quarta-feira, 30 de março de 2011

A Globo quer levar o sinal digital a 70% da sua área de atuação até a Copa de 2014.

Redação Exame

São Paulo — Ampliação da cobertura digital, conteúdo em alta definição e aplicação do modelo de afiliadas na Internet são algumas das prioridades da Globo, apresentadas nesta terça-feira, 29, durante evento para mostrar a programação da emissora para o primeiro semestre do ano.

O diretor geral da emissora, Octavio Florisbal, declarou que, entre as prioridades da Globo neste ano, está a ampliação da cobertura do sinal digital. "Queremos ter no mínimo 70% de cobertura até a Copa", disse. Segundo o executivo, a Globo e suas afiliadas começam a levar, a partir deste ano, o sinal digital para todas as cidades com mais de 50 mil habitantes.

Em seguida, o diretor apontou o crescimento da produção em alta definição, e a transmissão de novas faixas em HD. “Além disso, queremos concluir todo o sistema digital HD”, completou. Ainda este ano, a Globo deverá ter todas as etapas funcionando em alta definição, abandonando o parque técnico em baixa definição.

Programação

Com destaque para a dramaturgia e a cobertura jornalística e de esportes, a Globo apresentou as novidades em sua grade de programação para o primeiro semestre do ano. Entre os destaques, estão as novas comédias “Tapas e Beijos”, “Lara com Z”, “Batendo Ponto” e “Macho Man”. Além das produções próprias, a Globo destacou a aquisição de filmes e séries de sucesso, como “Glee”, “Flash Forward” e “Castle”.

A cobertura de esporte vai ganhar um cenário novo, com direito a hologramas e um estúdio móvel, construído dentro de um ônibus. Foi apresentado, ainda, um sistema de rastreamento dos jogadores, que, aliado ao tira-teima, permitirá análises táticas. O novo cenário será usado em todos os programas esportivos da Globo.


Fonte: Exame

Globo deve oficializar Brasileirão em duas semanas

Por: Bárbara Sacchitiello

A novela pelos direitos de transmissão do campeonato Brasileiro pode estar próxima de seu final. Dentro de duas semanas, os 18 principais times pertencentes à formação original do Clube dos 13 devem firmar definitivamente com a Globo um contrato para a cessão dos direitos de transmissão do principal torneio de futebol do País pelos anos de 2012, 2013 e 2014.

A informação foi revelada pelo diretor geral da Globo, Octávio Florisbal, durante o evento de apresentação da grade de programação de 2011 da emissora. “Em duas semanas, mais ou menos, deveremos ter em mãos os contratos acertados com os 15 clubes. Com os outros três, também estamos negociando e acreditamos que chegaremos a uma conciliação. A chance de a Globo perder a transmissão do campeonato Brasileiro, hoje, é mínima”, revelou o executivo à reportagem de M&M Online.

A convicção da emissora está apoiada no poder que os clubes possuem de pedir a retirada da procuração que cedia ao Clube dos 13 o direito de negociar em seus nomes. Na semana passada, a entidade representante do futebol alegou ter alguns times de futebol em suas “mãos” por conta justamente dessa procuração de seção de direitos e de dívidas afiançadas pelo próprio Clube dos 13 e, por isso, confirmou o acordo com a RedeTV, que ofereceu R$ 516 milhões pelas transmissões do campeonato de futebol.

Segundo explicou Florisbal, tais dívidas não seriam um impedimento para as negociações individuais destes clubes com a Globo, uma vez que a quitação dos débitos não precisa, necessariamente, estar vinculada à permanência da validade da procuração que une os times e o Clube dos 13. Sendo assim, desde que se comprometam a quitar as pendências financeiras, os clubes têm liberdade para negociar, individualmente, com outras emissoras.

Está nos planos da Globo a veiculação de cerca de 100 partidas de futebol na temporada,mdentre as quais as do Campeonato Brasileiro, que correspondem a boa parte deste total. Florisbal ainda salientou que, com o acerto das transmissões, a Bandeirantes também deve garantir o Brasileirão em sua grade nos próximos anos, por conta da parceria entre as duas emissoras.

Fonte: M&M Online

terça-feira, 29 de março de 2011

REDES SOCIAIS - Facebook, processos colaborativos e consumo

Por Valério Cruz Brittos e Rosana Vieira de Souza

O número de usuários das redes sociais cresceu consideravelmente no Brasil nos últimos anos, passando a constituir, depois dos mecanismos de busca, a maior categoria de uso na internet. Embora o Orkut mantenha a liderança no país, por meio de usuários leais (com média de 31,7 visitas/mês do país, segundo dados recentes da ComScore), o Facebook triplicou seu crescimento e hoje, com uma média mundial de 29,6 visitas/mês, é o grande responsável pelo avanço da categoria, chegando a mais de dois milhões de utilizadores no Brasil – e cerca de 500 milhões em todo o mundo.

Mas o que realmente se mostra tão atraente, a ponto das pessoas empregarem tanto tempo e energia em redes como o Facebook? O que leva os internautas a contribuírem para estes provedores de plataformas comerciais? Mesmo que não deixe de fazer parte de uma imensa teia em que é apenas parte da engrenagem, o indivíduo comum e amador, transformado agora em usuário de redes de computadores e mídias sociais, sente-se reconhecido por sua contribuição na disseminação de informação e, mais do que isso, na construção de conhecimento, para além das fontes tradicionais e profissionais de produção de conteúdo e notícias.

Justamente por isso, em 2006, a revista Time escolheu "Você" – sim, você, todos nós – como a personalidade de maior influência do planeta. É evidente que, ao ser capaz de tornar significativa e poderosa a pequena contribuição anônima, criativa e engajada de milhares de pessoas, a internet desempenhou papel central nesta escolha da Time. Não por acaso, quatro anos depois quem alcançou o cobiçado posto foi Mark Zuckerberg, o controverso fundador do Facebook, por sua relevância na construção de novas dinâmicas sociais marcadas pela interatividade e compartilhamento de informações e relações sociais. Na mesma direção deve ser considerado o filme A Rede, que narra a criação do Facebook, grande sucesso de bilheteria, ganhador de quatro prêmios Globo de Ouro e vencedor do Oscar em três categorias.

O controle dos conteúdos compartilhados

Mark Zuckerberg e a impressionante rede que construiu oferecem uma promessa quase irresistível: a de propiciar ao usuário a sensação de liberdade e de poder para produzir e gerenciar tanto conteúdos informacionais quanto novos vínculos interpessoais. No lugar de fontes centralizadas de geração de conteúdos, tem-se a participação fragmentada, voluntária e, aparentemente, não controlável, de indivíduos comuns, bem como o estabelecimento de novos arranjos sociais somente possíveis graças às possibilidades de interação entre usuários.

Este é o reflexo prático do estreitamento das distâncias entre as instâncias da produção e do consumo, o qual caracteriza um fenômeno particularmente marcante do capitalismo contemporâneo. Tal cenário, de infinitas possibilidades e expectativas no que se refere à participação ativa dos indivíduos na produção e na circulação de conteúdos, simboliza a rearticulação da ênfase histórica na produção/oferta como esfera geradora de valor da economia capitalista. Desta forma, a produção do consumo/demanda passa a desempenhar um papel mais determinante na construção permanente dos produtos e serviços, numa lógica que não chega a alterar a base do sistema, mas que é essencial num quadro de inovação acelerada.

Apesar das informações postadas serem de propriedade do usuário, ao compartilhá-las no Facebook ele concede licença de uso do conteúdo à rede sem a completa compreensão sobre as formas como este conteúdo poderá ser utilizado. A adesão aos inúmeros aplicativos propiciados pela rede, um dos seus grandes atrativos, constitui um claro exemplo de como os termos de uso do Facebook abrem espaço para dúvidas quanto a quem – e o quanto – controla os conteúdos compartilhados. Ainda assim, a rede não para de crescer.

Os usos estratégicos

As atividades baseadas na dinâmica colaborativa têm em comum o fato de se apresentarem, aparentemente, auto-organizadas e emergentes, não sendo, a princípio, motivadas economicamente por parte dos usuários comuns. A despeito da receita de mais de US$ 1 bilhão alcançada pelos acionistas do Facebook em 2010, não são claras as formas de obter lucros com o uso da rede pelo internauta que a utiliza. O sistema de valor que alimenta o crescente engajamento deste usuário residiria, então, na auto-realização socialmente reconhecida, uma espécie de combinação paradoxal onde, de um lado, há o espírito colaborativo orientado para comunidade e, de outro, a busca racional e reflexiva por auto-interesse, na verdade o grande motor da sociedade capitalista, individualista por excelência.

Talvez a história da produção online colaborativa, do compartilhamento e da interação sem precedentes tenha, de fato, começado a ser contada há quatro anos nos grandes meios de comunicação. Entender a lógica que motiva e sustenta o espírito colaborativo e reestrutura as relações entre os planos da produção e do consumo, ainda que sejam desconhecidos os riscos ligados ao novos hábitos e dinâmicas sociais, torna-se condição fundamental para qualquer discussão acerca dos usos estratégicos, por parte das grandes corporações, destas novas condições, assim como para se desenharem outras construções cooperativas, desligadas da base estrutural da atual formação histórica.

Fonte: Observatório da Imprensa

segunda-feira, 28 de março de 2011

Facebook quer contratar antigo porta-voz da Casa Branca

Redação Estadão

Os responsáveis pelo Facebook estão negociando com o ex-porta-voz da Casa Branca e antigo assessor do presidente Barack Obama, Robert Gibbs, para contratá-lo como chefe do departamento de comunicação da rede social. A informação foi publicada nesta segunda-feira, 28, em uma reportagem do jornal New York Times.

Gibbs, que abandonou seu posto de porta-voz da Casa Branca em fevereiro, teria recebido uma oferta milionária para juntar-se ao Facebook antes de a empresa iniciar sua abertura de capital na bolsa, uma operação esperada para o início de 2012, segundo detalharam fontes anônimas ao jornal nova-iorquino.

O ex-porta-voz deixou o cargo para se tornar assessor de política externa de Obama, de olho na campanha de reeleição do presidente em 2012, depois de se juntar ao setor privado, segundo indicaram as mesmas fontes.

Porém, os responsáveis pelo Facebook estariam pressionando Gibbs para que ele aceite um emprego com salário de “milhões de dólares” e participação nas ações da empresa antes que comece o processo eleitoral do ano que vem.

O cargo oferecido a Gibbs é na sede da empresa, em Palo Alto (Califórnia), e ele teria de trabalhar sob as ordens do vice-presidente de comunicações globais e políticas públicas do Facebook, Elliot Scharge.

Segundo o New York Times, Gibbs teria consultado seus ex-colegas da Casa Branca nas últimas semana sobre a decisão de ir para o Facebook, uma empresa cuja valorização subiu para US$ 60 bilhões com os últimos investimentos.

O jornal também detalha que Gibbs se reuniu recentemente com outras empresas em busca de um emprego no setor privado.

Gibbs foi substituído como porta-voz da Casa Branca em fevereiro pelo jornalista veterano Jay Carney, que antes era o porta-voz do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Ao anunciar sua saída, Gibbs declarou que sua renúncia era “um ciclo natural” de cansaço depois de intensos anos no governo e uma adaptação a novas realidades depois que os republicanos se tornaram maioria nas últimas eleições legislativas.

