quarta-feira, 28 de julho de 2010
Receita suspende tributos para empresas que cumprirem projetos da Copa
Por Fabio Graner e Adriana Fernandes
BRASÍLIA - A medida que suspende a cobrança de impostos na aquisição de bens e serviços utilizados na construção, ampliação, reforma ou modernização de estádios de futebol com vistas à Copa do Mundo de 2014, provocará uma renúncia fiscal de R$ 350 milhões até o ano da Copa. Só para 2010, a estimativa de renúncia é de R$ 35,1 milhões. A informação foi dada nesta quarta-feira, 28, pelo subsecretário de Tributação da Receita Federal, Sandro Serpa.
A medida, que consta da Medida Provisória 497, publicada nesta quarta-feira, 28, no Diário Oficial, suspende a cobrança de PIS/Cofins e IPI (tanto no mercado interno quanto vinculado à importação) e Imposto de Importação nos bens adquiridos pelas empresas que tiverem seus projetos para os estádios da Copa do Mundo aprovados pelo Ministério dos Esportes e se habilitarem na Receita Federal no programa chamado Recom (Regime Especial de Tributação para Construção, Ampliação, Reforma ou Modernização de Estádios de Futebol).
A opção do governo pela suspensão dos tributos, segundo Serpa, ocorreu porque, caso as empresas não cumpram os projetos apresentados, os tributos serão recolhidos. Operacionalmente, para obter o benefício, a empresa que for comprar os bens ou serviços apresentará para seu fornecedor o documento do Recom e adquirirá o produto sem os impostos. O vendedor, por sua vez, usa o documento para não recolher os tributos para a Receita e não perde o direito ao crédito tributário gerado pelos impostos recolhidos na compra dos insumos utilizados para a fabricação dos bens que forem vendidos aos executores dos projetos.
Outra medida que consta da MP 497 altera o regime de subvenção governamental para pesquisa científica. A iniciativa vai gerar uma renúncia fiscal neste ano de R$ 67,6 milhões. A alteração é a seguinte: o governo tributava com Imposto de Renda, PIS/Cofins e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) o dinheiro recebido do governo pelas empresas que fazem pesquisa se estes recursos não fossem utilizados no mesmo ano em que foi dada a subvenção. Isso ocorria porque o desenho da lei não permitia que a Receita fizesse a distinção dos recursos e, se eles não fossem totalmente utilizados no mesmo ano, acabavam sendo tributados, ainda que, nos anos seguintes, o benefício fosse recuperado. Agora, o novo formato prevê que desde o início esse dinheiro não entrará na base de cálculo dos impostos a serem recolhidos pelas empresas de tecnologia. "A medida vai melhorar o fluxo de caixa das empresas", afirmou Sandro Serpa.
A Medida Provisória 497 também promoveu alterações no sistema de drawback, em que exportadores compram insumos com suspensão de impostos. A nova regra visa a reduzir a acumulação de crédito tributário pelos exportadores, o que, na prática, significa uma melhora no estoque de capital de giro das empresas.
A medida permite que as empresas que estejam no regime drawback isenção possam, depois de comprar insumos pagando imposto e gerando crédito tributário, fazer uma segunda aquisição de insumos e matérias-primas, no mercado interno ou externo, já com a suspensão dos tributos. Com isso, reduz-se a acumulação de créditos tributários, o que significa mais dinheiro disponível para as companhias exportadoras.
Ainda neste tema, a nova legislação permite que os exportadores possam comprar produtos no mercado interno equivalentes aos importados dentro do regime de drawback sem que isso leve a sanções por parte da Receita.
O subsecretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita, Fausto Coutinho, deu um exemplo para explicar o benefício: a empresa produz sacos plásticos e fez um contrato de venda de mil produtos ao exterior. Para tanto, importou mil lotes de insumo utilizado na produção desses sacos plásticos, com suspensão de imposto previsto no drawback. Mas houve no meio do caminho uma demanda interna e ele vendeu metade desses produtos no mercado brasileiro. Para cumprir o contrato, porém, ele precisou comprar mais 500 lotes do insumo no mercado interno e produzir mais 500 sacos plásticos para exportar. Antes, tal situação geraria fiscalização da Receita e sanções, que levavam a disputas judiciais entre o Fisco e o contribuinte. Agora, os insumos comprados no mercado externo e interno serão tratados como "equivalentes" (ou seja, tem mesma qualidade, quantidade e valor), sem gerar sanções para as empresas. Coutinho ressaltou que a parcela que foi destinada ao mercado interno não contará com isenção de impostos. "Trata-se de uma desburocratização", afirmou.
