhora de som e imagem para quem assiste poderá ser observada, desde que o aparelho televisor disponha da tecnologia para receber o sinal, ou possua o set top box, como é chamado o decodificador que faz a conversão de analógico para digital.

Informação: AESP - Associação de Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo.

Fonte: Sulrádio

Queda do diploma faz universidade cancelar turma de jornalismo

Por Izabela Vasconcelos

A Universidade de Uberaba (Uniube) cancelou a turma do segundo semestre para o curso de Jornalismo por causa da baixa procura. De acordo com a direção, o fato tem relação direta com o fim da exigência do diploma para o exercício da profissão, decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 17/06.

“É comum o segundo semestre ter uma procura menor, mas não há dúvidas que tivemos um número ainda menor por causa do fim do diploma”, afirma André Azevedo da Fonseca, diretor do curso de Comunicação Social da Uniube.

De acordo com Fonseca, a Universidade costuma formar turmas de jornalismo de no mínimo 25 pessoas para o segundo semestre, e de 30 para o primeiro semestre, mas este ano a procura foi de apenas 14 pessoas para o curso que iniciaria em agosto.

Fonseca explica que não houve evasão no curso acima da média da universidade. ”Logo que o STF tomou a decisão reunimos todos os estudantes de Jornalismo para conversar sobre o assunto. Eles se mostraram bem maduros e continuam valorizando a formação”.

Apesar de não haver evasão de alunos, o diretor do curso afirma que houve um número de vestibulandos preocupados. “Alguns interessados no curso chegaram a nos procurar, acompanhados pelos pais, para saber mais sobre a questão do diploma, se valia a pena fazer faculdade”, conta.

Fonseca informou que o curso de jornalismo da Uniube, que existe desde 1957, continuará existindo e que espera um número maior de interessados para o primeiro semestre de 2010.

Fonte: Comunique-se

terça-feira, 28 de julho de 2009

TV Digital: Justiça indefere pedido de emissoras para multiprogramação

Por Luís Osvaldo Grossmann e Ana Paula Lobo

A multiprogramação ficou um pouco mais distante das emissoras de TV. A Justiça negou o pedido da Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), que queria anular parte da portaria que trata dos serviços de televisão pública digital, onde é expresso que a veiculação de diferentes canais é restrita às emissoras exploradas diretamente pela União.
A Abra, que representa a Band e a RedeTV, pediu antecipação de tutela – ou seja, que parte da Portaria 24/2009 fosse anulada antes mesmo da análise de mérito. Mas, segundo o juiz federal, Itagiba Catta Preta Neto, "a complexidade da matéria, suas implicações de ordem técnica e consequências de eventual concessão da antecipação da tutela não recomendam tal providência".
As emissoras, com interesse em oferecer multiprogramação na TV Digital, questionaram o item da portaria do Ministério das Comunicações onde é colocado que “a multiprogramação somente poderá ser realizada nos canais a que se refere o art. 12 do Decreto no 5.820, de 29 de junho de 2006, consignados a órgãos e entidade integrantes dos poderes da União”. O artigo do decreto mencionado trata dos quatro canais digitais a serem explorados diretamente pela União.
A Abra sustenta que durante a escolha do padrão de TV Digital, a opção daquele com maior poder de compactação – o mpeg4, do padrão japonês, e não Mpeg2, usado na Europa e nos Estados Unidos, foi fortemente influenciada pela possibilidade de as emissoras usarem a ferramenta para oferecerem multiprogramação.
Procurado pela reportagem do Convergência Digital, Frederico Nogueira, da Abra, disse que o pedido da entidade não foi 'negado'. Segundo ele, o juiz pediu para ouvir o Ministério Público Federal. "Não vamos recorrer a outra instância porque aguardaremos o mérito. Não houve uma sentença", declarou ele.
O embate promete ter outros capítulos. Mas no Minicom, a ação da Abra já vinha sendo tratada como inócua. A interpretação é de que mesmo com a retirada do artigo que faz referência à multiprogramação na Portaria 24/2009, seria necessária uma regra específica para beneficiar as TVs comerciais nesse ponto. Ou seja, apenas uma permissão expressa autorizaria as emissoras comerciais a oferecerem canais múltiplos na TV Digital. Veja a íntegra da decisão:


PROCESSO Nº 2009.34.00.022472-4
DECISÃO
A complexidade da matéria, suas implicações de ordem técnica e consequencias de eventual concessão da antecipação da tutela não recomendam tal providência. Indefiro, assim, ao menos por enquanto, o pedido de antecipação da tutela. Intimem-se. Citem-se, inclusive o Ministério Público Federal dado o caráter coletivo da demanda (Lei nº 7.347/85, art. 1º, inciso V), conforme solicitação daquela Instituição.

Brasília, 23 de julho de 2009.
ITAGIBA CATTA PRETA NETO

Juiz Federal

Fonte: Convergência Digital

Boicotes e caminhos da Confecom

Por Valério Cruz Brittos e Rafael Cavalcanti Barreto*

A realização de uma Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) nunca foi um projeto definido do governo federal. Em mais de seis anos de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República, dezenas de conferências foram realizadas, em praticamente todas as áreas do serviço público, menos a de comunicação. Em parte isso se deve à má vontade das forças políticas que ocupam o Ministério das Comunicações (Minicom), em especial a partir da gestão de Hélio Costa, do PMDB, não só uma referência de conservadorismo político, como também um representante direto dos principais grupos midiáticos do país.

Com o passar do tempo, a pressão popular colocou o governo contra a parede, obrigando-o a posicionar-se. A resposta de Lula foi prática, anunciando a realização da Conferência em pleno Fórum Social Mundial, para um público formado por agentes dos movimentos sociais, comprometidos com sua efetivação. Com um prazo de cerca de 10 meses para a preparação da Confecom, esperava-se um debate prévio real, discutindo o marco regulatório das comunicações, para conformar um evento de porte nacional que reunisse o poder público, a sociedade civil e o empresariado. Seis meses depois, somam decepções.

Problemas históricos

Um exemplo: o cancelamento da reunião da quarta-feira (22/7), que se deu pela ausência de representantes dos empresários de mídia, desafiados com a necessidade de deliberar o regimento interno, atrasado em quase um mês. Assim o empresariado tem conseguido impor-se nas mais diversas esferas de decisão. Centralizou o debate da Confecom nos avanços tecnológicos propiciados pela convergência digital, lotou a comissão organizadora com seus representantes diretos e indiretos e até sustentou a idéia de garantir, por meio do regimento interno, um terço do número de delegados presentes, independentemente de sua representatividade, numa leitura própria dos princípios democráticos.

A única coisa que os empresários não conseguiram foi o consenso silencioso de toda essa hegemonia. Segundo representantes de entidades e movimentos populares no comitê organizador, os radiodifusores ficaram apavorados com as ameaças de prevalecer na Conferência o debate de assuntos polêmicos, a exemplo do controle social da mídia. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) chegou a postar em seu sítio, no mês de julho, que a categoria empresarial estava unida em evitar que a Conferência fosse palco de protestos, principalmente contra o modelo atual de comunicação.

O temor é tanto que os radiodifusores estão tentando atrair segmentos de mercado inicialmente alheios ao processo, a fim de aumentar ainda mais a pressão sobre o poder público. São os casos dos setores da TV paga e das telecomunicações, agora preocupadas com a Confecom, frente às pautas universalização da banda larga e recriação de uma empresa pública de telecomunicações. Para evitar riscos, a estratégia foi paralisar a formulação do regimento interno da Confecom, impondo premissas obrigatórias no documento, como a proteção dos serviços e outorgas atuais e a mínima interferência estatal nos serviços de comunicação. Sem o atendimento de tais condições, há a ameaça constante do empresariado de abandonar o comitê, pairando permanentemente o temor da suspensão do evento.

O regimento deveria estar pronto desde 30 de junho, para em seguida ser elaborado o Documento Base, paralelamente ao desenvolvimento das etapas regionais, que começariam em 1º de julho. É a partir da regulação interna que se dá a organização das conferências municipais e estaduais. Dessa forma, todo o processo está atrasado, sem evolução na interiorização do debate. Portanto, mesmo que nunca tenha se concebido a Conferência como a redentora dos problemas histórico-estruturais da comunicação brasileira, a questão é que o cenário desenhado, pelo processo e pelo formato, é de um espaço bem aquém de suas possibilidades, incompatível (mais uma vez) com o conhecimento acumulado.

A posição do governo

Diante do boicote do setor empresarial, cabe a pergunta: e o posicionamento do governo? Mais uma vez fica atestado o temor de enfrentar os interesses hegemônicos, revelando pouca disposição em realizar a Confecom. Aqui, mais um exemplo: no início do ano, o Congresso Nacional garantiu 8,2 milhões de reais para cobrir os custos da Conferência. Foi promovido um corte de gastos no Ministério das Comunicações, reduzindo tal valor para 1,6 milhão de reais, em maio. O próprio Minicom assumiu que era impossível realizar uma Conferência com tão pouco dinheiro. O projeto de lei 27/2009 entrou na Câmara dos Deputados para recompor o orçamento, não tendo sido aprovado até o início do recesso parlamentar. A tensão de adiar o evento pairou até o início de julho, quando só então foi garantida a reintegração do montante.
Porém, o prejuízo já estava feito. Faltando cerca de quatro meses para sua realização, ainda não existe nenhuma sede confirmada em Brasília para a etapa nacional. Nem mesmo há reservas de qualquer lugar adequado para eventos desse porte, até porque boa parte dos centros de convenções já está reservada para outras atividades mais bem organizadas. Por outro lado, nem tudo está perdido. A publicidade estatal foi salva e, curiosamente, é uma das poucas demandas com a liberação de verbas em dia. O Ministério das Comunicações também não enviou aos governadores carta oficial convocando os demais poderes executivos a participar da Confecom, o que incentivaria o desenvolvimento das etapas regionais.

Contudo, a melhor contribuição a dar, por parte do governo federal, como instância máxima de comando no país, deveria ocorrer no campo político. Uma postura firme do Minicom, se existisse, seria o exemplo que influenciaria as edições estaduais, em termos de agilidade necessária e cumprimento dos objetivos inerentes ao processo de organização da Conferência. No embargo do regimento interno, o poder público agravou a letargia do empresariado, adiando a reunião que concluiria o documento, a fim de que os ministros Hélio Costa (Comunicações), Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) pudessem analisá-lo, para posteriormente haver a votação.

