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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

141 jornalistas foram mortos pelo crime organizado na última década

Redação Coletiva.net

Na última década, 141 jornalistas foram assassinados pelo crime organizado, por terem denunciado o poder deste grupo. A informação é do relatório divulgado nesta quinta-feira, 24, pela ONG Repórteres Sem Fronteiras. Segundo o levantamento, no mundo posterior à Guerra Fria, as principais ameaças à imprensa são das máfias, dos cartéis de drogas e dos grupos paramilitares dedicados ao contrabando.


O relatório também destaca o avanço do tráfico de entorpecentes no Brasil e na Argentina e as dificuldades para investigar as organizações criminosas na região da chamada tríplice fronteira. Na avaliação da ONG, a imprensa está desunida para enfrentar o crime organizado, já que seus correspondentes trabalham de forma isolada e a capacidade de cada um de fazer investigações aprofundadas está se reduzindo pela pressão em cobrir o noticiário diário.

Fonte: Coletiva.net

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Juiz do Pará determina prisão e multa caso jornalista publique informações sobre desvios da Sudam

Por Eduardo Neco

O jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, responsável pelo Jornal Pessoal, foi proibido de publicar, sob pena de prisão e multa de R$ 200 mil, quaisquer informações sobre alguns dos acusados de desviar dinheiro da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) no estado.

Conforme determinação do juiz Antônio Carlos Almeida Campelo, titular da 4ª Vara Cível Federal do Pará, o jornalista não pode mais citar os irmãos Romulo Maiorana Júnior e Ronaldo Maiorana, principais executivos do grupo Liberal de comunicação, além de outros dirigentes da corporação, que estão envolvidos na investigação. A razão, segundo o magistrado, é que o processo corre em segredo de justiça.

O grupo Liberal de comunicação controla dois jornais diários, o Liberal e o Amazônia, uma rede de emissoras afiliadas à Rede Globo, além de emissoras de rádio e um portal de notícias.

Em entrevista ao Portal IMPRENSA, Flávio Pinto afirmou que irá acatar a determinação, mas que pretende recorrer alegando que sua matéria se sobrepõe ao sigilo, uma vez que a acusação de fraudes contra o sistema financeiro é de interesse público.

"Esse segredo de justiça é indevido, porque o direito a informação é constitucional", sublinhou o jornalista. Ele afirmou, ainda, que o curioso da determinação é que o sigilo alegado pelo juiz não foi pedido por nenhuma das partes do processo, tampouco consta nos autos. "É uma decisão arbitrária, não teve ofício".

Sobre a penalização em R$ 200, Flávio Pinto comentou que a "multa é desproporcional", uma vez que ele "está defendendo o interesse público.

O portal Yahoo! lembra que, em 2008, o Ministério Público Federal denunciou os proprietários do conglomerado - o maior do Pará - por fraude para obtenção de recursos de incentivos fiscais da Sudam. Até 1999, os desvios somavam R$ 3,3 milhões.

O caso do jornalista paraense se assemelha ao do jornal O Estado de S. Paulo, proibido desde 31 de julho de 2009 de publicar informações sobre a "Operação Boi Barrica",que apura supostas irregularidades cometidas pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

No entanto, a principal diferença entre os dois casos é que, na censura ao Estadão, a parte citada, no caso Fernando Sarney, requisitou que o processo corresse em segredo de justiça e, em consequência, de forma sigilosa. (Veja aqui a matéria de Lúcio Flávio Pinto sobre os desvios da Sudam no Pará).

Fonte: Portal IMPRENSA

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Jornalista Mexicana é demitida por criticar presidente

Redação Portal IMPRENSA

A repórter Carmem Aristegui, da rádio mexicana MVS, foi demitida após fazer um comentário sobre acusação feita contra o presidente Felipe Calderón.

A jornalista comentou em seu programa de rádio um discurso do parlamentar Gerardo Fernandez Norona, no qual ele afirmou que Calderón era alcoólatra e duvidou de sua capacidade de governar, dizendo: "Você não deixaria um bêbado dirigir o seu carro, certo?".