Fonte: Estadão
terça-feira, 27 de julho de 2010
O espetáculo das grandes corporações
A Copa do Mundo é o segundo maior evento esportivo do planeta, atrás apenas dos Jogos Olímpicos. Organizada pela entidade máxima da área, a Federação Internacional de Futebol (Fifa), desde 1930 e de quatro em quatro anos, a Copa do Mundo tornou-se um espetáculo que movimenta bilhões de dólares, ao midiatizar produtos e explorar exaustivamente todas as formas de marketing e comercialização.
Acredita-se que por detrás das paixões futebolísticas sempre esteve presente a especulação financeira e a agiotagem, passando por cartalogens e corrupções, as quais, nos dias de hoje, já nem são consideradas de tal forma, tamanha é a liberdade de mercado e a falta de qualquer regulação neste meio. Ao mesmo tempo, a importância deste espetáculo hoje é muito maior do que no passado, já que a televisão o torna efetivamente mundial.
Os patrocinadores das seleções pagam caro à Fifa pelo direito de exclusividade para a exibição de suas marcas e obtêm sucesso. Em 2010, a entidade abriu 2.500 processos ao redor do mundo para proteger a marca da Copa, fechando o cerco e delimitando os espaços. Nesta Copa da África, os vendedores locais sequer tiveram seus direitos de comercialização garantidos, por não venderem produtos pertencentes às grandes corporações em questão.
Fatos como estes revelam o poder arbitrário da Fifa e demonstram quem realmente lucra, não importando o local de realização do evento. Aliás, fica bem claro que o comércio local sofre perseguição e tem suas ambições delimitadas pelo mercado do futebol. Tal procedimento deve-se não só à expectativa de faturamento nos estádios e arredores, mas também devido à busca de imagens somente das marcas e produtos dos patrocinadores, o que implica eliminar a possibilidade de concorrentes serem captados por fotógrafos e cinegrafistas.
Lucros e perdas
As seleções eliminadas precocemente na competição tiveram seus contratos de imagem rompidos com os patrocinadores e sofreram pressão, inclusive de veto e escolha de jogadores, como tem sido denunciado. Fato tão comum que não deveria causar espanto. É emblemático o caso do jogador Ronaldo Nazário, até então conhecido como "Ronaldinho", que na Copa de 1998 teria sido escalado mesmo estando doente, supostamente por pressão dos patrocinadores, que teriam exigido que o jogador estivesse presente na final da competição.
Por todo este panorama traçado e acontecimentos exemplificados, pode-se delinear que em 2014 haverá uma disputa ainda mais acirrada entre as grandes corporações, já que os capitais buscam crescentemente ampliar seu espaço. A Copa realizada no Brasil irá gerar uma especulação ainda maior, conectando-se interesses econômicos e políticos. Ambos, ao fim, passam pelo interesse midiático, como praticamente tudo na formação social contemporânea.
Quem lucra enormemente com as Copas, independentemente do país-sede, é a entidade máxima do futebol, as grandes empresas (que têm o seu lucro multiplicado) e os governantes locais (cujos dividendos políticos resultam em exponencial aumento da capacidade eleitoral sua e de seus aliados). Quem perde é a população local, que paga caro para observar um circo muito bem planejado e que sustenta a paixão e os sentimentos das populações pelo futebol, uma verdadeira febre com claras dimensões midiáticas.
Fonte: Observatório da Imprensa
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Após reunião com governantes, Teixeira diz querer abertura da Copa-2014 em São Paulo
MARIANA BASTOS
A reunião entre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o governador de São Paulo, Alberto Goldman, e o prefeito Gilberto Kassab não definiu qual será o estádio paulista para a Copa do Mundo de 2014 mas deixou evidente o desejo de a abertura do Mundial ser na capital paulista.
Após o encontro que terminou no início da tarde desta quarta-feira, a conclusão foi que São Paulo terá uma participação importante, só não ficou definido em qual Arena (Morumbi, Pacaembu, Piritubão ou Palestra).
"Estamos imbuídos do espírito de trazer a abertura para São Paulo. Não falou-se objetivamente de estádio, mas genericamente do assunto", disse o presidente da CBF. "Desejo que São Paulo tenha uma grande participação em 2014", completou.
O governador do Estado também disse que São Paulo continua na disputa para sediar o jogo de abertura do Mundial-2014. "Vamos trabalhar, agora, e se empenhar para nas próximas semanas viabilizar a abertura em São Paulo. Como São Paulo já é uma sede definida, vamos estudar as alternativas que possam existir", disse Goldman.
Governador e prefeito garantiram que toda estrutura de São Paulo deve ser utilizada pela população e que não haverá dinheiro público envolvido, seja qual for o projeto escolhido.
Mais cedo, em entrevista à Rádio CBN, Goldman descartou a possibilidade de utilizar o Piritubão como estádio da capital paulista na Copa do Mundo de 2014.
