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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Campanha pede boicote à Globo por um dia

Uma mobilização promovida por meio do Facebook convoca os brasileiros a boicotarem a Rede Globo por um dia. A campanha tem mais de 21 mil pessoas convidadas, sendo que pelo menos 4,2 mil confirmaram participação (confira).

A ação está marcada para acontecer no dia 29 de agosto, uma segunda-feira. Na ocasião, os envolvidos prometem postar uma "bateria de reclamações coletivas na página da Rede Globo, na aba ‘críticas’".

O intuito do "Um dia sem Rede Globo", conforme explica o criador da página, Samuel Quintans, é "mostrar pra Rede Globo quem depende de quem". "A única maneira de termos uma TV de qualidade é mexendo na sua audiência", diz.

"No dia 29/08/2011, quem estiver participando deverá também postar uma crítica a algum de seus programas (coisa não muito difícil de ser feita)", afirma Quintans. "Para que tenha efeito, é necessário o maior número de pessoas reclamando ao mesmo tempo."

Além do Facebook, os participantes também usarão o Twitter para protestar. As reclamações acerca do canal líder de audiência deverão ser postadas com a hashtag #desligaglobo.

Fonte: Adnews

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tuitaço é agendado para marcar protesto por banda larga no Brasil

Por Ana Paula Lobo

A Campanha Banda Larga é um Direito Seu! planeja para esta terça-feira, 21/06, um tuitaço - usando a força da rede social Twitter -com o objetivo de mobilizar todo o Brasil por uma internet barata e de qualidade para todos.

A ação, reporta os idealizadores do movimento, lançado em abril, tem como objetivo mostrar ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, diga-se de passagem um tuiteiro, que "a sociedade não aceita o pacote de bondades que estaria sendo costurado em favor das empresas de telecomunicações", em função das negociações do Plano Geral de Universalização de Metas, o PGMU 3, que precisa ser definido até o dia 30 deste mês.

O movimento insiste na necessidade de discussão pública das propostas das teles para o Plano Nacional de Banda Larga, independente do prazo firmado para fechar o acordo. Na semana passada, o ministro Paulo Bernardo, no CIAB 2011, assegurou que não haverá novo adiamento para se fechar o acordo com o PGMU 3.

O Banda Larga é um direito seu! planeja que nesta terça-feira, 21, entre 16hs e 17 hs, haja o máximo possível de mobilização da sociedade com twetts para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O movimento disponibiliza inclusive os endereços para o envio das mensagens:

Os usuários do Twitter podem publicar as seguintes mensagens ao @MiniComBrasil e @Paulo_Bernardo, sob a hashtag #MinhaInternetCaiu:

@MiniComBrasil e @Paulo_Bernardo: #MinhaInternetCaiu... caiu na mão das teles

@MiniComBrasil e @Paulo_Bernardo As teles não merecem um pacote de bondades! Simples assim #MinhaInternetCaiu

@Paulo_Bernardo: #MinhaInternetCaiu O Plano é aceitar venda casada? Discussão pública das propostas de PNBL já!

@Paulo_Bernardo PARA ENTENDER O QUE ACONTECE COM O PNBL campanhabandalarga.org.br #MinhaInternetCaiu

@Paulo_Bernardo #MinhaInternetCaiu Banda larga não é só preço e velocidade. Discussão das propostas do PNBL!

Ainda com relação à banda larga, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou nesta segunda-feira, 20/06, carta ao Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. com pedido de revisão de pontos insuficientes no PGMU 3 (falta de imposição de controle tarifário, metas de universalização, parâmetros suficientes de qualidade e gestão pública das redes) e chama para a necessidade de maior participação popular nessas discussões.

Para o Idec, a adequada realização do serviço depende de sua prestação em regime público, o que daria ao Estado instrumentos regulatórios capazes de impor determinadas obrigações aos seus prestadores. Da maneira que está, a negociação tem se limitado ao que as empresas se dispõem a entregar, sem um planejamento de longo prazo condizente com as necessidade do país nos próximos anos .

De acordo com a advogada do Idec, Veridiana Alimonti, se a conclusão do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU III) em alguma medida encerra o período de negociação do governo com as concessionárias quanto aos planos que oferecerão no âmbito do PNBL, a perspectiva não é das melhores e as notícias sobre o tema trazem à tona este problema.

Segundo o instituto, Oi e Telefônica só aceitam oferecer 1 Mbps por R$ 35,00 nas cidades com IDH acima da média nacional se houver venda casada com outro serviço. "Esta prática é ilegal e abusiva nos termos do Código de Defesa do Consumidor e de forma nenhuma pode ser institucionalizada como modelo de plano de banda larga popular a ser oferecido em parceria com o governo federal", destaca o IDEC.

*Com informações do IDEC e do movimento Banda Larga é um Direito seu!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O último ano do Twitter?

Por Alexandre Matias

Tweets, trending topics, retweets, seguidores, hashtags, unfollow, #FF, @username… Toda essa terminologia já era conhecida de um punhado de usuários do Twitter antes da explosão da rede social, em 2009. Em 2010, o mundo inteiro abraçou o site – até mesmo o Brasil, tradicionalmente acostumado a uma vida digital paralela à do planeta, entrou na rede em grande estilo, emplacando vários termos e hits nacionais para o resto do mundo. Mas se em 2010, o Twitter indicava ter embalado num crescimento que parecia não ter volta, 2011, no entanto, dá sinais que pode ser o último ano da rede social do passarinho azul. Ou pelo menos como a conhecemos.

O Twitter já vinha dando sinais de desgaste no fim do ano passado, quando o tráfego de dados na rede caiu drasticamente em outubro, segundo o site Alexa. Especula-se que a queda só não foi maior pois a rede social foi traduzida para novos idiomas e começou a agregar usuários em países em que ainda não estava presente. A queda de audiência poderia estar ligada à nova interface do site, que estreou no segundo semestre do ano passado e desagradou muitos de seus cadastrados.

A crise política no Egito também ajudou o Twitter a ganhar uma sobrevida e pareceu repetir o feito de 2009, quando o site foi crucial nas eleições presidenciais do Irã. Como disse o comediante norte-americano John Stewart à época: “Não foi o Twitter que salvou o Irã. Foi o Irã quem salvou o Twitter”. Não é exagero dizer o mesmo do Egito em relação ao site. Só que o momento é exatamente oposto: em 2009, a rede social ainda não tinha vivido seu grande momento popular.