Fonte: Estadão

TV paga passa dos 10 milhões de domicílios

Redação AdNews

Com 251.732 novos assinantes em fevereiro, o Brasil encerrou o segundo mês de 2011 com 10.176.149 domicílios atendidos com TV por assinatura, o equivalente a uma penetração de 17,0% das residências do país, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O crescimento observado em fevereiro representa uma evolução de 2,5% em relação à base de assinantes do mês de janeiro. Considerando-se o número médio de pessoas por domicílio divulgado pelo IBGE (3,3 pessoas), os Serviços de TV por Assinatura alcançaram mais de 33,6 milhões de brasileiros.

Os serviços de TV por Assinatura são prestados através de sinais codificados por diferentes tecnologias: por meios físicos (Cabo - TVC), por microondas (Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais - MMDS) e por satélite (Distribuição de Sinais de Televisão e de Áudio por Assinatura via Satélite - DTH).

Em fevereiro de 2011, os serviços prestados via satélite cresceram 4,3% ante uma evolução de 3,1% no mês anterior. O número de assinantes que recebe os serviços via cabo cresceu 1,1% em fevereiro, desempenho superior ao crescimento de 0,5% registrado em janeiro. As prestadoras de MMDS, por sua vez, perderam 0,7% de sua base de assinantes no mesmo período.

Como consequência da contínua expansão dos serviços de DTH, em janeiro houve nova ampliação da participação dos serviços prestados via satélite no mercado de TV por Assinatura: em fevereiro deste ano, a participação do DTH atingiu 47,3% da base e os serviços a cabo passaram a atender 49,7% dos assinantes. No início de 2010, no mês de fevereiro, os serviços DTH representavam 37,9% do mercado nacional e os serviços prestados via cabo possuíam 57,6% de market share, conforme divulgado naquele mês.

Em fevereiro de 2011, os serviços de TV por Assinatura estavam presentes em 17 de cada 100 domicílios no país, de acordo com estimativas desta Agência, a partir das informações de número de domicílios divulgadas pelo IBGE ³. A Região Sudeste apresentou densidade próxima a 25% de domicílios com TV por Assinatura.

Entre as Unidades da Federação, destacam-se o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, por terem registrado desempenho acima da média nacional, quanto à densidade dos serviços.

Especificamente em relação aos serviços prestados por meios físicos, via TV a Cabo, fevereiro alcançou 16.910.275 domicílios "cabeados" (Home Passed), ou seja, com infraestrutura disponível para a prestação dos serviços via cabo. Como foram registrados, neste mesmo mês, 5.060.498 domicílios com serviços ativos de TV a Cabo, conclui-se que 30% dos domicílios com potencial para receber TV por Assinatura via cabo, aproximadamente, já possuem os serviços prestados através desta tecnologia. O dado também revela o potencial de expansão da TV por Assinatura prestada via cabo utilizando-se a infraestrutura já existente.

Evolução nas Grandes Regiões e UFs

Seguindo a tendência observada ao longo de 2010, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Peste cresceram acima da média nacional nos últimos 12 meses. O menor crescimento, em igual período, foi observado na região Sul, acompanhada pela região Sudeste, com percentuais de crescimento anual abaixo da média nacional.

Consequentemente, as 10 Unidades da Federação que apresentaram maior crescimento percentual nos últimos 12 meses pertencem às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Fonte: AdNews

sábado, 26 de março de 2011

Cultura vs. mercado: a telenovela como produto cultural

* Por Andres Kalikoske e Jonathan Reis*

Paola Oliveira e Eriberto Leão em cena de Insensato Coração, da Globo

Não raramente, o Brasil é lembrado como o país do futebol, do carnaval e das telenovelas. Este último referente, no entanto, mesmo mobilizando grandes audiências durante décadas e movimentando cifras milionárias na indústria do entretenimento, ainda não ocupa o lugar que lhe é de direito no âmbito cultural. Um fenômeno contraditório e que não é recente, herança dos primeiros romances folhetinescos publicados em periódicos jornalísticos, cuja função era de fidelizar assinantes através de histórias publicadas em capítulos. Muitos intelectuais desconhecem que nem mesmo Karl Marx resistiu aos romances seriados. Prova disso foram suas menções sobre Os Mistérios de Paris, ora editadas no livro A Sagrada Família.

No Brasil, este paradoxo ocorre também com o cinema nacional. Em países como Argentina, Chile ou, em menor grau, o Uruguai, o culto ao cinema nacional é recorrente. Isto tem diminuído nas últimas décadas, mas ainda na cidade de Buenos Aires, por exemplo, dificilmente se encontrará uma sala de cinema que não ofereça duas ou mais produções nacionais. Em tempos de recessão da indústria cinematográfica nacional, ou quando simplesmente não há nada novo, a oferta de películas nacionais antigas é prática comum.

A renovação que o produto exige

Enquanto a Argentina venera seus cadáveres – sejam oriundos da tela da TV ou do cinema, para não citar os do âmbito político –, no Brasil isso não ocorre. Talvez pelo culto ao estrangeirismo que existe em nosso país, parece difícil para a população, de modo geral, considerar Arlindo Silva, Gilberto Braga, Glória Pérez ou Silvio de Abreu como os autênticos tradutores contemporâneos da nossa cultura. As novelas brasileiras permeiam o imaginário popular, gerando discussões e fomentando tendências replicadas nas ruas, entre as famílias e, mais recentemente, nas redes sociais. Nos âmbitos industrial e artístico, é necessário obedecer a determinados preceitos.

No caso da Globo – que ocupa o segundo lugar em exportações de novelas para o mundo, perdendo apenas para a Televisa, do México –, trata-se de uma receita, um costume de que uma empresa que sabe fazer e aprendeu fazendo, ou como os norte-americanos gostam de dizer, um know how desempenhado muito competentemente. Inquestionavelmente a melhor novela produzida no mundo, através das mais brilhantes mentes, que são seus autores. É através deles que as novelas atingem o âmago popular para se transformar em um autêntico produto cultural. Ainda que produzidas em escala fabril, deve-se admitir que a Globo consegue dosar escolhas técnicas e artísticas, considerando o grau de renovação que o produto exige. Tal como reger uma orquestra, este processo percorre caminhos diversos: a escolha do roteiro, a adequação da história pelo adaptador, o horário em que a novela será programada, a seleção dos atores e o núcleo capaz de assumir o projeto, responsabilizando-se por seus acertos e deslizes.

Polônia compra seriado da Globo

Estudos recentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) demonstraram que as novelas apresentadas nos últimos 40 anos estão moldando as famílias em aspectos como número de filhos e divórcios. A pesquisa, que considerou 115 novelas transmitidas pela Globo, nos horários das 19 e 20 horas, constatou que famílias com menos filhos estão se formando. A emancipação feminina mostrada nas novelas da Globo – como o ingresso das personagens no mercado de trabalho –, incentivou a independência da mulher da vida real, fator que, segundo a pesquisa, também repercutiu em um maior número de divórcios.

Mas as novelas brasileiras não estão apenas influenciando e causando polêmica no Brasil. Em Angola, por exemplo, são os programas que atingem as maiores audiências da TV. O comércio angolano também tem sido influenciado, levando centenas de vendedoras informais a atravessarem o Atlântico e desembarcarem em São Paulo, à procura de mercadorias para revender em seu país. Para as mulheres de Angola, as novelas brasileiras são referência sobre o que devem vestir. Os audiovisuais mostrados influenciam diretamente as populações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Palop), pelas características específicas do uso da língua portuguesa, compartilhada pelos povos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Mais recentemente, em fevereiro de 2011, a Globo vendeu, pela primeira vez, ficção seriada para a Polônia. Trata-se de Força Tarefa, que recebeu o título de Wydzia? wewn?trzny, e Cidade dos Homens, que na terra de Frédéric Chopin está sendo chamada de Miasto ludzi. Os títulos serão exibidos no horário nobre do canal Tele5, pertencente ao grupo de mídia Polcast Television.

*Respectivamente, jornalista e doutorando em Ciências da Comunicação na Unisinos, onde é coordenador do Núcleo de Análise da Teledramaturgia (NAT); e graduando em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda na mesma instituição e pesquisador do NAT.

Fonte: Observatório da Imprensa.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Ancine une Brasil e Argentina em edital

Redação M&M online

Com o objetivo de aproximar as culturas cinematográficas do Brasil e a da Argentina, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) abriu as inscrições para o edital de Coprodução Brasil-Argentina, que visa captar produções da indústria de cinema das duas nações latinas.

O projeto é realizado em conjunto com o Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales – Incaa, da Argentina, e prevê o investimento de US$ 800 mil para a produção de quatro longas metragens independentes – US$ 200 mil para cada uma - nos gêneros de ficção, animação ou documentário.

Os projetos poderão ser enviados até o dia 11 de abril. As ideias serão analisadas por uma comissão técnica, formada por profissionais do setor do audiovisual dos dois países.

Fonte: M&M online

Anatel destina mais frequências para TV por assinatura via satélite

Redação Telesíntese

O Conselho Diretor da Anatel aprovou a destinação adicional das subfaixas de radiofrequências de 12,2 GHz a 12,7 GHz e de 17,3 GHz a 17,7 GHz para uso, em caráter primário, por serviços de telecomunicações via satélite. Esse serviço tem puxado o crescimento de TV por assinatura no Brasil.

Essa alteração, frisa a agência, possibilita ampliar a competição na prestação do serviço de TV por assinatura na tecnologia DTH (do inglês, Direct to home). As subfaixas de 12,2 GHz a 12,7 GHz estavam destinadas ao Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos (Sarc), em caráter primário. Já as subfaixas de 17,3 GHz a 17,7 GHz não possuíam destinação.

Os serviços de DTH ganharam mais de nove pontos percentuais de participação do mercado de TV por assinatura entre janeiro de 2010 e janeiro deste ano. O serviço fechou o ano com 46,5% dos assinantes do país, contra 37,4% em janeiro de 2010.

Fonte: Telesíntese

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sem condições de imprimir, jornal japonês é escrito à mão para ajudar desabrigados

Sem eletricidade, gasolina, gás ou qualquer outro combustível capaz de operar impressoras, o único jornal da devastada cidade japonesa de Ishinomaki voltou ao método mais básico para a impressão de informações: papel e caneta.

O Ishinomaki Hibi Shinbun é escrito com canetas em grandes folhas de papel que são distribuídas nos centros de emergência que circundam a cidade e recebem refugiados, feridos e desabrigados em decorrência dos recentes desastres naturais.

De acordo com o chefe de reportagem da publicação, Hiroyuki Takeuchi, as mídias televisivas e de internet fazem uma ampla cobertura das tragédias. No entanto, com a falta de eletricidade em algumas localidades do Japão, as informações não chegam às pessoas que mais necessitam. Além disso, um racionamento foi sugerido pelos governantes e, por ora, a adesão é maciça.

“Pessoas que sofreram uma tragédia como essa precisam de comida, água e também de informação”, disse Takeuchi à reportagem do Washington Post. “Estas pessoas estão desesperadas por informação”, acrescentou.

No primeiro dia em que a versão manuscrita foi publicada, no dia 13 de março, o jornal mostrou o cronograma das equipes de salvamento no país e um panorama de toda destruição na cidade, que foi reduzida a uma massa de 30 mil desabrigados.

No dia seguinte, apresentou uma lista com nomes e idades dos corpos que foram identificados na véspera. Além disso, relatou o caso de um saque a um supermercado - fato que, segundo o jornal, mostrava o grau de desespero dos japoneses.

Fonte: Portal Imprensa.

