terça-feira, 9 de agosto de 2011
Projeto quer fim da publicidade infantil na TV das 7h às 22h
As regras para publicidade infantil podem sofrer uma drástica modificação em breve. Corre na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL 702/2011) que restringe a veiculação desse tipo de ação na TV - aberta e fechada - entre 7h e 22h, ou seja, o dia todo.
O texto foi ideia do deputado Marcelo Matos (PDT/RJ) e pede alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em sua justificativa, Matos diz reconhecer que o progresso da TV criou no Brasil um dos maiores e mais criativos mercados publicitários do mundo, mas também aumentou a quantidade de campanhas direcionadas ao público infantil. "Temos observado a proliferação de denúncias apresentadas por pais e órgãos de defesa do consumidor contra propagandas que exploram a credulidade infantil mediante o emprego de imperativos – ainda que velados – de indução ao consumo desmedido", afirma.
"Em determinadas circunstâncias, essa situação pode gerar graves conflitos familiares. Aproveitando-se da crescente influência das crianças sobre as decisões de consumo das famílias, muitas agências de publicidade focam o público infantil como principal alvo de suas campanhas, causando uma incômoda situação de coação moral sobre os pais, que se veem pressionados a comprar produtos considerados desnecessários", continua. "Mais crítico ainda é o caso das propagandas de alimentos com alto teor de açúcar e gordura, que inegavelmente contribuem para a elevação dos índices de obesidade precoce no Brasil."
É o caso da última representação do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) em relação a uma propaganda do McDonald’s. Em junho, as duas instituições foram protagonistas de uma polêmica por conta das declarações do Conar sobre as reclamações do Alana, se referindo ao instituto como uma bruxa "que odeia criancinhas".
Na ocasião, o Adnews conversou com a advogada e coordenadora-geral do Criança e Consumo, Isabella Henriques, segundo a qual, o Conar tinha colocado sua legitimidade em xeque por causa das opiniões de Enio Basílio Rodrigues, relator do caso McDonald’s. "Sem dúvida nenhuma o Conar deve repensar sua forma de atuação, porque se quer ser uma instituição que toma conta da ética da publicidade do país, deveria cuidar de seu próprio modelo", comentou.
O deputado Matos também diz, no texto do projeto, que o Conar não é suficiente para atender à demanda do mercado. "No Brasil, embora haja um sistema de autorregulamentação publicitária que prevê limites à propaganda infantil, o mercado ainda não está suficientemente maduro para que possamos abrir mão de uma legislação mais restritiva em relação à matéria, pois a ação do Conar não tem sido suficientemente efetiva para evitar os abusos praticados pelos anunciantes."
Fonte: Adnews
terça-feira, 19 de abril de 2011
REGULAÇÃO EM DEBATE - Propaganda, estratégias e controle
Por Valério Cruz Brittos e Francine Bandeira
"Uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade." Foi pensando assim que a propaganda nazista do ditador Adolph Hitler, desenvolvida com a colaboração direta de Joseph Goebbels, dono da frase, prosperou durante 12 anos. A propaganda sugere ideias que, aos poucos, podem modificar a conduta, as escolhas e até as convicções filosóficas ou religiosas. A propaganda é elemento vital da política e da ideologia, sendo a arte de convencer pela palavra antiga. Antes mesmo de Lênin e Trotski, houve líderes que reconheceram a importância da propaganda política, como Napoleão Bonaparte.
Os nazistas acreditavam que a propaganda era essencial para disseminar sua ideologia. A maioria da propaganda na Alemanha foi produzida pelo Ministério da Conscientização Pública e Propaganda. Goebbels, peça fundamental na difusão do nazismo, foi encarregado desse Ministério logo após a tomada do poder por Hitler, em 1933. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que ludibriavam a população com promessas de um mundo melhor através da supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos panfletários em favor do nazismo.
No século 20, os três suportes da propaganda tradicional – a imagem, a escrita e a palavra oral – foram expandidos. O grande meio de comunicação, na época da ascensão do nazismo, era o rádio. Hitler aumentou a potência e a quantidade de transmissores e receptores, realizou audições comunitárias, com alto-falantes nos postes, para que deixasse de ser hipnotizado pela palavra do führer. Leni Riefenstahl, através da arte politizada no cinema, estabeleceu uma nova linguagem do audiovisual.
