terça-feira, 31 de março de 2009

FENAJ encaminha propostas à consulta sobre diretrizes curriculares de Jornalismo

A FENAJ encaminhou nesta segunda-feira (30/3) suas contribuições à consulta pública do MEC sobre diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo. A Federação pretende contribuir com os debates no processo de audiências públicas promovido pela Comissão de Especialistas do MEC que analisa a matéria.

O prazo de envio de contribuições à consulta pública encerrou-se nesta segunda-feira. As contribuições da FENAJ foram elaboradas por sua Executiva e pelo Departamento de Educação. O documento é referenciado em debates acumulados pela categoria e que estão expressos no Programa de Estímulo à Qualidade do Ensino em Jornalismo, no Programa de Estágio Acadêmico, no documento final do Seminário sobre as Diretrizes Curriculares de Campinas e em resoluções dos Congressos Nacionais dos Jornalistas. Ele servirá, também, para orientar a continuidade da participação da FENAJ e dos Sindicatos no processo de revisão das diretrizes, que prossegue com a realização das audiências públicas –24 de abril, em Recife, e 18 de maio, em São Paulo.

Além de elencar o perfil específico e competências sociais, intelectuais e técnicas esperadas dos egressos do Curso de Graduação em Jornalismo, o documento defende que a formação acadêmica deve assegurar “o interesse público na geração de conhecimento válido sobre os fenômenos que envolvem o exercício do Jornalismo e da especificidade que o distingue do conjunto da área das comunicações” e a “necessidade de pesquisa e experimentação de teorias e técnicas relacionadas com as linguagens e práticas aplicáveis ao exercício do jornalismo”.

O documento defende, ainda, o curso específico de graduação em Jornalismo, com duração mínima de quatro anos, o estágio acadêmico não-obrigatório, sob o entendimento de que, “se antecipamos o exercício profissional ainda no processo de formação, correremos o risco de formar para o mercado e não, como deve ser, preparar jornalistas com capacidade de nele intervir criticamente buscando efetivamente cumprir a função social do Jornalismo”. Também defende cursos de pós-graduação com identidade própria e que mantenham formas de integração com a graduação em Jornalismo. Afinal, não é possível “que a diplomação se dê em cursos e/ou formatos que não incluam a totalidade das diretrizes para a graduação”.

A FENAJ apontou, ainda, que os processos de reconhecimento e avaliação dos cursos de Jornalismo devem ser repensados, atualizados e transformados nas suas formulações, para se adequarem a estas novas diretrizes curriculares.

Fonte: FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas

segunda-feira, 30 de março de 2009

Jornalista, só com diploma

Por Sérgio Murillo de Andrade*

Em 1964, há 45 anos, na madrugada de 1º de abril, um golpe militar depôs o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura de 21 anos no Brasil. Em 2009, a sociedade brasileira pode estar diante de um novo golpe. Desta vez contra o seu direito de receber informação qualificada, apurada por profissionais capacitados para exercer o jornalismo, com formação teórica, técnica e ética.

A exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, em vigor há 40 anos (1969/2009), encontra-se ameaçada. O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará, também em 1º de abril, o recurso que questiona a constitucionalidade da regulamentação da profissão de jornalista. O ataque à profissão jornalística é mais um ataque às liberdades sociais, cujo objetivo fundamental é desregulamentar as profissões em geral e aumentar as barreiras à construção de um mundo mais pluralista, democrático e justo.

É importante esclarecer: defender que o Jornalismo seja exercido por jornalistas está longe de ser uma questão unicamente corporativa. Trata-se, acima de tudo, de atender à exigência cada vez maior, na sociedade contemporânea, de que os profissionais da comunicação tenham uma formação de alto nível. Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em que o acesso ao exercício do Jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia.

A Constituição, ao garantir a liberdade de informação jornalística e do exercício das profissões, reserva à lei dispor sobre a qualificação profissional. A regulamentação das profissões é bastante salutar em qualquer área do conhecimento humano. É meio legítimo de defesa corporativa, mas sobretudo certificação social de qualidade e segurança ao cidadão. Impor aos profissionais do Jornalismo a satisfação de requisitos mínimos, indispensáveis ao bom desempenho do ofício, longe de ameaçar à liberdade de Imprensa, é um dos meios pelos quais, no estado democrático de direito, se garante à população qualidade na informação prestada - base para a visibilidade pública dos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas.

A existência de uma Imprensa livre, comprometida com os valores éticos e os princípios fundamentais da cidadania, portanto cumpridora da função social do Jornalismo de atender ao interesse público, depende também de uma prática profissional responsável. A melhor forma, a mais democrática, de se preparar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em Jornalismo.

A manutenção da exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão, portanto, representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.

A sociedade já disse o que quer: jornalista com diploma. Pesquisa realizada pelo Instituto Sensus, em setembro de 2008, em todo País, mostrou que 75% dos brasileiros são a favor da exigência do diploma de Jornalismo.

Não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos de interesses privados e motivações particulares. Os jornalistas esperam que o STF não vire as costas aos anseios da população e vote pela manutenção da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil. Para o bem do Jornalismo e da própria democracia.

* Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

Fonte: FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas

domingo, 29 de março de 2009

Sérpico contra los palangristas brasileños


Bruno Lima Rocha, Domingo 29 de marzo, 2009, para la Revista Digital Resistir, desde San Cristóbal, Estado Táchira, oeste de Venezuela

Brasil tendría un ataque de nervios si el ambiente de
espionaje colectivo fuese conocido por la población. Por
suerte o azar de los brasileros, las carencias cognitivas
impiden la comprensión del ambiente de espionaje política
o empresarial. Si fuéramos a definir con rigor de conceptos
la conducta de los políticos profesionales, este país sería
una cleptocracia. Y, operando al lado, en contra y sobre la
tutela del gobierno de turno, la comunidad de la
información está en el centro del problema. El término o
concepto del autor inglés John Le Carré, “espiocracia”, es
perfectamente aplicable en el Brasil.

Digo esto, porque, por obligación profesional,
acompaño diariamente las prisiones y procesos,
operaciones contra los consorcios político-empresariales
brasileros. La herramienta represiva del Estado y de la
Policía Federal (PF), una fuerza de seguridad civil,
investigativa, del tipo policía judicial francesa y con
moldes del FBI estadounidense. En la PF, por ejemplo,
todos los funcionarios entran mediante concurso público y
tienen diploma universitario como condición de entrada.
Volviendo a las acciones represivas contra las élites, la
última Operación, llamada “Castillo de Arena”, afectó en el
hígado una de las cinco mayores empresas de construcción
civil, la Camargo Corrrêa.

Podemos interpretar esa operación como una
vigilancia necesaria del Estado contra operadores de élite
que incurren en crímenes en todo momento. Como se sabe,
las empresas de construcción civil son grandes
contribuyentes en las campañas políticas.
Y, no por casualidad, son todas contratadas en
obras públicas. Están penalizando una empresa más
contratista del propio Estado.

Antes, el día 11 de Marzo, la mayor revista mensual
brasileña, llamada “Veja”, de la editora Abril, (Grupo
Civita, complejo editorial que está sobre sospecha de
petenecer al Grupo Naspers, sud-africano), puso en la
portada un entrecomillado: “Sin límites!”. Donde
supuestamente un comisario de la PF estaba pasando de
investigador de un banquero bandido (Daniel Dantas, socio
del City Bank Group en Brasil) a investigado. La nota
defendía, de forma indirecta, el crimen de élite, y penaba a
los funcionarios públicos que querían penalizar a los
empresarios bandidos. Esto es puro palangrismo, cuando
los medios comerciales defienden sus socios sobre
sospecha de crimen financiero.

Todos nosotros quedamos contentos al ver ricos
esposados. El problema es que esa gente nunca queda presa
y sus bienes no son expropiados. Eso lleva a una situación
límite. Lo que restó de la izquierda electoral tiene como
base ideológica un discurso republicano y jacobino. Es un
error. No da para apostar en el conflicto de clases y tener
como referente político a un comisario de policía. En el
caso, el comisario es el muy capaz y honesto Protógenes
Queiroz, enemigo número uno de los bandidos de traje y
corbata. Y, como estos malhechores están sumidos en el
aparato del Estado, el comisario de la PF pasa de
investigador a investigado. Una parte de la izquierda
brasilera, al defender al noble comisario, cambia de héroe.

Sale el Che Guevara y entra en el Sérpico. Así no se
transforma a la sociedad.

Corresponsales del Pueblo - http://ruedadeprensa.ning.com/

Pase fala de TV digital e perspectivas do audiovisual na internet


Por Rafael Cavalcanti

Na última quinta-feira, 25, o Grupo CEPOS recebeu na Unisinos o professor Dr. André Pase, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para a palestra “A TV digital e as perspectivas do vídeo digital”. Em sua segunda reunião do ano, os membros do grupo acompanharam a fala do professor, que afirmou o campo "online” como futuro da produção audiovisual.

Antes da palestra começar, os presentes organizaram uma roda de discussão para debater a evolução da radiodifusão no Brasil. O professor Dr. Valério Brittos lembrou da dificuldade que era sintonizar os canais, no interior do Estado, quase sempre resumidos a poucos na maior parte do país. “Depois do lançamento da TV a tubo, apareceram controle remoto, videocassete, antena parabólica, televisão por assinatura até chegarmos à TV digital, que tem a capacidade de multiplicar o número de canais em sinal aberto”, afirma Brittos.

André Pase afirmou que não vale a pena comprar a nova televisão hoje porque os conversores ainda serão atualizados para receber a interatividade. Além disso, a produção digital se limita a novelas e filmes. “TV é uma coisa que fascina o brasileiro. Se a TV digital aparecer, é óbvio que ele vai querer comprar. Mas para ver Caminhos da índias ou Os Normais? Assim, não. Neste caso, o conteúdo se torna mais importante do que a tecnologia”.

O professor lamentou o fato do Governo ter preterido o modelo desenvolvido por pesquisadores brasileiros, cuja interatividade teria um importante papel na inclusão digital da população. Interatividade esta, que já é encontrada, de forma superficial, nas televisões pagas e será resumida a poucos recursos de informações no sistema nipônico de TV digital, dadas as baixas possibilidades do canal de retorno. Da mesma forma, Pase criticou a norma que regulamenta a multiprogramação, estabelecida de forma duvidosa pelo Ministério das Comunicações.