Estudo aponta falhas na legislação de comunicação brasileira

Por Ana Rita Cunha

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em parceira com o Fundação Ford lançou estudo sobre a regulação de radiodifusão no Brasil, nesta quinta-feira (17). A organização sugere mudanças no ambiente regulatório brasileiro a partir da comparação com outros 10 países. As pesquisas realizadas por três dos principais especialistas em comunicação no mundo, Toby Mendel, Eve Salomon e Andrew Puddephatt, apontam uma grande defasagem na regulamentação brasileira.

O estudo busca contribuir com o debate sobre o papel do setor de comunicações para o fortalecimento da democracia. “A liberdade de expressão é uma das condições necessárias para a garantia de outros direitos”, argumenta Vincent. “É importante que a sociedade seja vigilante quanto a questão da censura, o que não se pode achar é que qualquer regulação seja censura”, diz Guilherme Canela, coordenador de Comunicação e Informação da Unesco no Brasil. “A legislação de comunicação é muito antiga e não se alia aos princípios da Constituição”, afirma Vincent Defourny, representante da Unesco no Brasil.

Um dos pontos mais polêmicos do estudo é a sugestão das cotas de conteúdo. A Unesco recomenda que seja estabelecida uma cota de produção nacional de 50%, uma cota de 10% na programação destinada a produção independente e uma cota de transmissão mínima de 10% de conteúdo local.

A Unesco também defende a criação de uma entidade reguladora independente para o setor da comunicação, especialmente para a questão da outorga de concessões de radiodifusão. “O Congresso nacional é uma instância política, não cabe a ele o papel de órgão regulador de concessões, pois ele está sujeito a conflitos de interesses”, afirma Vincent.

Para o controle de conteúdo, a Unesco sugere a autorregulação como melhor maneira de evitar censuras. “[a mídia] constitui um ambiente que permite a livre troca de ideias e opiniões; em segundo lugar, ela é um ator social em defesa de seus direitos e interesse. É esse caráter duplo que torna tão essencial a construção de um sistema efetivo de autorregulação”, explica Andrew Puddephatt, um dos autores do estudo. Para a Unesco, as empresas e os profissionais devem criar instâncias de regulação independentes do Estado.

A Unesco afirma a necessidade de regras mais sólidas sobre a concentração de propriedade, inclusive de propriedade privada. Segundo o estudo, “estas [regras] precisam se concentrar no controle de facto exercido pelos indivíduos, e não na composição corporativa das emissoras”. “Os cidadãos tem o direito de saber a que pluralidade estão tendo acesso”, explica Guilherme Canela.

O estudo também ressalta a importância das radiodifusoras públicas e comunitárias para garantirem a pluralidade e a democracia na comunicação. A Unesco sugere novas regras para emissoras comunitárias, rediscutindo, por exemplo, a proibição de veiculação de publicidade. “Não existe uma fórmula pronta para a regulamentação da mídia”, afirma Vincent. “O importante é fazer um debate aberto na sociedade porque a questão da mídia é um assunto muito importante para ficar apenas nas mãos de especialistas da mídia”, conclui o representante da Unesco.

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação.

terça-feira, 22 de março de 2011

Google é multado na França por coletar dados sem autorização com o Street View

Redação Portal Imprensa

Por conta da coleta de imagens e informações sem autorização por meio de seu projeto Street View, na França, o Google foi multado em 100 mil euros pelo departamento regulador no país, informa o The Next Web.

Em 2010, a empresa admitiu que estava captando, além de fotografias, os veículos do Street View estavam obtendo dados de redes Wi-Fi e também senhas, endereços de e-mail, histórico de sites e detalhes bancários.

O Google pediu desculpas publicamente e disse que vai apagar todos os dados coletados. Mas para o governo francês não foi suficiente, e a empresa foi "advertida" por meio da multa.

TV & CLUBE DOS 13 - As barreiras para transmitir o Campeonato Brasileiro

Por Valério Cruz Brittos e Anderson David Gomes dos Santos

O episódio da comercialização dos direitos de transmissão televisiva do Campeonato Brasileiro de Futebol para o triênio 2012-2014 reafirmou a dependência desse esporte com relação às indústrias televisivas no país. Confirmou seu atrelamento à Rede Globo, tanto que a possível aquisição de tais direitos por outro grupo de TV, o que acabou se confirmando, levou a um desmonte do Clube dos 13, entidade que reunia os 20 maiores clubes do país. Esta conexão comprova uma história de influência da Globo sobre o futebol nacional, até por sua posição de líder há mais de 40 anos no setor audiovisual.

O próprio processo licitatório pode ser questionado, refletindo-se sobre sua transparência, em especial por se tratar de uma área com tanto impacto na vida do brasileiro, movimentando recursos da população indiretamente, que paga por ingressos em estádios, camisetas, mensalidades de associação e produtos em geral com custo embutido de publicidade. Por mais que o Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) tenha julgado o processo referente à venda dos direitos de transmissão e tenha acompanhado de perto a licitação desses direitos para os próximos três anos, deve-se perguntar se a licitação não deveria ter proposto direitos compartilhados, para barrar a possibilidade de outro monopólio.

Não obstante isso, como a celeuma não acabou com a abertura dos envelopes da licitação, pode-se pensar numa situação em que o principal campeonato do país entre num imbróglio jurídico sobre quem poderá transmitir determinados jogos. Com a atual divisão entre os clubes que concordam com o processo estabelecido pelo Clube dos 13 e os que resolveram assinar contratos individuais, pode-se ter numa mesma partida o confronto de clubes cujos direitos televisivos pertencem a emissoras diferentes. Isto poderia resultar na transmissão da partida por duas emissoras, havendo acordo entre as detentoras dos direitos, ou até mesmo que ela não fosse exibida pela mídia televisão, o que prejudicaria ainda mais o torcedor/consumidor do produto futebol no Brasil.

Sem concorrência e sem transparência

Sobre este caso, cabe ainda a pergunta: até onde vão os interesses e a capacidade estrutural da Rede TV!, vencedora do processo de licitação, com o pagamento de R$ 516 milhões por ano de transmissão? Emergente no cenário do audiovisual nacional, após a contratação de uma das maiores figuras midiáticas do país, a apresentadora Hebe Camargo, a emissora pode ter nas mãos, a partir do ano que vem, o principal torneio do esporte mais acompanhado pelos brasileiros. Dada a importância do futebol no contexto socioeconômico, até que ponto ela iria para manter a exclusividade desta transmissão, tendo como oponente um dos mais fortes e influentes grupos midiáticos do Brasil, a Rede Globo, que já fez com que a Rede Record desistisse das negociações minutos antes da abertura dos envelopes?

Em seu comunicado de desistência da licitação, a Rede Record – cujo modelo de financiamento extra-mídia prejudica o funcionamento do mercado, podendo trazer consequências desastrosas para o sistema no longo prazo – faz críticas duras à situação atual da definição de direitos de transmissão no Brasil. A emissora, com sede em São Paulo, elogia o processo de licitação definido pelo Cade, mas critica a pressão realizada para a divisão entre os clubes, especialmente a situação de pré-acordos que teriam sido estabelecidos sem concorrência, sem transparência e que teriam como objetivo manter a decisão sobre o quanto pagar pelo futebol nas mesmas mãos de sempre, as da Rede Globo.

O peso das comunicações nas economias

Uma das hipóteses a se pensar enquanto possível solução para a disputa é a partilha da transmissão entre duas emissoras, fato que ocorre com frequência para os torneios nacionais. No atual contexto, a Rede Globo, proprietária dos direitos de transmissão, repassa-os para outras emissoras através de determinadas regras. A sua atual parceira, a Band, por exemplo, frequentemente mostra as mesmas partidas das afiliadas da Globo, quebrando desta forma uma possível pluralidade de eventos transmitidos, por mínima que fosse. Algo que, se mantido, infringe uma das alterações propostas na licitação do C13, que era manter a decisão por retransmissões sob aprovação dos clubes e não apenas da emissora detentora do evento.

A Rede TV! tem um prazo para dar as garantias financeiras de que poderá cumprir com o pagamento, mas é difícil pensar que esse contrato irá ser assinado por todos os clubes, apesar de a emissora sinalizar que também irá negociar individualmente. Para se ter uma ideia da dependência deles, por várias vezes os dirigentes remanescentes do C13 afirmaram que a Rede Globo antecipara cotas de transmissão para garantir que a licitação não iria dar certo. As definições até aqui visualizadas acabam por jogar por água abaixo a tentativa do Cade de regularizar a compra dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol e só confirmam o quanto é selvagem o mercado da comunicação no Brasil, mesmo dentro de um contexto capitalista.

Outro ponto verificado nesta questão é a divulgação de informações de cunho econômico interno das indústrias culturais para o público, comprovado com a publicação das cartas com as desistências das redes de TV Globo e Record. Apesar de as negociações da Globo com os clubes terem se dado por fora dos holofotes, a preocupação em se dar uma carta à imprensa mostra o peso das comunicações nas economias, quando a própria mídia dá maior cobertura às indústrias culturais em sua interface econômica, a partir dos muitos negócios que se multiplicam, principalmente envolvendo o audiovisual.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Vídeos online responderão por mais de 50% do tráfego de Internet até 2014

Por Leitícia Cordeiro

Até 2015, o tráfego de Internet deve aumentar em sete vezes em relação ao volume registrado em 2010, de acordo com estimativas da Informa Telecoms & Media. A previsão é que passe de 183 mil petabytes registrados no último ano para 1,259 milhão de petabytes. E o grande propulsor será, como esperado, o vídeo. O interessante é que o pear-to-pear (P2P), que até então respondia pela maior concentração do tráfego de dados mundial, embora deva apresentar crescimento de 30% ao ano no período, perderá importância para o trafego gerado por vídeos online, que responderão sozinhos por mais de metade do tráfego até 2014.

De acordo com o relatório, já em 2010 o tráfego de vídeos online já ultrapassou o de P2P, por uma margem de apenas 0,7, cada um com cerca de 40% do volume total de dados trafegados mundialmente. Em 2015, a estimativa é de que vídeos online sejam pouco menos de 60% do tráfego, contra um volume de 20% de P2P.

O ponto-chave é que, até então, a maior parte dos streamings de vídeo acontece em computadores e em resolução-padrão (SD) e a tendência é de que até 2015 o streaming de vídeos em alta definição (HD) seja maior do que o de SD e a quantidade de vídeos online transmitidos diretamente para TVs conectadas chegue a 10% do tráfego total de dados em todo o mundo.

Fonte: Tela Viva

França multa Google em 100 mil euros por coleta de dados do Street View

Redação Folha.com

A CNIL, Comissão Francesa de Informática e Liberdades, multou o Google em 100 mil euros por coletar dados privados por meio de seu polêmico programa Street View, indicou nesta segunda-feira o jornal Le Parisien/Aujourd'hui en France.

"Trata-se de uma multa recorde desde 2004, quando conseguimos o direito de impor sanções financeiras", explicou o secretário-geral da CNIL, Yann Padova, em entrevista ao jornal francês.

Lançado em 2007, o Google Street View proporciona vistas panorâmicas das ruas em três dimensões, que permitem o deslocamento virtual do usuário pelas cidades, serviço que provoca polêmica em muitos países.

Em maio de 2010, o Google revelou que os carros que percorrem as ruas para tirar as fotografias necessárias à construção do programa haviam coletado sem querer dados pessoais (como e-mails e principalmente vídeos) transmitidos por Wi-Fi.