Para completar, o setor empresarial e os representantes do Executivo, inclusive com Hélio Costa presente, tiveram uma reunião fechada na véspera da data estabelecida para a redação do documento. A intenção, que claramente transparece, era afinar as posições entre duas das três forças da comissão, já que no encontro nenhum representante da sociedade civil estava presente. Vale frisar que, na falta de um consenso no comitê, cabe ao governo federal impor um texto de regimento interno. Destaca-se que, no processo de escolha do padrão de TV digital também se reproduziram várias reuniões (decisivas) entre radiodifusores e representantes governamentais, enquanto o fórum oficial era esvaziado em seu poder.

* Respectivamente, professor titular no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos e graduando em Comunicação Social – Jornalismo na Unisinos.

Fonte: Observatório da Imprensa.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Internet registra maior crescimento de investimentos em mídia no Brasil

Segundo Ibope Monitor, canal de mídia registrou aumento de 21% e faturamento de R$ 784,6 milhões

Com faturamento de R$ 784,6 milhões, a internet foi o canal de mídia que obteve o maior crescimento em publicidade (21%) no primeiro semestre deste ano. De acordo com levantamento do Ibope Monitor, no mesmo período do ano passado, o total foi de R$ 649,3 milhões. Entretanto, a televisão continua liderando o segmento, com R$ 15,042 bilhões de investimentos em mídia no Brasil – um aumento de 12%. A participação das emissoras chegou a 54%, sendo que no ano passado era de 50%, com R$ 13,378 bilhões.

O jornal é o segundo meio colocado, com share de 26% e faturamento de R$ 6,3 bilhões. Porém, de acordo com o Adnews, o número é menor que o do ano passado: R$ 6,9 bilhões. As revistas ficaram com 8% do share, com R$ 2,262 bilhões. No ano passado, o valor era de R$ 2,243 bilhões. Juntamente com as publicações impressas, as TVs pagas chegaram 8% de share, com R$ 784,6 milhões. O rádio aumentou sua participação em 5% e R$1,2 bilhão de faturamento. O outdoor caiu de R$ 32 milhões para R$ 26 milhões.

No ranking do Ibope Monitor, os anunciantes que mais investiram, por ordem, foram: Casas Bahia (R$ 1,48 bilhão em 2009 contra 1,407 bilhão em 2008); Unilever (R$ 808,2 milhões em 2009/R$ 874 milhões em 2008); Ambev (R$ 467,5 milhões em 2009/R$ 311,8 milhões em 2008); Caixa Econômica Federal (R$ 409,3 milhões em 2009/R$ 267,6 em 2008); Fiat (371,5 milhões em 2009/R$ 275,2 milhões em 2008); Hyundai (R$ 258,2 milhões em 2009); Tim (R$ 255,6 milhões em 2009/R$ 125,1 milhões em 2008).

O maior investimento publicitário do País ficou com a praça de São Paulo, com 30% de share e R$ 8,3 bilhões. No ano passado, o volume foi de R$ 8 bilhões. O total nacional, que abrange internet, revistas, TVs pagas somou R$ 4,9 bilhões, com 18% de share.

Fonte: Coletiva.net.

Globosat lança sinal dedicado a Campinas e região

A Globosat lança, no final de julho, um sinal dedicado aos anunciantes de Campinas e região. Em 28 de julho a programadora reúne o mercado publicitário da região para apresentar a novidade. O mercado local conta com 170 mil domicílios assinantes e 580 telespectadores potenciais, segundo a Globosat. Além de Campinas, o sinal inclui as cidades de Americana, Araras, Hortolândia, Indaiatuba, Limeira, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Rio Claro, Sumaré e Santa Bárbara D'Oeste. A operadora Vivax, que foi adquirida pela Net Serviços, atuava fortemente na comercialização de publicidade local nessas cidades, o que de certa forma convalida a decisão da Globosat.
Fonte: Pay-TV

Deputados querem mudar decisão do STF sobre diploma de jornalista

No dia 17 de junho, o Supremo Tribunal Federal decidiu derrubar a exigência de diploma e registro no Ministério do Trabalho para o exercício do jornalismo. A resposta na Câmara foi rápida e, 21 dias depois, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que é jornalista e tem o diploma, já havia conseguido a assinatura de 191 deputados para apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 386/09) que restitui a exigência.

No mesmo dia, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que é jornalista mas formou-se em Direito, apresentou o Projeto de Lei 5592/09, que regulamenta a profissão com a exigência do diploma para as áreas técnicas de apuração, redação, edição e comentário de notícias.

A intenção do deputado foi separar essas áreas da impressão de artigos opinativos, que deve ser livre em sua opinião, e motivou o Supremo nessa decisão. Até 1969, o diploma não era exigido, e Miro pertence a essa geração de jornalistas, embora entenda que o diploma foi uma conquista importante.

Frente parlamentar

Ao mesmo tempo a deputada Rebecca Garcia (PP-AM) está organizando uma frente parlamentar em defesa do diploma. Essa frente deve reunir especialistas para evitar que as propostas sejam consideradas inconstitucionais após sua aprovação.

A deputada dirigiu, em Manaus (AM), a TV Rio Negro e o jornal O Estado do Amazonas, e acredita que a formação universitária é indispensável aos profissionais da área. "Em minha experiência, nunca vi categoria que discuta tanto as questões éticas da profissão, e isso vem da vivência acadêmica", disse a deputada, que é economista.

A frente já tem o apoio de 148 parlamentares, mas Rebecca lembra que não houve tempo para percorrer o Senado colhendo assinaturas. "E o presidente Michel Temer também demonstrou apoio à nossa causa e disse que a PEC deve tramitar em regime de urgência", acrescentou.

Apoio de 73%

Embora a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) tenha uma pesquisa que mostra o apoio de 73% dos entrevistados ao diploma, as reações foram bastante diversas: grandes empresas de comunicação, como a Rede Globo e os grupos Abril e Folha, acharam bem-vinda a mudança.

Já a Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirmou que é favorável ao diploma, mas entende que sua exigência como requisito para a profissão é questionável.

Por sua vez, estudantes de jornalismo e sindicatos da categoria em todo o País realizaram protestos e apoiam a PEC de Paulo Pimenta. "Existe essa lógica do mercado, que quer a desregulamentação geral, a partir da lógica do lucro, mas a sociedade vai reagir contra as empresas que veem a informação apenas como mercadoria", avisou o deputado.

Para ele, a decisão do Supremo extrapolou o que foi pensado pelos constituintes, que criaram uma barreira contra a censura a que estavam submetidos os jornais, e não viam a exigência do diploma para exercício profissional como cerceamento da liberdade de expressão.

Fonte: Câmara dos Deputados

domingo, 26 de julho de 2009

Morre aos 82 anos o ator Sérgio Viotti em São Paulo


Sérgio Viotti, 82 anos, morreu na manhã deste domingo (26) em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, em São Paulo. De acordo com o comunicado divulgado pelo Hospital Samaritano, o ator estava internado desde o dia 19 de abril. Ele tinha sofrido uma parada cardíaca durante a festa de casamento do filho da escritora Maria Adelaide Amaral.

Depois de ser velado no Hospital Beneficência Portuguesa, o corpo de Viotti será cremado nesta segunda-feira (27) no Cemitério da Vila Alpina, na zona leste da cidade.
Sérgio Luiz Viotti, que nasceu em São Paulo, em 14 de março de 1927, trabalhou como ator, diretor, adaptador e tradutor de obras literárias e crítico de arte.

Em 1949, estreou como ator na peça L'Apollom Du Marsac, de Giraudoux, dirigida por Simone Cox, mas só em 1961 encena seu primeiro espetáculo como profissional, O Contato, de Jack Gelber. Já como diretor estreou na peça Viagem a Três, de Jean de Lètraz, em 1959.

Além disso, Sérgio lançou em 1995 A Cerimônia da Inocência e, em 2001, a biografia da atriz Dulcina de Morais, Dulcina - Primeiros tempos e a Fuga do Escorpião.
Como romancista, fez E Depois, no Exílio (Edições Bloch), lançado em 68, que lhe valeu o Prêmio Walmap, concorrendo com outros 143 escritores.

Na televisão seu primeiro personagem foi em 1980, na novela Dulcinéia vai à Guerra, na Rede Bandeirantes.
Como ator atuou em 17 novelas, 5 minisséries e 4 filmes.
Trabalhos na televisão
Dulcinéa Vai à Guerra - 1980 (Bandeirantes ) Sinhá Moça - 1986 (Globo) Corpo Santo - 1987 (Manchete) O Primo Basílio - 1988 (Globo) Olho por Olho - 1988 (Manchete) Kananga do Japão - 1989 (Manchete) Mico Preto - 1990 (Globo) Meu bem, meu mal - 1990 (Globo) Despedida de Solteiro - 1992 (Globo) Olho no Olho - 1993 (Globo) Irmãos Coragem - 1995 (Globo) História de Amor - 1995 (Globo) Xica da Silva - 1996 (Manchete) Por Amor e Ódio - 1997 (Record) Anjo Mau - 1997 (Globo) Suave Veneno - 1999 (Globo) Terra Nostra - 1999 (Globo) Os Maias - 2001 (Globo) A Casa das Sete Mulheres - 2003 (Globo) Um Só Coração - 2004 (Globo) JK - 2006 (Globo) Duas Caras - 2007 (Globo)
Filmografia Um Ramo para Luiza - 1965 22-2000 Cidade Alerta - 1965 Angel Malo - 1986 Sábado - 1995 (narrador)

Fonte: Terra.

Mídia convencional e Twitter: relações e conexões


Valério Cruz Brittos*
Taize Odelli**

Na digitalização, vivencia-se a integração da mídia tradicional com outros setores, especialmente aqueles relacionados com as inovações trazidas pela digitalização. Entre os mais significativos está a internet. Depois de jornais, emissoras de TV e de rádio adentrarem o mundo virtual com portais para divulgação de conteúdo produzido, utilizando ainda blogs para dar maior visibilidade às suas ações e avançar na proximidade com o público, as indústrias culturais estão se inserindo no novo fenômeno da internet: o Twitter.

O Twitter é um microblog onde seus usuários fazem postagens de, no máximo, 140 caracteres. Os twitts, como são denominados, podem receber respostas de quem está seguindo a pessoa. Assim, ele também se caracteriza como uma espécie de site de relacionamento. O Twitter caiu nas graças da mídia depois que artistas famosos, como Demi Moore e seu marido, Ashton Kutcher, passaram a usar a ferramenta. No Brasil, o site vem crescendo e, aos poucos, vai conquistando internautas que até então só utilizavam o Orkut, o qual apresentou baixa nos acessos. Porém, o Twitter não é apenas mais uma moda virtual, essencial para todos os usuários da internet que queiram estar "antenados" às tecnologias. Além de reunir pessoas comuns e artistas que querem estar em contato mais direto com o público, o mecanismo tomou grande proporção dentro da mídia convencional.