"A questão de Pirituba é algo absolutamente fora de cogitação. Nós não temos condições de estabelecer uma data em que um empreendimento daquele possa ser colocado de pé", falou. "Que São Paulo faça todos os investimentos que tenha que fazer e que possam ser permanentes, que possam servir ao conjunto da população, não que sejam de um dia ou um mês. Pirituba está fora de cogitação."
O governador também disse que ainda vai insistir na possibilidade de utilizar o Morumbi, que foi descartado pela Fifa e pela CBF no mês passado por falta de garantias.
"São Paulo vai insistir no projeto do Morumbi. Em primeiro lugar, vamos insistir para a que abertura seja em São Paulo. Teremos que ter jogos da Copa do Mundo aqui, e com Brasil jogando na primeira fase em São Paulo", afirmou Goldman.
Fonte:Folha.com
terça-feira, 20 de julho de 2010
O jornalismo está doente
Há um texto que trata de relatos jornalísticos – cuja leitura deveria ser mais difundida entre os profissionais e estudantes da área – que, ao referir-se à narrativa jornalística, afirma que a ela "faz falta o juízo, a mais exímia qualidade do intelecto, para que, por meio dele, as coisas dignas de crédito sejam separadas dos rumores infundados que se fazem correr: as leves suspeitas e as coisas e ações diárias sejam separadas das coisas públicas e daquelas que merecem ser contadas. Este juízo faltou em outros tempos, sobretudo aos monges, assim como a muitos escritores, ou seja, aos autores das crônicas, e também falta frequentemente aos redatores de periódicos quando procuram falar de banalidades e minúcias e omitem o que seria útil e fácil de ler, envernizam com documentos o que ouviram dizer por outros e, por fim, quando não têm coisas exatas, fazem passar por história as suspeitas e conjecturas dos outros".
Esse comentário, extraído de oportuna tradução de Paulo Rocha Dias, poderia ser aplicado a boa parte das coberturas jornalísticas de hoje. Entretanto, ele foi escrito em 1690 por Tobias Peucer e faz parte da primeira tese sobre jornalismo de que se tem notícia.
Os rumores infundados, os fatos que não merecem ser contados, a omissão do útil, a imprecisão dos relatos e outras impropriedades que impedem o bom jornalismo puderam ser testemunhadas por todos aqueles que acompanharam a cobertura televisiva da Copa do Mundo de futebol vencida pela Espanha. Foi possível constatar que as emissoras de televisão não preparam os seus enviados para fazer uma cobertura jornalística competente, apesar de todas as equipes se auto-intitularem de "jornalismo esportivo". Faltou pesquisa, curiosidade, empenho e coordenação à maioria delas.
Jargões sem nexo
Boa parte dos repórteres e narradores demonstrou não ter conhecimento da organização política da África do Sul e, por isso mesmo, não conseguiu identificar as suas capitais (Cidade do Cabo, Pretória e Bloemfontein). Johannesburg foi informada a milhões de espectadores brasileiros como sendo a cidade que centraliza todos os poderes políticos constituídos do país. A tardia retificação foi feita fora de contexto e, possivelmente, talvez tenha passado desapercebida.
As referências à cultura sul-africana foram lamentavelmente pobres. A maioria dos jornalistas de televisão concentrou comentários e informações em costumes locais sem contextualizar a formação dessas práticas, mas fazendo comparações indevidas com paradigmas de procedência estranha às onze etnias da África do Sul. O polígamo presidente Jacob Zuma, da etnia zulu, por exemplo, foi inspiração para muitas piadas dos comunicadores brasileiros, que ofereceram aos telespectadores uma visão distorcida da organização social e formação étnica das várias nações daquele país.
A contextualização também esteve ausente quando foram tratados os problemas sociais dos sul-africanos. Alguns profissionais parecem não ter arredado pé do hotel em que se hospedavam e do centro de imprensa. Pela exaltação ao fim do apartheid feita por alguns jornalistas, parece que negros e brancos convivem em perfeita harmonia no país; que os problemas de violência foram solucionados e que a educação é direito de todos.
Para a maioria das emissoras, principalmente para os canais abertos, o fato jornalístico relacionado à Copa do Mundo ficou restrito às partidas de futebol. Algumas matérias desses canais cumpriram a aventura de falar (superficialmente) sobre certos dados periféricos ao jogo, mas nada que viesse aprofundar o conhecimento do telespectador em relação a um mundo que não faz parte de seu horizonte.