A CNIL estimou que os carros do Google "aspiravam" informações "desprotegidas que circulavam por um sinal de Wi-Fi quando passavam.

"O enriquecimento desse banco de dados foi feito de forma desleal com as pessoas, porque elas não sabiam que eles estavam sendo recolhidos", explicou Padova.

IMBRÓGLIO

No começo do ano passado, o Google admitiu que cooptou dados pessoais de redes Wi-Fi em diversos países por meio dos carros do Street View. Dentre esses dados, estão inclusos endereços de e-mail e senhas de computadores.

O Google disse que essa coleta ocorreu por acidente.

Em julho do mesmo ano, 37 Estados norte-americanos anunciaram a investigação sobre o Google devido à coleta de dados pelo Street View, e que ele ainda está em busca de informações sobre se o serviço quebrou leis de privacidade ao capturar informações privadas de usuários de internet por meio de suas conexões Wi-Fi.

Trata-se de um desdobramento da investigação iniciada pelo procurador-geral do Estado de Connecticut no mês anterior. O caso foi à tona no mês de maio nos Estados Unidos.

À época, o Google anunciou que a frota de carros tinha acidentalmente recolhido informações pessoais --que um especialista em segurança disse poder incluir mensagens de e-mail e senhas.

O Street View é um serviço de mapeamento de ruas que usa um carro, antenas e câmeras para fotografar os locais por onde o veículo passa. Está disponível em vários países --dentre eles, o Brasil.

Segundo o diário econômico norte-americano "The Wall Street Journal", em carta aberta enviada ao Google, Blumenthal pediu detalhes específicos acerca da coleta de dados --o que inclui informações sobre uma possível venda ou uso dos dados coletados.

Blumenthal também pediu ao Google que informasse se o programa de coleta de dados foi testado, quanto tempo o softwares passou coletando dados de sinais específicos --além de divulgar nomes dos empregados envolvidos e suas respectivas explicações sobre o caso.

A companhia reiterou que a coleta se tratou de um "erro", mas que não cometeu "nada ilegal".

Mas autoridades regulatórias norte-americanas que estavam investigando os dados recolhidos pelos carros do Google Street View decidiram encerrar o inquérito em outubro, mencionando as melhoras que a companhia de buscas havia adotado a fim de integrar proteção de privacidade dos consumidores à sua estrutura empresarial.

As investigações e pressões sobre questões de privacidade do serviço de mapeamento também se estendem a outros países europeus além da França.

Fonte: Folha.com

sexta-feira, 18 de março de 2011

Record faz oferta milionária e esquenta briga pelo Brasileirão

Por Lúcia Berbert

A oferta supera a apresentada pela Globo, que promete pagar o mesmo valor, mas inclui as outras plataformas de transmissão – TV fechada, pay-per-view, internet e celular -, enquanto a proposta da Record se refere apenas à TV aberta. O Corinthians, por exemplo, previa receber R$ 70 milhões da Globo na TV aberta e R$ 30 milhões nas outras mídias. Porém, o presidente do clube, Andrés Sanchez, disse que pretende conseguir até R$ 150 milhões anuais pelos direitos de imagem dos jogos do clube no Brasileirão.

A negociação das outras mídias separadamente pode render um valor muito mais alto aos clubes. É essa a aposta da Record, que pretende fazer um corpo a corpo com dirigentes de outros clubes na segunda-feira (21) em São Paulo. Os representantes da emissora aproveitarão o lançamento à noite em um evento da Loteria É Gol, uma parceria dela com os clubes e a Caixa Econômica, para iniciar as conversas.

O Clube dos 13 manteve as licitações da TV fechada e pay-per-view para a próxima quarta-feira (23). As de internet e celular, no dia seguinte, também foram confirmadas. A licitação da TV aberta, feita pela entidade, foi vencida pela Rede TV!, única emissora a apresentar proposta de um total de R$ 1,548 bilhão, pelos jogos do campeonato de 2012 a 2015. Mas já avisou que não pagará nada sem a assinatura de todos os clubes no contrato.

Veja o comunicado na íntegra:
"A Rede Record, como sempre agiu desde o início do processo de negociação do Campeonato Brasileiro de Futebol, reafirma sua intenção de negociar, com total e absoluta transparência, diretamente com todos os clubes envolvidos.

Por isso, decidimos apresentar, publicamente, nossas propostas. Assim, todos terão conhecimento dos valores e propósitos oferecidos para cada um dos clubes que disputam a Série A da competição.

A decisão prioriza o respeito aos clubes, torcedores, telespectadores, patrocinadores, autoridades do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e até concorrentes.

Iniciamos essa etapa da negociação apresentando ao Clube de Regatas Flamengo e ao Sport Club Corinthians Paulista as nossas propostas e, ao mesmo tempo, registramos os documentos em cartório para provarmos que agimos de acordo com as determinações do CADE e da livre concorrência. A proposta é de R$ 100 milhões por ano, para cada um dos clubes, pela transmissão de, no mínimo, 19 jogos a cada temporada dos Campeonatos Brasileiros de 2012 a 2016.

Dessa forma, acreditamos que podemos colaborar com o esporte mais popular do País e que mexe com a paixão dos torcedores.

Clareza de propósitos, negociações à luz do dia, em horário comercial e com respaldo jurídico são os nossos objetivos em todo o processo.

Se as partes envolvidas agirem assim, temos a absoluta certeza de que, nos próximos cinco anos, o futebol brasileiro vai ser protagonizado pelas maiores estrelas do nosso futebol e coroado com a recuperação econômica dos clubes, aumento do interesse dos torcedores e dos telespectadores pelo espetáculo, exibição das partidas em horários mais adequados e ampliação do número de patrocinadores.

Esse é o caminho que a Rede Record acredita que pode perpetuar o Brasil como o país do melhor futebol e também do mais disputado campeonato do mundo."

O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Fernando Furlan, disse à Folha de São Paulo que, caso se forme um novo bloco de clubes que recebam propostas em conjunto, será aberto novo processo para analisar se há desrespeito à concorrência de mercado. Segundo ele, uma possível liga das agremiações estaria sujeita às regras antitruste que já haviam sido negociadas anteriormente com o Clube dos 13 e a emissora.

Fonte: FNDC

A industrialização do sagrado

Por Valério Cruz Brittos e Rafaela Chagas Barbosa

A mercantilização do sagrado é um fenômeno corriqueiro na contemporaneidade, com um grupo reduzido de igrejas liderando empreendimentos dentro e fora da área do divino, ao instituir produções simbólico-religiosas para difundir práticas doutrinárias, aqui pensando o meio evangélico na perspectiva do (neo)pentecostalismo.

Malgrado essa realidade, o universo pentecostal tem em sua gênese a distinção de procedimentos da Igreja católica, como veneração de santos, respeito a imagens e confissão individual para remissão dos pecados, preservando seus preceitos históricos. Com as mudanças socioeconômicas e culturais que o capitalismo desencadeou no mundo, ocorreram reordenamentos nas organizações religiosas. Uma parte dessa estrutura passou a seguir as lógicas capitalistas como forma de sobrevivência econômica, adotando posturas fundamentadas mais no consumismo do que na doutrina, tendo a mídia um papel central em suas dinâmicas.

Nesse sentido, na origem do movimento era impossível imaginar indivíduos indo aos templos realizar apostas divinas ou até mesmo a constituição de uma bancada evangélica como estratégia de articulação, junto ao Poder Legislativo. Há mais de quatro décadas, houve uma expansão neopentecostal, conhecida também como terceira onda frente ao meio pentecostal, que surgiu em 1970, partindo das promessas da sociedade de consumo, do acesso de crédito aos consumidores e das possibilidades de entretenimento criadas pela indústria cultural. As alternativas eram manter-se fiel aos seus princípios de origem, aumentando sua defasagem em relação à sociedade e aos interesses ideais e materiais dos seus adeptos, ou fazer concessões.

O alargamento da Igreja Universal

Destarte, algumas denominações evangélicas subdividiram-se para atender a essa fatia do mercado em franca expansão. O pentecostalismo teve seus desdobramentos até o surgimento do (neo)pentecostalismo. Este último incorporou procedimentos inovadores aos métodos protestantes, como a pregação de cultos por meio da mídia, o firmamento da autoridade do cristão frente ao plano espiritual e a aplicação da Teologia da Prosperidade (TP). Nesse contexto, compreende-se a TP como o conjunto de princípios teológicos que sustentam ter o cristão verdadeiro o direito de obter prosperidade, tanto no âmbito material quanto espiritual, e de exigi-la por meio da doação de ofertas e dízimos para Deus. Assim, o fiel pode, durante a vida presente na Terra, desfrutar de tudo aquilo que lhe é garantido.

No cenário brasileiro, sob a perspectiva midiática, depois do decênio de 1990, quando a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) compra a Rede Record, evidenciam-se o alargamento empresarial desta denominação religiosa no setor de radiodifusão, que na atualidade dispõe da adesão territorial de 85 afiliadas e 14 filiadas.

No exterior, parte do crescimento da Iurd na América Latina, e em alguns países da América do Norte e Europa, é creditada ao alcance midiático nacional e internacional que a Record vem conquistando ao longo dos anos. É válido ressaltar que a gestão e as estratégias construídas perante os cenários culturais de atuação fazem a diferença. Além disso, a Iurd constituiu um complexo de empresas estruturadas nos moldes da indústria cultural, onde os setores fonográfico, literário, radiofônico, televisivo e de distribuição de informações (Unipress Internacional – Agência de notícias, imagens e vídeo), dentre outros, fortalecem o processo comunicativo institucionalizado, entre colaboradores, adeptos e mercado.

O poder comunicacional endossa o discurso de prosperidade, seja para tentar ganhar adeptos, seja para comercializar suas produções espirituais. Cabe observar que a TV serve como reforço comunicacional das mensagens veiculadas pela Iurd, tendo em vista que ela não gera, necessariamente, mudanças (ao contrário da "Igreja Eletrônica" norte-americana) e acaba sendo mais uma plataforma tecnológica para reforçar interesses e ideais do que instrumento de conversões e curas. Somados, o uso dos meios de comunicação e de técnicas de marketing e propaganda, a legitimação da TP e, sobremaneira, o trabalho dos dirigentes e colaboradores, que focam seus empenhos na proliferação da Iurd pelo mundo, asseguram o desenvolvimento da Igreja Universal, podendo projetar economicamente os outros negócios do grupo empresarial do bispo Edir Macedo, como a Rede Record.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Facebook está se tornando uma das maiores causas de divórcio nos EUA

Por Leonardo Carvalho

Advogados especializados em divórcio nos EUA estão observando um fenômeno interessante: boa parte dos casais que pedem separação estão começando a apontar o Facebook como causa do fim do casamento.

Segundo o jornal The Guardian, mesmo com as taxas de divórcio permanecendo estáveis nos últimos anos, os advogados e acadêmicos especializados em separação começam a apontar o Facebook como principal causa dos problemas de relacionamento que levam ao divórcio. O fenômeno está levando advogados a pedir acesso às páginas dos seus clientes nas redes sociais antes de começar o processo judicial de separação.

Uma pesquisa conduzida pela Academia Americana de Advogados Matrimoniais (AAML, na sigla em inglês), descobriu que de cada cinco advogados, quatro citaram aumento nos casos de pedidos de divórcio causados por redes sociais, com o Facebook à frente.