O principal aviso de que, provavelmente, o passarinho do Twitter pode estar com seus dias contados veio na quinta-feira da semana passada, quando o jornal Wall Street Journal publicou que os executivos da rede social estariam conversando tanto com o Google quanto com o Facebook para tentar vender o site – e teriam ouvido ofertas que pagariam entre US$ 8 e 10 bilhões pelo serviço.

Uma vez comprado – seja por quem for –, uma coisa é certa: o Twitter vai mudar. E, pelo histórico dos dois possíveis compradores, pode até acabar. Mas isso ainda é terreno de especulação.

Mas um número citado pelo jornal chama atenção – o de que a rede, hoje com mais de 150 milhões de usuários, teria sido avaliada em US$ 4,5 bilhões em dezembro. Em menos de dois meses seu preço dobrou? E se lembrarmos que, nesta mesma semana, o blog Huffington Post foi vendido à America Online por mais de US$ 300 milhões, não duvide que estamos às vésperas de uma nova bolha digital, como a de 1999.

A coluna Impressão Digital, do editor do Link Alexandre Matias, é publicada todos os domingos, no Caderno 2

Fonte: Estadão

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

“Sarney” e a confusão

Por Tatiana de Mello Dias

Ela deixou claro na bio do Twitter, em português e inglês: “Eu não sou José Sarney! (I am not José Sarney, a lawyer, or a Brazilian lawyer). I know it’s confusing” — “não sou José Sarney, nem advogada, ou uma advogada brasileira. Eu sei, é confuso”.

Sarah Law Wu, uma gerente de produto do Colorado, tem sofrido com os “replies” e mensagens de brasileiros a confundindo com o senador José Sarney (PMDB-AP). No Twitter, ela é simplesmente @Sarney.

A situação piorou depois do comentário feito no Twitter por uma funcionária do Supremo Tribunal Federal, que disse que Sarney deveria “pendurar as chuteiras” referindo-se à aposentadoria do jogador Ronaldo Fenômeno.

No começo, ela reclamou. Mas, agora, parece estar gostando da fama repentina. Todos os seus últimos tweets se referem à confusão — ou ela faz graça e explica a situação para os americanos, ou tenta esclarecer a algum brasileiro que não, não é da família Sarney. E retuíta as constantes piadinhas e vídeos que mandam a ela para tentar explicar quem é o Sarney brasileiro.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O ÚLTIMO ANO DO TWITTER? O PASSARINHO AZUL SUBIU NO TELHADO

Por Alexandre Matias

Tweets, trending topics, retweets, seguidores, hashtags, unfollow, #FF, @username... Toda essa terminologia já era conhecida de um punhado de usuários do Twitter antes da explosão da rede social, em 2009. Em 2010, o mundo inteiro abraçou o site - até mesmo o Brasil, tradicionalmente acostumado a uma vida digital paralela à do planeta, entrou na rede em grande estilo, emplacando vários termos e hits nacionais para o resto do mundo. Mas se em 2010, o Twitter indicava ter embalado num crescimento que parecia não ter volta, 2011, no entanto, dá sinais que pode ser o último ano da rede social do passarinho azul. Ou pelo menos como a conhecemos.O Twitter já vinha dando sinais de desgaste no fim do ano passado, quando o tráfego de dados na rede caiu drasticamente em outubro, segundo o site Alexa. Especula-se que a queda só não foi maior pois a rede social foi traduzida para novos idiomas e começou a agregar usuários em países em que ainda não estava presente. A queda de audiência poderia estar ligada à nova interface do site, que estreou no segundo semestre do ano passado e desagradou muitos de seus cadastrados.

A crise política no Egito também ajudou o Twitter a ganhar uma sobrevida e pareceu repetir o feito de 2009, quando o site foi crucial nas eleições presidenciais do Irã. Como disse o comediante norte-americano John Stewart à época: "Não foi o Twitter que salvou o Irã. Foi o Irã quem salvou o Twitter". Não é exagero dizer o mesmo do Egito em relação ao site. Só que o momento é exatamente oposto: em 2009, a rede social ainda não tinha vivido seu grande momento popular.

O principal aviso de que, provavelmente, o passarinho do Twitter pode estar com seus dias contados veio na quinta-feira da semana passada, quando o jornal Wall Street Journal publicou que os executivos da rede social estariam conversando tanto com o Google quanto com o Facebook para tentar vender o site - e teriam ouvido ofertas que pagariam entre US$ 8 e 10 bilhões pelo serviço.

Uma vez comprado - seja por quem for -, uma coisa é certa: o Twitter vai mudar. E, pelo histórico dos dois possíveis compradores, pode até acabar. Mas isso ainda é terreno de especulação.

Mas um número citado pelo jornal chama atenção - o de que a rede, hoje com mais de 150 milhões de usuários, teria sido avaliada em US$ 4,5 bilhões em dezembro. Em menos de dois meses seu preço dobrou? E se lembrarmos que, nesta mesma semana, o blog Huffington Post foi vendido à America Online por mais de US$ 300 milhões, não duvide que estamos às vésperas de uma nova bolha digital, como a de 1999.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Parceria entre Google e Twitter permitirá que os egípcios publiquem mensagens usando o telefone

Por Leonardo Carvalho

A Google, em parceria com o Twitter e a empresa SayNow quer dar voz aos egípcios que foram impedidos de se expressar via internet usando o velho e bom telefone.

Na semana passada o governo egípcio, liderado pelo ditador Hosni Mubarak, tomou uma medida radical contra os manifestantes que pedem seu afastamento do poder cancelado absolutamente todo o acesso à internet no país. As manifestações continuam, mas o acesso da população egípcia à rede mundial continua cortado, o mesmo vale para pessoas de fora que tentam acessar informações de sites egípcios; em resumo: o país vive um apagão da internet.

O serviço criado com a parceria permite que os cidadãos postem mensagens no Twitter usando o telefone.

Ao discar para os números +16504194196, +390662207294 ou +97316199855 a pessoa é direcionada para uma caixa postal onde uma mensagem pode ser gravada. Em seguida o serviço traduz a mensagem de voz em texto e faz a postagem na rede social usando a hashtag #egypt.