Informação twitt a twitt

O Twitter tornou-se uma importante ferramenta na vida do internauta brasileiro. Ele foi adotado não apenas como um meio de se comunicar com amigos e familiares. Hoje, ele é usado na difusão de informação. Jornais, sites, redes televisivas e outros meios de comunicação possuem contas no Twitter, onde divulgam notícias e promoções. Em pesquisa realizada pela Bullet, em abril de 2009, 80% dos usuários do site disseram seguir ou já terem seguido alguma agência de notícias.

A ferramenta mostra-se útil também na hora de burlar a censura. No Irã, o presidente reeleito Mahmoud Ahmadinejad, tentou controlar a internet para desestabilizar a organização de protestos contra a sua reeleição. Para contornar a tentativa de censura por parte do governo iraniano, jornalistas e civis passaram a divulgar e organizar os protestos através de blogs e, principalmente, do Twitter. Uma manutenção no site que havia sido agendada para o período das eleições foi adiada para não deixar os iranianos sem essa ferramenta de divulgação. Golpe de marketing ou não, a decisão tomada pelos dirigentes do Twitter foi aplaudida pela maioria.

Não só as agências de notícias invadiram o microblog. Agências de empregos entraram na onda da comunicação por 140 caracteres e agora divulgam no site suas vagas de emprego atrás de candidatos. O que começou com empresas de informática vai se expandir para todas as áreas profissionais, segundo especialistas. Logo, o Twitter se mostrou uma ferramenta não só de contato com conhecidos, mas também de ampliação com contatos profissionais.

Em meio a isso, o usuário comum do Twitter também é visto como divulgador. Uma pesquisa realizada pela Harvard Business School mostrou que o microblog não é só mais uma ferramenta virtual de conversação, ou seja, de apenas manter contato com as pessoas. A análise de tráfego e perfis dos internautas apontou que o Twitter é um instrumento de difusão da informação, como o rádio e a televisão. A pesquisa realizada pela Bullet definiu que a maioria dos usuários do Twitter, jovens entre 20 e 30 anos, além de possuir blogs, repassa para seus "seguidores" links de notícias, artigos, vídeos e outros conteúdos considerados interessantes. As notícias e vagas de empregos divulgados no site pelas agências não só abrangem o número de pessoas que seguem suas páginas, mas também outros usuários, que se informam "de twitt a twitt".

* Professor titular no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da UNISINOS, pesquisador do CNPq, coordenador do Grupo de Pesquisa CEPOS (apoiado pela Ford Foundation) e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela FACOM-UFBA. E-mail: val.bri@terra.com.br.
** Graduanda em Comunicação Social - Jornalismo na UNISINOS e membro do Grupo de Pesquisa CEPOS (apoiado pela Ford Foundation), onde é bolsista de iniciação científica pela UNIBIC. E-mail: t.odelli@gmail.com.

Fonte: Observatório da Imprensa.

Som e Fúria, a superação da indústria


Valério Cruz Brittos*

Som e Fúria
terminou na última sexta com gosto de quero mais. São esses momentos, mais raros do que deveriam ser, que fazem da televisão aberta brasileira um instrumento além do mercadológico, levando a cultura universal a públicos distantes dela, enquanto, simultaneamente, provocam no consumidor (neste caso empoderado como cidadão) a capacidade de abstração, de reflexão ou de simples fruição da arte, na sua mais alta acepção. Por tudo isso, é da maior importância a decisão da TV Globo, de garantir uma segunda temporada da série, apesar de seu fraco desempenho de audiência, perdendo para produções (nacionais e internacionais) menores programadas pela Record.

Na verdade, com todas as críticas passíveis de fazer à Globo, algo deve ser dito: é ela (não a Record, ou SBT ou qualquer outra emissora, especialmente dentre as comerciais) que garante os melhores momentos da televisão brasileira. Por motivação de mercado, é claro, pois é uma empresa privada, na medida em que, mesmo sem ser um êxito comercial, garante pontos para a imagem da organização. Mas as demais redes também estão no mercado, mas praticamente investem em algo que não esteja relacionado com resultados de curto prazo.

Por fim, algo deve ser dito sobre a interpretação de Felipe Camargo. Este ator superou a si próprio, na medida em que esta foi sua principal atuação na TV. Sua capacidade interpretativa foi exacerbada, levada ao extremo, fazendo duos de qualidade superior com o também talentosíssimo Pedro Paulo Rangel. Outros grandes atores tiveram um excelente palco para demonstrarem seu talento, em Som e Fúria, efetivamente demonstrando, mas foi Felipe Camargo que, dando a volta por si, mostrou-se um ator até então ainda não plenamente revelado na televisão, aproveitando-se positivamente da chance renovada. Um exemplo de profissional, a ser apreendido por todos.

*
Professor titular no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da UNISINOS, coordenador do Grupo de Pesquisa CEPOS (apoiado pela Ford Foundation) e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela FACOM-UFBA. E-mail: val.bri@terra.com.br.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Governo negocia implantar sistema de TV digital do BR em Moçambique

O governo brasileiro aproveitou a visita ao Brasil do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, para negociar a implantação do sistema brasileiro de TV digital naquele país. Segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, foi criado hoje um grupo de trabalho entre os dois países para tratar das possibilidades de transferência de tecnologia de televisão digital, caso Moçambique adote o sistema do Brasil, que usa como base o padrão japonês.

O Brasil também ofereceu, segundo Costa, a possibilidade de estender às emissoras de televisão de Moçambique uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aberta para as emissoras brasileiras. Estes recursos seriam usados para financiar a troca de equipamentos de transmissão de sinal pelas emissoras de TV daquele país.

"Temos uma linha de crédito que chega a R$ 1 bilhão e tem sido muito pouco usada pelas emissoras brasileiras", disse Costa. Segundo ele, técnicos do governo brasileiro irão a Moçambique, na segunda quinzena de agosto, para apresentar as características do sistema nipo-brasileiro de TV digital.

Esta linha de crédito também estaria disponível, segundo o ministro, para emissoras dos países sul-americanos que adotarem o sistema nipo-brasileiro. Costa disse que estão avançadas as negociações com o Chile. "Acho que estamos chegando a um momento de decisão", disse o ministro.

Segundo ele, na semana passada, houve uma reunião na embaixada chilena no Brasil para tratar do assunto. O governo chileno teria consultado o governo brasileiro se haveria a disponibilidade de o Brasil financiar a troca de 10 transmissores até meados do próximo ano. Costa disse que o BNDES pode financiar, desde que sejam equipamentos produzidos no Brasil.

O governo brasileiro negocia ainda com a Argentina, Equador, Venezuela e Cuba. A intenção do Brasil é construir um sistema regional de TV digital para a América Latina. Até o momento, só o Peru fez sua opção pelo sistema nipo-brasileiro. Uruguai e Colômbia optaram pelo padrão europeu.

Fonte: Yahoo Tecnologia

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Decreto da TV digital é inconstitucional

Para a Procuradoria-Geral da República, o decreto 5.820 que trata da implantação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTV-T) é inconstitucional. A decisão do órgão foi estabelecida em parecer da Ação Direta de Inconstitucionalidade do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). A matéria está no Supremo Tribunal Federal (STF), mas não tem data para ser julgada.



Segundo informações do Tele Síntese, o parecer do PGR foi elaborado no fim do mandato do procurador Antonio Fernando de Souza e é favorável ao PSOL. Para a Procuradoria, a TV digital é um serviço de radiodifusão novo e por isso não pode prescindir de outorga para novas concessões. “Por não se tratar de mera atualização tecnológica dos mecanismos de transmissão de TV, as novas concessões do serviço de radiodifusão de sons e imagens devem respeitar o processo interativo de vontades políticas autônomas, com a participação do Poder Executivo e Legislativo, nos termos do artigo 223 da Constituição”, afirmou o procurador-geral.O partido alega que o sistema de consignação de canais é um "direito adquirido" dos radiodifusores. Segundo o documento, "O decreto impugnado reforça os espaços oligopolizados das programações atuais com a 'consignação' aos atuais outorgados”.



A inconstitucionalidade é ainda maior, pois o decreto compromete o pluralismo e da vocação para a programação educativa das redes públicas de TVs.Para o procurador-geral ainda faltam informações do governo e não há esclarecimentos à sociedade sobre a adoção do padrão japonês.Já a Advocacia-Geral da União (AGU) o decreto da TV digital não pode ter controle abstrato de constitucionalidade por seu caráter regulamentar. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) já pediu para ingressar na ação na qualidade de amicus curiare e também requereu que os pedidos formulados pelo PSOL sejam declarados improcedentes.



Fonte: ADV News

Manifesto Movimento Música para Baixar

O manifesto Música Para Baixar (MPB) defende que o usuário que baixa música não é um criminoso, e sim um divulgador da obra do artista. O documento - que registrou mais de 500 assinaturas, entre elas de artistas como Léo Jaime, Leoni, Zélia Duncan e André Abujamra - afirma que "novos tempos necessitam de novos valores".

É a partir do surgimento da democratização da comunicação pela rede cibernética, que a conjuntura na música muda completamente.

O que antes era um mercado definido por poucos agentes, detentores do monopólio dos veículos de comunicação, hoje se transformou numa fauna de diversidade cultural enorme, dando oportunidade e riqueza para a música nacional - não só do ponto de vista do artista e produtor(a), como também do usuário(a).

"Neste sentido, formamos aqui o movimento Música para Baixar: reunião de artistas, produtores(as), ativistas da rede e usuários(as) da música em defesa da liberdade e da diversidade musical que circula livremente em todos os formatos e na Internet. Quem baixa música não é pirata, é divulgador! Semeia gratuitamente projetos musicais. Temos por finalidade debater e agir na flexibilização das leis da cadeia produtiva, para que estas não só assegurem nossos direitos de autor(a), mas também a difusão livre e democrática da música."

O MPB afirma que a prática do "jabá" nos veículos de comunicação é um dos principais responsáveis pela invisibilidade da grande maioria dos artistas. Por isso, defendemos a criminalização do "jabá" em nome da diversidade cultural.

O MPB irá resistir a qualquer atitude repressiva de controle da Internet e às ameaças contra as liberdades civis que impedem inovações. A rede é a única ferramenta disponível que realmente possibilita a democratização do acesso à comunicação e ao conhecimento, elementos indispensáveis à diversidade de pensamento.

Novos tempos necessitam de novos valores. Temas como economia solidária, flexibilização do direito autoral, software livre, cultura digital, comunicação comunitária e colaborativa são aspectos fundamentais para a criação de possibilidades de uma nova realidade a quem cria, produz e usa música.