Segundo o professor, a norma foi uma estratégia de setores privados que queriam evitar “novas idéias” para a televisão brasileira. “Sem a norma, o que impedia a Record, que não tem o padrão Globo de qualidade, de usar banda Standard e colocar, simultaneamente, Ana Hickmann e Pica-Pau a manhã toda? Se eu fosse diretor do SBT, era Chaves 24 horas! Teria audiência sem nenhum custo a mais”.

Enquanto isso, a internet avança, tal como os usuários que a dominam como instrumento de comunicação. Youtube e Vimeo são páginas que já exibem grande quantidade de vídeos em alta resolução. Outros como o Justin.TV ou Hulu reproduzem a programação da TV aberta e fechada em tempo real de modo gratuito. A própria rede virou o único suporte para divulgação de telejornais amadores e filmes não-comerciais, a exemplo das produções americanas Rocketboom e Zeitgeist, respectivamente.

Pase destacou que, além da gratuidade, a migração dos telespectadores para a internet foi motivada pela crise econômica. O caso dos americanos é o mais emblemático. Pela segunda vez no ano, eles tentam migrar para o sistema digital, mas não conseguem devido à resistência da população. “O americano padrão começa a pensar ‘eu estou sem emprego, começando a ficar com pouca grana, será que eu vou pagar por TV a cabo ou por essa nova televisão se eu tenho a Hulu me dando a mesma programação de graça?’”, explica o professor.

Com isso, surge o chamado “canibalismo de mídia”. A internet tensa se aproveitar do produto da TV, enquanto a mesma procura encaixar nos programas fenômenos virtuais. Pase recorda que o principal destaque do Fantástico em 2008 foi o Bola cheia, Bola Murcha, com vídeos amadores de futebol enviados pelo público. Foi uma exceção que deu certo, quando a regra mostra que o uso da internet pela televisão quase sempre proporciona efeitos desagradáveis.

O fato é que a internet permite ao usuário uma intervenção muito mais direta no processo de comunicação. Pase afirma que “ a molecada hoje faz a própria playlist e programação de TV. Ela não está mais querendo ser adestrada”. Tal avanço permite um protagonismo inédito, transformando receptor também em emissor. “A internet está virando um fio que conduz as coisas. Ela oferece novos formatos e conteúdos. Se a nova televisão não proporcionar o mesmo, será difícil a mudança do analógico para o digital”, concluiu o professor.

A próxima reunião do Grupo CEPOS será no dia 08 de abril, às 17h, no Centro de Ciências da Comunicação, na Unisinos. Haverá a exibição do curta-metragem Hiato, de Vladimir Teixeira, seguido por um debate sobre a temática do filme.


Vídeos citados na palestra

sexta-feira, 27 de março de 2009

TVs públicas criticam norma de multiprogramação do Minicom

Por Lúcia Berbert

Entidades representantes das TVs públicas criticaram hoje a portaria do Ministério das Comunicações que permite o uso da multiprogramação da TV digital apenas para as emissoras públicas geridas pela União. Segundo elas, o apoio das entidades ao padrão japonês da TV digital se deu exatamente por causa desse atributo.

Os representantes da TV pública não concordam com o argumento do Minicom de que precisa de mais tempo - em torno de 90 dias - para regulamentar a multiprogramação para as demais emissoras, alegando a necessidade de adotar salvaguardas para evitar que haja arrendamento de espectro e uso de canais para televendas e telecultos. "A norma não pode ser feita pensando nos bandidos, para estes existem leis penais e administrativas", rebateu o presidente do conselho da TV Cultutra, Jorge Cunha Lima. Ele acha que adiar a multiprogramação é inaceitável. O presidente da Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais), Antonio Achilis, reivindicou a participação das entidades na confecção da norma. "Queremos ser protagonistas na elaboração das regras de multiprogramação e das mudanças em geral da legislação da radiodifusão", disse.

Aquilis disse que se o Minicom quer coibir abusos das emissoras deve começar a enfrentar o problema agora, ainda na TV analógica. Já o presidente da ABCcom (Associação Brasileira de Canais Comunitários), Edvaldo Amorim Farias, duvida que o Minicom consiga algum controle sobre as emissoras comerciais. "Isso é uma utopia", afirmou.

O consultor jurídico do Minicom, Marcelo Bechara, disse que a portaria do ministério não trata de norma para multiprogramação, mas de regra para compartilhamento de operações das TVs exploradas diretamente pela União. Mas admitiu que ela também permite a multiprogramação por essas emissoras.

Os representantes das entidades estão reunidas em Brasília, hoje e amanhã, em debates preparatórios para o II Fórum Nacional de TVs Públicas, que acontecerá em maio. As entidades reúnem hoje mais de 3.300 emissoras e retransmissoras em todo o território nacional, operando abertamente ou no cabo.

Fonte: Tele Síntese

quinta-feira, 26 de março de 2009

Cotas do PL29 serão decididas no voto, diz Lustosa

Por Mariana Mazza

Ponto de maior polêmica durante a análise do PL 29/2007 - que cria novas regras para o setor de TV por assinatura e audiovisual -, as cotas de veiculação de produção nacional na TV paga não deverão gerar mais tanto atrito em 2009 na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados. A estratégia do futuro relator do projeto na comissão, deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE), é resolver o impasse criado entre produtores, radiodifusores e operadoras de TV por assinatura dentro do método natural do Legislativo: o voto.

"Vamos botar para votar e a maioria que decida. Às vezes nos esquecemos que a Câmara não é para ser a Casa do consenso. Aqui é a Casa do dissenso por natureza", avisa o deputado. Próximo a Vital do Rêgo Filho (PMDB/PB), atual relator do PL 29 na Comissão de Defesa do Consumidor (CDC), Lustosa tem se articulado para retomar as negociações em torno dos pontos onde ainda há perspectiva de acordo entre os interessados no PL 29. Essas articulações também têm contado com a participação ativa do novo presidente da CCTCI, deputado Eduardo Gomes (PSDB/TO), que já teria acertado com o PMDB a continuidade da relatoria da proposta nas mãos de Lustosa.

Como o texto que está sendo trabalhado na CDC é uma versão anterior ao trabalho conduzido pela CCTCI no ano passado, Rêgo Filho não precisará mexer com as cotas de produção nacional, caso prefira ficar fora da polêmica. No entanto, mesmo sem a apresentação do substitutivo na CDC, já existem pedidos ao deputado-relator para inseri-las no texto. Há uma predisposição de que as cotas não apareçam na proposta de Rêgo Filho já que as maiores queixas com relação ao assunto partiram dos clientes das operadoras de TV por assinatura, estimulados por uma campanha da ABTA veiculada em 2008 classificando a reserva como uma tentativa de "retirar o direito de escolha" dos consumidores.

Caso fique longe das grandes polêmicas, a CDC estima ser possível aprovar o PL 29/07 até o final de abril e encaminhá-lo rapidamente à CCTCI. Tão logo volte à comissão de mérito, a proposta de Lustosa é evitar que o assunto volte a ser objeto de um infindável debate entre os diversos segmentos atingidos. "Não podemos ficar um ano tentando fechar um acordo impossível. Se fizer isso, a gente corre o risco de, procurando o 'ótimo', sacrificar o 'bom'", afirmou o deputado.

Pessoalmente, Lustosa não vê grandes vantagens na implantação das cotas de produção nacional e acha que o caminho é incentivar este mercado a criar produtos atrativos para os consumidores. "Acho que as cotas são inócuas porque, na minha opinião, com os avanços tecnológicos, o consumidor passa a ser cada vez mais o dono da programação", analisa, citando como exemplo o potencial de interatividade do IPTV. A oferta de TV por assinatura via internet, no entanto, é considerada por Lustosa como o único ponto ainda nebuloso na proposta fora as cotas. Como está a última versão do PL 29/07, escrita pelo ex-relator Jorge Bittar (PT/RJ), a regulação dessa oferta seria ampla demais, afetando toda a Internet.

Sem urgência

Outra mudança drástica no processo de negociação política para aprovação do projeto é o abandono completo da idéia de colocar a proposta em regime de urgência. Essa estratégia, defendida pelo deputado Jorge Bittar no ano passado, eliminaria a tramitação nas comissões, que apresentariam seus substitutivos diretamente no Plenário da Câmara. "Vamos votar na comissão e cumprir o rito legislativo", garante Lustosa.

Mesmo sem a urgência, o futuro relator acredita ser possível aprovar o PL 29/07 ainda neste semestre, confirmando que o projeto continuará sendo prioritário. A pressa está no fato de que, sem a alteração legal, os mercados têm se ajustado sozinhos aos novos cenários, o que é visto com preocupação pelos parlamentares. Para Lustosa, as negociações de Bittar têm o grande mérito de terem concentrado as polêmicas em torno de um único capítulo, o Capítulo V (cotas), garantindo assim que o projeto tenham sustentação mesmo que as cotas sejam retiradas.

Defesa continua

Criador das cotas, Jorge Bittar ainda acredita ser possível assegurar uma reserva mínima para o estímulo à produção nacional no PL 29/2007. "Acho que não é só possível, como é imprescindível a manutenção das cotas, porque elas representam a garantia do estímulo à produção audiovisual brasileira", analisa o parlamentar licenciado, que hoje é o responsável pela Secretaria de Habitação do Rio de Janeiro. Para Bittar, a última negociação produziu uma planilha de cotas "leve e profundamente aceitável".

O deputado licenciado se disse feliz de ter conseguido provocar um estímulo para que o próprio mercado de TV por assinatura passasse a dar mais valor aos produtos nacionais, independentemente da existência das cotas. Ao longo das negociações, Bittar constatou que as próprias programadoras internacionais passaram a incluir programas brasileiros em suas grades.
Sendo ou não aprovada a reserva dentro do PL 29, Bittar e Lustosa concordam claramente em um aspecto: o debate das cotas não acabará na tramitação do projeto no Congresso. Ambos acreditam que o assunto será pauta garantida na 1ª Conferência Nacional de Comunicação e que o tema veio para ficar.

Fonte: PAY-TV

quarta-feira, 25 de março de 2009

Áudio: Os melhores momentos da palestra "Digitalização e audiovisual alternativo"

Confira abaixo os melhores momentos da palestra do professor Doutor Adílson Cabral realizada no dia 05 de março, pelo Grupo Cepos, na Unisinos.

