quarta-feira, 31 de março de 2010

Em seu último dia, Costa cria o Sistema Brasileiro de Rádio Digital

Em seu último dia como Ministro das Comunicações, Hélio Costa publica portaria instituindo o Sistema Brasileiro de Rádio Digital (SBRD), formalizando, assim, o processo para a definição o padrão digital das emissoras de radio AM e FM do país. Pela portaria, o sistema a ser escolhido terá que possibilitar a emissão de "simulcasting", possibilitar a cobertura do sinal digital em áreas de igual tamanho ou maior do que as atuais com menor potência de transmissão e possibilitar a transferência de tecnologia, entre outros.

Há dois padrões digitais mais conhecidos no mundo e testados no Brasil: o norte-americano Iboc, que tem o apoio dos radiodifusores que têm emissoras em Frequência Modulada, mas apresentou muitos problemas nas transmissões em AM (Ondas Médias) e o europeu DRM, melhor para as transmissões em AM. O IBOC foi testado há quatro anos por diferentes emissoras, e o DRM só foi testado no ano passado, por pressão das emissoras públicas.


Leia a íntegra da portaria nº 290:

Institui o Sistema Brasileiro de Rádio Digital - SBRD e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe confere
o art. 87, parágrafo único, inciso IV, da Constituição, e considerando o disposto no art. 27, inciso IV, alínea "b", da Lei no 10.683, de 27 de maio de 2003, resolve:

Art. 1o Fica instituído, por esta Portaria, o Sistema Brasileiro de Rádio Digital - SBRD.

Art. 2o Para o serviço de radiodifusão sonora em Onda Média (OM) e em Frequência Modulada (FM) deve ser adotado padrão que, além de contemplar os objetivos de que trata o art. 3o, possibilite a operação eficiente em ambas as modalidades do serviço.

Art. 3o O SBRD tem por finalidade alcançar, entre outros, alcançar os seguintes objetivos:

I - promover a inclusão social, a diversidade cultural do País e a língua pátria por meio do
acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação;

II - propiciar a expansão do setor, possibilitando o desenvolvimento de serviços decorrentes da tecnologia digital como forma de estimular a evolução das atuais exploradoras do serviço;

III - possibilitar o desenvolvimento de novos modelos de negócio adequados à realidade do
País;

IV - propiciar a transferência de tecnologia para a indústria brasileira de transmissores e
receptores, garantida, onde couber, a isenção de royalties;

V - possibilitar a participação de instituições brasileiras de ensino e pesquisa no ajuste e
melhoria do sistema de acordo com a necessidade do País;

VI - incentivar a indústria regional e local na produção de instrumentos e serviços digitais;

VII - propiciar a criação de rede de educação à distância;

VIII - proporcionar a utilização eficiente do espectro de radiofreqüências;

IX - possibilitar a emissão de simulcasting, com boa qualidade de áudio e com mínimas
interferências em outras estações;

X - possibilitar a cobertura do sinal digital em áreas igual ou maior do que as atuais, com menor potência de transmissão;

XI - propiciar vários modos de configuração considerando as particularidades de propagação do sinal em cada região brasileira;

XII - permitir a transmissão de dados auxiliares;

XIII - viabilizar soluções para transmissões em baixa potência, com custos reduzidos; e

XIV - propiciar a arquitetura de sistema de forma a possibilitar, ao mercado brasileiro, as
evoluções necessárias.


Art. 4o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Fonte: Tele Síntese

Governo colombiano acusa TV de fazer propaganda para as Farc

O governo colombiano acusou a emissora de TV Telesur de fazer propaganda em favor das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O motivo foi a divulgação de imagens da libertação de Pablo Emilio Moncayo, refém da guerrilha por 12 anos, nesta terça-feira (30/03).
"O canal deve explicar ao país porque estava em um ponto do território colombiano em companhia de guerrilheiros das Farc", afirmou o alto comissário para a paz da Colômbia, Frank Pearl.

As imagens da Telesur, emissora com sede em Caracas, na Venezuela, mostram Moncayo antes da chegada a missão humanitária montada para resgatá-lo.

“Dentro dos acordos que foram feitos com a missão humanitária está o de não usar câmeras de vídeo ou foto para evitar a divulgação de imagens durante a operação de libertação", afirmou Pearl.