Fonte: MSN

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Twitter só não faz revolução. Mas ajuda

Por Jadyr Pavão Júnior e Rafael Sbarai

Uso de redes sociais, blogs e celulares em levantes populares como os ocorridos no Egito e Tunísia mostra que essas tecnologias podem ajudar a coordenar manifestações contra ditaduras, avessas à liberdade de informação

Nas últimas semanas, o mundo assistiu apreensivo e esperançoso ao sopro de inconformismo que fez balançarem duas ditaduras velhas de décadas. É uma situação tão rara no mundo árabe quanto a passagem do cometa Halley pela vizinhança da Terra. A soma de insatisfações – incluindo a ausência de liberdade de expressão – fez com que milhares de pessoas marchassem em protesto pelas ruas de Egito e Tunísia, de onde o ditador Zein al-Abidine Ben Ali foi catapultado. Nos dois casos, manifestantes contaram com a ajuda, em graus a serem precisados, de componentes cada vez mais comuns em situações desse tipo (confira o infográfico abaixo): a internet e o telefone celular. Na Tunísia, ativistas utilizaram Twitter e Facebook para organizar protestos. No Egito, blogs e também as redes sociais. Os episódios reaquecem o debate sobre qual é, afinal, o potencial dessas tecnologias quando o assunto é ativismo político, e opõem dois grupos de analistas: os "ciber-utópicos", que acham que blogs e celulares tudo podem, e os "ciber-céticos", que pensam o oposto. Vale adiantar: como é de sua natureza, os radicais radicalizam, e o potencial do ativismo via tecnologia está em um ponto entre os extremos.

A turma dos ciber-utópicos fez seu début em junho de 2009, depois que os iranianos saíram às ruas para protestar contra a eleição fraudulenta que reconduziu Mahmoud Ahmadinejad à presidência do país controlado pela ditadura dos aiatolás. O assunto foi o mais comentado do ano no Twitter, superando até a morte do astro pop Michael Jackson, o que levou os utópicos a cunhar a expressão "Revolução do Twitter" e a apostar que essa ferramenta seria responsável por revoluções. O trecho de um editorial do respeitado jornal americano Washington Post captou o clima (otimista) da época: "O imediatismo dos tweets foi emocionante, com um fluxo de atualizações com fotos e vídeos que mostrou um retrato de crise no país. O que estamos vendo é a chama tremulante da liberdade." Um assessor do ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush chegou a sugerir que o Twitter fosse indicado ao prêmio Nobel da Paz pelo papel na crise. O governo de Teerã, contudo, não caiu: reprimiu os protestos e bloqueou serviços de internet. O episódio deixou a impressão de que a turma dos ciber-utópicos sobrecarregara de expectativas as asas do Twitter, fazendo do microblog a panaceia antiditaduras.

A resposta dos ciber-céticos veio na mesma intensidade, em sentido oposto. O primeiro contra-ataque foi comandado pelo pesquisador iraniano Hamid Tehrani, que tentou colocar os fatos ocorridos no Irã em sua real dimensão. "Houve uma sobrevalorização do Twitter. O país contou com menos de 1.000 usuários ativos. O maior volume de informações propagadas no microblog veio do Ocidente, de pessoas que não estavam no local. Quando alguém comentou que havia 700.000 pessoas protestando em frente a uma mesquita, descobriu-se que apenas cerca de 7.000 pessoas compareceram", escreveu.

Se os ciber-utópicos haviam jogado a internet e o celular nas alturas, coube ao jornalista e escritor canadense Malcolm Gladwell colocá-los abaixo do chão, em artigo publicado pela revista New Yorker e entitulado "A revolução não será tuitada". O americano se apoiou em duas teorias clássicas. A primeira defende que o "ativismo de alto risco", aquele em que o indivíduo coloca a própria vida em risco, só é possível quando os participantes mantêm vínculos pessoais fortes – ou seja, depende de tête-à-tête. As redes seriam o inverso disso e só possibilitam vínculos frouxos – daí, a facilidade com que, sentadas na praia, com o notebook no colo, tantas pessoas aderem a abaixo-assinados em favor da independência do Tibete. Além disso, diz Gladwell, as redes, por natureza, conferem a todos os integrantes igual poder e nenhuma hierarquia – e organização e liderança são fundamentais ao ativismo político, prova a história.

Levante a levante, contudo, os argumentos dos ciber-céticos são enfraquecidos pela realidade. Ditaduras como Bielorrússia, Moldávia e Tailândia, além de Egito e Tunísia, já conheceram o impacto que a tecnologia pode emprestar à oposição. No caso da Tunísia, universitários lançaram mão de Twitter e Facebook para organizar protestos. O estopim foi a morte de Mohamed Bouazizi, vendedor ambulante que teve sua mercadoria apreendida pela polícia e, desesperado, ateou fogo ao próprio corpo na pequena cidade de Sidi Bouzid. A população local protestou. Para atrair simpatizantes, ativistas compartilharam com concidadãos, via rede, documentos vazados pelo site WikiLeaks que mostravam casos de corrupção no governo. Um dado eloquente: um em cada cinco tunisianos está cadastrado no Facebook. Ou seja: ao contrário do Irã, não há razão para duvidar da informação de que a população teve acesso à agitação virtual.

O fato de os céticos estarem errados significa, necessariamente, que os utópicos estão certos? Não. No caso da Tunísia, o movimento antigoverno de fato contou com ajuda das redes. Mas, ao chegar às ruas, ganhou sua própria dinâmica, atingindo a capital, Tunis, e só derrubou o ditador Ben Ali após quase um mês de pancadaria no "mundo real". "É questionável a tese de que as redes já têm um papel determinante em uma revolução", afirma o espanhol Enrique Dans, professor de sistemas de informação da IE Business School. "Mas é fato que elas atuam na coordenação de informações e, assim, assumem relevância nessas situações." Não por acaso, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, defende que a liberdade de informação, em geral, e o acesso à internet, em particular, são elementos definidores do destino de cidadãos de todo o mundo – especialmente daqueles que vivem sob o jugo de ditaduras.