Os equívocos desse "jornalismo esportivo" não ficaram somente na falta de conhecimento e de sensibilidade dos profissionais. Ele se agravou com a substituição de jornalistas por jogadores e ex-jogadores que foram elevados (ou rebaixados) à categoria de "comentaristas esportivos". Alguns desses novos cronistas, efetivados na função, tentam criar jargões e os repetem à exaustão: "É brincadeira"; "É um cracaço"; "Está na minha seleção"; "Deu de três dedos". A inclusão de um ou mais desses jargões nas falas ocorre, em boa parte das vezes, sem o menor nexo com o tema. Encobre a falta de repertório linguístico e raciocínio lógico.
Alguns trabalhos salvaram o jornalismo
Para valorizar a presença do ex-atleta como comentarista ou repórter foram criados codinomes que lembram a sua passagem pelos campos ou qualificam a sua atuação nessa nova função: "o craque Fulano"; "Sicrano show", "Beltrano, o completo" e outras individualizações desnecessárias à profissão. Ao contrário do que se justifica, a presença dessa nova geração em nada contribui para a cobertura jornalística do fato porque os seus comentários são redundantes à narração e à imagem, pois não extrapolam a jogada. Na falta de lances dúbios, que são os verdadeiros motivos da existência desses comentaristas durante as transmissões dos jogos, são forçadas situações para levantar hipóteses e gerar polêmicas. Essas situações tipificam as banalidades e minúcias de que falava Peucer. Em outras palavras, esse tipo de cobertura não é considerado jornalismo desde o final do século 17.
E o jornalismo, depois da Copa, não ficou impune. Alguns desses olimpianos do esporte promovidos a jornalista permanecerão na tela. Na avaliação das emissoras, eles conseguiram cooptar o público, mesmo construindo frases como: "Quando eu era jogador eu se esforçava...."; "A gente fizemos muitos treinos..." e outras construções linguísticas semelhantes.
Mas a cobertura da Copa não ficou, felizmente, restrita a essas barbáries. Em meio a toda banalização do jornalismo, surgiram algumas boas matérias. Uma entrevista feita em Orânia – uma pequena cidade habitada somente por brancos – foi emblemática como referência ao preconceito racial que ainda existe na África do Sul. O bom jornalismo também foi marcado por entrevistas com um guia do Museu do Apartheid e um membro da Igreja Reformada Holandesa, que apoiou a segregação e hoje é um dos baluartes em favor da convivência pacífica entre brancos e negros. Matérias sobre o Soweto: com lideranças comunitárias desse distrito negro; com líderes (brancos e negros) da luta contra o apartheid, ajudaram a salvar o jornalismo transmitido pela televisão durante a Copa. E foram feitas por jornalistas de profissão.
Aprovação bem-vinda
O saldo da cobertura revela que o jornalismo está enfermo. E a enfermidade parece estar agravada por uma profunda crise de identidade. Em determinados programas o doente satisfaz a máxima atribuída a César: "Ad populum panis et circensis." Em outros, transforma o "jornalista" em bufão do Império Bizantino, levando-o a usar máscaras, perucas e a imitar olimpianos. Esses "profissionais" não dominam a ética do carpinteiro a que se referiu Cláudio Abramo, portanto não sabem exatamente o papel que exercem. Por vezes parecem adotar a teoria do espelho atuando como um mediador desinteressado, mas jamais conseguirão entender a teoria do newsmaking porque não dominam a dimensão do fato jornalístico e se comportam como se fossem eles a própria notícia. A inconsistência do jornalismo praticado na cobertura da Copa pela maioria das emissoras não atendeu a qualquer dos pressupostos básicos que fundamentam a importância do jornalismo para a sociedade: o direito fundamental de ser (bem) informado e o interesse público.
Esse triste cenário indica que a aprovação, no dia 14 de julho, da exigência de diploma universitário específico para o exercício da profissão de jornalista, por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, é bem-vinda. Em contra-partida, as escolas precisam adequar os seus programas de ensino às verdadeiras funções do jornalismo na sociedade moderna, preparando-se para formar jornalistas, e não produtores de mídia para o mercado.
Fonte: Observatório da Imprensa
domingo, 18 de julho de 2010
KAJURU ENTREVISTA EXCLUSIVA
Entrevista exclusiva do polêmico jornalista Jorge Kajuru para o programa Periscópio da Mídia,na rádio Unisinos FM 103.3,da Universidade do Vale do Rio dos Sinos(UNISINOS),em São Leopoldo,RS.
O programa é uma realização do grupo de pesquisa CEPOS e tem a coordenação do Prof.Dr.Valério Cruz Brittos.

O jornalista Jorge Kajuru cede entrevista exclusiva para o programa Periscópio da mídia,na rádio Unisinos FM 103.3,da Universidade do Vale do Rio dos Sinos(UNISINOS),em São Leopoldo,RS.
O polêmico jornalista declara veêmentemente que a culpa pelas desclassificações consecutivas da Seleção Brasileira de Futebol e a maneira decadente que se encontra este esporte no nosso país,é unicamente de Ricardo Teixeira.Critica a dinastia Havelange e Teixeira no comando do futebol e cobra das autoridades políticas,inclusive do presidente Lula,por permitir esta situação.