Hoje (31/03), a Telesur respondeu ao governo colombiano, afirmando que as imagens foram recebidas pela redação. Em comunicado, a emissora diz que a acusação é “irresponsável” e pode “estigmatizar” o trabalho da equipe e “atentar contra a segurança” dos profissionais num país onde, segundo a emissora, existe um elevado número de jornalistas ameaçados e violações dos direitos humanos.

A senadora Piedad Córdoba, mediadora com as Farc, informou que no momento da libertação de Moncayo não viu câmeras da Telesur.

“O certo é que nós não nos demos conta disso, em todas as oportunidades a guerrilha sempre tem uma câmera para filmar o que está acontecendo. Nós não vimos câmeras da Telesur, nem absolutamente nada", afirmou Piedad.

Fonte: Comunique-se

Jornalista diz ter sido vítima de racismo em cobertura de evento

A jornalista Juliana Albino, coordenadora de redação do site Hôtelier News, acusa o mestre de cerimônias da Feira Internacional de Serviços de Turismo (Fistur), Manoel Costa, de ato racista, enquanto realizava a cobertura do evento, nesta segunda-feira (29/03), no Anhembi, em São Paulo. Costa admitiu uma discussão verbal, mas negou a ofensa racista.

Segundo a jornalista, o cerimonialista chegou à sala de imprensa e começou a tirar sua bolsa e bloco de anotações do lugar. Juliana pediu que Costa respeitasse seus pertences e ouviu como resposta a frase "Cala sua boca negrinha, cala sua boca e volte para senzala”. Juliana afirmou que a cena foi presenciada por dois colegas de profissão.

De acordo com a jornalista, o cerimonialista disse a mesma frase por duas vezes e não se desculpou. “Eu contestei o que ele disse, mas ele pouco se importou. Depois voltou pra sala, mas não me disse nada. Acho que não entendeu o que fez”.

A jornalista disse que se sentiu muito ofendida e surpresa com as palavras de Costa. “Na hora você não acredita que uma coisa dessas aconteça nos dias de hoje. O meu sentimento é de indignação”, declarou.

Juliana disse que procurou uma assessora de imprensa do evento para contar o caso, mas a jornalista teria dito que não tinha tempo para resolver o problema. “Só um assessor de imprensa do evento, que também é negro, pediu desculpas”, lembrou. Depois disso, a jornalista registrou boletim de ocorrência no 13º DP, no bairro paulistano da Casa Verde.

A jornalista agora estuda a possibilidade de processar Costa e a Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (Abresi), organizadora do evento. “Estou pensando em entrar com uma ação contra ele ou a entidade. Mas ainda é cedo, vou pensar se é viável”, afirmou.

Mestre de cerimônias contesta jornalista
O cerimonialista nega que tenha ofendido a jornalista com termos racistas. “Houve sim uma discussão verbal, de um fato gerado por ela, mas não a chamei de negrinha, nem a mandei voltar para a senzala”.

Costa diz que não mexeu nos pertences da jornalista, que apenas procurava um objeto, e levantou um bloco de anotações que estava embaixo de uma revista. “Aí ela começou a me destratar, eu pedi que ela tivesse educação, mas ela prosseguiu com a argumentação contra mim”, contou.

O cerimonialista disse que não entende o que motivou a discussão e pretende apurar o caso. “Eu não entendi o fato gerador disso. Pode ter outra motivação porque envolve um evento e outras entidades”. Mesmo assim, Costa afirmou que irá fazer um pedido de desculpas público por ter se alterado durante o evento.

Fonte: Comunique-se

terça-feira, 30 de março de 2010

TV 3D e rede Wi-Fi, as novidades da Net para este ano.

Com um lucro recorde, de R$ 736 milhões, em 2009, a Net espera repetir o bom desempenho este ano. Para isso, a operadora aposta em novidades, como a TV 3D, cujas transmissões experimentais foram feitas quase em sintonia com o mercado externo. Segundo Marcio Carvalho, diretor de produtos e serviços da Net, ainda este ano o aparelho de TV 3D chega nos lares brasileiros.