Outro defensor da ideia de que blogs, redes e afins podem atuar como propagadores de informação, Clay Shirky, professor de novas mídias da Universidade de Nova York, aposta que essas ferramentas podem provocar não apenas vendavais contra ditaduras, mas também brisas para democracias. O caso exemplar seria a eleição espanhola que se seguiu aos atentados terroristas de 2004. No dia 11 de março, bombas explodiram em trens de Madri, matando cerca de 200 pessoas. O então primeiro-ministro José María Aznar veio a público e atribuiu a ação ao grupo separatista basco ETA, que há décadas desafia Madri. Alguém desconfiou da versão. Segundo Shirky, o torpedo contra Aznar partiu de uma mensagem de texto (SMS) que circulou inicialmente entre cinco pessoas e dizia que, com a história, Aznar fazia um cálculo político. A poucos dias da eleição, ele tentava desviar a atenção pública da real mandante dos ataques, a Al Qaeda, que se voltara contra a Espanha porque o país participava militarmente da ocupação do Iraque. A mensagem teria sido replicada à exaustão entre eleitores. No dia 14 de março, José Luis Rodriguez Zapatero, que até então não era favorito na eleição, saiu vitorioso das urnas. A Espanha iniciou a retirada do Iraque naquele mesmo ano.

Ditadores nas redes

A força da tecnologia não foi percebida apenas pelos opositores e democratas. Ditadores a conhecem. Às vezes, eles tentam usá-la em benefício próprio. Outras, esmagá-la. Nesta semana, os serviços de internet e telefonia móvel foram suspensos no Egito, horas antes de uma manifestação de opositores prevista para acontecer em várias cidades do país. Foi a expressão do que o ministro egípcio do Interior, Habib al Adly, definira como "medidas drásticas e decisivas" para conter os protestos. Às vésperas de cair, o ditador tunisiano teria tentado impor o mesmo tipo de controle sobre as comunicações - tardiamente, contudo. Teerã levou o bloqueio de serviços a cabo em 2009. Ahmadinejad mostrou também seu lado ardiloso: determinou o desbloqueio do Facebook por um período determinado com o objetivo de identificar dissidentes. Recentemente, um tribunal do país condenou Hossein Derakhshan, um dos primeiros blogueiros locais, a mais de 19 anos de prisão por "cooperação com países hostis, propaganda política e insulto a figuras religiosas". Derakhshan ficou conhecido por publicar na rede instruções sobre como iniciar um blog no idioma farsi, dando início à explosão de blogs na língua oficial do Irã.

Em outros casos, os governos promovem contra-ataques pelas redes. Fazem perceber que permanece atual o famoso alerta do político americano Hiram Johnson, segundo o qual, na guerra (ainda que virtual), a verdade é a primeira vítima. Na Moldávia, em 2009, funcionários do governo criaram perfis falsos no Twitter com a missão de espalhar boatos e provocar instabilidade no país. O objetivo era justificar medidas de força por parte do governo comunista. "O fato de que há governos ditatoriais tentando cercear a liberdade de expressão da população demonstra que as plataformas digitais têm sua importância no embate político", avalia Adriana Amaral, professora do programa de pós-graduação em ciências da comunicação na Unisinos. A revolução pode não ser tuitada, como previu Malcolm Gladwell, no sentido de que um Twitter só não faz a revolução. Mas as que acontecerem no século XXI, é certo, passarão pelo Twitter e similares.

Fonte: FNDC

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Twitteiro vira central de informações sobre caos no Rio

Por Rodrigo Martins

No meio do caos no Rio de Janeiro, com a atual onda de ataques, um estudante de jornalismo do 2º ano encontrou no Twitter um meio de ajudar a população. Pablo Tavares, de apenas 23 anos e que mora em Niterói, começou a ver o número de testemunhos de pessoas que presenciaram ataques multiplicarem-se na rede de microblogging. Também viu um número impressionante de boatos. E decidiu que sua forma de ajudar seria esclarecê-las.

Foi então que na terça-feira à noite ele criou o Twitter @caosrj, o qual se tornou uma central de informações. Primeiro, começou a postar informações sobre carros incendiados e formas de escapar dos pontos de tiroteio. Quando os ataques foram ganhando volume, Pablo começou a minitorar rádios, jornais e TVs e retuitá-los.

E está conseguindo repercussão. A conta ainda tem cerca de 500 seguidores, mas, só nesta quinta-feira, ele já conseguiu mais de 300 menções, entre retweets e conversas. Acha pouco? Luciano Huck, número um em seguidores no Brasil, com impressionantes 2,5 milhões de pessoas que o acompanham, teve “só” 500 menções. Um dos twitteiros mais relevantes no Brasil, Marcelo Tas, citou o @caosrj como destaque em palestra nesta quinta-feira.

Prova da relevância é olhar o que as pessoas dizem sobre @caosrj no Twitter. @pathamilton3 elogia: “Boa iniciativa! Precisamos de conteúdos jornalísticos pautados na verdade dos fatos. Boatos geram mais caos”. A @sueliarantes pergunta: “Alguém confirma se o Shopping Carioca fechou?”. E @ranassamir recomenda aos amigos: “Siga o @caosrj e acompanhe as notícias do front”. Como essas mensções, chegam outras e outras e outras à conta.

E dá para confiar nas informações? O IDGNow conversou com Pablo nesta quinta-feira: “Eu acompanhava as notícias na mídia, principalmente sobre Niterói, onde moro. Mas vi que os veículos estavam atrasados em relação ao Twitter, o que é natural. Afinal, há muitos boatos, os veículos precisam checar antes. Mas comecei a ver que muitas pessoas relatavam casos que elas estavam vendo, como carros sendo queimados ou locais de tiroteios. Quando via que três, quatro ou mais usuários confirmavam uma história, a probabilidade de ela ser verdadeira é grande. E o mesmo acontecia para desmentir: quando algo não está certo, os outros usuários desmentem”, diz.

Quando uma informação não é confirmada depois, Pablo diz que manda um tweet em seguida desmentindo-a.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Cofundador do Twitter quer criar rede social de notícias

Redação MSN

O cofundador do conhecido microblog Twitter, Biz Stone, disse que quer usar as informações postadas pelos usuários no serviço para criar uma grande rede social de notícias. De acordo com ele, seria algo voltado para a “coleta” de notícias externas e não funcionaria necessariamente no site do Twitter. A proposta é de criar um novo site, que funcionasse em parceria com o microblog.