Apesar de o deputado não ter apresentado provas concretas sobre a acusação, ela achou a acusação séria e pediu explicações por parte do presidente. Pouco depois foi dispensada pela rádio com o argumento de ter violado o código de ética interno ao "dar credibilidade a um rumor".

Aristegui afirma que na realidade foi demitida devido a uma pressão do próprio governo de Calderón, que assim que soube do comentário ligou para a rádio pedindo uma retratação pública. Ela se recusou a se desculpar e reiterou o pedido por explicações do presidente.

A rádio MVS, uma das mais ouvidas no México, procurou sanar rapidamente o "problema", pois aguarda renovação da concessão de freqüência. O caso foi levado para o parlamento mexicano, onde se discutiu que o presidente usou de influência política para forçar a demissão, mas a rádio MVS também não deu explicações claras sobre o assunto, como relata o Repórteres sem fronteiras, para o jornal Folha de S.Paulo.

Fonte: Portal IMPRENSA

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pelo menos 75 jornalistas são vítimas de censura ou violência no Egito durante crise política

Por Renata Giraldi

Brasília – A organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras concluiu levantamento parcial de que 75 jornalistas foram impedidos de trabalhar no Egito desde o último dia 2 – quando se intensificaram os protesto no país. Vários profissionais relataram casos de violência, roubos e humilhações, além de censura. A ONG informou que o levantamento “está longe” de ser finalizado. Segundo a organização, a lista precisa ser atualizada diariamente.

“Quase todos os jornalistas que estão no Cairo parecem ter sido vítima de um incidente. Alguns solicitaram o anonimato por medo de represálias”, diz o levantamento da organização, referindo-se a profissionais de imprensa de várias nacionalidades, inclusive brasileiros.

Pelo levantamento, apenas o jornalista egípcio Mahmoud Ahmed Mohammed de Al-Ahram foi morto vítima de uma bala, enquanto fotografava na Praça Tahrir, epicentro das manifestações de protesto pela permanência do presidente do Egito, Hosni Mubarak.

Segundo a pesquisa da organização, 72 profissionais ficaram detidos sob poder das autoridades policiais por pelo menos duas horas. Há sete casos em que a ONG não tem informações sobre a conclusão.

Pelo menos 25 profissionais tiveram seu material de trabalho apreendido pelos policiais egípcios, enquanto três denunciaram agressões – físicas ou psicológicas. De acordo com o levantamento, os alvos são jornalistas do Egito, da França, da Polônia e do Catar.

No caso do Brasil, os repórteres Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, ficaram 18 horas presos, tiveram os olhos vendados, além de passaportes e equipamentos apreendidos. Em seguida, foram obrigados a deixar o Egito. Gilvan e Corban chegaram hoje no começo da tarde a Brasília.

Também relatou ter vivido momentos de apreensão o jornalista Luiz Antonio Araújo, do jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul. Ele disse que foi agredido e roubado enquanto fazia a cobertura jornalística das manifestações. Outros jornalistas brasileiros, que estão no Cairo, viram-se obrigados a trocar de hotel, depois de terem os quartos invadidos para vistoria por autoridades de segurança.

Fonte: FNDC

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Opinião sobre "Bolsa-Família" leva Estadão a demitir colunista Maria Rita Kehl

Redação Portal IMPRENSA

Em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine, a psicanalista e colunista do jornal O Estado de S. Paulo Maria Rita Kehl confirmou sua demissão do veículo paulista. No último sábado (02), Maria havia escrito o artigo "Dois Pesos...", que falava sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres e elogiava o programa Bolsa-Família, gerando grande repercussão na internet.

A colunista informou que foi notificada sobre sua saída do Estadão na última quarta-feira (06), e que a situação iria contra a defesa de liberdade de expressão feita pelo jornal: "Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?"

Segundo Maria, o motivo de sua demissão foi o fato de o jornal ter considerado o texto um "'delito' de opinião": "O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram", declarou.

A ex-colaboradora do Estadão disse, ainda, que a repercussão gerada pelo seu artigo mostrava que há uma discussão entre os leitores que gostaram ou não de seu texto: "Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável..."