A empresa está atenta também ao grande volume de tráfego gerado pelos smartphones e, para capturar uma fatia desse tráfego gerado dentro de casa, a operadora está trabalhando para oferecer rede sem-fio de banda larga Wi-Fi. Pretende também internalizar a fabricação do conversor com gravador digital, hoje importado do México. "Dado o aumento de volume, estamos promovendo uma concorrência e vamos trazer toda a produção para o Brasil", conta o executivo.

Tele.Síntese - A Net anunciou que vai investir este ano R$ 200 milhões em TV digital, alta definição e 3D, na tentativa de oferecer o serviço a seus assinantes até o final de 2010. Quais os principais desafios a serem vencidos para que isso aconteça? como está a integração com as demais partes da cadeia (produção de conteúdo, fabricantes de TVs, setop box)?
Marcio Carvalho -
Como líder indústria de TV por assinatura, a Net também tem que liderar em inovação e estamos dando alguns passos, meio que no escuro, uma vez que não existe ainda um caminho que alguém tenha trilhado do que dá ou não certo. Mesmo nos Estados Unidos, as principais operadoras - Comcax e Time Warner - se juntaram para fazer o que nós já fizemos duas vezes no Brasil, uma transmissão experimental em 3D. No caso americano, transmitiram a final do campeonato de Golfe, no nosso caso, transmissão do Carnaval e da Fórmula Indy. Ou seja, no Brasil conseguimos atingir um estágio e estamos na fronteira de inovação. Quando fizemos a transmissão do Carnaval, 15 dias antes tinha acontecido a primeira transmissão do mundo (em 3D) ao vivo, de um jogo de futebol na Inglaterra.

3D representa um desafio em relação ao HD, é muito mais banda, os decodificados precisam ser preparados, o consumidor tem que trocar a TV e os produtores de conteúdo têm que se equipar com câmeras, etc. E se 3D é complexo, 3D ao vivo é muito mais complexo, porque o take, quando vai ser filmado, tem que ser previamente concebido, preparado, para que o efeito de 3D seja percebido. Quando a transmissão é ao vivo, você fixa a câmera e reza para que tudo aconteça como você está prevendo. Então, é um esforço conjunto de todo mundo que está envolvido nessas transmissões experimentais, no nosso caso, com a Globo e a Bandeirantes, e a Sony que está nos dando suporte.

Tele.Síntese - Você diz que 3D ocupa muito mais banda. Quanto a 3D ocupa a mais?
Carvalho -
Ocupa o equivalente a dois canais HD. São duas imagens transmitidas simultaneamente (olho direito e olho esquerdo).

Tele.Síntese - É necessário mais espectro para um eventual lançamento comercial do serviço?
Carvalho -
É necessário gerenciar a rede e investir, aumentar a capacidade de transmissão. A Net faz isso recorrentemente para suportar o crescimento de banda larga, do HD e de todos os outros serviços. A capacidade da rede é um diferencial da Net e é por isso que conseguimos lançar mais serviços, que sempre exigem mais da rede.

Tele.Síntese - E do lado da produção, como está o movimento para 3D?
Carvalho -
A gente tem visto a indústria de Hollywood investindo muito fortemente em 3D, quase como um novo lançamento dos filmes. Tivemos Avatar, a Era do Gelo 3, Alice, ou seja, a indústria do cinema está promovendo o 3D e a indústria do esporte também está investindo forte; a Fifa está prometendo alguns jogos da Copa do Mundo em HD, a gente vê canais como a ESPN se movimentando nos Estados Unidos para gerar conteúdo HD, a Discovery vai começar a produzir material em 3D, então, o movimento, a demanda, está acontecendo em torno do 3D. Do lado dos fabricantes de TV também, até porque com HD e 3D há um incremento no negócio, com a troca de aparelhos.

Tele.Síntese - Na recente retaliação do governo brasileiro aos EUA, as medidas incluem filmes. Isso pode ter algum impacto na oferta de TV em alta definição e em 3D ou mesmo no dia-a-dia da programação da TV por paga?
Carvalho -
Ainda é muito cedo para avaliar isso e a gente não sente diretamente, porque nós somos distribuidores. No caso da indústria de filmes, os estúdios não vendem direto os filmes, mas por meio de canais que empacotam, como o Telecine e a HBO, então não consigo dizer ainda que tipo de impacto essa retaliação vai ter.