“Desde o começo, parece um terminal de notícias de todos os cantos do mundo”, disse Stone nos bastidores de um evento de tecnologia em Oxford. “Creio que o Serviço de Notícias do Twitter será algo muito aberto e compartilhado por diversas organizações de notícias em todo o mundo”.

Já existe um compartilhamento das informações publicadas por seus usuários com os sites de busca Google, Yahoo! e o Bing, mas Stone crê que é possível lançar um sistema mais especializado de notícias.

O twitter permite aos usuários a enviarem mensagens de até 140 caracteres. Já são 174 milhões de usuários cadastrados no sistema, que já enviaram cerca de 95 milhões de mensagens até o momento, entre pensamentos, notícias e propagandas.

Fonte: MSN

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Na Indonésia ajuda a refugiados vem pelo Twitter

Redação Estadão

Os indonésios estão usando o Twitter para driblar a lenta reação do governo para ajudar as vítimas dos desastres naturais, depois de um tsunami e de erupções vulcânicas terem saturado a capacidade de assistência do extenso arquipélago.

O país do sudeste asiático, formado por 17 mil ilhas, em que o transporte já é difícil nas melhores condições, sofreu com um tsunami, terremotos, inundações e erupções vulcânicas que ocorreram no intervalo de poucas semanas no mês passado, e o número de mortos continua aumentando.

A organização de uma assistência efetiva tem sido um desafio para as autoridades nas áreas mais remotas ou onde a infraestrutura foi destruída pelas ondas gigantes ou pelas nuvens de cinzas.

Mas quando um grupo de uma comunidade próxima ao vulcão Merapi, cuja erupção deixou mais 300 mortos, enviou uma mensagem no Twitter dizendo que a comida estava sendo amontoada sem veículos para transportá-la, mas de uma dezena de automóveis de voluntários chegou ao lugar em 10 minutos para fazer a entrega.

“Foi tão rápido que quase não acreditei”, disse Akmad Nasir, da Jlin Merapi (União Merapi), uma rede de informações criada pelas comunidades locais que vivem ao pé do monte Merapi, na ilha de Java.

Lançada em 2006 como uma rádio comunitária para controlar a atividade do vulcão, Jalin Merapi tem reunido 700 voluntário para ajudar os refúgios que não podem receber ajuda do governo. Os voluntários reportam pelo Twitter quais as necessidades específicas dos habitantes.

O número de indonésios que usam a rede social se multiplicou em um ano. Cerca de 21% dos internautas da Indonésia visitaram o site em junho de acordo com a empresa de pesquisa ComScore, a maior proporção no mundo, comparado aos 12% dos internautas dos EUA que acessam o Twitter.

O país, em que 45% dos 240 milhões de habitantes tem menos de 25 anos, é também o terceiro maior no Facebook.

Sutopo Purwo Nugroho, diretor de redução de risco de catástrofes na Agência Nacional de Redução de Desastres, disse que o governo estabeleceu sistemas de comunicação com os voluntários e soldados, mas não teria capacidade para atender todos os 700 centros de refugiados ao redor do monte Merapi.

“Os pequenos refúgios muitas vezes passam por problemas de distribuição de ajuda. Dividir a assistência aos 700 refúgios é difícil, quase impossível”, disse ele à Reuters.

Mais de 200 mil pessoas desalojadas estão em refúgios desde que o vulcão começou a lançar cinzas e lava no fim de outubro.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ativista chinesa é condenada a um ano de trabalho forçado por mensagem no Twitter

Redação Portal IMPRENSA

Autoridades da China condenaram a ativista de direitos humanos chinesa, Cheng Jianping, a passar um ano em um campo de trabalho forçado por ter enviado uma mensagem em seu perfil no Twitter, em que ironizava a onda de protestos no país contra a presença do Japão na Expo Xangai. Cheng foi acusada de perturbação da ordem social, e passará por um período de "reeducação por meio do trabalho".


Segundo informou a organização não-governamental (ONG) Anistia Internacional, Cheng havia "retuitado" uma mensagem de seu namorado, Hua Chunhui, em que ele ironizava os movimentos antijaponeses que acontecem no país desde setembro, e dizia que os manifestantes deveriam destruir o estande do Japão na Expo Xangai para "provocar o inimigo". A chinesa também publicou outro tweet, como se convocasse seus compatriotas. "Ataque, juventude raivosa".

A chinesa havia desaparecido dez dias depois de ter postado a mensagem no Twitter, no dia em que iria se casar, e reapareceu na última segunda-feira (15), data em que foi condenada. Para o diretor da ONG na Ásia, Sam Zarifi, a sentença aplicada pela China à ativista mostra o quanto o país reprime as publicações online. "Sentenciar alguém a um ano num campo de trabalho, sem julgamento, só por repetir observação claramente satírica de outra pessoa no Twitter revela o nível de repressão on-line na China", disse.

Já o namorado de Cheng informou que a ativista havia assinado um abaixo-assinado que pede a libertação do ganhador do Nobel da Paz, o dissidente chinês Liu Xiaobo, condenado a 11 anos. Para Chunhui, a sentença aplicada à chinesa poderia ser uma forma de puni-la por apoiar Xiaobo.

O microblog é um dos sites bloqueados pelo governo chinês, mas alguns internautas conseguem burlar a censura. Cheng já havia sido detida por cinco dias em agosto, após manifestar apoio ao vencedor do Nobel, que defende a liberdade de expressão e o uso de meios de comunicação eletrônicos, como a Internet, para acabar com a censura no país. Até o momento, as autoridades judiciais da China não comentaram o caso.

Em setembro, o governo chinês impediu a circulação da revista literária Coro de Solistas, editada pelo escritor chinês Han Han, e que é considerado o blogueiro mais lido mundo. As autoridades do país alegaram que a publicação não possuía uma licença específica para circular na China.