Kajuru que segue em tratamento devido a sua Diabetes,mantém a lingua afiada e não perdoa ninguém.Critica a Rede Globo e elogia o Tecnico Dunga por ter enfrentado a arrogância da emissora.
Kajuru é um grande representante do Jornalismo ético e é um exemplo de profissionalismo.
Sua declarações bombásticas lhe conferem atitude invejável,onde a maioria se abstém de ter opinião.
*Graduando em Comunicação Social-Jornalismo,pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos(UNISINOS)e membro do Grupo CEPOS.
Fonte: Centro de Mídia Independente
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Os muitos "Brasis"
A "Copa verde" anunciada pelo presidente Lula pode vir a ser uma rara oportunidade para a mídia articular questões urbanas e ambientais regionais num contexto nacional. O que se vê são abordagens locais que, embora importantes, não consideram as semelhanças dos diversos processos de devastação ambiental em diferentes ecossistemas.
Há em comum, ao longo dos séculos, a devastação do semi-árido, o cerrado, a Mata Atlântica, as zonas costeiras e a Amazônia. A Copa do Brasil, com jogos em cidades localizadas nessas zonas, pode ser um pretexto para se discutirem questões que estão para além dos aspectos urbanos e que por vezes passam ao largo dos discursos oficiais de preparação do evento.
Será uma exposição jamais vista do patrimônio natural brasileiro, um potencial mal explorado que mantém o país na rabeira do turismo mundial – e os organizadores da Copa sabem disso. Em maio último, o site http://www.copa2014.org.br, baseado em dados da Embratur, anunciava: "Entrada de turistas estrangeiros no Brasil cai 4,9% em 2009". Foram 4,8 milhões em 2009 contra mais de 5 milhões em 2008, mantendo os números brutos do Brasil acima da casa dos 40 países do mundo mais visitados por estrangeiros (os dados são da Organização Mundial de Turismo, órgão da ONU). A crise econômica mundial colaborou para a queda, mas os aspectos urbanísticos do país também. Pois enquanto assistimos às diversas mídias regionais promoverem características naturais ou urbanas de seus "umbigos", não há análises amplas e permanentes acerca da falta de uniformidade em padrões urbanísticos nos grandes centros.
Prefeita comprou briga com o estado
Para dizer como Darcy Ribeiro, também nossas cidades são "vários Brasis". O Norte e o Nordeste, ricos em paisagens naturais (praias, florestas e semi-árido) permanecem com um déficit de saneamento básico e limpeza urbana em relação ao Sul, e perdem também em estrutura de transporte coletivo (em Fortaleza, por exemplo, a implantação do metrô, de apenas duas linhas, se arrasta há dez anos).
Em geral, todas as capitais devem muito em informação, tanto aos próprios cidadãos (turistas ou moradores) quanto aos estrangeiros, pois se não é prática comum sinalizações na língua nacional, da mais prosaica parada de ônibus às praças públicas, o que dizer em outras línguas. Aliás, nesse quesito a mídia nacional também é restrita, pois, salvo engano, não há em nossos jornais seções permanentes em línguas estrangeiras, nem mesmo na "língua irmã" castelhana. Se em aspectos urbanísticos a abordagem alargada dos problemas é deficiente na mídia, também o é no que se refere à natureza.
Por exemplo, nos últimos meses a imprensa restringe-se ao regionalismo e à linguagem economicista para noticiar um problema comum entre Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará: a implantação e expansão de unidades da indústria naval. Dois novos estaleiros que atenderão à demanda de navios gaseiros e petroleiros da Petrobras "migraram" antes de serem implantados: o que seria em Santa Catarina, vai para o Rio de Janeiro e o que seria no Ceará, vai para Pernambuco.
No Sul, a inviabilização do estaleiro partiu do Instituto Chico Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, e visa a proteger três unidades de conservação ambiental (Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Estação Ecológica de Carijós), que seriam diretamente atingidas pelo estaleiro OSX (leia-se Eike Batista). Em Fortaleza, a prefeita Luiziane Lins (PT) comprou briga pesada com o governo do estado, com o poder econômico e mesmo com políticos de seu próprio partido até que demonstrou, com argumentos técnicos, a inviabilidade de um estaleiro na zona urbana da capital. A contenda durou 10 meses, dividiu opiniões de políticos e jornalistas e nos últimos dias os empresários optaram por levar o estaleiro para o complexo de Suape, em Pernambuco (aliás, aceitando área com 20 hectares a menos do que a pleiteada no Ceará, onde aterrariam 100 hectares de mar).