Tele.Síntese - Com o crescimento da base, a Net estuda nacionalizar toda a produção de setop box?
Carvalho -
Alguns modelos já são produzidos no Brasil e estamos, sim, com um plano de contratação de mais setop box no Brasil. Hoje, temos em linha quatro equipamentos, sendo que os de tecnologia SD (digital normal) são produzidos em Manaus, pela Thomson e pela Pace; o HD da Pace, que não é gravador, também é produzido localmente. O único importado hoje é o gravador digital, produzido pela Cisco no México, mas dado o aumento de volume, estamos promovendo uma concorrência e vamos trazer toda a produção para o Brasil.

Tele.Síntese - A cobrança pela utilização do ponto-extra da TV por assinatura, inclusive do aluguel do decodificador, continua proibida em todo o estado de São Paulo, após a obtenção de uma liminar na justiça paulista, liminar esta confirmada na quarta-feira (23), pela juíza Cynthia Thomé. Como a Net está tratando esta questão?
Carvalho -
Estamos acompanhando e contribuímos nos fóruns de discussão. O fato é: para que a pessoa tenha acesso a programação de forma simultânea, independente, em mais de uma televisão, a gente precisa instalar mais de um decodificador. E, instalando mais de um decodificador, naturalmente, precisamos ter esse investimento retornado, em forma de cobrança. O que a gente tem na oferta gratuita é no pacote do Net Fone.com, que reúne serviço de telefonia e TV digital, limitada aos canais abertos, neste caso, quando a pessoa quer ter um ponto extra só para assistir os canais abertos, a gente instala esse ponto sem cobrar nada. Se a pessoa quer ter um decodificar no ponto principal e ter o mesmo sinal que ela está assistindo no quarto, sem necessidade de ter outro decodificador (o que a gente chama de ponto extensão), também não é cobrado nada. Agora, se ela quer assistir uma programação paga na sala, outra programação paga - mesmo que faça parte de seu pacote - no quarto, ela paga o aluguel do decodificador, tanto que o preço do aluguel desse equipamento não varia conforme a seleção que a pessoa tem (R$ 19,90 o decodificador normal e R$ 29,90 o decodificador HD).

Tele.Síntese - Com a decisão da Anatel, que aprovou súmula esclarecendo que a cobrança do aluguel, venda ou comodato do equipamento do ponto adicional é permitida; a proibição vale apenas para o custo da programação, qual será a medida da Net? A Net tem que pactuar os contratos? Vai enviar um comunicado na próxima fatura, uma carta para o cliente propondo os novos termos?
Carvalho -
A Net já está 100% adequada à legislação vigente e às determinações da Anatel. A súmula somente vem reafirmar a adequação da Net ao regulamento. Conforme haja interesse ou necessidade de repactuação do contratado com o assinante, a Net o fará mediante anuência do assinante.

Tele.Síntese - Ainda em relação ao Procon, no ranking de reclamações divulgado recentemente pelo órgão, a Net ocupa o 17º lugar, com um total de 402 reclamações em 2009 -- 234 atendidas e 168 não atendidos. O que a empresa está fazendo para melhorar a qualidade de atendimento?
Carvalho -
É um investimento permanente. Fazemos rotineiramente avaliação de assinantes - analisando qual o percentual de assinantes que liga, que tipo de reclamação, o que podemos fazer para sermos mais acertivos. Agora, no negócio de serviço, a cada mês temos que convencer o assinante a continuar com a gente e, para isso, a qualidade é um pré-requisito. Tem um fator que precisa ser levado em consideração quando a gente olha friamente os números de um ano para o outro, que é um crescimento forte da Net. Quanto mais serviços na casa das pessoas, mais estamos sujeitos a errar, pois não somos infalíveis. Não é o que queremos. Ao longo de 2009 todos os diretores da Net trabalharam buscando medidas para diminuir as ligações para a central e conseguimos reduzir em 40% o volume de ligações no último ano, com manutenção preventiva na rede, trabalhando para não deixar o sinal cair, fazendo ações de comunicação mais eficientes.