Fonte: Portal IMPRENSA


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Yoani Sanchéz pede que Twitter verifique se sua conta foi bloqueada pelo governo cubano

Redação Portal IMPRENSA

A blogueira cubana Yoani Sanchéz afirmou que não consegue publicar mensagens em seu perfil no Twitter desde a última sexta-feira (01/10). Yoani, que atualizava sua conta por meio de mensagens enviadas por celular, chegou a pedir para que o serviço de microblogging esclareça a situação e verifique se não houve algum bloqueio por parte do Governo de Cuba.

De acordo com informações da agência Efe, a cubana - colunista da Revista IMPRENSA -conseguiu postar duas mensagens na última terça (05), em que relatava a dificuldade em usar a rede social: "Parece que colocaram o filtro aqui dentro. Um amigo publica por mim este tweet. #twitter deve esclarecer se seu serviço nos censurou a publicação de tweets por sms ou se foi o governo de #Cuba que nos bloqueou", escreveu.

Yoani declarou que ainda não sabe se o governo do país bloqueou o serviço: "Ficamos sem voz no mundo dos 140 caracteres. O governo cubano não tinha encontrado a maneira de bloquear a possibilidade de enviar mensagens ao Twitter através de um telefone celular. Não sabemos se isso foi obra do governo cubano ou se é um problema técnico que envolve o Twitter", informou a blogueira.

Para a cubana, a rede social se tornou uma espécie de "canal informativo", em que podia divulgar e enviar notícias e opiniões a pessoas ao redor do mundo. Caso seja comprovada a restrição do Estado, Yoani afirmou que "se perderá um caminho de expressão cidadã para os cubanos.

O diretor-executivo do grupo Cuba Study Group, Tomás Bilbao, informou que entrou em contato com o Departamento de Estado cubano e com o Twitter para pedir uma investigação sobre o caso.

Segundo Bilbao, o aumento do número de cidadãos cubanos que usam o microblogging poderia ter chamado a atenção do governo: "Se for comprovado que o governo cubano conseguiu bloquear o acesso ao Twitter através do serviço SMS, isso seria surpreendente, já que no caso iraniano o governo não conseguiu bloqueá-lo", disse Bilbao, em referência às denúncias feitas por internautas iranianos de abusos nas eleições do Irã, em 2009, que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Os manifestantes usaram o site para divulgar as supostas fraudes eleitorais.

Em março deste ano, Yoani participou de um debate organizado por membros do Grupo Verde da Câmara Europeia sobre o uso das mídias sociais. A blogueira declarou que os blogueiros são "estigmatizados socialmente, sofremos atos de violência e até somos presos". Além disso, defendeu a utilização de blogs em Cuba como uma forma de manifestar o lado crítico ao regime de partido único implantado na ilha.

Fonte: Portal IMPRENSA

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

As últimas da Twitterlândia

Por Sergio Augusto

Na manhã de quinta-feira (5/8), a apresentadora do programa Globo Esporte Glenda Kozlowski digitou um twit de 82 caracteres, um dos quais lhe custou caro. Um fatídico esse intrometeu-se em sua grafia de "cinismo", precipitando um ataque em massa de internautas armados de cês até os dentes. Glenda pode não ter gostado da reação, mas foi reconfortante descobrir que um contingente razoável de twitteiros não só sabe escrever corretamente a palavra cinismo como se empenha em denunciar quem maltrata o idioma naquele espaço tão avaro de vocábulos e congestionado de adolescentes de miolo mole como o Twitter.

Dos factoides gerados na Twitterlândia, nos primeiros dias de agosto, o "sinismo" de Glenda (bom título para um trash movie de Ed Wood) talvez tenha sido um dos menos explorados pela mídia. Muito mais repercussão tiveram o polêmico videochat dos meninos do Santos depois do jogo com o Prudente, domingo passado [1/8]; as cenas de sexo daquele casal de adolescentes gaúchos, vazadas para milhares de internautas, na madrugada de segunda-feira; a blitzkrieg virtual contra o canastrão Sylvester Stallone, pelas cretinices que andou dizendo sobre o Brasil; o anúncio da gravidez da cantora inglesa Lily Allen; e a notícia de que um designer gráfico japonês acabara de expedir a vigésima bilionésima mensagem do Twitter, na tarde de sábado retrasado, atraindo por essa involuntária façanha uma enxurrada de parabéns nos mais variados idiomas.

Relevantes mesmo, só os vídeos dos jogadores santistas e dos perversos polimorfos gaúchos, dois momentos exemplares de irresponsabilidade e má conduta juvenis, com lições, que espero úteis, para todos.

Embora o goleiro santista tenha se desculpado, no dia seguinte, pela grosseria cometida com um internauta que alfinetara sua empáfia ("O que eu gasto de ração com o meu cachorro é o que você ganha no mês inteiro", rosnou o arqueiro para a twitcam), o episódio continuou repercutindo nas chamadas mídias sociais. Por entender que tudo não passara de um "mal-entendido" desmesuradamente explorado pela imprensa, e também, é claro, para não desestabilizar o time às vésperas da decisão da Copa do Brasil, a diretoria do Santos optou por um indulgente puxão de orelhas. Conquistado o título, nada mais a impede de ir além da "bronca didática", para pôr um freio na petulância e na arrogância da molecada, que hoje sintetiza, com a bola nos pés, mas só com a bola nos pés, o que há de melhor no futebol brasileiro.

Lado bom

Ao ser informado de que fora o autor do vigésimo bilionésimo twit, o tal designer japonês tremeu nas bases, pois interpretou a coincidência como um recado divino de que seus dias estavam contados, só relaxando depois que a entendeu como uma retribuição, divina ou não, ao entusiasmo com que os seus patrícios se dedicam ao Twitter. Os japoneses enviam 8 milhões de mensagens por dia por esse serviço de microblogging. Perdem apenas para os americanos. Os terceiros do ranking são os indonésios. Em quarto lugar, ufanem-se, tolos, os conterrâneos do mulato inzoneiro.

No ranking que realmente importa, o do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das Nações Unidas, o quarto posto é ocupado pelo Canadá. Nessa especialidade, continuamos na segunda ou terceira divisão, amargando o 75º lugar. Como não se pode ter tudo na vida, rejubilemo-nos com a nossa participação no bolo de 55 milhões de twits diariamente trocados na mais popular rede de relacionamento da internet. Se acrescentarmos os números do Orkut e do Facebook, alcançaremos um IVD (Índice de Vagabundagem Digital) de se tirar o chapéu.