1) Digitalização e audiovisual alternativo

2) Comunicação alternativa

3) Cooptação das rádios comunitárias e Conferência Nacional de Comunicação

4) Rede Globo

5) Conteúdo alternativo e interatividade

6) Legitimidade das rádios comunitárias

Ministério da Justiça adverte Globo por Big Brother

A Globo recebeu um ofício enviado pelo Ministério da Justiça que aponta irregularidades na exibição do 'BBB 9'. De acordo com o documento, o reality show está sendo transmitido fora do horário previsto na classificação indicativa.

O ministério alega que no dia 22 de fevereiro a emissora transmitiu o programa às 19h13, sem o alerta da classificação antes do inicio do programa.
Além disso, nesse mesmo dia, a Globo teria exibido incorretamente o selo de classificação para 10 anos. Mesmo assim, o programa teria mostrado o consumo de bebidas, impróprio para menores de 12 anos (20h).

Ainda segundo o ofício, os flashes ao vivo exibidos no "Mais Você" e no "Vídeo Show" teriam apenas o selo de 10 anos, o que confundiria o "BBB 9" com os boletins "De olho no BBB".
Um procedimento administrativo foi aberto para reclassificação do reality show, considerado pela própria Globo como impróprio para menores de 14 anos (21h).

Segundo a coluna Outro Canal, a emissora disse que está avaliando o ofício e que apresentará uma defesa.

Com informações do colunista Daniel Castro

Fonte: Adnews

terça-feira, 24 de março de 2009

De Sartre à Hebe Camargo: a intelectualidade contemporânea

Por Paula Russo
Supondo que exista um plano divino e, que deste, possa se contemplar o mundo dos vivos, Sartre possivelmente está em surto permanente, tamanha foram as mudanças que ocorreram de lá para cá, no que tange ao intelectualismo e, mais propriamente, aos intelectuais deste novo século.
Kellner apresenta-nos o dever do intelectual, nas palavras de Jean-Paul, qual seja, “denunciar a injustiça onde quer que ela se encontre”. Isso, lá pelos idos de 1974, quando a metade do mundo ainda estava lutando pela democracia, época de grandes manifestações – ainda que, muitas vezes – camufladas e banidas pelos regimes totalitários.
Trazendo à realidade brasileira, muitos foram os que perderam a vida por expor às chagas da sociedade em tempos de vigilância militar. Intelectuais ou não, emprestaram sua voz para que a sociedade e o mundo tivessem a mínima noção do que acontecia ao seu redor.

O Movimento Diretas Já proporcionou o escalonamento de profissionais de todas às áreas, sobretudo intelectuais e a classe artística, para a convergência do fim do golpe militar e do rastro de sangue que singrava há anos. Com a “democracia”, outras manifestações vieram, talvez a de maior porte tenha sido o do By Collor, onde a mídia nos fez crer que foram os caras pintadas que levaram o então presidente a retirar-se do poder.
Esses breves parágrafos me levam a perguntar: quem são os intelectuais de hoje? Onde estão e qual o contexto de seus trabalhos? Sem pestanejar, diria que essa casta virou “lenda urbana” ou que, na minha visão, estão encastelados em suas salas universitárias ou institutos de pesquisa, ladeados por infinita tecnologia e dinheiro público – o meu, o seu, o nosso -, escrevendo maravilhas aos seus pares.

É uma percepção apocalíptica para alguns, mas sei que muitos comungam com minha tese de “encastelamento intelectual”. Com a exigência quase que febril da obrigatoriedade de formar pelotões de mestrandos e doutorandos, o hedonismo deste grupo só aumentou. Percebo, dessa forma, que nos encontramos num perfeito estado de Mundo de Alice, onde quase nada tem lógica e as motivações são tão rasas como uma xícara de chá.

Dia desses – dentro da elite acadêmica – um “intelectual” sentenciou: “não me queiram em suas bancas, pois vou destruí-los”. Há muito tempo atrás, a mesma pessoa disse que não se permitia dar nota 10 aos alunos, para que os mesmos não se empolgassem com suas elucubrações. Data vênia! Qual seria mesmo o segundo dever do intelectual, senão o de pulverizar o conhecimento, ao invés de, jocosamente, demonstrar seu “empoderamento”?

À guisa de exemplo, muito pouco do que é produzido na área da comunicação chega ao seu receptor, diferentemente do que acontece na medicina. Talvez, isso tenha a ver com a falta de percepção em saber o que é, de fato, Comunicação Social. Alguns grupos de estudiosos preocupam-se muito mais com a semântica, ao invés do conteúdo, fator que não leva a lugar nenhum. Notadamente, mais uma vez, o conhecimento é pautado por uma hierarquia Olimpiana, incapaz de perceber sua socialização e direcionamento.

Douglas Kellner indica que o caminho natural do intelectualismo é a ocupação do espaço midiático e a absorção de suas ferramentas, ou seja, ocupar este campo para que o mesmo possa ser utilizado como ferramenta propulsora ao maior número de destinatários em prol da sua qualidade de vida. No entanto, o autor lembra:

“Não deveríamos esquecer, no entanto, da miséria que se encontra a maioria dos homens e deveríamos lutar para que esses indivíduos possam ter as mesmas oportunidades que os mais afortunados”. (KELLNER, 1995)

Assim como ao autor, preocupa-me a idéia da ocupação deste espaço com um “ranço academicista”, ou seja, utilizar o meio, enquanto veículo, e tornar o discurso alcançável a qualquer indivíduo, utilizando uma linguagem que possa ser compreendida por todos e não somente para aqueles que dominam as teorias de determinado saber.

Indo mais além, digo que o intelectual de Sartre já não existe mais, seja por seus ideais, seja por sua postura e a quem serve. Mas temos um outro tipo de intelectual, que, embora sem o saber culto, consegue mastigar a informação e devolvê-la à população, mobilizando indivíduos na melhoria de sua qualidade de vida e da comunidade à qual está inserida. As ONGs são um ótimo exemplo disso, como a CUFA (Central Única das Favelas), que agrega comunidades do Brasil inteiro, sob forma de associações.

Há também, um outro modelo de intelectual que ocupa a mídia todos os dias e que se aproxima do indivíduo com mais sabedoria do que qualquer intelectual. Você até pode contestar, achar que é de qualidade duvidosa, que a fala é chula ao extremo. Tudo bem! Só não pode ignorar que uma Hebe Camargo ou uma Ana Maria Braga são mais compreendidas que o ex-presidente e intelectual Fernando Henrique Cardoso. É a modernidade dos tempos, ocupada pelo saber popular, mas que cumpre seu papel de interlocutora da realidade. A vida como ela é.

O Estatuto do Torcedor não quer punir a cartolagem


Bruno Lima Rocha e Felipe Fonseca – do Rio Grande, 23 de março de 2009

A Copa do Mundo de 2014 pode começar ainda este ano para os brasileiros. Os ministérios dos Esportes e da Justiça anunciaram um pacote para conter a violência nos estádios, visando “limpá-los” no período de 5 anos. Desde 2003 até hoje ocorreram 37 mortes em estádios ou em situação de jogo. Ou seja, um torcedor a cada dois meses, em média. Infelizmente nada disso é novidade, e é de se presumir que a motivação do Estado sejam os encargos da FIFA e não a preservação da vida de jovens torcedores.

No começo, o governo e seu ministro Orlando Silva, acenaram que, com a modificação do Estatuto do Torcedor, todas as pessoas que pretenderem acesso ao estádio terão seus dados como CPF e impressão digital armazenados em um cartão magnético que também será o seu “ingresso”. Já cairíamos em um problema de dubiedade, pois o status de torcedor não é uma figura jurídica. No mais, também implica em delegar autoridade a uma entidade privada de caráter associativo, o clube de futebol. Na proposta original, esse cartão deveria ser fornecido pelo clube, só podendo ser cobrado em caso de perda. O cadastro dos torcedores seria nacional, e para todos os estádios que receberem jogos das séries A e B do Campeonato Brasileiro. Para facilitar a aplicação das penas aos infratores, o cadastro permitirá um cruzamento de dados com a Justiça Criminal comum. Mais uma vez, incorre-se no problema de fundo. Não há uma figura jurídica para o crime de “brigar em estádio de futebol”, o brigão e arruaceiro é enquadrado como “rinha” e este é um crime sem punição.

Porém essa mudança no Estatuto do Torcedor tem alguns pontos que não são facilmente solucionáveis: em princípio, menores de 16 anos estariam livres desta medida. A pauta se atravessa duplamente. Reduzir a maioridade penal é a sanha da direita mais reacionária, e muitas das vezes, das mais corruptas. No caso, embora seja relativamente comum ver a jovens cometendo atos injustificados no entorno dos estádios, nunca se soube de um menor de idade que seja “chefe ou líder de torcida” e nem nenhuma outra hierarquia do gênero. Não podendo punir os menores (de 16) infratores das violências dos estádios, ficaria fácil continuar cometendo os atos (a mando dos chefes de torcida, de cartolas e da demência que impregna a cabeça e o corpo explodindo de testosterona) que existem atualmente nos estádios e seus arredores.

Além da medida escapista, a de delegar aos clubes algo que é dever de Estado, existe também um movimento da OAB no sentido de que as novas regras ferem os direitos básicos do cidadão, como o de ir e vir. Isto sem falar, na afronta à presunção de inocência, uma vez que tanto cidadãos de bem, quanto arruaceiros – segundo o projeto - devem ser identificados antes mesmo de cometer (ou não) algum delito.

A lista de problemas que dão o contorno do pano de fundo é sabida, pública e notória mas nenhum dos atores-chave na questão quer entrar. A bancada da bola é poderosa, e boa parte dos parlamentares tem interessei eleitoral na paixão clubística. Luiz Fernando Zacchia e Paulo Odone materializam este conceito aqui na província. Toda torcida mais ou menos organizada tem vínculos com a diretoria de seus clubes. Toda a torcida mais ou menos violenta sabe que uma forma de ganhar dinheiro com a própria turba é gerar a simbologia da violência, da banalização do ato de agredir o outro. Todos os chefetes de torcida recebem entrada de jogos e organizam excursões para dar apoio ao clube quando joga fora de casa. Assim como boa parte dos cartolas mais notórios termina se projetando e se enriquecendo com a jogatina da supervalorização do futebol. O exemplo nacional mais bizarro é o de Eurico Miranda, ex-deputado federal pela legenda que sucedera a Arena – uma das – e que amava o Vasco da Gama, ao ponto de querer para si tudo o que o Vasco produzira!