Tele.Síntese - A Net fez no ano passado uma experiência de banda ultra larga para o mercado residencial brasileiro. Como foi a adesão dos clientes no bairro do Leblon, no Rio, ao serviço? Há novos testes programados para este ano ou ainda não há demanda para a ultra banda larga?
Carvalho -
É um serviço ainda em caráter experimental, mas ampliamos a área onde o serviço está disponível. Ele saiu do Leblon e foi para a Barra, a Lagoa, Botafogo e, aqui em São Paulo também já tem nos Jardins, em Moema e na Vila Olímpia. A grande questão é o que se faz com uma conexão desse tamanho. Quanto mais banda, mais serviços. Hoje, o que estamos vendo é que o custo que deveria ser cobrado para ter escala não é viável, porque o volume de clientes interessado naquela banda é pequeno, assim como a quantidade de aplicações que fazem uso de uma conexão dessa envergadura. Existe um time para as coisas. O que temos feito é evoluído as velocidades até 20 mega e quando entendermos que o mercado está mais receptivo e que vai ter demanda para isso e, claro, o preço da tecnologia também está entrando em maturação e declínio, aí sim vamos acelerar a questão da ultrabandalarga.

Tele.Síntese - Mas não é uma prioridade para este ano?
Carvalho -
Eu não diria isso de forma tão taxativa. A gente continua acompanhando, o Docs 3.0, que é a tecnologia usada, está acontecendo muito fortemente nos Estados Unidos e Europa, por uma questão de maturidade maior de penetração do mercado de banda larga, lá tem mais escala e mais demanda. Aqui, tem o problema da tributação, que é muito alta, o que aumenta o preço e é um dificultador para a adoção do serviço e isso vai se refletir também na velocidade mais alta. Mas, eu não diria que ultra banda larga está fora dos planos da Net para este ano. Estamos acompanhando permanentemente os avanços da tecnologia, os hábitos do consumidor e vamos ter novidades assim que entendermos que o mercado está receptivo.

Tele.Síntese - Você falou em impostos altos, como está a adesão à banda larga popular, serviço isento do ICMS, lançado por vocês no Estado de São Paulo?
Carvalho -
Em dezembro lançamos o serviço de forma mais profile. Agora, não, estamos com filme na TV anunciando a banda larga a R$ 29,90, com modem e provedor grátis e a pessoa pode comprar só isso. Claro que, quando ela vai comprar, o nosso vendedor oferece um plano que envolve mais 10 reais e dá direito a telefone e TV por assinatura e temos sido muito bem sucedidos, porque é uma proposta de valor interessante por um acréscimo pequeno, considerando o fato de que grande parte desses clientes já tem telefone em casa. É uma oferta que estamos tratando seriamente, como uma oportunidade de levar a banda larga e fazer a inclusão social para uma camada da população que não estava acostumada a contar com os serviços da Net em sua casa. É uma oportunidade de crescimento, de acreditar que a pessoa vai ganhar poder de compra e, eventualmente, comprar outros serviços. O serviço está crescendo com uma capilaridade que não deveria ser a Net a prover, já que a Net nasceu para fazer TV por assinatura, com uma rede focada nas classes mais altas e, que, pela cobertura, está agora oferecendo também o plano de banda larga popular.

Tele.Síntese - Qual a posição da Net em relação ao Plano Nacional de Banda Larga?
Carvalho -
Não achamos desnecessário, mas temos uma posição de que há pelo menos três "Brasis" que devem ser encarados de forma diferente ao se pensar num PNBL. Um, é o das áreas e cidades onde existem pelo menos duas infraestruturas físicas competindo na banda larga. Onde há competição a banda larga tem mais qualidade, mais velocidade, preços menores e penetração acelerada. Um segundo é onde só tem a rede da incumbent. Nessas cidades, por ser um mercado monopolista, entendemos, um plano de governo, deveria incentivar o surgimento de uma infraestrutura competitiva. Ou seja, o papel do Estado, neste caso, é fomentar o investimento privado, com incentivos, acesso a financiamento, a desoneração de impostos, de insumos, como modem e equipamentos de central, etc. Um terceiro é o atendimento as áreas rurais, remotas, de baixa densidade, onde nem a incumbent está oferecendo banda larga hoje porque são áreas onde o retorno do investimento não vem e, claro, sem retorno, o setor privado não vai lá fazer esse investimento. Neste caso, o governo tem que atuar de forma mais forte, seja subsidiando a interconexão de backbone, levando backhaul até a cidade e para a rede de acesso. A Net defende incentivar pequenos provedores locais para a construção dessas infraestruturas competitivas para que se viabilize a oferta de banda larga nessas localidades.