Como é sabido e lamentado, as redes sociais da internet são um domínio de quem não tem o que fazer e adotou a evasão da privacidade como um modo de vida. Até aborto, justo no meio de uma reunião de executivos, já ganhou a internet, em tempo real, via Twitter. Daí a objeção padrão: "Não me interessa saber o que fulano está comendo, neste exato momento, na lanchonete da esquina". E suas infinitas variações: "Por que seguir os passos de sicrano se não sou detetive particular nem o conheço pessoalmente?" O que é que eu ganho participando da escolha da gravata que William Bonner usará no Jornal Nacional de hoje à noite? Que ensinamentos e prazeres pode me oferecer uma conversa fiada de jogadores de futebol mal entrados (se entrados) na idade da razão?

Por sua mobilidade, imediatidade, intimidade e capilaridade, o Twitter pode ser uma ferramenta preciosa para jornalistas, cientistas, criadores em geral ou simples usuários com boas ideias para trocar e denúncias a fazer. Poetas ganharam sobrevida na rede, não apenas produzindo haicais (sonetos, nem pensar), mas lendo e difundindo seus versos em videochats. O marketing da indústria de cinema descobriu nas redes sociais o veículo ideal para promover filmes e atrair mais público às salas exibidoras, revelou há dias o jornal inglês The Independent. Esse é o lado bom da coisa. Ou o menos pernicioso, na avaliação de alguns Galileus da internet.

Quem se habilita?

Nicholas Carr, expert em tecnologia digital, desconfia que o Google nos esteja imbecilizando, robotizando nossos conhecimentos, embotando nossa memória, e que a Web dispersa em demasia nossa atenção e trivializa a vida intelectual através de blogs, tweets e quejandos. Sherry Turkle, do MIT, publica em breve um preocupante estudo sobre as mudanças comportamentais e neurológicas da geração escravizada ao celular e às mídias sociais. Seis meses atrás, George Packer alertou, na revista The New Yorker: "Não há como ficar online, navegando, enviando e-mails, postando mensagens, twitando e lendo twits e, em breve, ocupando-se da próxima novidade digital, sem pagar um preço elevado, sem roubar nosso tempo, nossa atenção, sem afetar nossa capacidade de apreender o que lemos e nossa experiência do mundo que imediatamente nos cerca".

Quem se habilita a criar o primeiro Tecnólatra Anônimo?


Fonte: Observatório da Imprensa

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Veracidade subjetiva e a paz de espírito

Por Eugênio Bucci

"Twitter, my friends!"

Assim falou Plínio de Arruda Sampaio. E prosseguiu:

"É twitter! Eu sou o maior twittador agora."

Com essa conclamação, o candidato à presidência da República pelo PSOL intimou seus seguidores a "twittar" e entrar "diretamente" no debate político. Aos 80 anos de idade, vem esbanjando jovialidade – e não apenas quando demonstra familiaridade com certas modas tecnológicas. No debate da TV Bandeirantes, na quinta-feira (5/8), era ele o mais bem-humorado, o menos previsível, o menos careta. Plínio tinha mais frescor e mais presença de espírito. Roubou a cena, como disseram.

Nos dias subsequentes, comentários nos jornais encontraram uma explicação plausível para uma performance tão descontraída e desapegada: Plínio não tem nada a perder. Do alto de seu 1% nas pesquisas eleitorais, pode arriscar tudo, pois, mesmo perdendo tudo, não perderá grande coisa. E até poderá sair ganhando, ou seja, poderá ganhar simpatia, poderá marcar positivamente a imagem do PSOL como um partido que não tem nada a esconder. Se demonstrar que não está disposto a trocar voto por fingimento, ele tem chance de sair no lucro, mesmo que não conquiste voto.

A explicação parece óbvia, mas, no fundo, não dá conta de decifrar o fenômeno chamado Plínio de Arruda Sampaio (aliás, quanto ao sobrenome Arruda, ele faz piada, dizendo que não é "o Arruda do DEM", aquele tal, de Brasília, mas é "o Arruda do Bem"). Enfim, a explicação parece óbvia, mas é anêmica. O brilho particular dessa candidatura nanica não se deve simplesmente à condição daquele que, não tendo nada a perder, sai por aí bancando o franco atirador, como também já se disse. Ele não está fazendo o tipo "aventureiro feliz". Há mais elementos nessa história, há algo mais interessante aí. No meu modo de ver, Plínio se comunica bem porque está bem – em tempo, é justamente por isso que o tema me interessa, por se referir à qualidade da comunicação política entre um candidato e seu público –, porque está inteiro no que diz. Ele dá a sensação de não ter uma agenda oculta. Ele olha no olho do interlocutor e manda ver. Que outros candidatos podem se abrir da mesma forma?

É por aí que começo a minha discussão.

Sejamos acadêmicos...

É notório, notável e incrível como o candidato do PSOL está de bem consigo próprio. Ele é "o Plínio do bem", como brinca, e também o Plínio de bem. É por isso, também, que consegue olhar direto nos olhos da gente sem pestanejar, sem piscar, sem vacilar, e dizer o que pensa com naturalidade. Ele não tem rancor ou raiva; tem apenas determinação. E aí fazer essa conversa olho-no-olho – para usar aqui a expressão preferida do jornalista Celso Nucci, quando discorre sobre comunicação pública.

Não se pode afirmar que Plínio enuncie "a" verdade, uma vez que suas teses são, no mínimo, controversas, e às vezes carregam uma nostalgia utópica com toques de baile da saudade. Mas, de outro lado, não há dúvida de que ele fala "a sua" verdade, sem torcer nem edulcorar. Pode parecer pouco, mas isso o diferencia radicalmente dos outros. Nesse sentido, tenho a impressão que o diferencia não é tanto o programa, mas a postura pessoal, embora as duas coisas não se desvinculem por inteiro.

Quero me deter um pouco mais sobre isso de alguém falar "a sua" verdade, uma verdade na qual acredita sinceramente. Peço licença para um breve exercício de pedantismo. Vou citar um filósofo que andou em voga de algumas décadas para cá, Jürgen Habermas. Se o leitor vai se espantar, vai se abespinhar, vai falar "ah, assim não dá", o problema é do leitor. Eu vou citar Habermas assim mesmo.