Um dos fatores causadores de divórcios são as contradições entre o discurso de uma das partes do casal e seu comportamento nas redes sociais. Um exemplo presente entre as estatísticas da AAML é o de pessoas que negam para seus cônjuges que consomem drogas ilícitas, mas na rede social falam abertamente sobre o uso de maconha. Isso pode pesar inclusive na disputa pela guarda dos filhos, segundo o estudo.

Conexões com velhos amigos dos tempos do colégio aliada à fragilidade do casamento atual é outro exemplo de “destruidor de lares” citado por especialistas como o psicólogo e conselheiro matrimonial Dr. Steven Kimmons: “se esse velho conhecido está disponível afetivamente as conexões podem se tornar mais ativas”, diz Kimmons. Mas considerando que o número de pedidos de divórcio continua estável, pode-se inferir que o uso do Facebook – ou qualquer outra rede social - não é a causa do divórcio. Trata-se apenas de um possível agravante em uma relação que já não vai bem.

Um portavoz da rede social diz ser “ridículo sugerir que o Facebook leva ao divórcio”. Para ele, “seja em um casamento ou um divórcio, o Facebook é apenas um meio das pessoas se comunicarem, como cartas, telefonemas ou emails”.

Fonte: MSN

Google cria localizador de pessoas após terremoto no Japão

Redação AdNws

O Google criou um site com o intuito de auxiliar na obtenção de informações sobre as vítimas do terremoto no Japão. Nomeado Person Finder: 2011 Japan Earthquake, a página está disponível em japonês e inglês. É possível fazer buscas e cadastrar informações de pessoas.

Para buscas, é só clicar em “I´m looking for someone” e informar o nome da pessoa. Para saber mais informações, o usuário deve clicar em “I have information about someone”, escrever o nome e sobrenome de quem procura e as referências disponíveis. Cerca de 5100 registros já foram postados.

Fonte: AdNews

Globo teria fechado Brasileirão com 12 clubes

Redação AdNews

O fato de a RedeTV! ter fechado com o Clube dos 13 não significa necessariamente que o canal terá todas as partidas para exibir. De acordo com o colunista da Veja Lauro Jardim, corre na CBF a informação de que a Globo teria acertado com pelo menos 12 clubes pela transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio 2012-2014.

Isso significa que a transmissora oficial ficaria com somente 8 times. Mas os R$ 516 milhões colocados na mesa pela RedeTV! só serão pagos se o canal tiver ao seu lado as 20 agremiações que compunham o C13 no momento da negociação.

Já a Globo continua a correr por fora. Com negócio encaminhado junto a 12 clubes, a emissora teria aberto caminho para também conseguir os contratos para TV paga, pay per view e internet.

Fonte: AdNews

sexta-feira, 11 de março de 2011

BRUNA SURFISTINHA - A condensação e o deslocamento

Por Por Affonso Romano de Sant’Anna

Onde começa a imagem da atriz Deborah Secco e onde termina a figura real de Bruna Surfistinha? Para mim não há dúvida, distingo a atriz da personagem. No entanto, tomo uma matéria publicada n’O Globo (23/2/2011) a propósito do lançamento nacional do filme Bruna Surfistinha, dirigido por Marcos Baldini. Estamos diante de um texto (ou contexto) que ilustra alguns dos impasses da ideologia da cultura contemporânea. É um texto sintomático. O que tem isto a ver com a fusão do público e do privado, com a superposição do centro e da periferia e com a questão do real e sua representação?

Tomemos o texto. Ele expõe uma ambiguidade textual e contextual. A rigor, a duplicidade Bruna/Deborah começou já numa outra ambigüidade anterior: Bruna/Raquel. Bruna é a personagem criada pelo jornalista Marcelo Duarte no livro O doce veneno do escorpião e Raquel Pacheco – a autêntica garota de programa que teve sua vida biografada. Aliás, biografada ou romanceada? (Os que se interessarem por isto academicamente, podem desdobrar aqui o item biografia/ficção – um dos tópicos preferidos da pós-modernidade).

Concentremo-nos na ambigüidade Deborah/Bruna tal como vem estampada no texto jornalístico. Esta duplicidade é um típico exemplo daquilo que Freud ao falar de mecanismos de nosso inconsciente chamava de "condensação" e "deslocamento", e os linguistas, posteriormente, a partir de Roman Jakobson denominaram de "metáfora" e "metonímia". Resumindo: pela condensação fundimos Bruna e Deborah numa só pessoa e pelo deslocamento falamos de uma no lugar da outra. Os dois movimentos são complementares, às vezes a condensação (metáfora) é dominante, às vezes o deslocamento (metonímia) é o que predomina.

Esses mecanismos existem não só nos sonhos, nas artes, mas nas representações sociais. A publicidade recorre a isto constantemente. Ao botar, por exemplo, uma linda mulher ao lado de um automóvel está procedendo primeiro a uma condensação (o automóvel tem os atributos da mulher irresistível) e depois a um deslocamento (eu compro o carro, investido do desejo anunciado). Ou seja, uma imagem contamina a outra.

As verdadeiras

Voltemos ao nosso caso exemplar: o jornal traz uma foto de Deborah Secco, lindíssima, em roupa de gala na estréia do filme Bruna Surfistinha (no Cine Odeon, Rio) sendo cumprimentada por umas cinco moças. A foto representa uma realidade, o lançamento do filme. No entanto, embaixo da foto a legenda faz uma condensação: "Bruna e as companheiras de michê". Estabelece-se a ambigüidade. A foto é de Deborah. Mas reparem, o texto não diz Deborah, mas Bruna. E pode-se pensar ambiguamente, que aquelas não são as atrizes (companheiras de Deborah), mas as companheiras de Bruna, a prostituta.

Por outro lado o titulo da matéria é igualmente ambígua: "Bruna Surfistinha tira a maior onda". De qual Bruna Surfistinha se trata? De Deborah a atriz presente na estréia da peça ou de Bruna propriamente dita, ausente fisicamente, mas presente simbolicamente?

A ambigüidade continua. Noutra parte, descrevendo as pessoas e as cenas na estréia do filme, o jornal formaliza a dubiedade escrevendo os nomes de Deborah e de Bruna separados por uma barra: "Deborah/Bruna(...)está ao lado da mãe. Dona Silvia assiste a tudo impassível". Ambigüidade de novo: se Deborah é Bruna, pode-se ficar na dúvida se Dona Silvia é mãe de Deborah ou Bruna.

A matéria continua expondo a ambigüidade. Dentro e fora da tela, dentro e fora do teatro. No filme, uma personagem, encenada pela atriz Drica Moraes, diz: "Tá cheio de mulher bonita gostosa e universitária querendo trabalhar". Bem, neste caso é outra atriz representando outra personagem, que faz essa afirmativa que define algo da sociedade atual. Segundo essa afirmativa, Bruna ou melhor, Raquel, é uma figura exemplar, pois exemplificaria um desejo de moças de classe média hoje.

A realidade e a ficção voltam a se misturar, agora de outra forma. Há outra vez uma mistura entre ficção e realidade: não é mais a personagem que Drica Moraes representa, mas outra pessoa concreta, uma atriz, Giulia Gam, na platéia do filme e não na tela, declarando: "Ah, toda mulher tem o fetiche de ser prostituta por um dia, nem que seja para o namorado". (É uma afirmação categórica à qual outras mulheres poderiam responder com mais propriedade.)

No entanto, face a essa afirmativa, a própria Deborah saindo da pele da Bruna, deixando o espaço de identificação e condensação, sentindo-se inconfortável diante dessa declaração tem a seguinte reação assim narrada pelo jornal: "Deborah pode até concordar, mas ficou ruborizada e disse que era ‘puramente artístico’ o seu interesse em viver uma prostituta".

Com efeito, a atriz havia declarado que preparando-se para o filme fez workshop, indo conversar com prostitutas verdadeiras para conhecer melhor a realidade delas. E confessou também que o papel era para ela uma possibilidade (artística), como se diz hoje, de desconstruir-se.

Empenho realista

Porém, voltemos à cena narrada pelo jornal. A condensação das duas imagens com o eventual deslocamento continua. Dou um exemplo: ali no Cine Odeon (diz o jornal) está uma ex-integrante do Big Brother – programa que para alguns é o espaço da permissividade e da prostituição chique. Cida Moreira, que saiu da tela do Big Brother para a tela de outra emissora em que agora trabalha (nova condensação/deslocamento entre ficção e realidade), acena para a atriz do filme e recebe um beijo de volta da Deborah/Bruna.

Consideremos, nessas alturas, contrastivamente, outros fatos artísticos que giram em torno da temática da prostituição. Remeto o leitor interessado ao livro O canibalismo amoroso (Editora Rocco) onde estudo a imagem da "prostituta sagrada" e o fenômeno da "hierogamia" seja entre os babilônios seja na tradição cristã com duas Marias: a mãe de Jesus e Maria Madalena. Contudo, embora em nossa tradição exista um farto material que inclui A dama das camélias/ A Traviata os romances de Jorge Amado ou a filmes como Uma linda mulher ( Julia Roberts) consideremos, dentro dos estreitos limites deste ensaio, a peça Navalha na carne de Plínio Marcos que teve, em 1968, Tônia Carreiro no papel de prostituta.

Quando Tônia representou a prostituta, por mais realista que fossem o texto e a cena, nem por isto sua imagem na imprensa e na ideologia da época foi confundida com a da personagem. A imprensa e o público sabiam que aquilo era "representação". A ambiguidade era zero. As coisas ocorriam no nível do simbólico, da representação. Evidentemente Tônia estava encarnando uma personagem, enquanto Deborah está encarnando uma pessoa viva, transformada pela mídia em personagem. Mas, estratégica e sintomaticamente, as entrevistas com Bruna/Raquel/Deborah que estão sendo feitas para o lançamento do filme reforçam ainda mais a condensação e o deslocamento.

E surge um outro fato para fértil análise.

Coincidentemente, nesses dias, A navalha na carne está sendo encenada no Hotel Paris, na Praça Tiradentes, no quarto de uma prostituta. O teatro contemporâneo (como a arte oficial de nosso tempo) tem trabalhado com essa experimentação. Não há mais fora e dentro, rascunho e texto definitivo, certo e errado, teatro e outras artes, platéia e palco, autoria e apropriação. Não há mais limites, trabalha-se sobre a indiferenciação ética e estética.

No caso da encenação no prostíbulo do Hotel Paris, o papel principal está com a atriz Marta Paret e o espetáculo é dirigido por Rubens Carmelo. É um empenho realista, digamos total, dentro de uma tendência do teatro atual de abolir o limite entre o espaço imaginário e o real, reforçando os mecanismos de condensação e deslocamento.

A diferença

Houve, portanto, um tempo em que era mais nítida a diferença entre a representação e o representado ou, então, isto era uma estratégia claramente delimitada. Um ator representando um assassino não era necessariamente tido como um assassino, quem representava um louco não era necessariamente um louco e assim por diante. Liam-se o texto e o contexto diferentemente.

Mas a cultura contemporânea propõe, em certas obras, uma coisa intrigante e de alto risco, conquanto às vezes muito criativa: abole-se a fronteira entre a realidade e ficção, o real invade o lugar do simbólico, como se a realidade (in presentia) fosse mais forte que a imaginação (in ausentia). A ordem é apresentar o real ao invés de representar ou de reapresentá-lo. Com isto o símbolo passa ser substituído pela realidade.