Tele.Síntese - A Net passou a Telefônica que, até o ano passado, liderava em número de clientes de banda larga. Qual a estratégia de vocês para manter essa liderança?
Carvalho -
Vamos continuar trabalhando no diferencial. A rede de TV a cabo, por ter sido desenhada para tráfego mais pesado, de vídeo, dados e voz, tem robustez para atender a demanda crescente de tráfego que outras redes não têm.

Tele.Síntese - Há uma tendência mundial de que os smartphones se tornem o principal dispositivo de acesso à internet superando o PC - incluído aqui computadores de mesa, notebooks e netbooks - e isso deve ocorrer já em 2011, segundo consultorias e a indústria. Como a Net vê essa questão? Isso preocupa a empresa?
Carvalho -
A banda larga é um negócio estratégico para a Net, é um motor de crescimento -- não é o negócio que mais cresce em números físicos (neste caso é o telefone), mas em rentabilidade, sim -- é uma parcela importante no nosso negócio hoje. A Net trabalha sempre atenta ao consumidor, portanto, estamos atentos aos smartphones, que tem conexão wi-fi. E sabemos que grande parte do uso dos smartphones é feito dentro da casa das pessoas, substituindo o laptop e, dentro de casa, estamos trabalhando para oferecer wi-fi e absorver também o tráfego desses smartphones.

Fonte: TeleSíntese

O desenvolvimento tecnológico e a implantação no mercado

Por Valério Cruz Brittos e Alexon Gabriel João*

É inegável a importância e a presença massiva dos aparelhos tecnológicos nos dias atuais, remodelando hábitos e costumes, com equipamentos justapondo-se e conectando-se entre si, muitas vezes conjugados em um único suporte. Todas essas transformações e adaptações são ferramentas para o estímulo dos consumidores a novas demandas, numa função paralela (e sobreposta) à sua motivação primordial, de atender necessidades preexistentes, o que suscita uma ação conjunta entre mercado e oferta de tecnologia.

A implantação da TV digital no país é um exemplo em que o avanço tecnológico é impulsionado pelo imperativo de fortalecimento e abertura de outros nichos de mercado, para obtenção de mais consumidores, com oferta de novos produtos e serviços – disponibilização de conteúdos inéditos ou redistribuição de contentos antigos em suportes diferentes. Com esse objetivo, proliferam medidas para fomentar o mercado televisivo, no sentido de maximizar os resultados de audiência e, então, aumentar o faturamento publicitário, se possível inibindo a migração de público para outros canais abertos ou aparatos midiáticos diversos.

Além de buscar o incremento da obsolescência tecnológica e, por conseqüência, a renovação dos aparelhos eletroeletrônicos, tais atualizações remetem à acirrada disputa entre as emissoras de televisão aberta, permanentemente à procura por diferenciais, nesta Fase da Multiplicidade da Oferta no plano da comunicação, da cultura e da informação. Não obstante, é preciso visualizar um horizonte mais amplo, no que se refere a essas tecnologias e, mais especificamente à implantação da TV digital, que, assim como o computador, tornou-se um extenso campo para a convergência de várias mídias em um único instrumento.

Carência histórica de democracia

Tal convergência deve ter como base não apenas os aspectos tecnológicos do novo modelo, mas contemplar contribuições de outras áreas do conhecimento científico, as quais conjuntamente poderão desenvolver pesquisas no intuito de construir soluções para os desafios apresentados por essa nova ordem. Deve-se perseguir uma definição que acompanhe a dinâmica dessa evolução de forma gradual e compatível ao sistema vigente, não permitindo que impacte negativamente a economia e a sociedade como um todo, considerando a centralidade do televisual, em termos econômicos e de sociabilidade.