Para ela, em um momento em que a imprensa crítica os ataques feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra os veículos de comunicação do país, o fato de ter sido demitida seria uma situação absurda: "É tudo tão absurdo... a imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo", declarou a psicanalista, que disse não concordar com os rumores de ações concretas "para cercear a imprensa".

"Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião", criticou. Na entrevista, Maria disse acreditar que, devido período de eleições, a repercussão gerada pelo artigo tenha se agravado, "pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas".

A coluna da psicanalista era publicada aos sábados no caderno "C2+Música". Um dos trechos do texto polêmico elogiava o fato de o Estadão ter assumido seu apoio ao presidenciável José Serra (PSDB) e falava sobre a briga pelo eleitorado: "Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos."

Enquanto ainda não se confirmava a demissão da colunista, o caso foi um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta semana. O jornalista Xico Sá, que assina uma coluna na Folha de S.Paulo, escreveu em seu perfil no microblog: "Maria Rita Kehl seria a 1ª demissão da história por ter elogiado a atitude de 1 jornal." Sá declarou, ainda, que a publicação exigia que ela não escrevesse sobre política, "só psicanálise".

Ao Portal IMPRENSA, o diretor de conteúdo do Estadão, Ricardo Gandour, declarou: "O projeto original, no caderno "C2+Música", é ter aos sábados um espaço para a psicanálise, mas não era o enfoque que se vinha praticando. Assim, iniciou-se com a autora uma discussão em torno de novos rumos para a coluna, inclusive com a substituição da colunista, o que é normal numa publicação."

Gandour disse, ainda, que a repercussão do assunto na internet "precipitou a decisão, o que lamentamos", e que em nenhum momento houve censura: "A hipótese de 'censura' é incabível. Todas as colunas foram integralmente publicadas, como sempre serão", disse o diretor.

Fonte: Portal IMPRENSA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O desjejum cotidiano

Por Gilberto A. Bernardi

"Uma profissão com pouco prestígio, esquecida e desvalorizada. Alunos iludidos e jornalistas sem ética. Uma profissão que pode ser exercida em qualquer boteco de esquina"

A mesa está abarrotada de trabalho. São folhas brancas e recicladas, dicionário, um copo sujo de café e bilhetes de reuniões colados na tela do computador. E-mails para mandar e pautas a serem feitas, mas... Vejo que o trabalho de um jornalista é realmente sujo e vulgar.

A relação notícia/emprego é tão antiética que resta olhar para trás e ver que me faltou apoio para cursar Medicina. Esse mundo fantástico prometido pela mídia é manipulador, tanto quanto a faculdade que diz transformar seres mortais em formadores de opinião. Já tentou opinar fora da linha editorial? Eu já dei um de revolucionário sem causa. Resultado: fui bater na porta do concorrente – fiquei um ano e alguns meses na mesma situação de milhares de brasileiros que aumentam a lista de desempregados. Essa lista é publicada todos os meses por um colega de trabalho que nem sabe que existo, mas cumprimento-o todas as noites após ouvir o repertório de manipulação. Plim Plim.

"Ser jornalista é o máximo. Dá pra escrever e falar o que se pensa, ter acesso a lugares que os cidadãos normais não têm" – todos já pensaram isso na infância. Essa estória de que profissional da comunicação com habilitação em Jornalismo pode opinar sobre todos os assuntos só existe no conto de fadas do jornalismo independente – apenas entre nós, mas jornalismo independente é como acreditar que os políticos vão cumprir o que prometem.

"Nóis semo tudo jornalista instruído"


Para que serve um jornalista? Para informar a massa sobre o que nem ele acredita. O pior está por vir – noticiamos algo que está errado, sabemos que não está certo, mas temos a cara de pau de crer na veracidade dos fatos improcedentes. O povo, que por sua vez, é ingênuo, ri da nossa exposição e mesmo assim, nos tem como fonte segura e confiável. "Tu viu só o que a RBS noticiou hoje?", afirmam.

"E no futuro estamos nós", sentados em frente a um computador digitando palavras incomuns para compor uma notícia do cotidiano. Ficamos com os olhos esbugalhados, com dor nas costas, dentes pretos (efeitos do café), resmungões e ganhando uma miséria. Que graça tem? "Ah! mas o jornalismo é a atuação direta do social, nos faz ser mais humanos em ver a situação de pessoas que estão ou não numa condição complicada", falamos, com autoridade "mauxima" quando formandos em jornalismo. É a desgraça dos dias que virão.