O MPB irá promover debates e ações que permitam aos agentes desse processo, de uma forma mais ampla e participativa, tornarem-se criadores(as) e gestores(as) do futuro da música.

O futuro da música está em nossas mãos. Este é o manifesto do movimento Música Para Baixar.

Fonte: O Globo

sexta-feira, 17 de julho de 2009

OiTV deve, aos poucos, tirar Globosat das suas operações de cabo

Por Samuel Possebon

A estratégia da OiTV com o lançamento do serviço do DTH sem estardalhaço e apenas no Estado do Rio de Janeiro é para sentir a resposta do mercado e a capacidade de instalação antes de uma fase mais agressiva de mídia. A Oi está lançando o produto depois de um período de teste com colaboradores da empresa, e agora entra na fase comercial efetiva.

Segundo apurou este noticiário, a estratégia da operadora é manter esse modelo de pacote básico com muitas opções de canais e permitir a montagem modular de outros pacotes sem pacotes intermediários. Uma das novidades que é esperada até o final do ano é a inclusão de um pacote com os canais Telecine, que entraria no mesmo esquema do pacote HBO, mas isso ainda depende de alguma negociação.

Sem Globosat

Outro aspecto importante é que as praças da OiTV por cabo afiliadas à Net Brasil e que hoje têm programação Globosat (Barbacena, Poços de Caldas, Uberlândia e Belo Horizonte) devem passar por um lento período de ajuste de line-up, aproximando-se do modelo do DTH e perdendo, obviamente, a programação Globo. As condições da transição estão sendo negociadas.

Outro aspecto que ainda não está sendo explorado é a oferta do OiTV em combos, com banda larga e telefonia. Esta estratégia se deve ao fato de que a operadora não quer passar a impressão de que é um produto apenas para clientes Oi, mas naturalmente esse potencial de pacotes combinados com outros serviços será explorado em breve.

O modelo da OiTV é muito parecido com o da parceria entre Telmex e Dish, no México, onde a operadora de telefonia conseguiu 550 mil clientes em seis meses de operação sem ter o sinal da Televisa, a maior rede de TV local, em seu line-up.

Fonte: PAY-TV

TV Brasil lança pitching de série inédita para produtores independentes

A TV Brasil anunciou hoje o primeiro edital para produtores independentes, na modalidade pitching, abordando o tema “Meio Ambiente e Sustentabilidade”. Na presença de cerca de 50 representantes das principais entidades do setor audiovisual, a diretora-presidente da EBC/TV Brasil, Tereza Cruvinel, informou que as inscrições para o concurso já poderão ser feitas a partir de amanhã ( 17) até 2 de setembro.

Desde a sua criação, a TV Brasil tem estudado a melhor forma de aquisição de programas realizados pela produção independente. Neste contexto, a presidente da EBC considera que o formato pitching é o que melhor atende à empresa e ao mercado. “Todo o processo tem que estar de acordo com a Lei de licitações 8.666, do governo federal', lembrou ela.
“É o nosso projeto pioneiro, o nosso piloto. Temos a humildade de dizer que é uma primeira experiência e um aprendizado, para que possamos aperfeiçoar os próximos concursos”, disse Tereza Cruvinel.

A proposta da TV Brasil foi bem recebida pelos representantes do setor audiovisual. “Quero registrar a revolução na produção independente que vocês estão fazendo”, afirmou com entusiasmo o produtor Ricardo Carvalho, da Fotossíntese de São Paulo. O presidente da ABPI ( Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Televisão) Fernando Dias, parabenizou a iniciativa da TV Pública e ofereceu apoio ao projeto, desejando que ele seja “adequado para a grade de programação da emissora”.

EDITAL

O edital será publicado amanhã e está à disposição nos sites da TV Brasil e EBC. O objetivo do pitching é contratar um série inédita de programas para televisão, composta por 36 episódios de 36 min cada, em regime de co-produção com produtores independentes. Esses programas serão exibidos na TV Brasil e canais da EBC ou associados no Brasil e no exterior.

O concurso terá duas etapas. Na primeira, será feita uma pré seleção de 10 projetos técnicos. Em seguida, haverá uma seleção final da série, em sessão pública e aberta, com exibição de fita e defesa oral da proposta ( o pitching propriamente dito).

O resultado final do concurso será divulgado no dia 26 de outubro, com início da exibição da série escolhida em março do próximo ano.

Participaram do anúncio oficial do pitching, o diretor-geral, Paulo Rufino; o diretor de produção, Roberto Faustino, e o diretor- presidente da Acerp, Arnaldo Cesar.

Para Mais informações, acesse os sites da TV Brasil, www.tvbrasil.org e da EBC, www.ebc.com.br .

CALENDÁRIO DO PITCHING

Período de inscrição e habilitação: 20/07 a 02/09
Divulgação dos pré-selecionados: 08/09
Divulgação de resultado da primeira etapa: 30/09
Data do Pitching: 14/10
Divulgação do resultado final: 26/10

Fonte: EBC/Tv Brasil

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Afirmando a necessidade de uma base teórico-epistemológica autóctone


16 de julho de 2009, do Rio Grande outrora guasca e brioso, Bruno Lima Rocha

No texto que segue apresento uma argumentação que leva a concluir pelo uso e desenvolvimento posterior do conceito de tomada de posição. O argumento central por mim levantado aqui é a necessidade da afirmação de uma base teórico-epistemológica autóctone como pré-condição para o desenvolvimento tanto da produção técnico-científica nacional como das distintas formas de ativismo político-social.

Reconheço que de sua parte, a institucionalização das ciências sociais e um novo paradigma – dentro deste sistema e regime político - necessita de uma relação de acomodação e estabilidade institucional para com o Estado, isto sendo válido para os países latino-americanos. Mas, se e quando o grau de crítica e de levantamento de problemáticas e possibilidade de execução de soluções apontadas pelas ciências sociais se contrapõe com os poderes de fato constituídos - a ordem pós-colonial e o arranjo das classes dominantes locais- é justo quando a estabilidade institucional (que para tal ser estável necessita ser contínua) é posta em risco.

Observamos também que a temática da dependência, e até mesmo da dependência estrutural, é central e permanece válida desde a etapa do Estado-desenvolvimentista. Nesse item, ninguém teria mais autoridade para relacionar dependência com a episteme necessária para superá-la (ou sequer compreendê-la) do que o economista autodidata brasileiro Celso Furtado. Justo por isso, e para não escapar da redundância, aponto dois pressupostos teóricos de Furtado.

O primeiro que ressalto é “clássico”, diz respeito à própria formulação da categoria dependência e suas formas de análise econômica. Em “Desenvolvimento e Subdesenvolvimento, Elementos de uma Teoria do Subdesenvolvimento” (Furtado in Bielchowsky, 2000, nota1), o economista trata e discorre das condições necessárias para a compreensão do fenômeno histórico latino-americano. Furtado diz textualmente que “a teoria do desenvolvimento que se limite a reconstituir em um modelo abstrato - derivado de uma experiência histórica limitada”, e depois segue, “as articulações de uma determinada estrutura, não pode pretender elevado grau de generalidade” (p.241). Ou seja, é necessário um processo de pensamento derivado de um determinado momento histórico, próprio da sociedade (ou da região geopolítica) sobre a qual se quer incidir.

O subdesenvolvimento, como fenômeno derivado da condição colonial e pós-colonial, tem de ser visto como um fenômeno específico, e necessita de um esforço de teorização autônomo (p.262). As simples analogias da parte dos economistas, de receituário balizado pelas experiências das economias desenvolvidas, resultam em soluções inaplicáveis para a superação da condição de subdesenvolvimento (p.262). Vê-se que a carga de críticas feita no campo das ciências sociais por Guerreiro Ramos, sociólogo em mangas de camisa, já na década de ’50 é reforçada por Furtado, tanto na formulação teórica como na execução de programas derivados destas mesmas formulações.

Dentro de um universo de ciências sociais e humanas abertas, incluindo aí a economia, podemos observar que esta crítica continua e permanece mais de quarenta anos depois. Furtado em entrevista a revista Caros Amigos (fevereiro de 2003, pp. 30-35), reafirma a questão do pressuposto e do problema teórico de cientistas sociais e economistas munidos de referencial teórico inaplicáveis para nossa realidade. Estas falsas soluções aplicadas em nível de macroeconomia teriam suas origens, segundo Furtado (2003), na incapacidade dos economistas em compreender um sistema econômico brasileiro com algum grau de autonomia.

É por isso que nunca o “possibilismo” do receituário econômico dotado de matrizes no Centro do capitalismo não abre perspectiva de mudança (2003, p.30). De outra parte, a própria reflexão fica distante da execução, se reflete e não se desdobra em ação, não há repercussão contundente a partir do esforço reflexivo (2003, p.31). Mais uma vez, observamos que Furtado apregoa a identificação do objeto da economia, que segundo ele não é o nível econômico, mas o social, levando à outra condição de formulação teórica e possibilidade de incidência sobre a realidade nacional.

Neste brevíssimo artigo de opinião e teoria, expresso o diagnóstico de que as ciências sociais e humanas na América Latina estão no meio de uma luta interna e constitutiva. Esta é a temática teórico-epistemológica, onde a intencionalidade e a perspectiva do cientista/analista/formulador podem habilitar ao rompimento da dependência científica e da dupla identidade (colonizador e colonizado).

A tomada de posição perante a identidade e as questões de fundo

No texto proporcionamos uma breve visão crítica a respeito de alguns dos dilemas e disputas de perspectiva política e teórico-epistemológica para os latino-americanos em geral. As bases teórico-epistemológicas autóctones, incluindo a dimensão ontológica - equivalente da ciência para a dimensão ideológica para a política – necessitam de operadores à altura do desafio de gerar seu grau de existência e validade conceitual. É nas questões de fundo, nos conflitos centrais de uma sociedade concreta e de um país, que quando aplicadas na política científica e acadêmica, filiam ou não este setor a uma ou outra posição. Ao elencar a questão de fundo estratégico e posicionar-se perante a mesma, o cientista social obtém sua perspectiva e proximidade/afastamento do objeto. Aponta assim sua capacidade e/ou vontade política de incidir sobre a sua própria realidade.

Para isso é necessário apresentar, expor e defender o conceito de tomada de posição. Reitero assim que:

TOMADA DE POSIÇÃO = lugar de fala + posicionamento político + pressupostos teórico-metodológicos + reconhecimento de identidade coletiva

Esta afirmação diz respeito tanto ao posicionamento do trabalhador intelectual como de seu papel no contexto que pretende analisar e incidir. Tal incidência pode se dar tanto como produtor de teoria e bens simbólicos como no trabalho diretamente vinculado a formas diversas de ativismo político e participativo.