Seria isto um empobrecimento, um beco sem saída? Qual a diferença entre mergulhar jubilosamente no "mal estar da civilização" e, diferentemente, analisar isto enquanto sintoma? O que é que a tal ambiguidade, a quebra de fronteiras e limites têm a ver com o que Gregory Batteson chamava de double bind, ou seja, o discurso duplo de uma sociedade esquizofrênica que emite ordens contraditórias?

Onde começa a desrepressão pessoal e social e onde começa a anomia? De que modo, o fato de abolir as "diferenças", além de redefinir papéis nos joga no indiferenciado?

Nesses dias, também no jornal, li uma matéria sobre este mesmo assunto, mas era algo "diferente", "diferenciado". Desta vez a personagem real era Gabriela Leite, notória líder das prostitutas e ex-prostitutas brasileiras . Estava ela acompanhada de duas líderes de prostitutas alemãs que foram com ela visitar o cemitério das "polacas", ou seja, as prostitutas enterradas no século passado no cemitério dos judeus no Rio. Denunciavam assim o trabalho a que eram submetidas as escravas sexuais, desta vez sem nenhuma glamourização. E havia diferença. A condensação foi para o segundo plano. Operou-se um deslocamento crítico.

Fonte: Observatório da Imprensa

RedeTV oferece R$ 516 milhões ao Clube dos 13

Por Bárbara Sacchitiello, Edianez Parente e Robert Galbraith

Com a ausência da Rede Globo e Record do processo, a RedeTV, que até então corria por fora e não era considerada pleiteante com força para levar os direitos do Brasileirão 2012-2014, foi a única emissora de TV aberta a apresentar proposta para aquisição dos direitos junto ao Clube dos 13.

O valor ofertado foi de R$ 516 milhões. Segundo a emissora, ela já possui os patrocinadores para bancar a oferta. Além disso, oferece diferentes horários para transmissão - às 18h, 19h30 e 21h. A RedeTV já transmite a Série B do Brasileirão, Campeonato inglês e Campeonato italiano.

“Não aceitamos participar de um jogo de cartas marcadas”. Foi com essa frase que a Rede Record desistiu, oficialmente, de concorrer pelos direitos de transmissão do campeonato brasileiro sob o modelo proposto pelo Clube dos 13.

Na manhã desta sexta-feira 11, a Record enviou um comunicado à imprensa declarando que, pela cisão que ocorreu na entidade de futebol desde o início do processo de licitação, não era mais conveniente participar de uma negociação na qual os próprios clubes já haviam manifestado o interesse em negociar diretamente com a concorrência – em uma alusão direta à TV Globo.

Segundo a Record, a atual situação não garante mais que a emissora vencedora tenha os direitos de transmissão dos jogos de todos os clubes e, dessa maneira, não compensa enviar uma proposta oficial ao Clube dos 13.

A apresentação oficial dos resultados das propostas será apresentado na manhã desta sexta-feira 11, em uma coletiva de imprensa do clube dos 13. Mais de 60 jornalistas já estão no local aguardando o pronunciamento oficial. O comunicado da Record chegou ao mercado um pouco antes da manifestação da entidade de futebol.

Apesar de se retirar, a princípio, da negociação, a Record reafirma a vontade de voltar a participar “caso os clubes entrem em acordo, garantindo estabilidade jurídica a quem apresentar a melhor proposta”.

Novos rumos da negociação

Com a saída da Record, as duas principais interessadas em adquirir os direitos de transmissão do campeonato entre os anos de 2012 e 2014 não apresentarão nenhuma proposta ao Clube dos 13, já que, no dia 25 de fevereiro, a Globo também manifestou, oficialmente, a desistência de participar da concorrência com o modelo imposto pela entidade. Na ocasião ficou claro que a emissora daria início á negociação dos direitos de transmissão com cada clube de futebol, individualmente. Em breve, o Clube dos 13 irá anunciar como dará procedimento a licitação diante dessas decisões tomadas por Globo e Record.

Leia o comunicado oficial da Record, na íntegra:

A Rede Record vem a público informar que apoiava o modelo de negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio 2012/2014 proposto pelo Clube dos 13 em acordo com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Mas, infelizmente, a concorrência dividiu o C13. A entidade ficou fracionada em clubes que defendiam o processo iniciado com a carta convite, agremiações que pretendiam negociar os direitos em separado e aqueles que vieram a público pedir a total desvinculação do processo e do agrupamento.

Alguns clubes, antes de ouvir qualquer proposta por parte da Record, já indicam que tem acordos pré-acertados com outra emissora. Os responsáveis por estes acordos que prejudicam os torcedores, clubes e patrocinadores devem vir a público para revelar como foram as negociações e qual o valor acertado previamente, sem concorrência, sem transparência e baseados nos mesmos princípios que ajudaram a reduzir o poder dos clubes, prejudicaram o faturamento das agremiações, limitaram a exposição de patrocinadores e impuseram horários estranhos para a prática do futebol, além de transformar o mais popular esporte do País num mero exportador de talentos. Diante desta atitude a Record informa que não aceita participar de um jogo com cartas marcadas.

O quadro, neste momento, gerou incerteza jurídica. Diante disso, não há convicção de que a proposta vencedora tenha os direitos de transmissão dos jogos de todos os clubes. Há ainda a possibilidade de que uma agremiação possa abandonar o C13 enquanto o contrato ainda estiver em vigor. Assim, a Record decidiu não apresentar proposta ao Clube dos 13.

A emissora volta a manifestar seu desejo de participar da concorrência democrática, caso os clubes entrem em acordo, garantindo estabilidade jurídica a quem apresentar a melhor proposta E se os clubes desejarem seguir numa negociação em separado, a Record reafirma que pretende apresentar propostas com padrões de transparência e regras claras.

Mais uma vez, esta é a forma que a Record encontra para contribuir com a evolução e o desenvolvimento do futebol brasileiro, proporcionando uma transmissão de primeira do esporte preferido da nação.

Central Record de Comunicação

Fonte: M&M online

quinta-feira, 10 de março de 2011

Com "briga" pelo futebol e eventos esportivos em alta, emissoras apostam em novas modalidades

Por Luiz Gustavo Pacete

O futebol ainda concentra o maior volume de investimento em publicidade esportiva além de ser muito representativo em relação à audiência dos canais, principalmente os especializados em esportes. Entretanto, as emissoras de rádio e televisão estão investindo na transmissão de outras modalidades.

As mudanças ocorrem pela exigência de uma audiência em busca de novos produtos e pela possibilidade dos veículos de oferecer novos formatos às marcas, que já estão de olho em eventos como os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara de 2011, os Jogos Olímpicos de 2012 e 2016 e eventos menores de Rúgbi, basquete, circuitos de tênis e natação.

Além de novos formatos e produtos, aproveitar a credibilidade jornalística para agregar valor é uma saída, constata Marcio Lino, diretor da Rádio Eldorado/ESPN. Ele afirma que atrelar jornalismo e esporte atrai não só uma nova audiência, mas uma demanda reprimida do mercado anunciante. "Temos o exemplo do Itaú, que esta com presença muito forte em futebol e investindo em jornalismo, e o Bradesco que investe bastante em jornalismo, mas agora está entrando na área olímpica".
Conrado Nakata, sócio da Bravo Marketing Esportivo, lembra que a mídia brasileira pode aproveitar melhor a variedade esportiva, principalmente nos canais abertos. "O mercado brasileiro ainda esta começando a desenvolver a cultura de investir de forma mais inteligente no esporte. Tanto por parte das marcas, que perceberam que gastar milhões em um clássico na TV nem sempre é a melhor saída, quanto por parte das emissoras, que estão valorizando outras modalidades".

A própria Rádio Eldorado/ESPN já aposta em transmissões de vôlei, tênis, basquete, natação, rúgbi e golfe. A Record transmitiu os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, em 2010, e neste ano transmite o Pan-Americano de Guadalajara. O Portal Terra que também negocia o Brasileirão com o Clube dos 13 e vai transmitir os Jogos Olímpicos de 2012 em dispositivos moveis.

Para Fernando Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios, as empresas já acordaram para o quanto podem ganhar com o esporte de forma completa. "Tirando a questão de direitos de transmissão, que é algo mais complexo, as empresas que patrocinam, já estão colocando dinheiro em coisas novas. Além disso, os próprios meios já estão dando espaço a outras modalidades".

Sobre os direitos de transmissão, Trevisan se refere à recusa da TV Globo de participar da licitação para a transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. Desde 1987, a emissora é detentora dos direitos da competição. Começou pagando US$3,4 milhões, o que hoje está sendo avaliado em R$540 milhões para o triênio. Ao que tudo indica, há chances de movimentação no setor nos próximos anos, o que certamente vai mexer com as emissoras, os anunciantes e os telespectadores. É esperar para ver.

Fonte: Portal IMPRENSA

quarta-feira, 9 de março de 2011

BIG BROTHER BRASIL 11 - A vida longa dos shows de realidade

Por Valério Cruz Brittos e Andres Kalikoske

Em 2010, antes da décima edição do Big Brother Brasil (BBB) estrear, a Globo já havia faturado R$ 67,5 milhões com a comercialização das cotas de patrocínio. Até que o último candidato confinado fosse eliminado, o programa arrecadou R$ 300 milhões. Para a edição de 2011, ainda no ar em sua trajetória final, o faturamento deve ser recorde, de R$ 350 milhões, números excelentes, especialmente para o período de férias, tradicionalmente uma temporada de recuo nos investimentos publicitários, o que este reality show conseguiu alterar.

A mansão de iletrados da Globo também não fez feio na audiência: o primeiro episódio desta décima primeira temporada registrou média de 35 pontos, de acordo com o Ibope, garantindo liderança absoluta no horário. Ainda assim, é uma das mais baixas entre as estreias deste show de realidade. A Record posicionou-se em segundo lugar, com 12 pontos, e o SBT em terceiro, com cinco. Band e RedeTV! apostaram na chamada contra-programação (counter-programming), oferecendo conteúdos alternativos, como esporte e filmes norte-americanos, respectivamente. O bendito fôlego do BBB ainda não foi visto em outros realities, como A Fazenda, da Record, e menos ainda no Solitários, do SBT, que, apesar de possuir uma dinâmica interessante, perde muito por ser exibido totalmente gravado.

Os reality shows são paradigmáticos para o mercado televisivo. Há 15 anos, seria tecnicamente impossível gravar um grupo de pessoas durante o dia todo, através de mais de 30 câmeras, e editar rapidamente o material para ir ao ar na mesma noite. O programa também prejudicou a noção mais sofisticada de programação, consolidada pela Globo nos anos 60, que consiste em exibir um programa diário sempre no mesmo horário e com igual duração. Na academia, provocou uma avalanche de análises teóricas que se esforçam em estudar – e tentar compreender – seu apelo voyeurístico.

Renovação constante

Nos marcos da era da convergência, seu formato também é pioneiro, uma vez que possibilita atuação em diversas mídias, inclusive a internet. Potencial para esta plataforma deslanchar não falta. Recentemente, o uso da internet desbancou a televisão nos Estados Unidos, Europa e China, segundo um estudo promovido com 50 mil usuários, de 16 a 60 anos de idade, em 46 países. Na América Latina, a TV continua sendo o meio mais utilizado, assim como na Ásia, Oriente Médio e África. Isso demonstra que a vida longa dos shows de realidade não tem data para acabar, especialmente considerando seu potencial multimídia.