Enquanto não for interrompido o vínculo cartolagem com chefes de torcida a violência irá seguir. Enquanto o clube de futebol, como pessoa jurídica, e seus dirigentes eleitos, como pessoas físicas, não pagarem pelos atos dos torcedores “organizados” por eles mesmos, a demência irá continuar. No caso do Rio Grande, dada a semelhança com los hermanos argentinos, temos triste exemplo das Barras Bravas, como a do Boca Juniors, e de políticos profissionais – herdeiros de empresários suspeitíssimos – tal é o caso de Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires (capital federal, unidad autônoma), co-fundador de um partido de direita neoliberal (o PRO – Partido para Uma República com Oportunidades) e cartola do Boca. É neste arranjo de mando, dinheiro fácil, paixão com euforia coletiva e demência projetada onde mora o perigo das torcidas organizadas. Sem isso, não há como alimentá-las e se interrompe o fluxo da imbecilidade e da covardia de gente que espanca – na base do 20 contra 1 – e ainda se crê possuidora de virtude e valentia!


Bruno Lima Rocha é cientista político; Felipe Fonseca é acadêmico de jornalismo da Unisinos


link para o original em Estratégia & Análise, retomando os artigos de políticas do futebolês latino-americano

segunda-feira, 23 de março de 2009

O bonde da história e a televisão digital no Piauí

Por Jacqueline Lima Dourado – jornalista e doutora em Ciências da Comunicação pela Unisinos e professora da UFPI e membro do grupo de pesquisa CEPOS.

Hoje, 23 de março às 18h, o Piauí vai contar com a televisão de alta definição ou TV digital. Este privilégio cabe a TV Cidade Verde, primeira afiliada do SBT no país a transmitir em alta definição. A primeira transmissão no Brasil data de 2 de dezembro de 2007. De lá para cá, as capitais brasileiras têm se esforçado para acompanhar a se adequar as novas tecnologias da comunicação. Teresina vai ficar bem na foto, uma vez que é a segunda capital do nordeste a ter essa tecnologia e, essa ação vai fazer parte de pesquisa do DDD e do grupo Cepos.

Nesse processo, foi no mínimo patético a matéria que saiu no domingo, no jornal O Dia, sobre a transmissão digital da afiliada da Rede Globo, TV Clube. A matéria traz a seguinte manchete: TV Clube entra na era digital. Contudo, ao lermos a matéria percebemos que no mesmo dia em que a TV Cidade Verde passa a transmitir em alta definição, o que a TV Clube vai fazer é formalizar o contrato que garantiu a compra de equipamentos e, que até o “final do ano passarão a operar em sistema digital”. É uma pena que a manchete não tenha correspondido ao processo histórico.

Essa demanda pela digitalização no país vem sendo tema de pesquisas por parte da academia. Um deles é o Observatório da Digitalização Democracia e Diversidade, DDD, que vem acompanhando em todo o país e em alguns países através de pesquisas onde a temática os novos desafios do capitalismo global impõe um novo olhar sobre a economia e a política que permeiam a comunicação. O grupo CEPOS (Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade) do qual faço parte junto com o DDD, atua desde 2002 no Brasil, tem como objetivo fomentar o debate das mídias audiovisuais, sua implantação na sociedade, políticas, estratégias, incorporações e possibilidades contra-hegemônicas. O grupo atua por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPG-CC) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Embora tenha pesquisadores espalhados por vários estados, como o Piauí e em outros países como África, Espanha e Portugal.

O grupo tem como objetivo estudar a comunicação contemporânea, focada nos processos midiáticos, e sua inserção na sociedade capitalista. Logo, esse processo de digitalização das transmissões de televisão no Brasil tem sido o grande foco de observações. Um dos grandes projetos do grupo liderado pelo professor Valério Cruz Brittos é o que estuda a transição entre o sistema analógico e o digital de distribuição dos sinais de vídeo e áudio do serviço de televisão terrestre no Brasil. O Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVDT) é um dos procedimentos de mudança que prevê as alternativas sobre padrões de compressão, modulação, transporte, aplicações e recepção de sinais. O que se estuda também é que pelo processo de interatividade elementar ou interatividade dialógica serão criados os novos produtos que farão parte dessa multiplicidade de ofertas de produtos.

Tanto para a TV Cidade Verde, como para os anunciantes de uma forma geral e para o Estado, a televisão de alta definição vai oferecer novos modelos de negócios e serviços. Vai requerer também, uma reorganização do setor em relação à sociedade delimitando os novos papéis do Estado e do setor e as mudanças que ocorrerão na produção cultural e no discurso social.

Por conta disso, as pesquisas, já em andamento, do grupo Cepos tem como eixo norteador: economia política da comunicação; políticas de comunicação; processos midiáticos; tecnologias de comunicação; processos e estratégias midiáticas; audiovisual; comunicação e espaço público; culturas das mídias e sociedade; companhias midiáticas, produtos e mercados; televisão; convergência; cinema; história da comunicação; comunicação organizacional; publicidade e marketing; comunicação e desenvolvimento.

Segundo Valério Brittos, “a pesquisa no primeiro ano serviu para ajustar a articulação das equipes e instituições envolvidas, iniciando o levantamento que permitiu conhecer o estado da arte da TV digital no Brasil, depois foi feito todo um processo de onde o foco principal tem sido as análises do material coletado e descrição das experiências de interatividade e monitoramento dos impactos, ante o avanço do processo de implantação da TV digital aberta, em seguida a consolidação dos resultados e levantamentos complementares e testes finais, além do acompanhamento à finalização de teses e dissertações dos bolsistas envolvidos no projeto e as publicações.”

Tudo isso para dizer e defender que a história nos oferece os elementos para que a academia não perca o bonde da história, e também avance pari passo ante as disputas entre as corporações midiáticas e as práticas comunicacionais no âmbito das diversas organizações

sábado, 21 de março de 2009

Membro do Grupo CEPOS é aprovado em exame de qualificação

Andres Kalikoske, membro do Grupo CEPOS, defendeu nesta última sexta-feira (20), na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), sua qualificação de mestrado, intitulada "A telenovela econômica: mercados e estratégias de internacionalização através da ficção seriada". O trabalho representa os resultados obtidos pelo mestrando até então.

Na banca estavam presentes os professores Dr. Valério Cruz Brittos, seu orientador, Dra. Cristiane Finger, da PUCRS, e PhD. Alexandre Rocha da Silva, da UNISINOS. Durante a arguição, os avaliadores aprovaram a continuidade do trabalho e explicitaram importantes observações sobre o caminho restante a ser percorrido pelo mestrando. Já tendo realizado uma viagem a Buenos Aires, onde estabeleceu contato com produtoras de teledramaturgia, agora Kalikoske se prepara para ir ao México, em trabalho de pesquisa junto à emissora Televisa.

Alexandre Rocha, Cristiane Finger, Andres Kalikoske e Valério Brittos


Professores em momento de avaliação

sexta-feira, 20 de março de 2009

Militante da ABRAÇO participa de debate televisivo

Causando alguns embaraços no apresentador que dá nome ao programa, o militante da ABRAÇO e pesquisador do Grupo CEPOS Bruno Lima Rocha levou às mãos do frontman do Bibo Nunes Show, da TV Ulbra, a (extensa) lista de emissoras de Rádio e TV com outorgas vencidas, e ainda recorreu a Consituição Federal para defender o direito à transparência nas concessões e renovações de outorgas, mostrando também porque a mídia monopolista pode ser chamada de Pirata. Confira o video da entrevista, que foi ao ar na última segunda-feira:

Andrei Andrade



Internet não tira lugar das mídias tradicionais, aponta estudo

Para Charles Zamaria, professor da Ryerson University do Canadá e coordenador da parte canadense de uma pesquisa sobre o uso da web que envolve 28 países, a Internet não tirará o lugar das mídias tradicionais. Zamaria apresentou dados da parte canadense da pesquisa, mostrando que naquele país o número de horas semanais que as pessoas dedicam à mídia tradicional caiu de 2004 para 2007, enquanto o tempo gasto com a Internet aumentou neste mesmo período. Segundo o pesquisador, contudo, os dados não indicam o fim dos meios tradicionais, mas nova forma de consumo deles. "As pessoas buscam as novas mídias na Internet, principalmente a população mais adulta", diz Zamaria, que acredita que o aumento do número de horas que a pessoa passa na Internet também está associado à difusão da banda larga. "A banda larga muda tudo porque permite ao usuário estar sempre online", observa.

O pesquisador destaca que as mídias tradicionais precisam usar a Internet não só como um canal de distribuição e monetização, mas como uma facilitadora. "No caso da televisão, não adianta os broadcasters transmitirem programas na web. Eles precisam entender que a Internet é um espaço com características próprias e garantir ao usuário uma boa experiência online", adverte.

O professor lembra que o Brasil ainda não faz parte do estudo, e convida instituições brasileiras de ensino interessadas em participar dos levantamentos. Vale lembrar que o financiamento da pesquisa é de responsabilidade de cada país.

Fonte: Tela Viva

quinta-feira, 19 de março de 2009

Propaganda política na TV pode aumentar 115%

Está na fila para ser votado pelo Senado um projeto que prevê o aumento do tempo da propaganda partidária na TV. De acordo com o projeto, apresentado pelo senador Sérgio Guerra em 2007, o aumento chegaria a 115%.

Em 2008, o tempo ocupado pelos partidos em São Paulo foi de 1.188 minutos. Com a proposta, o espaço aumentaria para mais de 2.400 minutos, o equivalente ao tempo das inserções de 30 segundos exibidas apenas às quintas-feiras por todas as emissoras.

Entre os partidos, o tempo seria distribuido conforme sua representatividade. Assim, os grandes teriam dois programas de 20 minutos por ano e o dobro desse tempo em inserções. Vale ressaltar que, se aprovado, o projeto não altera a propaganda eleitoral gratuita, veiculada quando há eleições.