Nota 1: Este texto trata-se do Capítulo 4, da obra clássica de Furtado de 1961, do mesmo título, Rio de Janeiro, Editora Fundo de Cultura. Na coletânea que sacamos este texto, a origem é da edição argentina de 1971.


Este artigo foi originalmente publicado no portal do Instituto Humanitas da Unisinos (IHU)


Bruno Lima Rocha é doutor e mestre em ciência política pela UFRGS, jornalista graduado na UFRJ, docente em ciências da comunicação e Pesquisador 1 da Unisinos, membro do Grupo Cepos e editor do portal Estratégia & Análise

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Quase metade dos consumidores quer convergência

Por Marin Perez

Compradores de dispositivos móveis, nos Estados Unidos, querem aparelho que unifique e-mail, comunicação e entretenimento . Quase metade dos norte-americanos quer apenas um dispositivo móvel para acessar todos os serviços apontou pesquisa conduzida pela Data Development Worldwide.

O estudo revelou que 40% dos consumidores nos Estados Unidos que planejam comprar um device nos próximos três meses querem um aparelho que possa ser flexível e que possua uma variedade de serviços. Smartphones e laptops ultra leves lideram a lista. Esses aparelhos foram seguidos por notebooks tradicionais, GPS e netbooks, nesta ordem.

Esse tipo de desejo cria um novo caminho para companhias como fabricantes de smartphones, mas isso também significa que elas estarão competindo com outras não tradicionais nos negócios. A Nokia, por exemplo, compete diretamente com empresas como Apple, Samsung e Motorola, mas se decidir entrar no jogo dos laptops, como já foi especulado, brigaria com Acer, Dell, HP, entre outras.

O estudo revelou que os consumidores estão interessados em dispositivos móveis convergentes, mas esses usuários querem aparelhos com capacidades para ter boa implementação e a melhor experiência. O iPhone 3GS é um bom exemplo de device convergente que tem sido popular entre os consumidores. O smartphone touch screen pode tomar lugar de um celular, dispositivo móvel de e-mail, tocador de música pessoal, assistente digital, navegador GPS e video recorder.

"E não é porque a tecnologia possibilita essas capacidades que os consumidores irão pagar mais", comentou Chip Lister, diretor da Data Development Worldwide. "O device deve ser entregue com preço justo para ganhar este mercado."

Fonte: IT Web

terça-feira, 14 de julho de 2009

Seis conselheiros da TV Brasil deixam cargo

Por Wilson Tosta e Eduardo Kattah

Menos de dois anos após a estreia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal criada pelo governo para operar a TV Brasil, 6 dos 22 primeiros integrantes do seu conselho curador - encarregado de fiscalizar a sua atuação e com poder até para demitir sua direção executiva - já renunciaram aos cargos. Dificuldades para conciliar agendas pessoais dos conselheiros, cuja maioria mora fora da capital, com as reuniões mensais do órgão, em Brasília, constituem o principal motivo para as defecções, segundo o presidente da instância, Luiz Gonzaga Belluzzo. Ele nega, porém, que as demissões prejudiquem o órgão, cuja missão oficial é "assegurar o controle social sobre a linha editorial e a qualidade" dos produtos da instituição.

"A composição do conselho tem uma diversidade regional muito grande", disse Belluzzo. "As pessoas têm de viajar a Brasília para participar das reuniões. Isso é incômodo, inclusive para mim. A participação é, em muitos casos, sem remuneração. Alguns recebem um pequeno jetom... No fundo, é um ônus. Chega um momento em que perturba a vida privada."

Até ontem, tinham pedido demissão o rapper MV Bill, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, o advogado Luiz Edson Fachin, o ex-ministro Delfim Netto, a carnavalesca Rosa Magalhães e a empresária Ângela Gutierrez. Já foram nomeados alguns substitutos, empossados em junho: o jornalista Paulo Ramos Derengovski, o presidente do Olodum e advogado João Jorge Santos Rodrigues e o historiador Daniel Aarão Reis Filho.

Os demais conselheiros que renunciaram ainda serão substituídos, informou Belluzzo - a nomeação é prerrogativa do presidente da República. Ele lembrou os casos de alguns conselheiros que deixaram o órgão: Delfim nunca foi a nenhuma reunião e Fachin alegou não ter como conciliar o trabalho de advogado com as reuniões. "Exige um certo sacrifício pessoal", disse ele, reconhecendo que é difícil conciliar as agendas de tantas pessoas diferentes.

Uma das conselheiras que pediram demissão, Rosa Magalhães, afirmou ontem que as reuniões de que participou eram boas. "Mas é muito assunto para pouco tempo, é uma coisa complicada", disse ela, que cuida do carnaval 2010 da União da Ilha do Governador. Rosa afirmou ter dificuldades para conciliar os horários de trabalho com os encontros em Brasília. "As reuniões são mensais, nem sempre no mesmo dia do mês. Às vezes, trocam. A sistemática é difícil."

A empresária mineira Angela Gutierrez disse ontem que solicitou seu desligamento do conselho por "absoluta falta de disponibilidade" para as reuniões. "Infelizmente, com muito pesar, porque eu aceitei o convite logo no início", observou. "É uma proposta interessante, os atropelos de início têm de acontecer mesmo, nada é fácil."

Com responsabilidade sobre toda a EBC, não só a TV Brasil, o conselho tem 15 representantes da sociedade, quatro do governo (pastas da Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Comunicação Social), um de cada Casa do Congresso e um dos funcionários da empresa. Eles têm mandato de quatro anos, com renovação a cada dois.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Deputado pede explicações sobre corte de recursos da Conferência de Comunicação

Por Thiago Rosa

O deputado federal Eduardo Gomes (PSDB-TO) quer explicações do governo federal sobre o contingenciamento de recursos da Conferência Nacional de Comunicação. Segundo o político -que preside a Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação da Câmara (CCTCI)- a perda de R$ 6,5 milhões do evento deve ser apurada.

"Acho que houve um corte em algumas áreas do Ministério das Comunicações. Mas quem está acompanhando sabe que houve recomposição dos recursos da Conferência", disse Gomes, ao enfatizar que foi o responsável pela emenda que garantiu R$ 8,2 milhões no orçamento para do evento.

Segundo o tucano, a ação para cobrar do governo a manutenção dos recursos à Conferência ficará a cargo do deputado Gilmar Machado (PT-MG) - titular da Subcomissão Especial de Acompanhamento da Execução Orçamentária.

Em recente declaração à imprensa, o consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, admitiu que a falta de recursos na pasta pode inviabilizar a realização da Conferência Nacional de Comunicação. Após o corte, o advogado informou que restou apenas R$ 1,6 milhão para o evento, previsto para os dias 1º a 3 de dezembro deste ano.

Fonte: Portal Imprensa

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Multiprogramação na TV digital: a quem interessa?

Por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho

Quando estava sendo discutida a criação do Sistema Brasileiro de TV Digital, houve questionamentos se as atuais emissoras deveriam receber uma banda de seis megahertz ou apenas um canal de um mega e meio. Caso a opção fosse pelo mega e meio, haveria a possibilidade da licitação de mais 12 ou 15 canais novos por praça, com a consequente democratização da televisão brasileira. As emissoras reagiram e lutaram para ter a banda de seis megas. O principal argumento era que sem isso não teríamos no Brasil transmissões terrestres em HD (high definition). Para os leigos é bom esclarecer que a banda de seis megas permite a transmissão de vários canais ou apenas um em HD. Uma outra afirmação é que o mercado publicitário não suportaria novos “players” de televisão aberta. O que aconteceu? Várias emissoras agora querem o direito de fazer multiprogramação, ou seja, exibir vários canais na banda digital que o governo concedeu para a migração da tecnologia analógica para a digital. O grave é que a maior parte das emissoras não consegue fazer um único canal, lançando mão de programas pífios para encher a grade. Não que não haja talento no Brasil, mas, certamente, porque falta planejamento estratégico a essas emissoras e porque, como as próprias emissoras alegavam no passado, não há realmente dinheiro no mercado para sustentar os custos de quatro novas programações por emissora, Algumas delas vivem com minguados lucros e outras inteiramente à beira da bancarrota. Na verdade o mercado publicitário, o que sustenta as emissoras, está exaurido. Porque, então, querem aumentar seus custos e enfrentar novos desafios de produzir mais ? Creio que é para afrontar a legislação de radiodifusão e sublocar seus horários ou mesmo canais inteiros para programas religiosos ou de venda direta de produtos. Nada contra a religião, mas tudo a favor da televisão. Entende-se que as emissoras oficiais operem multiprogramação porque elas necessitam diversificar conteúdo e além do mais não são concessionárias, são permissionárias que prestam serviços de interesse da nação. Tenho ouvido o argumento de que a Band e a Globo, como já tem outros canais abertos ou no cabo, teriam facilidade para preencher esses novos canais. E a televisão por assinatura vai se conformar com isso? E que audiência terão esses novos canais abertos? Poder-se-ia até dizer: Que se danem… ninguém vai ver mesmo. Eu até admito que possa ser assim, mas acho que o Ministério das Comunicações tem que dar um basta ao aluguel de horários e canais que, afinal, pertencem ao povo brasileiro e não aos donos de emissoras, meros concessionários desses canais que por lei deveriam ser usados para entretenimento, educação e informação. O ministro Hélio Costa que se cuide. Isso pode pôr um ponto final nas pretensões de exportar para outros países nosso modelo de televisão. Estude-se o assunto, mas com salvaguardas contra a locação e até mesmo exigindo a extinção das locações que hoje existem nos canais abertos. Somente depois de feita a limpeza é que se deixaria os mercados – de audiência e publicitário – decidirem que produtos sobreviverão.

Fonte: Blog do Boni.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cartilha incentiva a radiodifusão comunitária

Ana Luiza Melo

Foi lançada virtualmente nesta segunda-feira a cartilha Para fazer RÁDIO COMUNITÁRIA com “C” maiúsculo, sob a organização da professora Doutora Ilza Girardi e do mestrando Rodrigo Jacobus. Oriunda de uma primeira versão, realizada em 2002 pela disciplina Projeto Experimental em Jornalismo III do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o material foi reorganizado com enfoque nos comunicadores populares, principalmente, no que toca às orientações práticas. A versão impressa estará disponível ainda esta semana junto aos realizadores e apoiadores.

De linguagem simples e fácil compreensão, a cartilha foi elaborada no sentido de tornar a leitura acessível, beirando a didática. O texto tem início com um conteúdo conceitual e de contextualização da mídia na sociedade, tornando-se mais leve durante o desenvolvimento dos capítulos. Ao chegar no assuntos referentes à atividade técnica, a cartilha incorpora o sentido democrático da publicação no sentido de concretizá-la no cotidiano.