Ante o fato da televisão ser um meio de comunicação de massa de enorme alcance e repercussão, alvo de grande prestígio junto à sociedade (portanto fundamental ao mercado publicitário e aos operadores políticos), todo o movimento de implantação da TV digital tem sofrido interferências, de interesses comerciais, industriais, políticos e econômicos, pois essa adaptação intensifica o impacto e influência exercidos sobre as pessoas. Até aí, nenhum problema, já que a mídia é parte do todo social; o problema é quando tal relação não se estabelece considerando a carência histórica de democracia no setor.

Impedimentos e perigos de exclusão

Entra a década de 60 e 80 do século 20 houve um crescimento significativo no número de televisores, o que serviu para comprovar o sucesso da TV aberta no país. Com as medidas econômicas da década de 1990, houve um barateamento no preço dos aparelhos e, com isso, um aumento significativo de lares com a presença de televisores, acarretando maior número de telespectadores. Isso trouxe novos públicos, requerendo, no quesito programação, mecanismos para captação ágil de público. Nesse contexto, expandiram-se os espaços de interatividade, mesmo no modelo analógico, essencialmente unilateral.

Nesse momento é preciso que esse processo não seja apresentado apenas como uma simples mudança de formato de transmissão, produção e recepção de conteúdo, mas que seja visto de forma mais ampla, no âmbito de um processo inovador de convergência de mídias. É preciso considerar os múltiplicos interesses em jogo na implantação e efetivação desse novo modelo, e, acima de tudo, observar as características técnicas, econômicas, culturais, sociais e políticas. Renova-se que, para isso, há necessidade de envolvimento efetivo de todas as áreas, a fim de visualizar as saídas para driblar os eventuais impedimentos e perigos de exclusão.

*Respectivamente: Professor titular no Programa de Pós-Graduação em Ciências da comunicação na Unisinos e Jornalista, Mestre em Comunicação Social e Integrante e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS), do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPG-CC) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Fonte: Observatório da Imprensa

Tecnologia para libertar a comunicação coletiva

Alguns avanços tecnológicos oferecem alternativas esperançosas para permitir a seleção de fatos noticiáveis a grupos de interesse não hegemônicos. Um deles é o que uma empresa universitária espanhola está desenvolvendo atualmente, a youlive internet broadcasting. Existe uma alternativa aos grandes meios de comunicação? Leia o artigo de Anto J. Benítez.

Por Anto J. Benítez*

Alguns avanços tecnológicos oferecem alternativas esperançosas para permitir a seleção de fatos noticiáveis a grupos de interesse não hegemônicos. Um deles é o que uma empresa universitária espanhola está desenvolvendo atualmente, a youlive internet broadcasting.

Existe uma alternativa aos grandes meios de comunicação? É possível produzir notícias audiovisuais com bons recursos de efeitos, dinamismo e frescor a custos tão baixos que possam se assumir sem publicidade? Poderia encontrar-se uma alternativa de comunicação a grupos de interesse diferentes dos que exercem a hegemonia da emissão de notícias?

Encontramo-nos em um palco comunicativo que se desenvolve, sem pausa e a uma velocidade fulgurante, ao amparo das novas tecnologias emergentes que permitem a produção de conteúdos com facilidade. Novas janelas para novos públicos, mas também, pela primeira vez, suficiente público interessado em cada uma dessas novas janelas. Audiências que até agora não têm sido levadas em conta como potenciais; janelas de resoluções e qualidades até agora descartadas.

Um grupo de investigação nórdico (ver Mobile Collaborative Live Video, assinado por Engström, Esbjörnsson, Juhlin e Norlin, 2008, em Mobile HCI) em associação com Ericsson, Microsoft Research, o governo da cidade de Estocolmo, Telia Sonera e com bolsas financiadas por Vinnova (Agência Governamental Sueca) está realizando interessantes avanços no campo da utilização colaborativa dos terminais móveis com câmeras de vídeo incluídas. Têm conseguido levar a cabo experiências em sessões de Vídeo Jockeys onde os celulares se repartiam entre os convidados à sessão, e as imagens que obtinham passavam a fazer parte do repertório que o VJ mostrava em projeções gigantes a todo o público presente, produzindo uma obra audiovisual que poderia se denominar coletiva.

