Mostrando postagens com marcador Egito. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Egito. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mídia social faz do Egito janela para jovens

Por Luciana Coelho

Para especialista da NPR, rádio pública dos EUA, milhões no mundo árabe estão atentos ao que ocorreu no país. Andy Carvin agiu como "curador" de notícias nos 18 dias da revolta, filtrando e repassando informações on-line

BOSTON - Se havia dúvidas sobre o papel das mídias sociais nos movimentos populares recentes, os protestos que culminaram na queda do ditador Hosni Mubarak no Egito as dissiparam. Sobrou apenas a questão da dimensão. "Não dá para adivinhar o que vai acontecer daqui para frente, mas há dezenas de milhões de jovens no mundo árabe prestando muita atenção ao que acaba de ocorrer no Egito", diz Andy Carvin. Estrategista-sênior para mídias sociais na NPR, a respeitada rede pública de rádio americana, Carvin organiza comunidades on-line há mais de uma década. Durante a revolta, ativou contatos no Egito e tuitou 18 dias sem parar, atuando como editor-curador do noticiário -viesse ele de jornalistas ou ativistas, Carvin impôs um padrão de qualidade. A Folha conversou com Carvin por e-mail sobre ativismo, redes sociais, jornalismo e as formas como os três se interligaram no Egito.

Folha - Quão cruciais foram as redes sociais no Egito?
Andy Carvin - Não há dúvida de que tiveram um papel. Há anos existe um grupo de blogueiros dissidentes, tanto dentro quanto fora do Egito, que se comunica e comunica ao mundo seu desejo de mudança. Eles também usam o Facebook e o Twitter para atrair mais gente.

Claro, em última análise, a ação teve que acontecer no mundo real -protestos, ocupações-, mas parte dessas atividades foi organizada e difundida por mídias sociais.

O jornalista Malcolm Gladwell argumenta que as redes sociais não criam movimentos sozinhas se as condições para isso não existirem em campo. Afinal, elas são catalisadores ou detonadores?
Por centenas de anos, as revoluções usaram as ferramentas que tinham à mão para avançar. É esquisito argumentar que manifestantes não usariam a mídia social, que é a ferramenta de hoje.

Uma crítica ao Twitter é que muita gente fala e ninguém ouve. O assunto Egito dominou a rede por três semanas. O interesse o surpreendeu?
Passei quatro anos no Twitter cultivando fontes, interagindo com pessoas. Não estou surpreso. A diferença, desta vez, é que muita gente que eu retuitava estava envolvida na revolução. Virei um curador de informações.

Como foi lidar com essa quantidade de informação?
Sigo vários veículos de imprensa, e na maior parte do tempo estava com Al Jazeera ou CNN ligadas. Montei minhas listas de jornalistas no Egito, especialistas em Oriente Médio, ativistas etc., além de monitorar vídeos no YouTube e no Facebook.

Eu conhecia vários dos manifestantes egípcios havia anos, sabia que podia confiar neles. Em muitos casos, as pessoas em campo eram mais confiáveis do que os veículos, mas isso é anormal numa situação tão fluida.

Também pedi para citarem a fonte da informação. Ajudou a separar fato de boato.

Como você vê a interação entre jornalismo e Twitter?
A Al Jazeera tinha meia dúzia de jornalistas tuitando, e segui-los foi bem útil naqueles dias. A CNN, a ABC, a NBC [redes de TV americanas] e a NPR também tinham gente tuitando, embora menos. Muitos estavam usando o Twitter como ferramenta para reportagem; outros, para encontrar as pessoas dentro de seu processo de apuração.

Apesar de censuras e prisões, o Egito mostrou ter uma comunidade vibrante on-line. O que tornou isso possível?
Acesso à internet e um grupo de pessoas mais educadas e familiarizadas com tecnologia, que estava cheia desse regime havia muito tempo.

Que semelhanças essa comunidade tem com outras?
O Egito parece ser o país [da região] com a cultura de blogs políticos mais forte. Muito semelhante à Tunísia, mas em escala bem maior. Acho que isso fez diferença.