A certa altura da sua Teoria da Ação Comunicativa, o filósofo alemão se refere à "veracidade subjetiva" como uma das características da fala do sujeito orientado para o entendimento. Tem a tal "veracidade subjetiva" aquele que expressa uma idéia que, em sua consciência, de boa fé, ele toma por verdadeira. Nesse caso, "a intenção expressada pelo falante coincide realmente com o que ele pensa", escreve Habermas. Poderíamos chamar a isso de honestidade intelectual; rigorosamente, a veracidade subjetiva seria apenas um dos aspectos daquilo que costumamos chamar de honestidade intelectual. Tanto que Habermas lista de três pretensões de validade a ser atendidas pelo cidadão que se orienta para o entendimento. As outras duas são a "retidão normativa" e a "verdade proposicional", das quais não vou me ocupar agora. Fiquemos, então, com esse requisito apenas, o da veracidade subjetiva, ou, em outras palavras, fiquemos apenas com essa parcela do que poderia ser a honestidade intelectual. Pronto. Fim da citação de Habermas.

... mas não sejamos tão complicados

A gente olha nos olhos apertados de Plínio de Arruda Sampaio e somos convidados a crer que ele crê na coincidência entre o que diz e o que pensa. Ele parece, no mínimo parece, acreditar que o que diz coincide com o que pensa. Não é pouco, não é mesmo. Ao vê-lo discursar, o espectador não se vê surpreendido pela desconfiança de que, em privado, ele diria algo diferente. Não há sinais de que ele nos esconda uma parte do que pensa. É fantástico.

Outra coisa, totalmente outra, é saber se o que ele diz é verdadeiro. Ou, em outras palavras, outra questão seria saber se, verdadeiramente, o que ele prega representa a melhor solução para o Brasil. Devo, nesse ponto, deixar bem claro o que penso – o que também não sei se é efetivamente verdadeiro, mas ao menos é o que penso que penso. Devo declarar que, a meu juízo, as teses do PSOL nem sempre conjuminam com os desafios postos por essa outra categoria discursiva, essa tal a que damos o nome de realidade. Respeito, respeito muito alguns dos integrantes do PSOL, como o deputado federal Chico Alencar, entre outros, mas não me vejo sinceramente convencido das propostas que os unificam. Por vezes, tenho a impressão de que eles habitam outro planeta, e, nessas horas, repito comigo mesmo que o pessoal do PSOL vive no mundo da PLUA.

O que não importa. Não estou aqui para julgar que carta-programa é melhor, a desse partido ou daquele outro. Não sou comentarista político, nem cabo eleitoral de um ou outro. Falo sobre comunicação, ou, ao menos, procuro falar sobre isso e ser útil aos interessados no assunto. O meu ponto é procurar entender por que um dos candidatos, o Plínio de Arruda Sampaio, consegue uma comunicação com o público que, se não leva à cooptação e ao voto, se não serve para ganhar a eleição, ao menos inspira confiança, não no enunciado, mas no enunciante (sim, a palavra não existe no dicionário, mas você entendeu).

Se é verdade que, ouvindo o Plínio, a gente, ainda que não concorde com o que ele diz, tende a acreditar que ele acredita no que diz – e, logo, acredita que ele não está tentando nos tapear –, temos aí um ponto que merece atenção. Ele nos propõe um jogo limpo, e por isso se sobressai. Ele não é o que é por não ter nada a perder, mas talvez por não ter nada a esconder. Aí está sua veracidade subjetiva, uma condição que quase nunca a gente encontra num político.

Eu vi o debate na Bandeirantes. Senti sono, mas resisti. Às vezes, tive a sensação de que ele, o Plínio, funcionava como um anti-ponto-de-fuga em geometria. O ponto de fuga, sabemos, é aquele que, sem estar incluído nos quadrantes e na superfície que encerram o desenho, funciona para organizar as retas e semi-retas na folha de papel. É aquele para o qual convergem as linhas da perspectiva. O anti-ponto-de-fuga é o oposto disso, mas ainda funciona como a referência a partir da qual podemos compreender as inclinações dos demais. Na arena do debate, ele nos ajudava a entender a lógica dos outros, os que têm chances de vencer o pleito. Atuando no "espaço off", servia para realçar os contrastes. Em lugar de representar o ponto para o qual as linhas convergem, representava o ponto do qual elas divergem. Plínio era o coro crítico daquele teatro, era um ET mais outsider que os jornalistas que fizeram perguntas.

Alguém dirá que todos os fundamentalistas são assim. Fechados em seus princípios supostamente puros, eles não concedem nada, nunca, e seguem adiante, possuídos pelo gozo de se supor prenhes da verdade absoluta. Eles nada têm a esconder, também, e em seus olhos se nota a luz desinteressante do fanatismo. Mas não é disso que se trata, aqui. Existe o elemento do humor, bastante acentuado, na comunicação de Plínio de Arruda Sampaio – e humor é algo que não se mistura com fanatismo e ou fundamentalismo.

A certa altura do debate, Plínio fez piadas a respeito do "bom-mocismo" dos outros três debatedores, e eu fiquei pensando nele como uma forma de "bom-velhismo", o bom-velhismo que é seu nirvana total. Com seu 1%, ele, que é católico, está no seu auge espiritual. Não precisa de mais do que isso para estar feliz. Ele se realiza e, sem ponta de culpa, se diverte largamente. Ele está lá por missão, é verdade. Mas também está lá a passeio. Eis aí outro aspecto que distingue a comunicação que ele é capaz de pôr em marcha.

Eu via o debate, pensava nisso, pensava em bom-velhismo, pensava em Habermas, pobre de mim, e pensava que teria um artigo para escrever, pobre de você. Pensava na comunicação olho-no-olho com Plínio. Não penso o que ele pensa. Não concordo com o que ele enuncia. Mas, mesmo assim, vejo nele um homem em paz de espírito. Ele não é fanático, não é um profeta dos fanáticos, é apenas um ego tranqüilo, que, mais do que não ter nada a perder, não deve nada a ninguém.

Conheço Plínio de Arruda Sampaio de outros carnavais, de outras quaresmas, de outras procissões. Nunca o admirei tanto como agora.


Fonte: Observatório da Imprensa