Campanha do contra

Segunda a coluna Outro Canal, as TVs iniciaram uma campanha nos bastidores contra o projeto. Nesta semana, começou a circular um e-mail alertando sobre a votação do projeto.

A mensagem alega que o aumento é 'uma violência contra o direito de escolha do cidadão-telespectador'. De acordo com a assessoria de Sérgio Guerra, o projeto está sendo discutido entre os partidos e as TVs.

Com informações do colunista Daniel Castro.

Fonte: Adnews

quarta-feira, 18 de março de 2009

Governo define tema da Conferência de Comunicação

Por Mariana Mazza.

Depois de muito debate interno, o governo definiu o tema da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A temática do encontro será "Comunicação: Direito e Cidadania na Era Digital". Com esse foco, o governo espera abarcar diversas áreas na conferência, entre elas as telecomunicações, televisão, rádio, internet e mídia impressa. Segundo fontes que acompanham o assunto, o tema foi conciliado com os movimentos sociais focados na democratização das comunicações, que apóiam a realização de um debate sob o ângulo da cidadania.

A definição do tema era a peça que faltava para a publicação do decreto presidencial convocando a conferência. O documento também trará a data de realização do encontro nacional: a plenária está marcada para os dias 1, 2 e 3 de dezembro e provavelmente será em Brasília, embora o texto não defina o local. Até lá, serão realizadas conferências preparatórias nos estados.

O foco das discussões deverá ser a construção de políticas públicas para o setor de comunicação. Há uma preocupação de que os temas internos do encontro não se confundam com a Conferência Nacional de Cultura, também prevista para este ano. Assim, temas relacionados com conteúdo devem seguir para o encontro de Cultura.

Fonte: Pay-TV

No Rio Grande, até o ouvidor da Segurança denuncia


Bruno Lima Rocha - 18/03/2009


A espiral de choques políticos transformados em fatos midiáticos não pára no Rio Grande do Sul. Dessa vez a denúncia veio de Adão Paiani, ex-ouvidor geral da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Este advogado criminalista, com origem no PDT e afiliado ao PSDB em plena crise da CPI do Detran-RS (junho de 2008), foi ouvidor-geral da Segurança de março de 2007 até o dia dez deste corrente mês. Não pediu demissão, foi exonerado e o cargo extinto, fundido na Ouvidoria-Geral do estado. Ao cair atirando, denunciou que o uso de escutas telefônicas múltiplas e simultâneas (Sistema Guardião), com sede física no edifício da SSP e cujo atual titular é general de Brigada, vem sendo usado como um aparato de espionagem política para fins indevidos. Para corroborar sua acusação, entregou à OAB-RS um CD com gravações em áudio de conversas telefônicas entre o Chefe de Gabinete de Yeda, Ricardo Lied, e seu primo, o ex-presidente da Câmara de Lajeado, Márcio Klaus. As conversas existiram e o CD físico está de posse do presidente da OAB gaúcha. E, a partir destes fatos pontuais, tudo é inconclusivo.

O MP estadual, na figura do subprocurador geral de Justiça para Assuntos Institucionais Eduardo Veiga, declarou que as conversas gravadas são legais, tendo sido feitas sob ordem judicial. Complementando, o promotor do município de Lajeado, Pedro Rui da Fontoura Porto, declarou haver passado o CD para Paiani, “acreditando que ele ainda fosse ouvidor da Segurança”. Segundo este procurador, a entrega do material se deu dois dias após Paiani ter saído do cargo. Entendo ser esta versão no mínimo “complicada”, pois qualquer cidadão informado do RS sabia da exoneração. De sua parte, o ex-ouvidor desmente tudo, afirmando que a fala de Porto é manobra diversionista, pois sua fonte seria outra e está preservada. Resta saber de onde viria a tal manobra?

Da parte do Executivo, os últimos sinais também não foram de trégua. Na quarta-feira 11 de março, um dia após anunciar a exoneração do ouvidor Paiani, Yeda Crusius, em reunião almoço na entidade patronal Federasul, disse repudiar qualquer tentativa de golpe contra seu governo eleito democraticamente. Atribuiu a conspiração à ação conjunta da direita golpista e uma esquerda pseudo-revolucionária, cujo modus operandi seria a acusação sem provas e de maneira desrespeitosa. A governadora está com tom belicoso. Após admitir poder vir a tentar a reeleição, Yeda Crusius vai ter de se segurar no cargo, preparando-se para um longo e tortuoso ano pré-eleitoral.

terça-feira, 17 de março de 2009

Grande Estréia! Primeiro dia da Rádio Luta foi classe A!


Depois de mais de 2 anos de preparativos, que contaram com festas de lançamento e arrecadação de fundos na USP e na Unicamp, a solidariedade de diversos grupos e a colaboração das rádios Várzea e Muda, finalmente a rádio Luta 102,1 FM das/os operárias/os da fábrica ocupada Flaskô entrou no ar. A primeira transmissão foi no sábado dia 28/2, das 8h às 24h, com transmissão para o mundo inteiro pela internet. De acordo com as mensagens enviadas, a rádio chegou a ser escutada na Turquia, Bolívia, Argentina, sem contar 2 colombianos que foram aos estúdios acompanhando o MST. A rádio foi escutada ainda em Tefé (AM), Salvador (BA), Santa Catarina, Ubatuba (SP), da grande São Paulo e em toda a região metropolitana de Campinas (SP) e Sumaré (SP), onde a rádio está localizada. A próxima transmissão acontece em 14 de março: envie áudios, textos, sugestões, participe!

Enquanto isso, no dia 4/3 a congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp aprovou moção destacando que apóia as rádios de baixa potência "conhecidas como rádios livres", entende como necessária uma revisão da legislação que rege a matéria radiodifusão, reconhece a importância das atividades da rádio Muda 105,7 FM há mais de 20 anos, solicita que não se trate como crime comum, que a Procuradoria da Unicamp acompanhe o processo contra a rádio, e que o Reitor dê esclarecimentos sobre a presença da PF na Muda. No dia 9/3 acontece a próxima "reunião de grade" em frente à rádio, quando antigas/os e novas/os programadoras/es repartem em assembléia o tempo da rádio para que todos possam ser mu(n)dos/as no ar. Essas reuniões acontecem a cada 6 meses, e é uma "reforma agrária no ar", com a repartição do tempo entre todas/os que quiserem, sem a exigência de pré-requisitos (até a PF e a ANATEL podem fazer um programa, desde que não violem o artigo V da Constituição).

Em 3/3 ocorreu o I Encontro de Comunicadores Populares de Campinas, reunindo radialistas, fotógrafos/as, artistas, estudantes, jornalistas, computeiros/as, poetas, advogados/as, escritores/as, gente do vídeo e do cinema, arquitetos/as, gente nova e gente de cabelo branco, anarquistas e marxistas, que concluíram pela necessidade de se criar um meio de comunicação alternativo ligado aos movimentos sociais e que ajude a aproximar mídias independentes. Nos dias 28 e 29 de março, ONG Ação Educativa sediará a primeira Insurreição Pirata em São Paulo. Todas/os interessadas/os no debate sobre pirataria e livre circulação da informação estão convidadas/os ao encontro, que traçará estratégias de atuação e promoverá a confraternização entre as/os presentes através da livre troca virtual e real.

http://www.radioluta.blogspot.com/

A comunicação como grande área do conhecimento

Pelo professor Dr. José Marques de Melo.


A realização do “Seminário de Integração Institucional”, promovido pela SOCICOM no dia 16 de março de 2009, no auditório da Reitoria da UNESP, em São Paulo, sinalizou o fortalecimento do campo das ciências da comunicação no Brasil. Trata-se, aliás, da meta principal da federação nacional, cuja fundação foi decidida na cidade de Santos (SP) em 2007 e ratificada em Natal (RN) em 2008, com a finalidade de reunir o conjunto das sociedades científicas e associações acadêmicas Do Brasil.

Existem hoje no país quase duas dezenas de sociedades científicas que agrupam pesquisadores e professores na área de comunicação. Doze entidades aderiram à criação da SOCICOM e outras começam a se incorporar, numa demonstração de que a nossa comunidade acadêmica começa a dar passo decisivo para superar a fragmentação que a vem debilitando politicamente.

Até agora, na luta silenciosa pelas fatias do orçamento estatal destinado a ciência e tecnologia, cada entidade vem defendendo seus próprios interesses. Entretanto, as lideranças dessas associações, ao contentarem-se com a alocação de migalhas, deixam de perceber que a divisão da nossa área só favorece as áreas hegemônicas. Bem estruturadas e muito articuladas, elas tem sido capazes de apresentar projetos holísticos, com argumentos relevantes que influem na decisão das agências de fomento.

Ano a ano, a pesquisa em comunicação cresce nas universidades brasileiras. Mas as cotas de bolsas para iniciação científica, mestrado e doutorado permanecem estáveis, quase não abrindo oportunidades para a nova geração de pesquisadores. Da mesma forma, as verbas para pesquisa de campo ou de laboratório continuam a flutuar, nos mesmos patamares, por falta de projetos temáticos relevantes.

A criação da nossa federação nacional pode desempenhar papel estratégico no diálogo com os gestores de C&T. Pode também ajudar a identificar as demandas de interesse comum, nelas concentrando atenção para convencer os consultores científicos a dar-lhes prioridade.

O seminário de integração institucional, reunido na cidade de São Paulo, com a participação dos dirigentes das associações fundadoras e de outras em processo de filiação, avançou na elaboração de uma agenda consensual, que será posteriormente levada à consideração dos organismos financiadores e das autoridades federais.

Contudo, a meta mais ousada da SOCICOM está sendo alavancada, no próximo mês de abril, na Ilha da Madeira, Portugal. Ali se reunirão lideranças nacionais da Espanha, Portugal, Brasil, México, Argentina, Bolívia, Venezuela e de outros países hispano-americanos onde as ciências da comunicação conquistaram legitimidade nacional.

Cogita-se potencializar a presença ibero-americana na comunidade internacional da área, através do fortalecimento de uma rede mega-regional, destinada a cimentar os avanços investigativos em nosso espaço geopolítico, preservando e robustecendo nossa identidade cultural. Desta maneira, poderemos neutralizar a tendência vigente que mantém nossos países na órbita dos importadores de know how, quando muitas vezes dispomos de saber mestiço mais apropriado para nossas próprias realidades.