Fonte: FNDC

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O ÚLTIMO ANO DO TWITTER? O PASSARINHO AZUL SUBIU NO TELHADO

Por Alexandre Matias

Tweets, trending topics, retweets, seguidores, hashtags, unfollow, #FF, @username... Toda essa terminologia já era conhecida de um punhado de usuários do Twitter antes da explosão da rede social, em 2009. Em 2010, o mundo inteiro abraçou o site - até mesmo o Brasil, tradicionalmente acostumado a uma vida digital paralela à do planeta, entrou na rede em grande estilo, emplacando vários termos e hits nacionais para o resto do mundo. Mas se em 2010, o Twitter indicava ter embalado num crescimento que parecia não ter volta, 2011, no entanto, dá sinais que pode ser o último ano da rede social do passarinho azul. Ou pelo menos como a conhecemos.O Twitter já vinha dando sinais de desgaste no fim do ano passado, quando o tráfego de dados na rede caiu drasticamente em outubro, segundo o site Alexa. Especula-se que a queda só não foi maior pois a rede social foi traduzida para novos idiomas e começou a agregar usuários em países em que ainda não estava presente. A queda de audiência poderia estar ligada à nova interface do site, que estreou no segundo semestre do ano passado e desagradou muitos de seus cadastrados.

A crise política no Egito também ajudou o Twitter a ganhar uma sobrevida e pareceu repetir o feito de 2009, quando o site foi crucial nas eleições presidenciais do Irã. Como disse o comediante norte-americano John Stewart à época: "Não foi o Twitter que salvou o Irã. Foi o Irã quem salvou o Twitter". Não é exagero dizer o mesmo do Egito em relação ao site. Só que o momento é exatamente oposto: em 2009, a rede social ainda não tinha vivido seu grande momento popular.

O principal aviso de que, provavelmente, o passarinho do Twitter pode estar com seus dias contados veio na quinta-feira da semana passada, quando o jornal Wall Street Journal publicou que os executivos da rede social estariam conversando tanto com o Google quanto com o Facebook para tentar vender o site - e teriam ouvido ofertas que pagariam entre US$ 8 e 10 bilhões pelo serviço.

Uma vez comprado - seja por quem for -, uma coisa é certa: o Twitter vai mudar. E, pelo histórico dos dois possíveis compradores, pode até acabar. Mas isso ainda é terreno de especulação.

Mas um número citado pelo jornal chama atenção - o de que a rede, hoje com mais de 150 milhões de usuários, teria sido avaliada em US$ 4,5 bilhões em dezembro. Em menos de dois meses seu preço dobrou? E se lembrarmos que, nesta mesma semana, o blog Huffington Post foi vendido à America Online por mais de US$ 300 milhões, não duvide que estamos às vésperas de uma nova bolha digital, como a de 1999.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CRISE NO EGITO - Sinais que a mídia não capta

Por Alberto Dine

Acostumada com a linearidade e as simplificações ocidentais, a mídia não está percebendo a linguagem cifrada, sutil, que chega do Oriente.

Os telejornais e portais da noite de quinta-feira (10/2) não souberam fazer a leitura correta dos despachos que chegavam do Cairo. Queriam a renúncia formal do ditador Hosni Mubarak e não perceberam que o rais já não manda, agora é apenas o chefe de Estado, de jure. A república castrense voltou a funcionar ostensivamente como acontece há quase 60 anos consecutivos, desde a derrubada do rei Faruk.

Mais competência

Na reunião de quinta-feira do Conselho Supremo das Forças Armadas – sem a presença de Mubarak, teoricamente seu chefe – foi emitida uma nota de apoio às exigências legítimas do povo, denominada de Comunicado Número 1:

"O Exército continuará examinando medidas a serem tomadas para proteger a nação e as ambições do maravilhoso povo egípcio".

Mas quem ameaça o Egito? É exatamente isto que falta explicar à multidão acampada na Praça Tahrir. Em algum momento a explicação será dada, porém sem dramatizações. O líder oposicionista El-Baradei já pediu a intervenção do exército antes que o país seja varrido por uma explosão popular.

O cenário está armado, faltam os novos atores. A mídia trouxe a Praça Tahrir para o centro do mundo. Agora, além da coragem para enfrentar a repressão precisará de muita competência e conhecimento para traduzir as complexidades de uma revolta sem revolução.

