segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Na Indonésia ajuda a refugiados vem pelo Twitter

Redação Estadão

Os indonésios estão usando o Twitter para driblar a lenta reação do governo para ajudar as vítimas dos desastres naturais, depois de um tsunami e de erupções vulcânicas terem saturado a capacidade de assistência do extenso arquipélago.

O país do sudeste asiático, formado por 17 mil ilhas, em que o transporte já é difícil nas melhores condições, sofreu com um tsunami, terremotos, inundações e erupções vulcânicas que ocorreram no intervalo de poucas semanas no mês passado, e o número de mortos continua aumentando.

A organização de uma assistência efetiva tem sido um desafio para as autoridades nas áreas mais remotas ou onde a infraestrutura foi destruída pelas ondas gigantes ou pelas nuvens de cinzas.

Mas quando um grupo de uma comunidade próxima ao vulcão Merapi, cuja erupção deixou mais 300 mortos, enviou uma mensagem no Twitter dizendo que a comida estava sendo amontoada sem veículos para transportá-la, mas de uma dezena de automóveis de voluntários chegou ao lugar em 10 minutos para fazer a entrega.

“Foi tão rápido que quase não acreditei”, disse Akmad Nasir, da Jlin Merapi (União Merapi), uma rede de informações criada pelas comunidades locais que vivem ao pé do monte Merapi, na ilha de Java.

Lançada em 2006 como uma rádio comunitária para controlar a atividade do vulcão, Jalin Merapi tem reunido 700 voluntário para ajudar os refúgios que não podem receber ajuda do governo. Os voluntários reportam pelo Twitter quais as necessidades específicas dos habitantes.

O número de indonésios que usam a rede social se multiplicou em um ano. Cerca de 21% dos internautas da Indonésia visitaram o site em junho de acordo com a empresa de pesquisa ComScore, a maior proporção no mundo, comparado aos 12% dos internautas dos EUA que acessam o Twitter.

O país, em que 45% dos 240 milhões de habitantes tem menos de 25 anos, é também o terceiro maior no Facebook.

Sutopo Purwo Nugroho, diretor de redução de risco de catástrofes na Agência Nacional de Redução de Desastres, disse que o governo estabeleceu sistemas de comunicação com os voluntários e soldados, mas não teria capacidade para atender todos os 700 centros de refugiados ao redor do monte Merapi.

“Os pequenos refúgios muitas vezes passam por problemas de distribuição de ajuda. Dividir a assistência aos 700 refúgios é difícil, quase impossível”, disse ele à Reuters.

Mais de 200 mil pessoas desalojadas estão em refúgios desde que o vulcão começou a lançar cinzas e lava no fim de outubro.

Fonte: Estadão