A líder do movimento democrático birmanês, Aung San Suu Kyi, começou a usar a internet após ter vivido apegada a um rádio durante sete anos e meio de prisão domiciliar e já pensa em criar uma rede social para impulsionar a democracia em Mianmar.
Utilizando a internet pela primeira vez nesta quarta-feira, Suu Kyi entrou em contato com várias pessoas no exterior e propôs uma conferência online com os diversos partidos políticos e as minorias étnicas.
Com o acesso à internet, a ativista quer iniciar um processo de democratização e reconciliação nacional sem ter de pedir o aval das autoridades para a reunião ou o deslocamento dos participantes.
A internet e os diversos aplicativos nos telefones celulares chamaram a atenção de Suu Kyi, que durante os últimos anos se informava das notícias nacionais e internacionais através do rádio em sua casa em Yangun.
A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 manifestou na segunda-feira passada, dois dias após ser libertada, que solicitará permissão ao regime militar para ter conexão à rede em seu domicílio.
Na frente política, os advogados de Suu Kyi argumentaram nesta quinta-feira perante a Corte Suprema que a Comissão Eleitoral infringiu a lei ao dissolver a Liga Nacional pela Democracia (LND) - partido da dissidente.
A prisão domiciliar da principal opositora do país e a dissolução da LND fizeram parte do plano do regime presidido pelo general Than Shwe para garantir a vitória do partido oficial nas eleições parlamentares realizada no dia 7 de novembro.
A última vez que os generais permitiram eleições, em 1990, o partido perdeu estrondosamente para Suu Kyi e sua legenda.
Mianmar é governada por um regime militar desde o golpe de Estado do general Ne Win, em 1962.
Fonte: Folha.com