Fonte: Observatório da Imprensa

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pelo menos 75 jornalistas são vítimas de censura ou violência no Egito durante crise política

Por Renata Giraldi

Brasília – A organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras concluiu levantamento parcial de que 75 jornalistas foram impedidos de trabalhar no Egito desde o último dia 2 – quando se intensificaram os protesto no país. Vários profissionais relataram casos de violência, roubos e humilhações, além de censura. A ONG informou que o levantamento “está longe” de ser finalizado. Segundo a organização, a lista precisa ser atualizada diariamente.

“Quase todos os jornalistas que estão no Cairo parecem ter sido vítima de um incidente. Alguns solicitaram o anonimato por medo de represálias”, diz o levantamento da organização, referindo-se a profissionais de imprensa de várias nacionalidades, inclusive brasileiros.

Pelo levantamento, apenas o jornalista egípcio Mahmoud Ahmed Mohammed de Al-Ahram foi morto vítima de uma bala, enquanto fotografava na Praça Tahrir, epicentro das manifestações de protesto pela permanência do presidente do Egito, Hosni Mubarak.

Segundo a pesquisa da organização, 72 profissionais ficaram detidos sob poder das autoridades policiais por pelo menos duas horas. Há sete casos em que a ONG não tem informações sobre a conclusão.

Pelo menos 25 profissionais tiveram seu material de trabalho apreendido pelos policiais egípcios, enquanto três denunciaram agressões – físicas ou psicológicas. De acordo com o levantamento, os alvos são jornalistas do Egito, da França, da Polônia e do Catar.

No caso do Brasil, os repórteres Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, ficaram 18 horas presos, tiveram os olhos vendados, além de passaportes e equipamentos apreendidos. Em seguida, foram obrigados a deixar o Egito. Gilvan e Corban chegaram hoje no começo da tarde a Brasília.

Também relatou ter vivido momentos de apreensão o jornalista Luiz Antonio Araújo, do jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul. Ele disse que foi agredido e roubado enquanto fazia a cobertura jornalística das manifestações. Outros jornalistas brasileiros, que estão no Cairo, viram-se obrigados a trocar de hotel, depois de terem os quartos invadidos para vistoria por autoridades de segurança.

Fonte: FNDC

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Parceria entre Google e Twitter permitirá que os egípcios publiquem mensagens usando o telefone

Por Leonardo Carvalho

A Google, em parceria com o Twitter e a empresa SayNow quer dar voz aos egípcios que foram impedidos de se expressar via internet usando o velho e bom telefone.

Na semana passada o governo egípcio, liderado pelo ditador Hosni Mubarak, tomou uma medida radical contra os manifestantes que pedem seu afastamento do poder cancelado absolutamente todo o acesso à internet no país. As manifestações continuam, mas o acesso da população egípcia à rede mundial continua cortado, o mesmo vale para pessoas de fora que tentam acessar informações de sites egípcios; em resumo: o país vive um apagão da internet.

O serviço criado com a parceria permite que os cidadãos postem mensagens no Twitter usando o telefone.

Ao discar para os números +16504194196, +390662207294 ou +97316199855 a pessoa é direcionada para uma caixa postal onde uma mensagem pode ser gravada. Em seguida o serviço traduz a mensagem de voz em texto e faz a postagem na rede social usando a hashtag #egypt.

Fonte: MSN

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tecnologia Egípcios driblam bloqueio da internet com tecnologia 'retrô'

Redação Terra

Aparelhos com tecnologias já antigas como máquinas de fax, aparelhos de rádio amador e modems discados estão ajudando manifestantes egípcios a evitar o bloqueio imposto pelo governo à circulação de informações.

No dia 27 de janeiro, a internet foi quase que inteiramente bloqueada no Egito por ordem do governo, devido à onda de protestos contra o regime do presidente Hosni Mubarak. Mas nessa situação, as tecnologias "velhas" continuaram funcionando e provaram ser uma saída para os manifestantes.

Por meio delas os ativistas estão tendo acesso a informações vindas do exterior e também circulam dicas sobre como evitar mecanismos de controle de informação dentro do Egito.

Listas de números
Modems discados têm sido uma das mais populares rotas para que os egípcios consigam utilizar a internet. Extensas listas de números internacionais que podem ser conectados aos aparelhos estão circulando no Egito, graças a ativistas da internet.