A publicação deste conteúdo é um passo tão importante quanto a sua aplicação junto aos comunicadores populares, que se dará através de oficinas. Os encontros presenciais serão facilitadores da aplicação do material, pois segundo Jacobus, “ajudará aqueles que tiverem maior dificuldade na digestão das informações”. Somada aos encontro e ao desdobramento dos exercícios, a cartilha torna-se um interessante material de referência para uma prática mais digna nas comunidades.”

Para o acadêmico, a cartilha surge a partir da necessidade de construir uma ferramenta que possibilite ampliar os horizontes de emissoras comunitárias. Assim, a comunicação de baixo custo encontra suporte para se tornar uma alternativa viável diante do atual quadro midiático, caracterizado pela industrialização e monopólio. Jacobus afirma que a intenção da iniciativa é “proporcionar uma formação que melhore a coesão do movimento organizado e, ao mesmo tempo, um conjunto de ferramentas e informações que qualifique a produção destas emissoras, considerando-se, claro, que apostamos no potencial dessas emissoras como corrente contra-hegemônica à comunicação de massa praticada na grande mídia”, conclui.

A realização do documento tornou-se possível devido ao diálogo entre a universidade e o movimento popular. A UFRGS contribuiu com o suporte logístico, envolvendo professores e especialistas na produção do material. Já a sessão gaúcha da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO-RS) ajudou no desenvolvimento do conteúdo, bem como participou da aproximação entre acadêmicos e comunicadores comunitários, que muito pautaram as informações presentes na publicação.

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), através do Grupo de Pesquisa CEPOS, apóia o uso da cartilha. Iniciativas como esta dialogam com a política de diversidade e democratização defendidas pelo Grupo, que almeja instrumentos populares de mídia, abrindo a comunicação social para novos sujeitos midiáticos.

Contribuição do Grupo CEPOS para o debate sobre a CONFECOM

Por Rafaela Barbosa, Bruno Rocha Lima e Rafael Cavalcanti

Há pouco mais de um mês, no dia 20 de maio, estudantes, mestres e doutores que formam o Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS) reuniram-se na Universidade do Vale do Rio dos Sinos com o objetivo de discutir sua contribuição para a I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM), que ocorrerá entre os dias 1º e 3 de dezembro, em Brasília. A dinâmica era simples: três membros falam sobre o encontro, o grupo debate perspectivas e proposições e a academia passa a contribuir diretamente com a sociedade na luta pela democratização da comunicação.

Os trabalhos foram abertos por meio da fala do estudante Rafael Cavalcanti. Este descreve os fatos que desencadearam a realização da CONFECOM após tanto anos de cobrança ao Governo Federal. Para uma clara avaliação política, são indispensáveis a citação do decreto de 16 de abril de 2009 que convoca a Conferência e a descrição da polarização de forças já a partir da organização do evento. De um lado, os donos de veículos midiáticos e representantes do Estado; do outro, movimentos sociais, ONGs e entidades classistas, que apesar de serem maioria em número e legitimidade, já começam na comissão organizadora com um número menor de representantes. O estudante chamou a atenção para a exclusão da representação do movimento estudantil de área, encabeçada pela Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos), tal como da comunidade acadêmica brasileira.

Em seguida, a publicitária Paola Madeira discorreu sobre a importância histórica da Conferência e no que a sua simples realização implica em avanços. Para a publicitária, o evento é um exercício democrático onde setores da sociedade civil, organizados ou não, podem dialogar sobre pautas relacionadas à comunicação no país. Com as reuniões pré-conferência, encontros municipais e estaduais, a população pautará com forças assuntos como monopólio midiático, de modo a publicizar as irregularidades constitucionais que ocorre há décadas.

No entanto, Madeira alerta para os interesses dos radiodifusores na CONFECOM. Será a oportunidade de o setor pressionar o Estado por um marco regulatório para a convergência digital e a ameaça do aumento da participação de empresas de telecomunicações na mídia brasileira, especialmente na produção de conteúdo jornalístico e audiovisual. Assim, o empresariado nacional se mostra determinado para o evento ter como foco a digitalização, que representa uma ameaça ao seu modelo de negócio.

Já o cientista político, Bruno Rocha explicou que uma Conferência consultiva não consegue alterar o marco regulatório porque os delegados da instância não estão fazendo leis. Para conseguir uma mudança imediata, seja para que lado for, o ritual político liberal exige uma medida provisória. Para a maioria da sociedade, isso só se consegue quando a pressão popular força o governo a tomar uma atitude desesperada diante de um fato político contundente. Além de relatar como funciona uma correlação de forças no jogo real da Política, Rocha expôs as diferenças da natureza do movimento popular e de um Grupo de Pesquisa como o CEPOS.
Neste sentido, foram levantados três pontos que o grupo pode contribuir para a Conferência Nacional de Comunicação: narrar para a população como opera cada representação da CONFECOM; levantar as prioridades a longo prazo na Comunicação Social do país, incluindo aquilo que mesmo sendo estratégico para o tema, ainda não foi posto em debate; e analisar os documentos regulatórios da Conferência, a exemplo do decreto, normas, regimento interno e convocatória das conferências municipais e estaduais.

Há pouco mais de um mês, no dia 20 de maio, estudantes, mestres e doutores que formam o Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS) reuniram-se na Universidade do Vale do Rio dos Sinos com o objetivo de discutir sua contribuição para a I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM), que ocorrerá entre os dias 1º e 3 de dezembro, em Brasília. A dinâmica era simples: três membros falam sobre o encontro, o grupo debate perspectivas e proposições e a academia passa a contribuir diretamente com a sociedade na luta pela democratização da comunicação.

Os trabalhos foram abertos por meio da fala do estudante Rafael Cavalcanti. Este descreve os fatos que desencadearam a realização da CONFECOM após tanto anos de cobrança ao Governo Federal. Para uma clara avaliação política, são indispensáveis a citação do decreto de 16 de abril de 2009 que convoca a Conferência e a descrição da polarização de forças já a partir da organização do evento. De um lado, os donos de veículos midiáticos e representantes do Estado; do outro, movimentos sociais, ONGs e entidades classistas, que apesar de serem maioria em número e legitimidade, já começam na comissão organizadora com um número menor de representantes. O estudante chamou a atenção para a exclusão da representação do movimento estudantil de área, encabeçada pela Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (Enecos), tal como da comunidade acadêmica brasileira.

Em seguida, a publicitária Paola Madeira discorreu sobre a importância histórica da Conferência e no que a sua simples realização implica em avanços. Para a publicitária, o evento é um exercício democrático onde setores da sociedade civil, organizados ou não, podem dialogar sobre pautas relacionadas à comunicação no país. Com as reuniões pré-conferência, encontros municipais e estaduais, a população pautará com forças assuntos como monopólio midiático, de modo a publicizar as irregularidades constitucionais que ocorre há décadas.

No entanto, Madeira alerta para os interesses dos radiodifusores na CONFECOM. Será a oportunidade de o setor pressionar o Estado por um marco regulatório para a convergência digital e a ameaça do aumento da participação de empresas de telecomunicações na mídia brasileira, especialmente na produção de conteúdo jornalístico e audiovisual. Assim, o empresariado nacional se mostra determinado para o evento ter como foco a digitalização, que representa uma ameaça ao seu modelo de negócio.

Já o cientista político, Bruno Rocha explicou que uma Conferência consultiva não consegue alterar o marco regulatório porque os delegados da instância não estão fazendo leis. Para conseguir uma mudança imediata, seja para que lado for, o ritual político liberal exige uma medida provisória. Para a maioria da sociedade, isso só se consegue quando a pressão popular força o governo a tomar uma atitude desesperada diante de um fato político contundente. Além de relatar como funciona uma correlação de forças no jogo real da Política, Rocha expôs as diferenças da natureza do movimento popular e de um Grupo de Pesquisa como o CEPOS.
Neste sentido, foram levantados três pontos que o grupo pode contribuir para a Conferência Nacional de Comunicação: narrar para a população como opera cada representação da CONFECOM; levantar as prioridades a longo prazo na Comunicação Social do país, incluindo aquilo que mesmo sendo estratégico para o tema, ainda não foi posto em debate; e analisar os documentos regulatórios da Conferência, a exemplo do decreto, normas, regimento interno e convocatória das conferências municipais e estaduais.

Ação e desafio

Com alguns nortes definidos, o grupo deu início às conversas entre os membros sobre o método de intervenção imediata e direta. Entre as proposições estão o debate público no Centro de Ciências da Comunicação da Unisinos, o desenvolvimento de um fórum para discutir a Conferência em uma concepção informativa e crítica, junto à comunidade acadêmica e à sociedade latino-americana e apoiar a realização de uma Pré-Conferência em São Leopoldo-RS, tal como participar dos encontros municipais possíveis.

Os membros do CEPOS levantarão o debate no 32º Encontro da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) a ser realizado em setembro, na cidade de Curitiba-PR, com a participação da Pontifícia Universidade Católica gaúcha e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os profissionais ligados ao audiovisual também levarão uma manifestação impressa e digital para a Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual.
Por fim, o grupo de pesquisa preparou um levantamento inicial de conteúdos estratégicos que certamente serão vetados pelo Estado e agentes econômicos (nacionais e transnacionais) da pauta da Conferência.

Os conteúdos são:
1) revisão das outorgas vencidas e/ou inadequadas de empresas de radiodifusão;
2) coibição da propriedade cruzada de meios;
3) ações cíveis públicas simultâneas contra os oligopólios e por vezes monopólios constituídos;
4) legalização de todas as rádios comunitárias legitimadas pelas Abraços estaduais;
5) cotas de exibição e de produção atendendo ao texto constitucional;
6) liberação imediata das verbas do FUST e do FUNTTEL para veículos de comunicação de pequeno e médio porte e sob controle coletivo e público;
7) revisão a ata do decreto do padrão de TV digital assinado com o consórcio NEC Rede Globo, realizando nova exposição e consulta pública sobre o tema, informando a sociedade do projeto original do SBTVD;
8) veto da mudança na NGO proibindo assim a fusão de megaempresas de telecomunicações;
9) debate sobre o AI-5 digital, vetando qualquer forma de censura na internet, à exceção de pedofilia e temas afins;
10) implantação de um Sistema Brasileiro do Rádio Digital;
11) implantação de infovias públicas em sistemas múltiplos;
12) cota de publicidade estatal destinada para veículos de comunicação do Estado e públicos não-estatais;
13) revisão da composição do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.