Em tempos de rápida obsolescência, multiplicam-se as tentativas de prolongamento de atrações como o Big Brother Brasil. Mesmo desvencilhando-se de preconceitos, é facilmente observável que são as gincanas hostis e os corpos sarados, muitas vezes desnudos, que conquistam as audiências durante o verão. O padrão de produção, no caso do BBB, também tem sido uma peça-chave para o sucesso: trata-se de uma narrativa muito similar à praticada pelas novelas, desde os planos de câmera até as maledicências potencializadas no processo de edição.

Artisticamente, o formato holandês adquirido pela Globo – e produzido em regime de co-produção com a Endemol – soube reciclar-se com astúcia. Em primeiro lugar, porque sua exibição ocorre exclusivamente uma vez ao ano, havendo tempo necessário para o telespectador descansar de seu formato. Segundo, por ser um programa que se supera enquanto atração televisiva, com mecanismos de mudança de elevada aleatoriedade. A própria Globo atribuiu às novidades implantadas ao longo dos anos o segredo para sua longevidade. Trata-se de uma produção de custos relativamente baixos, quando comparados a um produto de ficção, embora não apresente potencialidade para redifusão e exportação.

Acesso à internet pode se tornar direito social

Redação Tela Viva

A inclusão digital poderá ser inserida na lista de direitos sociais estabelecida pela Constituição Federal. Esse é o objetivo de uma proposta de emenda à Constituição (PEC 6/11) que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal.

A PEC é uma iniciativa do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que a justifica a medida em razão do precário acesso à internet constatado entre estudantes pobres, negros e moradores de regiões menos desenvolvidas do país.

O parlamentar alega que apesar de registrar avanços em suas redes de telecomunicações, o Brasil ocupava, em 2008, a 69ª posição entre 193 países com acesso à internet no ranking da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Ele completa dizendo o país está bem atrás de países como Austrália, Holanda, Suécia e Islândia, onde 70% a 90% da população se conectam à rede mundial de computadores. Segundo Rollemberg, o Brasil - com apenas 17,2% da população inserida no mundo virtual - também perde para países vizinhos como Argentina (17,8%), Uruguai (20,6%) e Chile (28,9%).

"O pior é que essa média baixa de inclusão digital encobre desigualdades extremas", alerta Rollemberg na justificação da PEC. "O desfrute de muitos direitos do cidadão, como o da informação, o da educação, o do trabalho e o da remuneração digna, depende cada vez mais do acesso às novas tecnologias da informação e comunicações. Daí a necessidade de incluir tal acesso como um direito constitucional", afirma. As informações são da Agência Senado.

Fonte: Tela Viva

sexta-feira, 4 de março de 2011

O poder de uma devassa

Por Marcos Bedendo

As ações de marketing, apesar de cada vez mais embasadas em pesquisas junto aos consumidores, continuam tendo algo de mágico. Por mais que se aumentem as fontes de informação para a tomada de decisão, ao final elas ainda se resumem a uma escolha: um caminho, normalmente sem volta, que é definido pelos estrategistas da marca.

A Devassa fez mais uma dessas escolhas ao anunciar Sandy como sua garota-propaganda para o carnaval de 2011. De tão inusitada, tornou-se alvo de discussões acaloradas entre aqueles que gostaram, os que criticaram e os que admitiram simplesmente não entender.

A associação entre uma marca e um personagem, seja ele real ou fictício, é comum e muito usada para a criação de uma “personalidade de marca”. Ela constrói ou escolhe um porta-voz e incorpora as suas características à sua própria imagem.

A Nike é exemplo de empresa pioneira – não no uso de celebridades – na maneira como incorporou estes atributos à sua marca e também aos seus produtos, transformando-a em sua estratégia global. Ao aproveitar um momento único de expansão da NBA e da cultura norte-americana do basquete ao redor do mundo, a Nike se associou ao seu astro maior, Michael Jordan, um exemplo de sucesso, qualidade, superação, integridade e técnica que a marca incorporou aos seus próprios valores e produtos. Com isso, passou a ser a empresa líder no desenvolvimento de sistemas de amortecimento e propulsão para tênis. E transformou o produto em símbolo desta união: o Nike Air Jordan, um ícone que todo adolescente e jovem adulto, mesmo aqueles que não jogavam basquete, queriam possuir.

O uso de uma personalidade para comunicar seus atributos foi a estratégia que a Devassa escolheu para o lançamento nacional da sua marca em 2010. Ao escolher Paris Hilton, a socialite americana conhecida pelo seu comportamento irresponsável, hedônico, transgressor, surpreendente e inesperado, a Devassa incorporou essas características.

A marca também escolheu o momento do carnaval para iniciar a campanha, o que por si só também incorpora valores de alegria, descontração, festividades e excessos. Ao explorar ao limite a sensualidade em seus anúncios de lançamento, a ponto de ter comunicações proibidas pelo Conar, a cerveja demonstrava que estava em sintonia com a sua personagem e com a época do ano que resolveu se apropriar.

Desta forma passou do total desconhecimento para uma personalidade distinta e facilmente reconhecida: uma cerveja transgressora, moderna, festeira, surpreendente e com atitudes inesperadas. E não seria tão inesperada para uma marca com estas características a contratação de Sandy como garota-propaganda?

“Todo mundo tem um lado devassa”, diz o texto do anúncio. Ou seja, a cerveja está aí para corromper. E quem não é passível de ser corrompido, se até a Sandy, nesta época de carnaval, pode pintar os seus cabelos, tradicionalmente morenos, para ficar “Bem Loura”? “Todo mundo tem um lado descontraído, desencanado, desinibido”, diz a propaganda. Alguma mentira aí?

A imagem de devassidão da Devassa não é tão inatingível quanto a da ex-garota-propaganda. Ela está aí, ao alcance de todos os potenciais consumidores, especialmente nesta época do ano. Neste ponto, as suas associações de marca não são refeitas, apenas reforçadas.

A Devassa parece não ter o poder de investimento suficiente para se manter em alta na mídia durante todo o ano. Mas tem conseguido se apropriar de maneira relevante do momento do carnaval. Roubou a cena das demais cervejarias no ano passado com a Paris Hilton, e o faz novamente este ano com a Sandy.

Ao que parece, a marca ainda tem muito a ganhar com toda a exposição obtida em função de sua nova garota-propaganda. A maneira com que a cerveja transforma até a Sandy em “devassa” faz com que seus valores de marca permaneçam ativos e consistentes na cabeça dos consumidores. E quem sabe, com investimentos mais intensos, a exemplo daqueles feitos pela Nike no passado, esta marca consiga romper a barreira de ser apenas uma “paixão de carnaval”.

Fonte: M&M online

Facebook agora pode valer US$ 65 bilhões

Redação Estadão

A empresa de investimentos General Atlantic é mais nova a investir no Facebook, aumentando a valorização da rede social para US$ 65 bilhões, o que representa um aumento de 30% desde que recebeu seu último investimento em janeiro, de acordo com reportagem da CNBC.

A General Atlantic está negociando um bloco de US$ 2,5 milhões em ações do Facebook que pertenciam a ex-funcionários. O acordo, que ainda não foi fechado e ainda precisa da aprovação do Facebook, garantirá à General Atlantic a participação de 0,1% do Facebook de acordo com a reportagem.

A empresa se negou a comentar. O Facebook não havia respondido o pedido para comentar sobre o caso.

Em janeiro, o Facebook disse ter levantado US$ 1,5 bilhão de investidores, incluindo o Goldman Sachs e a Digital Sky Technologies, além de ofertas privadas de investidores extrangeiros negociadas pelo Goldman Sachs, o que daria ao site uma valorização de US$ 50 bilhões.

O site, que é a maior rede social do mundo, tem mais de 500 milhões de usuários.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 3 de março de 2011

Rollemberg quer acesso à internet como direito constitucional

Redação Telesíntese

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) quer inserir a inclusão digital na lista de direitos sociais estabelecida pela Constituição Federal. PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de sua autoria já está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O argumento de Rollemberg é o precário acesso à internet constatado entre estudantes pobres, negros e moradores de regiões menos desenvolvidas do país.

Apesar de registrar avanços em suas redes de telecomunicações, o Brasil ocupava, em 2008, a 69ª posição entre 193 países com acesso à internet listados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Bem atrás de países como Austrália, Holanda, Suécia e Islândia, onde 70% a 90% da população se conectam à rede mundial de computadores, o Brasil - com apenas 17,2% de sua população, à época, inserida no mundo virtual - também perdia posição em relação aos vizinhos Argentina (17,8%), Uruguai (20,6%) e Chile (28,9%).

"O pior é que essa média baixa de inclusão digital encobre desigualdades extremas", alerta Rollemberg na justificação da PEC."O desfrute de muitos direitos do cidadão, como o da informação, o da educação, o do trabalho e o da remuneração digna, depende cada vez mais do acesso às novas tecnologias de informação e comunicação. Daí a necessidade de incluir tal acesso como um direito constitucional", afirma Rollemberg.

Fonte: Telesíntese

Revista da PUCPR abre chamada para trabalhos acadêmicos

Nesta terça-feira (1), a Revista de Estudos de Comunicação do Curso de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) abre chamada de trabalhos para as edições de 2011. Os textos devem ser submetidos até 28/03/11, on-line, através do sítio www.pucpr.br. Basta clicar em revistas científicas, ir para a Revista de Estudos de Comunicação. Acima do título está localizado o link ‘submissão’. As colaborações podem ser em forma de artigos, resenhas, entrevistas, comunicações científicas, ensaios e reportagens científicas e devem seguir a linha editorial Imagem, Mídia e Práticas Sociais. Os organizadores solicitam, particularmente, o envio de resenhas. Mais informações pelo e-mail teresa.f@pucpr.br.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Record critica Globo e admite negociar em separado

Redação Gazeta Esportiva

A Rede Record, uma das favoritas a vencer a licitação dos direitos de transmissão para os Campeonatos Brasileiros de 2012 a 2014, enviou nesta quarta-feira um comunicado à imprensa no qual critica a forma como a Rede Globo televisionou o futebol brasileiro nos últimos 13 anos e admite também negociar em separado com os clubes, desde que haja transparência e regras claras, ou seja, que vença a melhor proposta.

"O modelo anterior impôs aos clubes o endividamento e a perda sucessiva de seus maiores talentos para outros países. Alguns clubes brasileiros passam meses sem parceiros patrocinadores porque camisas, luvas, bonés e até placas publicitárias são evitadas ou encobertas nas transmissões esportivas. Ainda existem alguns clubes que simplesmente são ignorados durante a temporada e passam semanas sem que seus jogos sejam transmitidos. A proposta do C13 rompe com as obscuras negociações que favoreciam o monopólio e descaracterizavam a concorrência, impondo aos clubes valores e limitações exigidas pelos eternos favorecidos", declarou.

Até agora, Corinthians, Coritiba, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras e Santos anunciaram que não vão conversar com as emissoras interessadas por meio do Clube dos 13, mas de forma independente. A Globo também informou que não vai participar da concorrência liderada pelo diretor executivo da entidade, Ataíde Gil Guerreiro.

A Record expressou preocupação com as críticas feitas ao processo e lembrou que ele foi formulado a partir de uma conversa com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que proibiu cláusulas preferenciais à emissora carioca. A última delas, uma vantagem de 10%, foi retirada na terça-feira.

Apesar de admitir a possibilidade de negociar com os clubes sem passar pela entidade comandada por Fábio Koff, a emissora paulista reforçou o desejo de participar da licitação e lembrou a concorrência pelos Jogos Olímpicos de 2012.