Provedores de internet em vários países como França, Estados Unidos, Suécia e Espanha montaram redes de modems que aceitam chamadas internacionais de modo a receber e passar informações para os manifestantes. Muitos até abriram mão da cobrança de taxas para permitir que mais pessoas se conectem.

Mas são poucas as linhas telefónicas egípcias que permitem realizar chamadas internacionais que permitam uma conexão com os modems. O blog Manalaa deu dicas sobre como usar conexão discada utilizando bluetooth, um telefone celular e um laptop. De acordo com o blog, o custo das chamadas internacionais pode ser "caro", mas ele é bom o suficiente para "comunicação urgente". O texto foi publicado em vários blogs, copiado e enviado por muitos outros.

O grupo We Re-Build, que milita por acesso de internet sem monitoramento em toda a Europa, disse que também está acompanhando algumas frequências de rádio amador e que vai repassar quaisquer mensagens recebidas, seja por voz ou por código morse.

Máquinas de fax também vêm sendo utilizadas por ativistas online e outros que buscam contactar pessoas dentro do Egito e passar informações sobre como restaurar o acesso à internet. O grupo de ativistas da internet conhecido como Anonymous, por exemplo, vem utilizando faxes para passar informações para estudantes em diversas escolas do país.

Ajuda internacional
Apesar de a maior parte das conexões de internet do Egito ter sido suspensa, o provedor egípcio Noor parece ter ficado online em grande parte porque ele conecta a Bolsa de Valores do país e as filiais egípcias de muitas empresas ocidentais com outras nações.

Relatos vindos do Cairo sugerem que muitas empresas e pessoas que são assinantes do Noor retiraram as suas senhas, de modo a permitir que outros possam "pegar carona" em suas conexões Wi-Fi. Militantes também divulgaram um documento intitulado Vinte Maneiras de Contornar o Bloqueio da Internet pelo Governo Egípcio, contendo as formas mais eficazes de permitir que a população do país troque informações.

Alguns egípcios relataram ter conseguido utilizar sites como Google, Twitter e Facebook utilizando os endereços numéricos desses sites em vez de o nome deles em inglês. As redes de telefone celular também não escaparam à interferência oficial. Na sexta-feira, a companhia Vodafone Egypt disse ter sido bloqueada em algumas áreas, assim como todas as demais operadoras do país.

Para contornar esse bloqueio, ativistas fizeram circular os telefones de centrais de envios de mensagens, o que permitiu que alguns locais seguissem usando serviços como o Twitter.

Fonte: Terra

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O dia em que a Internet foi parcialmente desligada

Por Leonardo Carvalho

Os protestos contra o governo do ditador egípcio Hosni Mubarak, há 30 anos no poder do país, atingiram uma escala sem precedentes na história quando a autoridade máxima do Egito decidiu puxar o plugue da internet e dos serviços de comunicação.

Pela primeira vez na história um governo nacional cortou absolutamente todas as comunicações via internet de um país, o que era impensável para muitos especialistas em tecnologia.

Os serviços dos quatro grandes provedores de internet egípcios – Link Egypt, Vodafone/Raya, Telecom Egypt e Etisalat Misr foram cortados na madrugada desta sexta-feira, segundo informam agências de notícias de todo o mundo.

O blog da empresa britânica especializada em segurança de rede, Renesys, registrou uma queda em virtualmente todas as rotas que levam a rede ao Egito, bloqueando qualquer caminho pelo qual o resto do mundo poderia entrar em sites do país – todos os endereços de internet estão inacessíveis.

Um único provedor de serviço foi mantido ativo pelo governo. O Noor Group tem a totalidade de suas 83 rotas ativas para seus consumidores. O motivo, segundo a Renesys, pode ser o fato de que sob o grupo está hospedada a Bolsa de Valores local. O governo poderia estar tentando evitar um possível colapso econômico, plausível no caso de o mercado financeiro sofrer um apagão de comunicações.

O site lembra outras situações onde houve bloqueio governamental: a Tunísia, por exemplo, bloqueou algumas rotas para sites específicos. Já no Irã, a banda de acesso à rede é mantida a níveis mínimos. Nada, porém, se compara ao que aconteceu no Egito.