É uma profissão de equilíbrio emocional. Uma questão de redundância diária. Ser jornalista é saber lidar com a escolha do regime capitalista. Noticiar as greves das diversas categorias que se opõe ao salário baixo, dar o maior apoio à manifestação, mas se esquecer que também ganha pouco e não faz nada por isso. "Nóis semo tudo jornalista instruído e com o tal do diproma na mão." Convida um colega para fazer linha de frente e discutir a questão do piso salarial. "Você tem razão, não ganhamos nada, só não te ajudo com isso por que tenho que trabalhar agora", responde com proeza o formador de opinião.

Trabalho não é reconhecido


Jornalista nem sempre escreve bem. É um profissional que "necessita" saber sobre tudo, mas não sabe nada. Na faculdade enche a boca para dizer que é jornalista e quando se forma vai ganhar entre R$ 1 e 1,5 mil e desanima. Vê que é bom ganhar dinheiro, mas que com essa profissão nunca vai morar num bairro nobre; vai ter um Gol ou um Uno 1.0 porque faz média melhor. Vai querer criticar juízes, políticos, advogados, médicos, mas vai esbarrar na lei. Na lei que a empresa para qual trabalha criou. "Sempre publicar noticias que remetam ao público coisas boas das pessoas que tragam benefício para a empresa", direciona o chefe. Aí, o jornalista se dá por conta que os quatro anos de estudo sobre a ciência da informação nada valeram. Na universidade discutem a respeito de linhas editoriais, mas não ensinam a respeito – é que quem faz o curso é o aluno (tinha esquecido de citar).

Ser jornalista é ser irônico com si próprio. É achar que goza dos erros alheios, porém o que erra sempre ganha mais que o jornalista. Ganhar é o que vale. Mundo melhor só existe na utopia dos comunistas de plantão (ser militante comunista é igual ou pior que um jornalista). Imagine um jornalista comunista? É acreditar piamente na epistemologia do sonho.

Entretanto, o jornalista deveria ser estudado por cientistas não cristãos: não existe "homem mais besta que um jornalista". No curso, diz ter atitude própria, depois de formado adota a personalidade que a empresa ordena; acredita ser superior, no fim o público se diverte com o camarada em frente às câmeras de TV (idem outros meios de comunicação) e sai falando das palhaçadas feitas no ar; as notícias impressas que demoraram horas, talvez meses, para serem publicadas, no outro dia estão enrolando salame no boteco da esquina ou limpando a entranha de um terceiro; não tem o trabalho reconhecido; a informação, por mais importante que seja, é abstrata, portanto se torna nula e o jornalista só é lembrado naquele instante: é como o BBB, só se é famoso enquanto se aparece na tela; depois de eliminado, faz alguns trabalhos para revistas de prazer (isso se tiver um corpo possível de usar em Photoshop) e em seguida é esquecido.

Basta um pouco de português e agir por instinto


Acha que é a melhor profissão do mundo por esta ser conhecida como não tendo rotina, o que é mentira: todo jornalista está sempre com um bloquinho e uma caneta na mão escrevendo meia dúzia de palavras, para depois voltar a redação e escrever a besteira colhida; acredita que jornalista bom é jornalista com formação superior, mas os meios de comunicação estão lotados de pessoas com ensino médio e que possuem uma voz agradável. Detalhe: o jornalista formado vai receber ordens de um depravado que provavelmente tem muito mais noção de comunicação do que o recém-formado (agora, sim, se comprova que o poste mija no cachorro). Na faculdade dizem que a voz não é importante, na primeira aula de rádio informam que a voz de todos os teus colegas é boa, pena que o mercado de trabalho não pensa assim. O jornalista é o único sujeito no mundo que consegue se auto-manipular.