Armadilhas identitárias
Tanto a prefeita Luiziane Lins quanto o Instituto Chico Mendes correm risco de desgaste, mas tiveram atitude correta. Agora, enfrentam outra batalha, a de não serem criminalizados pela mídia e por "formadores de opinião" por terem se postado contra os empreendimentos. São muitos os argumentos para demonstrar o risco sanitário e ambiental. Mundo afora, a atividade de construção naval pesada é causa frequente de doenças graves entre trabalhadores e populações envolventes. Pelo menos desde o ano 2000 que se alerta para o risco de contaminação de trabalhadores em estaleiros por amianto, inclusive causando mortes (ver aqui).
Os empreendedores argumentam com o "risco zero" para seus investimentos, com aval da mídia, do estado e dos políticos que se aliam a esse capitalismo obsoleto. No caso do Ceará, o aval do poder público se deu sem planejamento ou amarras institucionais, enquanto que é suposto caber ao Estado a função de resguardar o interesse social e evitar risco ambiental. Convém mirar a História. Em 1998, Olívio Dutra (PT), ex-governador do Rio Grande do Sul, recusou a isenção de impostos para que a Ford lá implantasse uma unidade de montagem. A Ford foi para a Bahia, mas recentemente o estado gaúcho ganhou, na justiça, uma compensação financeira de R$ 130 milhões por a empresa ter mudado o local da sua fábrica descumprindo acordos anteriores com financiadores do empreendimento. Muitos jornalistas cearenses antes favoráveis ao estaleiro convenceram-se que o risco era de um desastre sócio-ambiental. Dos políticos favoráveis se esperava outra postura, alinhada com o contexto ambiental contemporâneo. Alguns são jovens, como o próprio governador Cid Gomes (PSB), têm tempo de não envelhecerem precocemente se não repetirem erros e aprenderem com eles, caso se permitam ao saudável exercício de autocrítica.
São muitos os casos, como os citados acima, que não são abordados como similares pela mídia nacional ou regional. Por exemplo: o que há em comum entre os desastres das enchentes em Alagoas e Pernambuco, em 2010, e a de Itajaí, em Santa Catarina, em 2008? A monocultura (da cana de açúcar, no Nordeste, e do pinus, no Sul), que devastou matas ciliares, as mesmas que a controversa reforma do Código Florestal quer diminuir. Eis o problema: enquanto que os brasileiros (e sua mídia) constroem um país sem pensar a unidade de seus problemas, o olhar estrangeiro projetado sobre nós não corresponde a essa imagem "esfacelada". Lá fora, o Brasil é visto como um único país, e não vários. Quando um morro despenca no Rio, uma queimada devasta o cerrado ou uma grande área é desmatada na Amazônia, a leitura que os estrangeiros fazem, ainda que afetados pelos equívocos típicos de generalizações, é de um único e problemático país. O provincianismo da mídia tem aspectos positivos quando acentua as diferenças sócio-econômicas regionais, mas por outro lado cria armadilhas identitárias que impedem a articulação de problemas com outros contextos dentro do próprio país (o crack, a homofobia, a violência doméstica – exemplos não faltam).
Talvez a Copa de 2014 comece desde agora a unir o país e a mídia em questões outras, e não só em torno do futebol.
Fonte: Observatório da Imprensa
terça-feira, 13 de julho de 2010
Jabulani redonda, relato quadrado
A Fifa esperava uma audiência de 700 milhões, mas calcula que a final Espanha x Holanda teria sido assistida por cerca de 1 bilhão de telespectadores, um sexto da população mundial.
O maior espetáculo sobre a terra é uma façanha desportiva ou midiática?
Uma partida menos ou mais aguerrida não alteraria o número de assistentes. Final de Copa é final de Copa, não importa a imagem do técnico, a escalação, o esquema tático, a retranca, a posse de bola, as finalizações a gol, o número de cartões, escanteios etc. Mas se os times fossem outros – EUA x China, por exemplo – este bilhão poderia ser facilmente acrescido de algumas centenas de milhões. Graças à telona da TV e não à telinha da web, independente da garra ou talento dos jogadores.
Descuido, rotina
Este observador jamais esqueceu o 6 a 5 sobre Polônia em 1938, com três gols de Leônidas da Silva (um deles descalço), narrado por Gagliano Netto, da Rádio Clube do Brasil – a primeira transmissão internacional do rádio brasileiro. Jogo sensacional aliado a uma nova tecnologia de transmissão, as demais partidas caíram no esquecimento. A imagem do receptor Phillips com o seu "olho mágico" verde juntou-se para sempre às radiofotos publicadas no dia seguinte em O Jornal, do Rio.