Especialistas já se mostram preocupados com o precedente aberto pelo Egito. Em países onde o acesso à internet está nas mãos de poucos provedores o golpe seria possível, mas pouco provável onde o acesso é descentralizado, como aponta Jim Cowie, executivo de comunicações da Renesys, em entrevista para a Reuters: “Quantas pessoas seriam necessárias para tirar a internet do ar em um país como os EUA? Centenas? Milhares? Nós temos tanto acesso aqui que é possível criar uma pequena internet particular”, aponta.

Mas é importante lembrar que mesmo nos EUA existem legisladores interessados em criar um botão de “desligar” para a internet em caso de grandes ameaças. Só não ficam claras quais seriam essas ameaças.

Fonte: MSN

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mercosul busca acordo com o Egito em cúpula na Argentina

Por Márcia Carmo e Fabrícia Peixoto

Os presidentes dos países do Mercosul esperam assinar nesta terça-feira, na província argentina de San Juan, um acordo de livre comércio com o Egito, segundo informaram o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Hector Timerman, e o secretário de Relações Econômicas, Alfredo Chiaradia.

“Estamos nos últimos detalhes deste entendimento e nossa expectativa é que o acordo será assinado”, disse Chiaradia.

O Mercosul só assinou acordo deste tipo com Israel.

Timerman e Chiaradia não deram detalhes sobre o entendimento com o Egito.

“Temos três ou quatro ítens pendentes. Mas a nossa expectativa e a do ministro de Comércio do Egito (Rachid Mohamed Rachid) é assinar o acordo nesta reunião. Nossos amigos do Mercosul querem o mesmo”, insistiu Chiaradia.

As declarações das autoridades argentinas foram feitas na sexta-feira, durante entrevista com jornalistas estrangeiros no Ministério das Relações Exteriores, em Buenos Aires.

Na véspera, em Quito, no Equador, não houve consenso entre os chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-americanas) sobre a criação de um mecanismo para conter a crise entre a Colômbia e a Venezuela. A tarefa da reaproximação ficaria a cargo dos presidentes do bloco sul-americano.

Chávez

Na reunião em San Juan, a previsão é de que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, esteja ao lado dos colegas do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

A Venezuela está em processo de adesão ao bloco, mas a Colômbia não deverá enviar representante.

Com isso, segundo Timerman, não é esperado que a disputa entre os vizinhos seja tratada nesta reunião de cúpula.

Segundo ele, o fórum para a discussão é a Unasul. “A questão da Colômbia e Venezuela é tema da Unasul”, disse.

Além de Chávez e do ministro do Egito, confirmaram presença os presidentes da Bolívia, Evo Morales, do Chile, Sebastián Piñera, e a chanceler do México, Patrícia Espinosa.

As autoridades diplomáticas argentinas fizeram balanço positivo destes seis meses em que a Argentina presidiu o bloco.

Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do país destacou, além do acordo com o Egito, a retomada das negociações com a União Europeia e a expectativa, após seis anos de negociações, de assinar, em San Juan, o código alfandegário.

“Em 2004, o Mercosul fixou o objetivo de aprofundar a união aduaneira com a eliminação da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) e distribuição da renda alfandegária. Tudo indica que nesta reunião vamos poder assinar este acordo para a eliminação da dupla cobrança e distribuição da renda aduaneira”, disse Chiaradia.

É esperada a aprovação de sete projetos, para Uruguai e Paraguai, do chamado Fundo para a Convergência Estrutural (FOCEM). De acordo com Chiaradia, serão entre US$ 700 milhões e US$ 800 milhões.

Dificuldades

Criado em 1991, o Mercosul tem encontrado dificuldades para firmar acordos de livre comércio com outros países ou blocos.

Por isso, há expectativa em relação ao acordo com o Egito.

Na avaliação do secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio do Brasil, Welber Barral, os acordos não avançam em função de práticas protecionistas em outros países. “No caso de Israel, onde não havia grandes questões agrícolas, fechamos o acordo em menos de um ano”, disse.

A presidência temporária do bloco será passada para o Brasil. Segundo Barral, o governo brasileiro deverá ter duas prioridades à frente do Mercosul: a negociação do acordo com a UE e o fim da bitributação, caso não seja assinada em San Juan.

Na questão europeia, a ideia é usar a aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França, para destravar as conversas, que esbarram principalmente no protecionismo agrícola francês.

Fonte: BBC Brasil