Outros pontos chamam a atenção dessa brilhante profissão. Quando se é assessor de comunicação, os funcionários confundem jornalismo com publicidade. E é isso aí mesmo, jornalista não passa de um fofoqueiro. Um leva-e-traz de informações mesquinhas que, em momento algum, é a estrela do espetáculo – apenas é usado para levar as pessoas ao sucesso. Para levar as pessoas a ganharem muito dinheiro em cima das informações que o jornalista "fofoqueia".

Jornalista é o pior político do mundo. Numa aula, uma professora contou que discutiu com um médico. O profissional da saúde teria dito que médico é uma profissão descente, pois cura as pessoas (médico ganha muito bem e valoriza a própria profissão). A professora respondeu ao "dr." que jornalista é médico da alma. Depois disso pude entender por que rezamos tanto para as almas que estão no tal purgatório – essas almas leram muita bobagem que nós escrevemos. Agora se comprova, literalmente, que o título do livro do jornalista Carlos Dorneles, Deus é inocente, a imprensa, não, está totalmente correto. Estamos na berlinda.

Se o jornalista fosse tão inteligente quanto aparenta ser, já estaria ganhando melhor. Seria uma classe unida que defenderia acima de qualquer motivo a ética na profissão. Se o jornalista fosse ousado, invadiria o Congresso e exigiria que a profissão fosse reconhecida. Se jornalista fosse realmente crítico, olharia melhor para seu próprio eu interior.

O jornalismo pode ser um curso técnico de seis meses, no máximo. Não vejo necessidade de se estudar quatro anos para tal profissão. Uma carreira que, em pleno século 21, ainda está em estudo no Congresso nacional para ser aprovada como uma ciência que necessita de ensino superior para poder praticar... É ridículo. Para ser jornalista basta saber um pouco de português, ter noções de lead e agir por instinto.

Fonte: Observatório da Imprensa

segunda-feira, 12 de julho de 2010

CNN - Editora demitida por comentário no Twitter

A rede de TV americana CNN demitiu, na quarta-feira [7/7], sua editora sênior para assuntos do Oriente Médio, Octavia Nasr, depois que ela publicou uma mensagem no Twitter dizendo que respeitava o clérigo xiita Mohammed Hussein Fadlallah, morto no domingo [4/7]. "Triste saber da morte de Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah… Um dos grandes do Hezbollah a quem tenho muito respeito", escreveu ela pouco depois de saber da notícia.

Fadlallah costumava criticar os EUA e Israel, e apoiava ataques suicidas contra civis israelenses. Seus escritos e discursos, segundo o New York Times em notícia sobre sua morte, inspiraram toda uma geração de militantes, incluindo os fundadores do Hezbollah.

Simpatizante

A mensagem da jornalista logo se espalhou por discussões na internet. Um site chamado Honest Reporting, que se diz dedicado a "defender Israel do preconceito da mídia", afirmou ser "perturbador" o fato de Octavia ser "simpatizante do Hezbollah", lembrando que os EUA classificam o grupo de "organização terrorista".

Um porta-voz da CNN afirmou que a editora cometeu um erro e pediu desculpas por qualquer ofensa que a mensagem no Twitter possa ter causado. "Isso não se enquadra nos padrões editoriais da CNN. É uma questão séria e será tratada como tal", declarou, no início da semana. Octavia apagou a mensagem em seu perfil, e, em um blog na terça-feira [6/7], disse que sentia muito pelo comentário no Twitter, pois ele sugeria que ela apoiava as ações de Fadlallah, o que não seria verdade.

A jornalista disse ter usado as palavras "triste" e "respeito" porque, como uma mulher do Oriente Médio, ela via como Fadlallah havia tomado uma posição pioneira entre os clérigos xiitas sobre os direitos das mulheres. "Ele defendeu o fim do sistema tribal de assassinato por honra, chamando a prática de primitiva. Ele alertou os homens muçulmanos de que o abuso de mulheres era contrário ao Islã", completou. Os argumentos não parecem ter convencido os executivos da CNN, onde Octavia trabalhava há 20 anos. De acordo com um memorando sobre a demissão, ela teria perdido sua credibilidade, o que prejudicaria a permanência no cargo que ocupava. Informações de Brian Stelter [The New York Times, 7/7/10].

Fonte: Observatório da Imprensa