Para muitos americanos a Segunda Guerra Mundial confunde-se com a banda sonora do jornal cinematográfico Fox Movietone, para outros a Guerra do Vietnã associa-se ao noticiário de TV na hora do jantar. A mensagem é o meio que a transmite. O que nos permite dizer que a história dos Mundiais de Futebol é também a história dos meios de comunicação. Poucos têm o discernimento para entendê-los, raros são os que sabem tirar proveito disso.
Causa espanto o comportamento descuidado, sem inspiração, rotineiro, dos grandes grupos de comunicação quando começam a discutir a cobertura da Copa seguinte. O empenho resume-se à exclusividade de retransmissão, o resto é o resto. Resultado: mesmice, repetição.
Carga penosa
Qual foi a grande novidade introduzida na cobertura das últimas duas ou três Copas? A internet – ou pelo menos a internet brasileira – não conta, ela oferece ferramentas, facilita o trabalho de quem trabalha, finge que introduz novidades na esfera da interatividade, mas não influi decisivamente no teor ou qualidade da cobertura.
O fato de um twiteiro mandar um pergunta lá do meio da floresta amazônica para o comentarista ou narrador tiritando de frio num estádio na África do Sul não chega a constituir um efetivo avanço jornalístico. As atrações oferecidas aos leitores nesta Copa foram exatamente as mesmas das Copas anteriores, geralmente na linha da velha Rádio Nacional e seus programas de auditório.
O leitor hoje quer mais e melhores informações, quer contextos, quer o jogo e muito além do jogo. Quer situar-se no mundo e não apenas no que ocorre no gramado – ou melhor, quer o gramado no mundo. Como disse Paulo Roberto Falcão, o Rei de Roma e hoje comentarista da Globo: com a ajuda das novas tecnologias é possível analisar razoavelmente uma partida de futebol a 15 mil quilômetros de distância. Sem os desgastes dos deslocamentos de uma cidade para a outra e, sobretudo, sem a penosa carga de tarefas suplementares que recai sobre os privilegiados que foram escalados para a cobertura (blogs em qualquer hora, twitter, flashes para rádio e TV etc., etc.).
Boa razão
Aquilo que a empresa jornalística brasileira chama de "desempenho multimídia" é um sistema falsamente meritocrata (na realidade escravocrata) no qual alguns ganham muito bem, em compensação são sugados até a medula dos ossos e impedidos de usufruir do sublime prazer de esmerar-se na apuração e na escrita.
O resultado é aquilo que os espanhóis designam como espejismo, espelhamento: você abre o caderno da Copa de 2010 e parece que está lendo o de 2006 ou 2002.
Esta Copa foi fascinante – inclusive para os brasileiros – como todas foram e como todas serão. Mas a cobertura foi quadrada, pífia, não acendeu fogueiras, só foguinhos.
Razões? Uma: os donos do espetáculo – a Fifa, seus prepostos e parceiros na mídia – gostam de outras coisas.
Fonte:Observatório da Imprensa
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Um carnaval, uma Copa e uma eleição
Sessenta segundos a cada minuto. Sessenta minutos a cada hora. Vinte e quatro horas a cada dia.
A mínima imprecisão contida nessa constatação é assunto para os estudiosos.
O tempo segue igual.
O que o faz andar depressa está em nós. Nada tem a ver com os relógios.
Hoje acordamos todos diante dessa fronteira invisível que separa os anos. Estamos, mais uma vez, neste dia em que parece mais fácil vislumbrar o passado e o futuro. Esse é o nosso presente.
Era uma vez o Flamengo campeão, o desamor da torcida palmeirense por Wagner Love, o Santos mudando de presidente, o Cruzeiro perdendo a Libertadores, o Fluminense se salvando do rebaixamento, o Belluzzo sendo vencido pela emoção.
Tudo isso ficou pra trás.
Depois dos fogos de artifício, dos abraços, sinceros ou não, depois de pular as sete ondas, voltaremos a nos banhar nas águas dos nossos compromissos. Carregando esperanças e promessas. Desejosos de novas vitórias e, quem sabe, conscientes de que só as indispensáveis deveriam consumir nossas horas.
Esse mundo está cheio de coisas mais importantes do que ganhar um jogo. Quem aí acredita, por exemplo, que fazer uma boa eleição pode nos dar mais orgulho e nos fazer mais felizes do que ganhar uma Copa do Mundo?
De que lado desse duelo estará a maior torcida? O que diriam as pesquisas, que análises fariam os especialistas?
Somos mais talentosos com a bola do que com a política não resta dúvida. Na política nos falta um craque. Na política não temos um Pelé. E mais do que montar um time precisamos é construir um país.
Precisamos de homens no sentido mais amplo da palavra, gente capaz de olhar nos olhos dessa nossa imensa torcida. Olhar com dignidade e não com desfaçatez. Não, não coce a cabeça e, se possível, resista ao ímpeto de deixar essa leitura de lado.