O Grupo CEPOS esclarece à sociedade que o papel da academia não é substituir a fala e o protagonismo daqueles que lutam, mas sim fortalecer este ponto de vista, municiando com dados e análises. Apresentados estes, fica assim o desafio para as autoridades e agentes populares reverterem a atual correlação de forças que impede a radicalidade na política de democratização, propriamente dita e posta em prática, dos meios de comunicação no Brasil.

Honduras: contra golpe e impasse político

Por Bruno Lima Rocha

Um golpe “democrático” apresenta o limite da “democracia” de procedimentos

Por mais absurdo que possa parecer, e é. Este golpe foi “autorizado” pela Suprema Corte. Isso caracteriza uma distinção do período da Guerra Fria. Com uma técnica distinta, municiados de um discurso de legitimação jurídico, a elite dirigente hondurenha deu mostras de “ponderação” no rito de conservação do poder. Não acreditou nos procedimentos legais de impedimento político de um Executivo contestado pelos poderes liberais-burgueses, e ao mesmo tempo, não fechou estes mesmos poderes. Apostaram na força, mas ainda não na barbárie.

Noutros tempos o desfecho seria ainda mais trágico, como ocorreu com Salvador Allende (Chile, em 1973). No período em que vivemos, onde o debate se dá sobre o formato de democracia, os golpistas tomaram uma medida preventiva, preterindo o assassinato a sangue frio do chefe de Estado deposto a bala. Levando Zelaya para a Costa Rica, país vizinho, comunicando ao mundo que preservam os seus, reservando a repressão para a oposição interna de esquerda, postura política esta que não é a de Zelaya. Preservar a vida do governante derrubado é algo semelhante ao ocorrido no frustrado golpe na Venezuela, em abril de 2002, quando Hugo Chávez foi cercado no Palácio Miraflores, levado a uma prisão militar no Caribe, e reconduzido ao poder após a pressão popular nos dias seguintes. Bem, este quesito pressão do povo nas ruas existe em Honduras. O problema até a data de postar este texto, é o fato de Manuel Zelaya ser recalcitrante e não dar sinais de estar disposto a arriscar a vida para manter o governo.

De outra parte, se há uma diferença entre o golpe hondurenho e o intento do empresariado venezuelano, é a relação com as forças armadas. Chávez tinha o apoio da maioria dos oficiais de baixa patente e sargentos. Zelaya vem da oligarquia hondurenha e é visto como traidor por seus pares na comandância das corporações militares ainda profundamente influenciadas pela Escola das Américas, as ações de tipo terra arrasada e as costumeiras implicações com o narcotráfico. Assim, a variável repressão vai jogar um papel importante. Isto porque, a reação imediata ao golpe foi convocar uma greve geral já na madrugada de domingo para segunda (29 de junho).

Labirintos e saídas para o contra-golpe popular

Entendo que nestes casos, a comoção interna é o termômetro. Se não houver gente mobilizada, mesmo sabendo que é sempre uma minoria ativa quem toma à frente, vai dar a entender que há um apoio da “maioria silenciosa” ao golpe. O silêncio dos que não são sequer entrevistados é também fruto do bloqueio midiático. Como vivemos um momento de luta popular de 4ª geração, as forças repressivas tem como alvo permanente o bloqueio de antenas de telefonia celular, o controle de lan houses e cyber cafés, além da queda de tráfico e de velocidade nas bandas de internet no país. Minando a capacidade de convocatória pela mídia eletrônica e as ferramentas de comunicação móveis e interativas, os hondurenhos dão provas de haver aprendido com velocidade as lições da repressão iraniana contra a contestação cidadã. Tudo isso se soma com a costumeira e péssima cobertura das agências de notícias transnacionais e das TVs com cobertura global como a CNN. Não por acaso, o recado dos golpistas já nos primeiros momentos, ao manter em cativeiro por um período uma equipe da Telesur.

Para interromper os protestos, haveriam duas saídas. Uma seria a renúncia pública de Zelaya, gesto que não foi feito. Outra, mais custosa, é o aumento da repressão interna, retomando as práticas da década de ’80, quando Honduras era o centro da guerra suja centro-americana promovida pelos governos de Ronald Reagan e George Bush pai (de 1981 a 1992). Na maior parte dos episódios semelhantes, a falta de legitimidade não suporta os custos de mortos, feridos e mártires. Mas, para manter o fôlego, a resistência civil interna precisará ver a saída visível, o que inclui o papel do ator legal, o presidente eleito e deposto Manuel Zelaya Rosales.

As medidas de luta em Honduras são muito mais contundentes do que se difunde pelas agências internacionais. Enquanto escrevo estas palavras, vejo a notícia de que 34 estradas internas estão bloqueadas e Tegucigalpa, a capital, está cercada por tropas leais ao golpe. É justo o oposto do ocorrido em Caracas em abril de 2002. Na ocasião, o morro literalmente desceu fazendo um cerco às entradas da capital venezuelana. Simultaneamente, o Palácio Miraflores e o mais poderoso canal de televisão foram rodeados de populares, sendo que a TV fora reocupada por resistentes civis.

Em momentos de crise, mesmo quem opina de fora e publicamente se posiciona contra o golpe e a favor de um pólo de poder popular por fora das estruturas da democracia liberal de procedimentos, não podemos perder a frieza analítica. A cada momento, mesmo envolto em um manto de suposta legalidade, o aumento da repressão através do Congresso golpista votando leis de emergência e discricionária aponta como a baioneta e a cadeia a opção preferencial da oligarquia hondurenha.

Todas as condições externas para frear o golpe estão dadas, mas o chefe de Estado deposto tem de fazer sua parte também. Retomado o fôlego, com sustentação verbal (mas nenhum ato incisivo) da Assembléia Geral da ONU, da OEA, da Casa Branca (Obama se manifestou para o Departamento de Estado não cortou a ajuda externa para Honduras), da ALBA, além da retirada de todos os embaixadores europeus na capital hondurenha, Zelaya tem chances reais de retomar o poder legal. Mas, para isso terá de se arriscar fisicamente. Agora lhe resta cumprir sua palavra, retornar ao país escoltado ou não por outros chefes de Estado e emparedar os golpistas.

As dúvidas de fundo não repousam na resistência civil e na mobilização das entidades de base hondurenhas. Aí reside o grau de certeza das maiorias latino-americanas. A questão difícil de ser respondida é quanto à firmeza de propósito e a lealdade ao cargo do próprio Manuel Zelaya. Desse modo, preparar-se para uma luta de mais longo prazo e não ancorar as esperanças nas posturas políticas do oligarca convertido parece ser a medida mais correta a ser tomada.

Fonte: Estratégia & Análise

Grupo Bandeirantes lança portal de conteúdo na internet

Por Thiago Rosa


Na próxima segunda-feira (13), entrará no ar o portal de internet criado pela Bandeirantes. A ferramenta disponibilizará conteúdo informativo veiculado pelas empresas do Grupo Bandeirantes de Comunicação - entre rádios, emissoras de TV e sites de Jornalismo. Segundo a instituição, o eBand servirá para levar à web a credibilidade jornalística dos veículos da empresa.

"O objetivo é dar ao Grupo Bandeirantes na internet pelo menos o mesmo espaço atribuído às emissoras de rádio e TV", avalia Ricardo Anderaos, diretor de Produtos Online da instituição.

Ao todo, cerca de 40 profissionais ficarão encarregados pela realização do eBand. O portal se pautará pela cobertura de Jornalismo, esportes e entretenimento do Grupo. A página inicial inclui uma central de vídeos, em que internautas poderão assistir materiais produzidos pela Band, BandNews, BandSports e Terraviva.

O eBand também disponibilizará materiais realizados pelas rádio da emissora e links para os jornais Metro e Primeira Mão, administrados pelo Grupo. O portal é fruto de investimento de R$ 6 milhões da Bandeirantes em novas mídias.

Fonte: Portal Imprensa

terça-feira, 7 de julho de 2009

Honduras: golpe, resistência e possibilidades

Por Bruno Lima Rocha

O governo golpista, encabeçado por Roberto Micheletti - presidente do Congresso unicameral - além de decretar toque de recolher (não obedecido), já pediu a prisão de conhecidos sindicalistas e militantes. Ao ameaçar dirigentes do Bloco Popular, Via Campesina, Movimento pelos Direitos Humanos e do poderoso Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras, a oligarquia hondurenha alimentada oficiosamente pela CIA, desafia a disputa territorial nas ruas da capital Tegucigalpa e nas estradas e cidades dos 18 departamentos. Por incrível que pareça, o ato gorila pode implica no aumento da unidade dos setores populares e de esquerda organizados. Nunca é demais lembrar que Manuel Zelaya é um convertido, mais um, às propostas da ALBA e do enfoque latinoamericanista gravitado por Hugo Chávez.

Desse modo, a esquerda hondurenha atua em duas arenas simultâneas. Uma, imediata, é a defesa popular contra o golpe cívico-militar. A outra, se dará no caso de retorno e vitória de Manuel Zelaya, de modo que o presidente não retroceda na convocatória da consulta popular e na mudança do marco jurídico através da reforma constitucional. Neste caso, em havendo triunfo de Zelaya e do recalcitrante Partido Liberal, a luta política poderá se encaminhar no sentido de construção de espaços decisórios à margem do Estado de Direito, buscando algo próximo do pluralismo e experimentalismo jurídico que se dá em Bolívia, com menos intensidade no Equador e que deveria dar-se na Venezuela.
Mas, antes de fazer a luta contra a direita endógena do entorno presidencial, o povo hondurenho tem de vencer o desafio do golpe gorila.

O golpe hondurenho, antecedentes e seus tentáculos externos

Quase todo conflito de legitimidade passa por momentos de comoção popular. A resistência ao golpe de Estado, grosseira manobra de tipo gorila, imitando em parte o intento frustrado que teve Pedro Carmona e a entidade empresarial venezuelana (Fedecameras) à frente do putsch de abril de 2002, sempre tem de ser imediata e irrepreensível. Houvesse algo semelhante no Brasil em 1º de abril de 1964 e não sofreríamos com 21 anos de ditadura. Pode-se perder ou ganhar um contra golpe, como foi na derrota briosa do povo uruguaio na greve geral de resposta ao golpe de 1973. Mas, se um povo deixa de pelear por não ter convocatória, as entidades de base e os movimentos populares desse país caem em um descrédito igual ou maior do que a “esquerda” de base parlamentar se encontra na América Latina. Não se iludam, as vitórias eleitorais são, em sua maioria, “de uma centro-esquerda não classista” como sabiamente afirmam colunistas da direita portenha como James Neilsen (Revista Noticias, Grupo Perfil). Mesmo sendo bastante gorila muitas vezes, Neilsen acerta no conceito e na crítica. Que sirva de lição.