Superar o “complexo do colonizado” que nos atrela à legião dos deslumbrados com os modismos do “primeiro mundo” constitui o maior desafio a ser enfrentado.

O Brasil possui, indiscutivelmente, uma grande comunidade acadêmica no âmbito das ciências da comunicação, mas comporta-se como satélite do pensamento anglófono ou francófono, muitas vezes reciclado nos entrepostos regionais que ainda nos causam fascinação.

É bem verdade que não constituímos um corpo cognitivo homogêneo. Por isso, cabe às nossas lideranças estabelecer pontes que comuniquem o saber acumulado em cada disciplina – jornalismo, cinema, publicidade, relações públicas, semiótica, cibercultura, folkcomunicação, midiologia, comunicologia etc. – sem deixar de nutrir-se nos conteúdos gerados pelas humanidades e sem negligenciar ações estribadas nas tecnologias de ponta.

Este é o chamamento que a diretoria da SOCICOM fez aos participantes do referido seminário, consciente de que muito temos a fazer para ultrapassar o paroquialismo, logrando a unidade necessária para legitimar a comunicação como grande área do conhecimento.

José Marques de Melo é professor Emérito da Universidade de São Paulo e presidente da
Federação Brasileira das Sociedades Científicas e Associações Acadêmicas de Comunicação – SOCICOM

segunda-feira, 16 de março de 2009

O Armagedon da grande imprensa

Por Gilson Caroni Filho

Este artigo estava concluído quando o IBGE anunciou crescimento de vendas no varejo em janeiro. E agora, qual será a manchete? “Governo falha. Demanda cresce e há sinais de aumento do consumo em 2009?” Fica como sugestão.

Crise econômica ou Armagedon? Após o IBGE ter divulgado uma queda de 3,6% no crescimento da economia brasileira no último trimestre de 2008, os editores de primeira página de O Globo e da Folha de São Paulo não hesitaram em recorrer, na quarta-feira, 11/3, às habituais formas de terrorismo editorial. A capa do diário carioca ostentava:" Indústria desaba. Consumo cai e já se teme 2009 com recessão". O jornal paulista não ficou atrás:" Queda do PIB no Brasil é uma das piores do mundo"

O fato de a desaceleração ter ocorrido no último trimestre pareceu irrelevante para os editores da conhecida publicação da Barão de Limeira. Apoiando-se no que julgava ser potencialmente mais explosivo, omitiu um dado de capital importância para compreensão da realidade econômica do país: o PIB brasileiro, apesar da crise em escala planetária, apresentou o segundo maior crescimento mundial. Ou seja, outras manchetes seriam possíveis. Algo do gênero “Apesar da recessão global, PIB cresce 5,1%" Por que não? Por determinações da pequena política.

Que tipo de jornalismo está sendo feito no Brasil? Para quais interesses é direcionada sua estrutura narrativa? É o caso de reexaminar, como já sugeriu o jornalista Alberto Dines, os procedimentos e padrões para a formulação de títulos? Ou o claro viés ideológico clama por uma inflexão de outra natureza? O que está em xeque é a própria ética do fazer jornalístico

Como ressalva o editor do Observatório da Imprensa, “de nada adianta registrar todos os dados, reproduzi-los no corpo da matéria se a titulação-espelho fiel da busca da verdade" beneficia apenas um ângulo”. Aquele que melhor atende aos objetivos de uma oposição sem projetos, fingindo fazer interpretação equivocada da Teoria da Catástrofe. Sejamos claros nesse ponto: o problema não é desvio conceitual, mas de caráter mesmo.

Mais uma vez, o que temos aqui são manchetes que, ignorando a apuração para obter impacto, não revelam incompetência, mas disposição de submeter o leitor e/ou telespectador à desinformação, ao fatalismo de profecias que se auto-realizam, à erosão da popularidade de quem governa.

Será que ainda não se deram conta que uma nova opinião pública se consolidou, apesar do conteúdo que produzem? Analisando o processo eleitoral de 2006, a jornalista Ana Rita Marini (*) constatou que “distante da influência das manchetes, o eleitor não se deixou levar pelo canto da sereia nos maiores veículos de comunicação". Não é o caso de se deter diante das conseqüências deste fenômeno, tão imprevisíveis quanto os da crise do capitalismo, antes de seguir na linha de jornalismo de campanha?

Já não passou da hora de a imprensa brasileira botar sua cultura no divã e ver que, se ela tem mudado os seus absolutos, eles continuam com a mesma face odiosa? Vale a pena manter a linha autoritária, acrescentando nuanças aparentemente democráticas? Ou o dilema dos barões da mídia é o mesmo de lideranças oposicionistas que vêem em 2010 não apenas mais uma eleição presidencial, mas a própria sobrevivência política?

Nesse caso há um subtexto, uma manchete oculta na primeira página de O Globo. “A agenda conservadora desabou, seu candidato começa a cair e há sinais de derrota nas eleições de 2010?” Se for isso, o Armagedon está explicado.

(*) Publicado em MídiaComDemocracia nº 5, janeiro de 2007, revista do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação

PS: Este artigo estava concluído quando o IBGE anunciou crescimento de vendas no varejo em janeiro. E agora, qual será a manchete? “Governo falha. Demanda cresce e há sinais de aumento do consumo em 2009?” Fica como sugestão.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.

Fonte: Agência Carta Maior

sexta-feira, 13 de março de 2009

Para Economist, telenovelas influem positivamente no Brasil

Um artigo publicado na edição desta semana da revista britânica "The Economist" afirma que as novelas da TV Globo podem ter exercido uma influência positiva nos hábitos e comportamentos dos brasileiros.

Intitulado "Soaps, sex and sociology" (novelas, sexo e sociologia, em tradução livre), o artigo cita um estudo publicado recentemente pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que sugere que as telenovelas exerceram influência sobre a fertilidade e o número de divórcios no Brasil nas últimas décadas.

Segundo o estudo, a chegada do sinal da TV Globo em determinadas regiões estaria associada a um declínio de 0,6 ponto percentual na possibilidade de uma mulher ter filhos em um determinado ano.

Além disso, de acordo com a pesquisa, o advento do sinal da Globo também estaria associado a um aumento de 0,1 a 0,2 ponto percentual na parcela de mulheres entre 15 e 49 anos que se divorciaram.

Divórcios e baixos índices de natalidade, de acordo com outros estudos, estariam ligados a menos casos de violência doméstica.

Baseando-se na pesquisa, a "Economist" afirmou que o fato de a Globo mostrar em suas novelas uma realidade bem diferente da vivida pela maioria dos brasileiros --"com famílias menores e mais ricas que a média"--, teria estimulado modificações nesses dois importantes indicadores sociais.

Reforma triburária

A revista ainda afirma que as telenovelas surgiram durante o regime militar no Brasil e que as vendas de aparelhos de TV foram estimuladas pela ditadura "para construir uma ideia de nação em um país grande e majoritariamente analfabeto".

Mas, segundo a publicação, muitos dos diretores e autores dos programas eram de esquerda, e enxergaram nas telenovelas "um meio de atingir as massas".

"As tramas normalmente se inclinam para uma direção progressista: a Aids é discutida, camisinhas são promovidas e a mobilidade social exemplificada".

Afirmando que a influência das novelas pode ser mais positiva do que dizem seus críticos, a revista ainda brinca: "Se a Globo pudesse lançar agora uma novela sedutora sobre reforma tributária, sua transformação do Brasil estaria completa."

Fonte: Folha Online

quinta-feira, 12 de março de 2009

Governo manda Cultura suspender canais digitais

A TV Cultura terá 48 horas para tirar do ar os dois canais digitais lançados no último domingo. A decisão é do ministro das comunicações, Hélio Costa.

De acordo com um documento publicado no último dia 27, as TVs privadas e públicas estaduais estão proibidas de explorar a multiprogramação. A medida foi considerara de agrado aois interesses das grandes redes comerciais, que rejeitam concorrência com a abertura de novos canais. Dessa forma, os canais Univesp TV e MultiCultura são considerados irregulares por contrariarem a norma 001/2009.

Segundo informações da coluna Outro Canal, o ministro conversou por telefone com Paulo Markun, presidente da TV Cultura, para pedir que a rede reavaliasse a transmissão. Além disso, ele sugeriu que a Cultura solicitasse uma autorização para exploração dos canais em caráter experimental.

Se a emissora da Fundação Padre Anchieta mantiver os canais no ar, corre o risco de perder sua outorga que dá direito à transmissão de TV digital.

Com informações do colunista Daniel Castro.

Fonte: Adnews

Tarso Genro apóia Daniel Dantas - O ministro da Justiça quer melar a Satiagraha?


segundo Paulo Henrique Amorim, o ministro da Justiça Tarso Genro quer melar a Operação Satiagraha, entenda os argumentos.

Saiu no site G1:

Investigações mostram graves irregularidades na Satiagraha, diz Tarso
Ministro diz que Protógenes ‘pode ter cometido graves irregularidades’.
‘Não tem contemplação com quem age fora da regra’, garante Tarso.

(…) “As investigações que estão sendo feitas mostram graves irregularidades nos procedimentos do inquérito da Satiagraha”, disse. “Enquanto eu estiver no Ministério da Justiça, enquanto o Luiz Fernando [Correa] for diretor-geral [da PF] não tem contemplação com quem age fora da regra, seja policial não seja policial”, completou Tarso.

A interpretação do Conversa Afiada é:

O ministro da Justiça Abelardo Jurema, também chamado de Tarso Genro, saiu em defesa do Golpe Gilmar-Veja-Dantas e atacou o ínclito delegado Protógenes Queiroz.
A fala de Abelardo Jurema significa que o governo Lula preferiu entregar os dedos e os anéis a enfrentar o golpe.

O ínclito delegado Protógenes Queroz subiu a rampa do Palácio do Planalto: pegou o José Dirceu, o Gilberto Carvalho, o Luiz Eduardo Greenhalgh e Dilma Rousseff, todos na patranha da BrOi.

O governo Lula e o bandido condenado Daniel Dantas têm o mesmo objetivo: melar a Satiagraha. Não vai dar tempo.