A força da propaganda
Se, naquele tempo, com os recursos insuficientes da primeira metade do século 20, toda essa alegoria comunicacional foi feita, comparando com o momento atual, a era da comunicação globalizada, dos meios de comunicação de massas em tempo real, o impulso publicitário pode fazer muito mais com a população quando esta pode receber mensagens de modo segmentado e até individualizado, recriando-as, a partir da lógica dos produtores, o que, por isso, não elimina o caráter massificado do modelo que impera no sistema comercial.
A análise do nazismo mostra que o esquema interno da propaganda política foi construído através da união de técnica, arte e ideologia. Ao condenar-se com veemência esse momento sangrento da história, deve-se admitir que foram Hitler e Goebbels, seu braço direito e ministro, que obtiveram com maior sucesso os resultados das técnicas usadas para o controle de opinião pública. Hitler usou a propaganda com insistência para unificar o país que fora retalhado pelo Tratado de Versalhes, identificando e classificando o que considerou seus inimigos comuns. O êxito dele foi uma enorme perda para a sociedade alemã e mundial.
O principal em toda campanha de propaganda é a permanência do conceito unida à multiplicidade de apresentação. Mesmo com todo o aparato técnico e criativo, Hitler, felizmente, não atingiu seu objetivo, o que não foi por responsabilidade da propagada. Portanto, neste momento em que, no Brasil, se discute um marco regulatório para as comunicações, é importante que se tenha reafirmada a força da propaganda, devendo ela também estar sob controle social, para que, por consequência, esteja a serviço da democracia e da solidariedade, de forma que ditaduras e barbáries fiquem cada vez mais distantes.
Fonte: Observatório da Imprensa
sexta-feira, 4 de março de 2011
O poder de uma devassa
As ações de marketing, apesar de cada vez mais embasadas em pesquisas junto aos consumidores, continuam tendo algo de mágico. Por mais que se aumentem as fontes de informação para a tomada de decisão, ao final elas ainda se resumem a uma escolha: um caminho, normalmente sem volta, que é definido pelos estrategistas da marca.
A Devassa fez mais uma dessas escolhas ao anunciar Sandy como sua garota-propaganda para o carnaval de 2011. De tão inusitada, tornou-se alvo de discussões acaloradas entre aqueles que gostaram, os que criticaram e os que admitiram simplesmente não entender.
A associação entre uma marca e um personagem, seja ele real ou fictício, é comum e muito usada para a criação de uma “personalidade de marca”. Ela constrói ou escolhe um porta-voz e incorpora as suas características à sua própria imagem.
A Nike é exemplo de empresa pioneira – não no uso de celebridades – na maneira como incorporou estes atributos à sua marca e também aos seus produtos, transformando-a em sua estratégia global. Ao aproveitar um momento único de expansão da NBA e da cultura norte-americana do basquete ao redor do mundo, a Nike se associou ao seu astro maior, Michael Jordan, um exemplo de sucesso, qualidade, superação, integridade e técnica que a marca incorporou aos seus próprios valores e produtos. Com isso, passou a ser a empresa líder no desenvolvimento de sistemas de amortecimento e propulsão para tênis. E transformou o produto em símbolo desta união: o Nike Air Jordan, um ícone que todo adolescente e jovem adulto, mesmo aqueles que não jogavam basquete, queriam possuir.
O uso de uma personalidade para comunicar seus atributos foi a estratégia que a Devassa escolheu para o lançamento nacional da sua marca em 2010. Ao escolher Paris Hilton, a socialite americana conhecida pelo seu comportamento irresponsável, hedônico, transgressor, surpreendente e inesperado, a Devassa incorporou essas características.
A marca também escolheu o momento do carnaval para iniciar a campanha, o que por si só também incorpora valores de alegria, descontração, festividades e excessos. Ao explorar ao limite a sensualidade em seus anúncios de lançamento, a ponto de ter comunicações proibidas pelo Conar, a cerveja demonstrava que estava em sintonia com a sua personagem e com a época do ano que resolveu se apropriar.
Desta forma passou do total desconhecimento para uma personalidade distinta e facilmente reconhecida: uma cerveja transgressora, moderna, festeira, surpreendente e com atitudes inesperadas. E não seria tão inesperada para uma marca com estas características a contratação de Sandy como garota-propaganda?