Voltando ao golpe hondurenho, de imediato recordei de Oliver North e John Negroponte. Também veio à mente o Batalhão 316 e os esquadrões da morte da contra centro-americana, quando a Teoria do Dominó dava suporte conceitual às triangulações de traficantes de cocaína, generais sem machete (como o panamenho Manuel Noriega de triste memória e nenhuma hombridade) e as agências estadunidenses (CIA e DEA à frente). Não por acaso o Império se mantêm na cínica posição de dualismo. Obama declara em alto e bom som que não reconhece outro governo que não o de Zelaya. Já a advogada Hillary Rodham “Whitewater” Clinton, secretária de Estado (equivalente a ministra de relações exteriores) se recusa a chamar de golpe militar o putsch encabeçado por Roberto Michelleti (presidente do congresso unicameral), o general Romeo Vázquez, os membros da Suprema Corte, da Procuradoria Geral, empresários de comunicação e alta hierarquia eclesiástica. Se os EUA classificam como golpe de Estado a tomada à força do poder, seriam obrigados a retirar milhões de dólares em ajuda anual ao país que nos anos ’80 teve para a América Central papel semelhante ao da Colômbia nos anos ’90 e primeira década do século XXI.

A batalha política só será ganha nas ruas

Nesse momento, a peleia se dá de forma direta, na dureza dos embates de rua. A greve geral se mantém e a tendência é o aumento da unidade solidária entre os que lutam no chão. Em geral, nestes episódios históricos se forja uma vontade política coletiva, mais forte até do que os laços com o mandatário derrubado. Quem resiste em Honduras deve estar levando em conta todos estes fatores. No momento em que escrevo estas palavras, militantes do Movimento pelos Direitos Humanos, do Bloco Popular, da Via Campesina e do Conselho Cívico das Organizações Populares e Indígenas de Honduras, além de líderes sindicais, estão com suas prisões decretadas pelo governo golpista. Apostar na repressão, mesmo protegidos pelo cerco e da censura midiática, aumenta o risco entre os golpistas da dissidência dentro das Forças Armadas e do aparecimento de negociadores “sensatos”. Além da polarização contra os golpistas, já se constituiu um pólo de poder que se reconhece na continuidade de quem foi deposto. Trata-se do Gabinete do Governo de Honduras em Resistência, e tem em sua composição a 27 atores políticos de 1º e 2º escalão do governo Zelaya. Para contrapor este pólo é preciso confrontar a oligarquia, mas também compor outro pólo de aglutinação e poder decisório. Se houver tempo e sabedoria política, a coordenação pontual para resistência civil ao golpe pode se consolidar em instância permanente, guinando o poder abaixo e à esquerda. Caso Zelaya retorne ao poder Executivo do Estado burguês, os meses subseqüentes serão definidores do futuro próximo de Honduras e de toda a região.

Band e Rede TV! vão à Justiça contra portaria que impede a multiprogramação

A Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) decidiu recorrer à Justiça contra a portaria do Ministério das Comunicações que proíbe as emissoras privadas de oferecer multiprogramação com os canais digitais. Nesta segunda, 6, a entidade entrou com ação ordinária com pedido de tutela antecipada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo liminar para suspender os efeitos de uma portaria expedida pelo Minicom em março. O texto estabelece que a multiprogramação somente poderá ser realizada nos canais consignados a órgãos e entidade integrantes dos poderes da União. Com isso, o Minicom vetou o uso da multiprogramação pelas emissoras privadas.

Segundo a Abra, ao “dispor sobre TV Pública, a portaria do Ministério adentra seara que não lhe compete, ferindo direito de fazer a multiprogramação, que foi devidamente garantido às radiodifusoras, por meio do Decreto n.º 5.820/2006” (que estabelece a utilização do sistema SBTVD-T). Para a entidade, a medida fere os princípios de isonomia e coloca em risco a continuidade do processo de implantação da TV digital no Brasil, uma vez que trará “prejuízos imensuráveis aos radiodifusores, poder público e principalmente à população”.

A Abra tem como principais associadas e fundadoras as emissoras de TV Band e Rede TV!. Ambas defendem a multiprogramação, ao passo que a Globo é contra a oferta, sob alegação de que isso poderia dividir a verba publicitária.

Fonte: Telecom On Line.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lula publicará coluna em 94 jornais a partir de terça

BRASÍLIA - Ao fim do prazo estabelecido pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), 94 jornais se inscreveram para publicar a coluna "O presidente responde". Semanalmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responderá a três perguntas enviadas por leitores dos jornais cadastrados. A coluna segue a estratégia adotada pela Secom de ampliar os canais de comunicação do presidente com a população. O próximo passo é o blog da Presidência, que entrará no ar este mês.

Dos 94 jornais, 69 são diários; três, bissemanais e 22, semanais, quinzenais ou mensais. São de 65 municípios de 22 estados, sendo 19 capitais. A maior parte, 43, são do Sudeste, sendo 26 em São Paulo; 19 ficam no Nordeste; 18 no Sul; nove no Norte; e cinco no Centro-Oeste. Não há jornal de circulação nacional.

A coluna começará a ser publicada na próxima terça-feira. Os jornais receberão o mesmo texto para publicação, em formato de pergunta e resposta. Segundo as regras da Secom, a coluna terá desenho livre, mas deverá ser identificada pelo título "O presidente responde".
Os jornais inscritos têm de enviar semanalmente as perguntas dos leitores à Secom, que selecionará três por semana para serem respondidas pelo presidente. A Secom exige que os autores das perguntas sejam identificados por nome completo, idade, ocupação e cidade de residência. O texto para publicação será enviado aos jornais às segundas-feiras, para publicação na edição do dia seguinte. A coluna estará disponível também no site da Secretaria de Imprensa da Presidência (www.imprensa.planalto.gov.br).

Fonte: O Globo Online

domingo, 5 de julho de 2009

GP de Economia Política da Comunicação da Intercom com inscrições abertas

Estão abertas até a próxima sexta, 10 de julho as inscrições de trabalhos para o Grupo de Pesquisa (GP) Economia Política da Informação,Comunicação e Cultura da Intercom. Para inscrição de trabalhos, os interessados devem pagar o boleto até esta terça, 7 de julho. Os trabalhos selecionados serão apresentados nas sessões do GP que ocorrerão no âmbito do XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (INTERCOM 2009), nos dias 05 e 06 de setembro deste ano (sábado e domingo, respectivamente), em Curitiba.

O coordenador do GP, Prof. Dr. Valério Cruz Brittos (UNISINOS), destaca que, o Grupo, que vai se reunir pela primeira vez no evento de Curitiba, pretende ser um fórum privilegiado de apresentação e debate de trabalhos críticos, que, de modo metodologicamente interdisciplinar e heterodoxo, trabalhem temas como, dentre outros, o avanço dos processos de privatização das telecomunicações, a convergência tecnológica, a expansão e novasconfigurações das indústrias culturais, a digitalização dos meios eletrônicos, TV digital, a privatização do conhecimento e o desenvolvimento de todas as formas de capital intangível.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Informação em movimento: londrinos lêem e ganham jornais no trem

Por Denis Gerson Simões, de Londres
Especial para o Grupo CEPOS

Se as manhãs do metrô de superfície Porto Alegre – São Leopoldo recebem muitos leitores de diversos periódicos, com destaque ao popular diário gaúcho, em Londres o cenário e bem mais acentuado, quando quase todos os passageiros estão portando um jornal ou, no mínimo, ouvindo notícias ou música. É uma característica da cidade, seja pela manhã ou à tarde, transporte e leitura estão intimamente associados pelas terras da rainha. Mas esta característica não é gratuita, ou melhor, é gratuita sim, já que nas estações de metrô e nos pontos de ônibus há uma grande distribuição de jornais cortesia, que todas as manhãs são distribuídos aos milhares, sendo uma distração informativa. Fazem parte do conjunto de tablóides com notícias sensacionalistas, mas com acesso total às mãos dos consumidores.

E se acham que se trata de produtos de impressão ruim ou papel de última qualidade, estão enganados. Por exemplo, os jornais London Lite e The London Papel tem em média 36 páginas coloridas e grampeadas, com qualidade que botaria inveja a muitos dos periódicos pagos da Grande Porto Alegre. Não se trata de um barateamento de material, a estratégia ganhar na publicidade.

Mas será novo engano se cogitar que se trata de um jornal só de anúncios. A estrutura, que mescla publicidade e notícias, não tem grande distinção se comparado à tradicionais veículos como Zero Hora, Correio do Povo, Diário Gaúcho, O Sul, NH, entre outros. Além disso, os anunciantes são de peso, como Activia (Danone), Back Stret Boys (Show do Grupo), Samsung, Tap Portugal, Panasonic, assim como outras marcas locais e propagandas de filmes em cartaz nos cinemas. A própria empresa de metrôs é patrocinadora dos impressos. Se comparado ao padrão publicitário brasileiro, não há excessos de anúncios no produto inglês, nem dados popularescos. É popular sim, mas nada fora de um padrão aceitável, ainda mais se comparado a muitos outros vendidos no Rio Grande do Sul.

Claro que a realidade londrina tem suas particularidades, além de uma população amplamente maior do que a da capital gaúcha, com outra mistura social e econômica. Mas de toda forma, faz-se interessa pensar: porquê essa alternativa de produtos gratuitos e de base competitiva com as empresas hegemônicas não tem força em Porto Alegre e região? É um novo braço de investimento, com grande possibilidade de retorno, se for bem gerido e chegar aos patrocinadores certos (sem amadorismo). Ou quem sabe seria um grande fiasco de arrecadação e não chegaria a 7 dias de vida. Mas o fato é que em Londres funciona, concorrendo, de certa forma, com uma grande número de empresas de grande porte no ramo da notícia impressa, como The Guardian, Daily Mail, The Times, The Sün, só para citar alguns, mesmo que haja entre essas empresas negociações que amenizem as polarizações.

Fica a questão a ser refletida. O segmento de produtos gratuitos não necessita, necessariamente, ser feio e com cara de brinde barato. Parece não ser preciso ser “injeção na testa”; pode ser de graça e ainda útil. Mas um produto como este não pode ser gerido pelo sistema do lucro máximo, o que é prática comum no Brasil, já que a lógica é outra. Todavia, viabilizar esta prática dentro de um país com altíssima carga tributária também parece outro desafio, que mina possíveis iniciativas de uma idéia como esta ganhar corpo ou ter sucesso. Enquanto isso os brasileiros se satisfazem com os presentinhos que ganham (ou mesmo pagam) dos jornais populares, impulsionando a venda destes materiais jornalísticos que por vezes valem, em seu conjunto, menos do que as panelas que podem ser trocadas depois de juntarem 60 selinhos.