Breve encontraremos o Presidente da República exilado no Uruguai e o Supremo Presidente na chefia do Executivo, dada a vacância do poder.
Paulo Henrique Amorim

Para refletir (de autoria, Blr):
A incorporação de uma nova fração de classe dirigente a partir de 2002 não mudou a correlação de forças na interna do ambiente de negócios corporativos no setor de telecomunicações no Brasil. Ao contrário, os quadros que chegaram ao Planalto em 1o de janeiro de 2003 adentraram a Esplanada assumindo um papel de inovar a forma de dominação tomando por base o modus operandi da malta anterior. Assim foi com o Mensalão, iniciado por Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o mesmo se deu e assim ocorre na relação Citigroup, Daniel Dantas, Kroll International e Telecom Italia. O papel correlato jogado por Eduardo Jorge Caldas e Ricardo Sérgio de Oliveira no reinado FHC agora passa por pessoas com trajetória política, como José Dirceu e Luiz Eduardo Greenhalg. Para vergonha dos mais de 40.000 torturados pela ditadura militar, quem defendia a oposição ao regime de força hoje força a democracia representativa para ser cada vez mais autoritária no gerencialismo dos recursos públicos para fins privados com perfil de máfia. Considerando as normas de procedimento real dos tubarões financeiros de Wall Street, o brasileiro Daniel Dantas nada deixa a desejar para os "gênios" que ajudaram a fundir o neoliberalismo no mundo. E, voltando ao pai da Luciana e o irmão do Adelmo, quem não derrubou a Yeda não cutuca o Zeca Diabo e seus financiadores. Eike Batista, Daniel Dantas e a Telegangue agradecem.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Redes do Peru preferem TV digital japonesa-brasileira

As maiores redes de televisão do Peru apoiaram nesta terça-feira a implementação da tecnologia japonesa e brasileira para o sistema de televisão digital no país, algumas semanas antes de o governo definir o tema.

O Ministério de Transportes e Comunicações avalia entre as tecnologias norte-americana, europeia e japonesa o tipo de sistema de televisão digital terrestre a ser implantado no Peru a partir de 2011, substituindo o atual sinal analógico.

A decisão peruana será conhecida no final de março.

Quatro das seis redes de televisão do Peru, agrupadas na Sociedade Nacional de Rádio e Televisão, disseram em comunicado publicado na imprensa que sua decisão havia sido unânime em eleição sobre a tecnologia digital.

"Realizamos análises detalhadas, tanto técnicas como econômicas e comerciais sobre as diferentes tecnologias existentes, resultando o padrão Japonês-Brasileiro (ISDB-T) como o mais adequado para ser implantado em nosso país", disse o comunicado.

O Peru espera iniciar em 2009 a transmissão da televisão digital em todo o país, em fase de testes.

O presidente peruano, Alan García, se reuniu em fevereiro com o ministro de Comunicações brasileiro, Hélio Costa, que ofereceu uma cooperação científica em televisão digital com um investimento de 500 milhões de dólares.

O Brasil adotou, em 2006, a tecnologia japonesa de televisão digital, sistema que comprime, armazena e transporta o sinal de TV de maneira mais barata que a analógica, melhora a qualidade da imagem e permite a interação com o telespectador e o acesso por telefones móveis.

Na região, a Colômbia escolheu em agosto do ano passado o sistema europeu de televisão digital. O Chile, a Argentina e a Venezuela ainda estudam qual modelo será adotado.

Fonte: ADNews

Satiagraha e a inversão de valores


10/03/2009
Bruno Lima Rocha

O Brasil estaria à beira de um ataque de nervos se o ambiente de arapongagem coletiva fosse percebido pela maioria da população. Por sorte ou azar dos brasileiros, as carências cognitivas impedem a compreensão do ambiente de espionagem política e empresarial. Não é o caso deste veiculo eletrônico e seus leitores. Aqui, concordando ou discrepando, o conceito de John Le Carré, “espiocracia”, é perfeitamente assimilável.

Digo isto porque, por obrigação profissional, li a matéria de capa da revista Veja, “Sem Limites”, datada de 11 de março de 2009. Não se trata nesse artigo de retomar ou criticar o produto jornalístico assinado por Expedito Filho e com reportagens de Alexandre Oltamari e Diego Escosteguy. Cabe apenas o comentário que nessa indústria de bens simbólicos e informação, uma pauta desta envergadura passa, logicamente, pela chancela da hierarquia do veículo e da empresa. Mas, o eixo do texto é outro.

Vivemos duas situações limite. Os brasileiros tendem a elogiar o vale-tudo absoluto no combate a impunidade de elite. Discordo. Obter provas de forma ilegal seria o mesmo que aprovar o assassinato e a tortura na repressão dos traficantes do Rio. Outro problema, decorrente do primeiro, é a inversão dos valores. O delegado federal Protógenes Queiroz passa de investigador a investigado. Alega-se que montaram as provas de maneira ilícita. E, antes que a PF divulgasse seu relatório conclusivo a respeito do suposto desvio de conduta, este funcionário público já foi julgado por parte da mídia.

Vejamos quais são as “acusações” de fundo? Utilizar o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), de forma colaborativa, para apurar supostos crimes executados por operadores políticos, jurídicos e econômicos? Trabalhar de forma compartimentada em um ambiente hostil e vigilante por natureza? Nada disso é “crime”, ao contrário, é característica da função. Agora a matéria insiste em afirmar que Protógenes tinha dossiê privado ao esconder cópias de provas em casa? Sejamos realistas. É no mínimo prudente considerar que o delegado federal retinha cópias dos arquivos sigilosos em locais seguros - e não em repartições do Estado - para resguardar o seu trabalho investigativo. Com certeza não seria o primeiro e nem o último policial honesto a fazê-lo. Entendo que estamos debatendo o fato de menor importância. Isto porque, se as provas obtidas na Operação Satiagraha são legais, o importante para a nação é o julgamento e a punição dos criminosos e não de quem os investigou.


Bruno Lima Rocha é cientista político
(www.estrategiaeanalise.com.br / blimarocha@via-rs.net)

terça-feira, 10 de março de 2009

TV Cultura inicia multiprogramação contra norma do Minicom

Por Lia Ribeiro Dias

Num claro movimento de demarcar espaço político, e forçar o governo federal a rever a norma que limitou a multiprogramação nos serviços de TV digital pública às emissoras ligadas à União, a TV Cultura de São Paulo iniciou a transmissão, em caráter experimental, de mais dois canais de seu serviço digital: o Multicultura, que recicla acervo da matriz, foi colocado no ar ontem; o Univesp TV, uma parceria com a Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, com cursos a distância onde se mesclam aulas presenciais, entrou na grade hoje.

Em nota oficial divulgada hoje, a TV Cultura comunica o início da multiprogramação, revelada em reportagem de ontem do Estadão, e diz que “tal procedimento visa garantir o cumprimento dos cronogramas de operação definitiva, em especial os relacionados às transmissões da Univesp TV.” E acrescenta: “A missão da Fundação Padre Anchieta, define seu estatuto, é contribuir para a formação crítica do homem e o exercício da cidadania. A multiprogramação, prevista no Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, é mais um instrumento a serviço deste objetivo institucional maior”.

Reação das educativas

A resposta da TV Cultura à norma restritiva do Ministério das Comunicações, que anunciou prazo de 90 dias para estudar a abertura da multiprogramação para as demais emissoras, deve ser seguida por outras emissoras educativas. “Não faz sentido o governo liberar a multiprogramação, prevista no decreto do Sistema Brasileiro da TV Digital Terrestre, para as emissoras da União (TV Brasil, TV Senado, TV Câmara, TV Justiça) e impedir que seja feita imediatamente pelas emissoras educativas, que têm todo interesse em distribuir mais canais”, observa uma fonte liga à entidade que reúne as emissoras educativas.

As razões reais de o Minicom decidir impor esse cronograma ainda não estão claras. Comenta-se que ele quer estabelecer normas mais rigorosas em relação à multiprogramação para evitar o aluguel de canais a terceiros (canais de vendas e religiosos), para que não haja uma reprodução, em escala muito maior, do que já acontece hoje, pois o Ministério não consegue ter uma fiscalização eficiente. Na verdade, estão em jogo interesses de parte dos radiodifusores, capitaneados pela Globo, que sempre se colocaram contra a multiprogramação para evitar a pulverização de receitas publicitárias com mais emissoras.

Como se sabe, na tecnologia digital é possível fazer multiprogramação nos 6 MHz destinados a cada emissora se a transmissão for feita no modo standard e não em alta definição. A alta definição, escolhida pela maioria das emissoras comerciais, ocupa todo o espectro de frequência. No modo standard, é possível colocar até quatro canais em 6 MHz.

Fonte: Tele Síntese

O reu está nu, na matéria da Veja


por Armando Coelho Neto, delegado de polícia federal

Sobre a Operação Satiagraha, o enfoque que vem sendo dado pela Globo e outros veículos, na esteira dos obscuros interesses da revista Veja, não está correto.

Veja, Globo e outros estão falando em pedir providências das autoridades. Alguns se escondem com expressões do gênero, “A Veja disse que teria…” numa forma de, com o verbo no condicional, escamotear o que endossam.

Bom lembrar que os documentos citados por Veja são a própria providência ou já são parte dela, em andamento na Polícia Federal.

Não obstante, pedem providência!

A Veja fala como se ela tivesse descoberto fatos, quando quem teve a iniciativa de ir até a casa do delegado Protógenes foi a PF. Foi a PF que recolheu o que encontrou, analisou e tomou medidas, enviando inclusive para a Justiça.

O que se vê é a leitura tendenciosa de Veja, sensacionalista, que tem encontrado amparo pouco prudente até de pessoas respeitáveis.

Constata-se uma leitura manipulada de quem não tem tradição alguma de praticar um jornalismo sério.

Na condição de Delegado Federal, eu tenho cópias de documentos de alguns trabalhos que fiz, até pra me resguardar e resguardar o interesse público - em caso de má fé de terceiros. Que mal há nisso? Isso autoriza alguém a dizer que eu iria usar tais documentos para chantagear alguém ou praticar qualquer crime? Se durante uma investigação, suspeito de alguma derivação, é meu dever aferir ou esconder? Em aferindo a improcedência do que suspeitei, sou obrigado a jogar fora?

Se a Veja sabe disso, vai dizer que na PF a regra é “guardar tudo para fins criminosos”; outros falarão de Estado Policial ou recorrerão a mantras e frases de efeito que só servem para alimentar no imaginário social a aceitação das estruturas podres que minam o Estado.
Dentro do jornalismo investigativo, um material produzido, mas não utilizado pelo jornal, TV, revista deve, necessariamente, ser jogado fora? Guardar, manter em seu arquivo pessoal tal material só pode ter destino espúrio?