"A Record detém os direitos de transmissão exclusivos dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Fez a melhor proposta e venceu. O mercado publicitário brasileiro, de forma ousada, correspondeu ao investimento da Rede Record e cobriu todos os custos de direitos e transmissão, além de gerar lucros. Parte do pacote olímpico já foi visto com a premiada e pioneira cobertura esportiva dos Jogos de Inverno de 2010, de Vancouver, no Canadá. Prova inequívoca de que a Record quer inovar no esporte, tem apoio do mercado publicitário e retorno expressivo em audiência. Este ano, em outubro, faremos o mesmo com os Jogos Panamericanos de Guadalajara", prometeu.

Veja o comunicado na íntegra:

A Rede Record vem a público expressar preocupação com as reações ao modelo de negociação proposto pelo Clube dos 13. O formato foi desenvolvido como consequência de um acordo entre o Clube dos 13 e o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Pelo que foi acertado, cláusulas que caracterizavam o favorecimento a um monopólio e impediam a participação de outros concorrentes de forma democrática e transparente foram proibidas.

O modelo anterior impôs aos clubes brasileiros o endividamento e a perda sucessiva de seus maiores talentos para outros países. Alguns clubes brasileiros passam meses sem parceiros patrocinadores porque camisas, luvas, bonés e até placas publicitárias são evitadas ou encobertas nas transmissões esportivas. Ainda existem alguns clubes brasileiros que simplesmente são ignorados durante a temporada e passam semanas sem que seus jogos sejam transmitidos.

A carta convite enviada pelo Clube dos 13 contempla uma concorrência transparente, séria, com regras claras. O documento exige propostas entregues em envelopes fechados e pressupõe declarar vencedor aquele que fizer a melhor proposta financeira para todos os clubes. O modelo é semelhante ao estabelecido pelo Comitê Olímpico Internacional para a disputa de direitos dos Jogos Olímpicos. A Record detém os direitos de transmissão exclusivos dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Fez a melhor proposta e venceu. O mercado publicitário brasileiro - de forma ousada - correspondeu ao investimento da Rede Record e cobriu todos os custos de direitos e transmissão, além de gerar lucros. Parte do pacote olímpico já foi visto no Brasil com a premiada e pioneira cobertura esportiva dos Jogos de Inverno de 2010, de Vancouver, no Canadá. Prova inequívoca de que a Record quer inovar no esporte, tem apoio do mercado publicitário e retorno expressivo em audiência.

Este ano, em outubro, faremos o mesmo com os Jogos Panamericanos de Guadalajara.

A proposta do Clube dos 13 rompe com as obscuras negociações que favoreciam o monopólio e descaracterizavam a concorrência, impondo aos clubes valores e limitações exigidas pelos eternos favorecidos.

A Record reafirma o desejo de participar da concorrência do Clube dos 13, se os associados estiverem em acordo e unidos em busca de propostas que ofereçam alternativas para o torcedor brasileiro, melhorem arrecadações e ampliem a possibilidade de surgimento de novos patrocinadores.

Mas se os clubes desejarem uma negociação em separado, optando por outro modelo, a Record também pretende apresentar proposta, desde que as negociações sejam feitas seguindo padrões de transparência e regras claras. Ou seja, com a garantia de que a melhor proposta para a televisão aberta terá preferência.

Esta é a forma que a Record encontra para contribuir com a evolução e o desenvolvimento do futebol brasileiro, proporcionando ao torcedor acesso livre e gratuito ao esporte preferido da nação.

São Paulo, 02 de março de 2011

Fonte: Gazeta esportiva.net

A busca de diretrizes

Por Valério Cruz Brittos e Carine Fekl Prevedello

A televisão é o principal meio de comunicação no Brasil, com mais de 98% de abrangência, sendo a mídia que mais concentra audiência e anunciantes. É, portanto, um meio atuante de maneira decisiva na representação social e na formação de valores. Mas a TV aberta, acessível a toda a população, é atravessada por uma contradição permanente: é um patrimônio público, na medida em que se trata de concessão pública, mas em geral é estabelecida como direito privado, isto é, de exploração econômica. Essa situação gera o seguinte conflito: interesses mercadológicos predominam em um setor de centralidade social e cultural que deveria estar permeado por diretrizes que atendessem ao interesse público. Assim, questiona-se se é possível definir um conceito ou um grupo de temáticas que caracterizem a noção de interesse público na programação da televisão brasileira.

Como premissa inicial, a oposição entre os conceitos de interesse privado e público remete à distinção entre a finalidade intrínseca das atividades e organizações de mercado, isto é, de posse, manutenção e exploração particular, restrito a pessoa ou grupo, e das instituições de interesse público, de atendimento à coletividade. Exatamente por estar associado à pretensão de definir valores coletivos, o conceito de interesse público encontra uma série de resistências em nível de definição teórica, amplificadas quando envolvem uma área sensível como a comunicação demarcada por subjetividades em todas as fases de seu processo.

Impessoalidade, moralidade, publicidade e legalidade

A regulamentação de radiodifusão dos Estados Unidos, na primeira metade do século 20, e a consolidação da BBC são reconhecidas como antecedentes históricos da experiência concreta de organização da área de Comunicação, o segundo caso contemplando fortemente a dimensão do interesse público. Entre os fatores fundamentais relacionados à experiência britânica – um exemplo que permanece modelo de referência –, estão a instalação do serviço público televisivo antes da permissão para exploração às empresas privadas, por uma compreensão cultural dos serviços de Comunicação como de interesse público, assim como o modelo de financiamento público, através das licenças pagas pela audiência.

No Brasil, as reflexões da área do Direito associam o conceito de interesse público aos princípios norteadores da administração pública, previstos na Constituição Federal, e à utilidade pública como característica das entidades às quais se aplicariam as previsões relacionadas ao interesse público, considerando-se os serviços de comunicação como um direito humano. Os princípios da impessoalidade, moralidade, publicidade e legalidade, instituídos constitucionalmente, estão contemplados nas organizações públicas com maior autenticidade, por não atenderem a interesses particulares e a finalidades lucrativas, mas sim, a funções de: a) resguardo de valores coletivos, como a promoção da cultura e da ciência, no caso das universidades; b) controle público, na medida em que atendem à prestação de contas pública ou a Conselhos e ainda estão sujeitas às penalidades legais advindas do mau uso de recurso público; e c) publicidade de atividades ligadas a entes públicos.

Metas a serem perseguidas

O posicionamento da Comunicação como serviço público também está embasado na associação dos direitos sociais e culturais com a essencialidade do direito à comunicação, à informação e à cultura para o exercício da cidadania na contemporaneidade. Isso pode ser facilmente identificado nas funções de publicização das campanhas governamentais de saúde, educação e saneamento, assim como de divulgação de estratégias para valorização das peculiaridades regionais e integração cultural, atividades primordiais desenvolvidas pelos meios de comunicação na promoção da diversidade e do acesso à informação.

Define-se, portanto, como ponto de partida, a necessidade de compreensão das emissoras ligadas a instituições públicas e estatais como pressuposto para a atenção ao interesse público. Compreende-se, a partir daí, a viabilidade para se iniciar um debate sobre as diretrizes que definiriam esse conceito na programação da TV brasileira, passando, obrigatoriamente, pelas noções de compromisso com a prestação de um serviço público, e com a promoção de valores da cidadania, dos direitos humanos e da representatividade regional. São metas a serem permanentemente perseguidas, desde já se reconhecendo tal caminho como uma trilha primeira, que não se esgota sem discutir o papel social dos meios privados e como o serviço público pode desenvolver-se em instituições não estatais.

As "fazendas de conteúdos" e a polêmica sobre o lixo informativo na internet

Por Carlos Castilho

A mais recente praga informativa na internet tem um nome curioso: “fazenda de conteúdos”, tradução literal do inglês content farm. O nome foi escolhido porque na verdade trata-se de páginas web com grande quantidade de artigos, geralmente maquiados de outras fontes, que por seu conteúdo popularesco atraem muitos leitores e por conseqüência também a publicidade.

O fenômeno cresceu tanto que o sistema de buscas Google resolveu alterar o seu mecanismo de classificação de páginas indexadas, atendendo às reclamações de milhares de internautas contrariados com a alta incidência de lixo informativo no topo da lista de resultados.

Também chamadas de “jornalismo McDonald´s”, as “fazendas” publicam artigos de jornalistas free lancers sem prestar muita atenção ao conteúdo e sim ao índice de visitação de internautas. Quanto mais visitas, maior o pagamento, que na esmagadora maioria dos casos não passa dos 30 ou 40 dólares por artigo. Um mesmo autor chega a produzir até 20 textos por dia. Os temas são menos importantes que a sua capacidade de atrair leitores.

A mais famosa “fazenda de conteúdos” é o site Demand Media, especializado em artigos curtos tipo “faça você mesmo” ou “como as coisas funcionam”. Outros sites muito visitados são o High Gear Media, especializado em temas automobilísticos e o Bleacher Report, só de esportes. Todos eles com audiências acima de 50 milhões de visitas mensais, cada.

A receita para tanta procura é simples. Todos os textos são formatados de maneira a ocupar os primeiros lugares nas listas de sites produzidas pelo Google, sempre que o usuário faz uma busca na internet.

Os sites, também apelidados de jornalismo fast food, conseguem identificar quais os critérios usados pelo mecanismo de buscas para classificar resultados e com isto produzem textos sob medida, que sempre aparecem no topo das listas de sites relacionados aos temas procurados.

Eles têm também uma lista de colaboradores cadastrados, e sempre que identificam um tema popular encomendam textos para vários autores. O que chegar primeiro é publicado, salvo nos casos em que o free lancer já conseguiu algum status por conta de preferências demonstradas pelo público em textos anteriores.

No início o sistema contou com a cumplicidade do Google porque este era indiretamente beneficiado; mas depois, com o acúmulo do lixo informativo nas listas de resultados, os interessados em buscas na web começaram a ficar cada vez mais irritados com a avalancha do que que foi classificado como “pseudo-jornalismo”. No fim de fevereiro, a empresa Google resolveu mudar o seu sistema de classificação, cedendo à pressão de seus usuários.

O modelo das “fazendas de conteúdos” não é novo. Na verdade ele foi copiado de revistas populares impressas, de programas de rádio e de televisão, geralmente em auditórios. A receita é a mesma: identificar o que o leitor gosta, identificar quem pode atender esta demanda, contratá-lo, buscar patrocinadores e oferecer o serviço para consumo do público.

A novidade da versão online é que o sistema está sendo apontado por alguns pesquisadores da imprensa — como o jornalista e escritor norte-americano James Fallows — como um estudo de caso para a sobrevivência do jornalismo na internet. Fallows, autor do famoso artigo How to Save the News, não defende as “fazendas de conteúdos” como a fórmula ideal, mas acha que no sucesso de sites como o Demand Media, existem elementos que podem ser usados para desenvolver um novo modelo de negócios para a imprensa no meio virtual.

O problema, no entanto, não parece estar tanto na fórmula, mas principalmente na maneira como os profissionais do jornalismo se relacionam com o público virtual. Não se trata mais de descobrir uma fórmula mágica, mas de criar interatividade com o internauta. Uma interatividade que contemple tanto as audiências de massa como os nichos de interesse jornalístico, já que é cada vez mais evidente que não haverá apenas um modelo de negócios para o jornalismo na web.

Fonte: Observatório da Imprensa