“Todo mundo tem um lado devassa”, diz o texto do anúncio. Ou seja, a cerveja está aí para corromper. E quem não é passível de ser corrompido, se até a Sandy, nesta época de carnaval, pode pintar os seus cabelos, tradicionalmente morenos, para ficar “Bem Loura”? “Todo mundo tem um lado descontraído, desencanado, desinibido”, diz a propaganda. Alguma mentira aí?
A imagem de devassidão da Devassa não é tão inatingível quanto a da ex-garota-propaganda. Ela está aí, ao alcance de todos os potenciais consumidores, especialmente nesta época do ano. Neste ponto, as suas associações de marca não são refeitas, apenas reforçadas.
A Devassa parece não ter o poder de investimento suficiente para se manter em alta na mídia durante todo o ano. Mas tem conseguido se apropriar de maneira relevante do momento do carnaval. Roubou a cena das demais cervejarias no ano passado com a Paris Hilton, e o faz novamente este ano com a Sandy.
Ao que parece, a marca ainda tem muito a ganhar com toda a exposição obtida em função de sua nova garota-propaganda. A maneira com que a cerveja transforma até a Sandy em “devassa” faz com que seus valores de marca permaneçam ativos e consistentes na cabeça dos consumidores. E quem sabe, com investimentos mais intensos, a exemplo daqueles feitos pela Nike no passado, esta marca consiga romper a barreira de ser apenas uma “paixão de carnaval”.
Fonte: M&M online
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Emissora de TV da Malásia é multada por veicular anúncio com música natalina
A Comissão de Comunicações da Malásia multou o canal TV3 por exibir um anúncio muçulmano com música natalina. O órgão alegou que a emissora insultou e humilhou o Islã, que terá que pagar multa no valor de 50 mil ringgit (cerca de R$ 26.915 mil), a mais alta pela infração.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o anúncio foi veiculado em setembro, mês do Ramadã e considerado sagrado pelos muçulmanos. As imagens mostravam um homem de cabelos grisalhos levando crianças a uma terra de fantasia. Os personagens apareciam voando, em uma situação parecida com a história do Papai Noel.
A TV3 retirou o vídeo do ar e pediu desculpas pelo episódio.
Em janeiro de 2009, o governo da Malásia havia permitido o jornal católico The Herald de usar a palavra "Alá" como tradução para "Deus". Anteriormente, a publicação tinha sido proibida de circular no país usando essa referência.
E nesta semana, a rádio pública National Public Radio (NPR), dos EUA, demitiu o comentarista Juan Williams por ter feito declarações controversas sobre muçulmanos durante o programa "The O´Reilly Factor", da Fox News. A emissora afirmou que as opiniões de Williams são "incompatíveis" com suas práticas editoriais e "afetam a credibilidade de seu trabalho".
Fonte: Portal IMPRENSA
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Dilma terá 10 minutos do horário eleitoral; Serra, 7 e Marina, 1
Por Carol Pires, de Brasília
A coligação “Para o Brasil seguir mudando”, da candidata do PT à Presidência, Dilma Rouseff, terá 10 minutos e 38 segundos de cada um dos dois blocos de 25 minutos do horário eleitoral gratuito que irá ao ar a partir do próximo dia 17, terça-feira, na TV e no Rádio.
O horário eleitoral funciona como uma espécie de vitrine dos presidenciáveis para o eleitorado, que se informa, na maioria, por meio da TV e do Rádio. As inserções ocorrerão sempre às terças, quintas e sábados até 30 de setembro. O tempo de TV e Rádio de cada coligação foi divulgado nesta quinta-feira, 12, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
José Serra (PSDB), da coligação “O Brasil Pode Mais”, ficou com o segundo maior tempo do horário: sete minutos e 18 segundos. Marina Silva, do PV, terá um minuto e 23 segundos. O PSOL, do candidato Plínio de Arruda Sampaio, terá um minuto e um segundo.
Os demais cinco candidatos à Presidência terão 55 segundos de tempo na TV e no Rádio. São eles: Rui Costa Pimenta (PCO), José Maria de Almeida (PSTU), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Ivan Pinheiro (PCB).
A ordem de aparição dos candidatos no horário eleitoral foi definida por sorteio, no início do mês, pelo Tribunal Superior Eleitoral, e ficou assim, seguindo do primeiro ao último: José Serra, Plínio de Arruda Sampaio, Rui Costa Pimenta, José Maria de Almeida, Dilma Rousseff, José Maria Eymael, Levi Fidelix, Marina Silva e Ivan Pinheiro.
Fonte: Estadão