Digo, pois, que se eu tivesse trabalhado numa operação como a Satiagraha, eu não teria fragmentos do trabalho, teria sim, cópia integral de tudo, sem que disso se pudesse ter qualquer conotação criminosa.

É improvável que uma operação daquele porte, envolvendo tantos interesses escusos, tenha transcorrido sem deslizes. Mas, certamente de proporções diminutas diante da cleptocracia brasileira, endossada por alguns veículos de imprensa - o que nos leva a supor que o Protógenes tinha razão ao cogitar de um esquema de mídia para proteger criminosos.

O importante não é o que Veja teve acesso, mas sim a leitura que faz do que viu e do que tenta impor, na pretensa condição de formadora de opinião.

Não custa lembrar que um Estado Democrático e de Direitos se faz, sobretudo com uma imprensa digna, honesta.

Que venham as sapatadas!

link original em www.luisnassif.com.br

segunda-feira, 9 de março de 2009

Que sinistra ligação é essa entre Dantas e Gilmar?

. Quando Daniel Dantas foi preso (duas vezes), em 48 horas Gilmar Dantas, como diz Ricardo Noblat, lhe deu dois habeas corpus.

. Não um, mas dois.

. E a partir daquele momento, Gilmar Dantas, segundo Noblat, desfechou uma ofensiva radical, inclinada para a extrema direita do espectro político brasileiro.

. Transformou-se no porta-voz das aspirações golpistas da elite branca e do PiG (*).

. Tentou desmoralizar e punir o corajoso Juiz Fausto De Sanctis, que prendeu e mais tarde condenou Dantas.

. Denunciou uma suposta articulação criminosa de juízes de varas que julgam crimes do colarinho branco (como De Sanctis) com os procuradores da República e policiais federais.

. Condenou a “espetacularização” das prisões de ricos e brancos.

. O que levou à ridícula proibição do uso de algemas, o que faz corar os brasileiros, quando se defrontam com a perplexidade de observadores estrangeiros.

. No Brasil não se usam algemas?

. Não.

. O advogado Alberto Toron, por exemplo, advogado de Dantas e que comparece a homenagens a Gilmar Dantas, segundo Noblat, é contra o uso de algemas até por pobre, preto e p …

. Mais tarde, Gilmar Dantas, segundo Noblat, confirmou a denúncia da revista Veja, a última flor do Fascio: sim, a Abin tinha grampeado uma conversa dele com o senador Demóstenes Torres.

. Por causa disso, no mesmo domingo em que a revista Veja, a última flor do Fascio, chegou às bancas em Brasília, o Supremo Presidente do Supremo anunciou que ia chamar o Presidente da República “às falas”.

. E chamou.

. Na segunda-feira, de manhã, com a ajuda do Ministro da Defesa, que produziu uma babá eletrônica poderosíssima, Gilmar Dantas, segundo Noblat, levou o Presidente da República a destituir o ínclito delegado Paulo Lacerda da Abin.

. Até hoje, a Polícia Federal, que está louca para sepultar Paulo Lacerda e o ínclito delegado Protógenes Queiroz, não conseguiu mostrar o áudio do grampo.

. Trata-se de uma contribuição do Brasil à História Universal: um grampo sem áudio.

. Lacerda, lembre-se, foi quem, na chefia da Polícia Federal, mandou Protógenes investigar Dantas, o Daniel …

. Agora, o Governador de São Paulo, Zé Pedágio, entra em conflito com um grupo dissidente do MST, no Pontal do Paranapanema.

. Na quarta-feira de Cinzas, Gilmar Dantas, segundo Noblat, CONVOCA A IMPRENSA – onde já se viu isso? – para desancar o MST.

. Em resposta, João Pedro Stédile, o único líder político brasileiro que tem peito para enfrentar Gilmar Dantas, segundo Noblat, o chamou de “o Berlusconi” brasileiro.

. E o MST ocupou a fazenda de Dantas no Pará.

. Como uma forma de “homenagear” Gilmar Dantas, segundo Noblat.

. É mais uma fazenda de muitas que Daniel Dantas comprou de forma provavelmente ilegal.

. O presidente que tem medo, o Presidente Lula, considerou que as opiniões emitidas por Gilmar Dantas, segundo Noblat, na entrevista convocada para a quarta-feira de Cinzas, eram uma manifestação pessoal – e, não, do Presidente do Supremo.

. Poucas horas depois, ATRAVÉS DE UM SIMPLES ASSESSOR, o Presidente Supremo do Supremo manda dizer ao Presidente da República que falou como Presidente do Supremo.

. Ou seja, a fúria do Presidente Supremo do Supremo transbordou: desacatou o Presidente da República, ATRAVÉS DE UM ASSESSOR.

. Desacatou pela segunda vez.

. E de novo, movido por episódios que envolvem Daniel Dantas.

. Que sinistra ligação existe entre Dantas e Gilmar?

. Por que o Supremo Presidente do Supremo reage abusivamente, quando os interesses comerciais de Daniel Dantas estão em risco?

. Por que será que, foragido no exterior, Dantas combinou com os advogados de entrar com um pedido de HC nas férias do Supremo, quando seria julgado por Gilmar Dantas, segundo Noblat?

. Porque, segundo o jornal nacional, um assessor de Dantas disse que Dantas, o Daniel, só temia as instâncias inferiores da Justiça (provavelmente se referia a De Sanctis), porque nas instâncias superiores ele contava com “facilidades”?

. Que sinistra ligação é essa?

. Tão sinistra que leva o Supremo Presidente do Supremo a jogar o país numa crise institucional, como fez antes, fez ontem e ainda fará?

. E por que ninguém se faz essa pergunta (muito menos entre seus pares no Supremo): que sinistra ligação é essa entre um Juíz e um bandido condenado?

. O que há nesse ato falho de um jornalista tão respeitável como Ricardo Noblat?

. Chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas?

fonte original no portal de Paulo Henrique Amorim

TV digital: novos riscos à segurança

Por Thiago Borges

Fazer compras, efetuar pagamentos ou marcar a consulta médica – tudo isso pelo controle remoto, sem se levantar do sofá. Essas são algumas das promessas da TV digital, que começou a ser implantada no Brasil em dezembro de 2007 e ainda não emplacou. Tudo indica que o sistema vá para frente ainda este semestre com a liberação do Ginga, middleware que permite a interatividade e, assim, ações como as listadas acima.

Mas nem tudo é colorido nem com imagem e som em alta definição. Assim como caixas eletrônicos, lojas virtuais e transações via celular, a TV digital deve ser mais um alvo para os piratas virtuais. É o que alertou o CPqD em evento sobre segurança realizado nesta quinta-feira (05/03) em Campinas, interior de São Paulo.

“A TV digital é algo que está em processo [de desenvolvimento]. Ninguém sabe o que será daqui três, cinco ou dez anos”, observa Alexandre Braga, analista de segurança do CPqD. Ele friza, porém, que o sistema tem potencial para incluir grandes parcelas da população e se tornar uma plataforma de diversos serviços, como T-banking, T-commerce ou T-gov. O desafio é garantir a interação sem que isso prejudique os envolvidos.

A preocupação atinge todos as áreas. Os fabricantes e desenvolvedores temem a falsificação de hardwares e softwares; provedores de serviço se preocupam com os chamados “gatos” e o mau uso da rede; provedores de conteúdo se preocupam com a disseminação de cópias sem a observância dos direitos autorais; e o usuário final, claro, com sua privacidade e a proteção total de seus dados.

Braga aponta que a Associação Brasileira de Normas Técnicas já especificou regras para o controle de cópias. E, agora, o que está em discussão são os mecanismos de segurança para os aplicativos. Além disso, Braga sugere que determinados softwares e hardwares venham criptografados para evitar a ação dos criminosos eletrônicos.

“O que recomendamos é que cada fabricante procure um órgão competente para avaliar o grau de segurança de seu equipamento antes de coloca-lo no mercado”, conclui.

Fonte: B2B Magazine

sexta-feira, 6 de março de 2009

Grupo CEPOS inicia atividades em 2009

O Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS) iniciou ontem as atividades deste ano com a palestra “Digitalização e audiovisual alternativo” apresentada pelo prof. Adilson Cabral, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Na ocasião foi feita uma exposição sobre a produção audiovisual em meios de comunicação alternativos e o andamento do processo de implantação da TV digital no Brasil. O evento começou às 17hs na sala 3A 317, no campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), e contou com cerca de 30 participantes, entre professores, alunos e profissionais ligados à comunicação.

Após uma breve introdução do tema, focando a importância da discussão para a sociedade, o coordenador do grupo CEPOS, prof. Dr. Valério Brittos agradeceu a presença dos participantes e passou a palavra ao palestrante. O prof. Adilson analisou o desenvolvimento dos meios de comunicação audiovisuais alternativos e as diferenças em relação aos meios comunitários. Em seguida falou sobre a digitalização da televisão brasileira, as decisões governamentais que prejudicaram o processo e abordou a recente discussão sobre a multiprogramação. “Poderemos contar com ela desde que não implique em um desequilíbrio no panorama atual da televisão, pois é um debate do qual a vontade da sociedade civil está de fora. É um recurso que já está sendo tolhido em sua origem”, explica.

Após a apresentação os participantes puderam fazer suas contribuições. Foram levantadas questões relacionadas ao assunto, permitindo a elaboração de novos temas pertinentes à linha de pesquisa. A professora Flávia Seligman, aproveitou a oportunidade para falar a respeito das mudanças nos conteúdos audiovisuais. “Onde está a digitalização de conteúdos? Eu não vejo essa revolução”, se referindo ao programa 4 Destinos, da RBSTV, produzido em alta definição.

Para finalizar o prof. Valério comentou o bom desenvolvimento do tema e a importância do evento para o grupo CEPOS. O encerramento foi marcado por um momento de confraternização, quando os participantes puderam conversar enquanto era servido um coffee break.



Adilson Cabral e Valério Brittos


Adilson Cabral fazendo sua exposição


Os participantes ouvindo e anotando as considerações do profº Adilson


Espaço aberto para as contribuições