Vestimos o mesmo uniforme, e não estou aqui para profanar a alegria branca que o momento sugere. Mesmo que seu time vá mal, mesmo que o rival triunfe, mesmo que você abra as páginas deste jornal e encontre um articulista perdido em um deserto de acontecimentos esportivos tentando se escorar em alguma reflexão que valha a pena, ainda assim a felicidade será viável.
Além do mais as escolas de samba voltarão aos sambódromos para ajudar a manter o clima de euforia. As fantasias e os carros alegóricos serão a garantia do brilho. Vá se arrumando, 2010 vem aí, carregando no ventre um Carnaval, uma Copa do Mundo e uma eleição para presidente.
O tempo seguirá igual.
Sessenta segundos a cada minuto. Sessenta minutos a cada hora.
O que poderá fazê-lo diferente está em nós.
Fonte : Mídia sem Média
FIFA cobra novo projeto da cidade de São Paulo

Entidade não descartou a possibilidade da cidade sediar a abertura
Jerome Valcke, secretário geral da FIFA, declarou nesta segunda-feira que a entidade espera uma definição rápida sobre o novo projeto de São Paulo, já que a cidade não foi descartada para sediar a abertura do Mundial em 2014.
O secretário declarou que recebeu telefonemas do presidente do Comitê Organizador de 2014, Ricardo Teixeira, que permaneceu na África do Sul para resolver as pendências da organização do Mundial no Brasil e saber quais serão os próximos passos a serem adotados.
Para dar maior agilidade ao assunto, o secretário de Planejamento Urbano de São Paulo e o prefeito Gilberto Kassab, irão para a África do Sul se encontrar com Ricardo Teixeira para fazerem reuniões, nesta terça-feira.
“Ainda não definimos onde será a partida de abertura. Mas para sabermos qual o objetivo de São Paulo como sede da Copa temos que esperar o projeto de um novo estádio, para sabermos a capacidade e a estrutura. Aí sim definiremos se eles receberão a abertura, a semifinal ou apenas outros jogos”, declarou Valcke.
A cidade de São Paulo está sendo cobrada pelo secretário geral da FIFA para apresentar o novo projeto, porém cartola da entidade não conseguiu atender Ricardo Teixeira em nenhuma das vezes que o presidente da CBF o procurou, na África do Sul.
Fonte: Mídia sem Média
terça-feira, 6 de julho de 2010
A FIFA na África também é uma grande Hipocrisia

Por ALBERTO MURRAY NETO
Cerca de um mês antes do início da Copa do Mundo o Estadão fez reportagem de página inteira em que mostrou o super faturamento que houve nas construções das obras de infraestrutura e estádios na África do Sul. Ou seja, roubaram o povo sulafricano. Assim como roubaram o povo brasileiro no super faturamento de 1.000% havido nos Jogos Pan Americanos do Rio 2.007. Esses grandes eventos desportivos estão tornando-se, cada vez mais, focos de grande corrupção.
No caso da Copa do Mundo, a FIFA adota uma postura paternal em relação à África do Sul. Como se estivesse fazendo um enorme favor em levar o torneio de futebol ao pobre continente africano. É como aquele cara que, durante o ano todo, é um tremendo picareta. E às vésperas do Natal vai à uma favela distribuir presentinhos para parecer algo que não é. O sujeito, no caso, usa a favela para fazer seu marketing pessoal momentâneo, talvez amainar o peso de sua consciência e mais nada. Na verdade, ele não está nem aí para os pobres. Seguirá seu caminho de malandro. Há muita gente assim.
Eu tenho a impressão de que a postura da FIFA nesta copa é mais ou menos essa, como a do exemplo que ilustrei acima. No fundo, a FIFA e seus patrocinadores não estão nem aí para a nação sulafricana e para o futuro daquele povo gentil. e, ao mesmo tempo, ainda tão carente.
Terminada a competição, quero ver o que a FIFA e os patrocinadores vão fazer com relação à África do Sul. A FIFA e seus parceiros empresariais teriam absolutas condições de, definitivamente, fincar no País projetos sociais relevantes, baseados no futebol que, certamente, gerariam grandes benefícios às futuras gerações. Deveria, ainda, a FIFA exigir a apuração rigorosa das razões do super faturamento que a matéria do Estadão demonstrou. Aonde foi parar esse dinheirama toda?
A outra opção da FIFA — e a qual eu acho que será o caminho que ela seguirá — é voltar para o seu bunker em Zurich e contabilizar o lucro financeiro que obtiveram na África do Sul.
Como escrevi na Folha quando o Comitê Internacional Olímpico deu ao Rio o direito de organizar os Jogos Olímpicos de 2.016, tudo isso é uma grande hipocrisia.
Fonte: Mídia sem Média