Ainda neste sentido, mas sem relação com essa investigação, uma empresa espanhola surgida na Universidade Carlos III e que faz parte do Parque Científico de Madri, a youlive internet broadcasting, oferece a seus clientes a possibilidade de produzir e emitir programas ao vivo através do site, captando, com as câmeras de telefones celulares, seus eventos empresariais ou institucionais.

O sistema emprega as câmeras e microfones dos terminais para transmitir suas imagens e sons ao vivo pela rede de telefonia 3G, tornando desnecessária a utilização de cabos; a combinação desses sinais obtidos em trabalho coletivo é subida, ao vivo, por meio de um canal de transmissão de dados em tempo real (o chamado streaming) singular a qualquer site, com um retardo mínimo, mas com áudio e vídeo sincronizados.

Uma das possibilidades, denominada de associação simultânea, permite que um número de terminais de telefone celular se converta em unidades móveis para obter diferentes ângulos simultâneos e transmitir ao vivo através da Internet. Um bom exemplo de aplicação seria a visão alternativa de um despejo policial contra uma casa ocupada, enviando imagens desde o interior do lugar onde se desenrolam os fatos. Em outro dos desempenhos, o de associação sequencial, as câmeras de uma série de terminais podem ir se conectando e replicando imagens para aferir no momento exato, as reações da cidadania, ocorridas de forma simultânea em diferentes cidades e abordando o mesmo evento. Apenas para exemplificar essa possibilidade, se pode imaginar estas conexões em cascatas acontecendo, em sequência, de diferentes localidades, logo após um processo eleitoral.

Por um lado, o conceito de sem fio e a possibilidade de imediatismo e de flexibilidade das conexões conseguiriam que fatos noticiosos, até então tampados pela seleção dos grupos comunicativos hegemônicos, fossem acessíveis ao vivo; e ainda acrescentando-se a facilidade do manejo da câmera de um terminal móvel.

Por outro lado, a aparência inofensiva dos diminutos terminais pode ser aproveitada para que os repórteres que atuam em ação colaborativa se aproximem dos protagonistas dos fatos de forma pouco invasiva. Assim, se reduz ao máximo o princípio de incerteza social, ao mesmo tempo, a aproximação com a gênese da notícia se faz extrema. Desta maneira, torna-se viável uma espécie de guerrilha informativa contra o bloco hegemônico da distribuição da informação de atualidade. Recordemos que a transmissão ao vivo no padrão dos conglomerados exige uma notável infraestrutura ao alcance de poucos.

Em qualquer caso, o projeto de youlive supõe o desenvolvimento em médio prazo do software adequado a ser compartilhado gratuitamente, de forma que a oportunidade de postagens existirá a um preço não maior que o de transmissão de dados através das redes móveis e dos serviços streaming.

Como exemplo de aplicação livre e colaborativa destinada ao grande público, suponhamos uma página onde o usuário entra com intenção de transmitir ao vivo o casamento de um familiar. É perguntado a respeito do número de terminais simultâneos que vai utilizar, e proporciona ao sistema o número de telefone de cada um deles. A página questiona-lhe como desejaria publicar as imagens: ao vivo, em streaming; através de várias redes sociais; em diferido, diretamente no Youtube ou serviços parecidos. Uma vez completado o formulário, aperta-se o botão de executar, a plataforma marca os números indicados e liga, através da rede de dados disponível, as câmeras e os microfones da cada um dos terminais de maneira que o usuário monitora os sinais e combina-os à vontade ao longo do tempo de uso. Parece simples…

Toda hora é hora para sonhar, e mais ainda quando da realização dos sonhos pode se desprender uma possibilidade verdadeira de liberdade no manejo de ferramentas de comunicação coletiva.

* Anto J. Benítez. Realizador em Telemadrid (Televisão Pública de Madri). Membro do Grupo de Pesquisa TECMERIN da Universidade Carlos III de Madri, Espanha; sócio fundador de youlive internet broadcasting

Fonte: Revista IHU Online

Morre o jornalista e cronista esportivo Armando Nogueira

O comentarista esportivo e ex-diretor da Central Globo de Jornalismo Armando Nogueira morreu nesta segunda-feira aos 83 anos, por volta das 7h, em seu apartamento, na Lagoa, Rio de Janeiro. Ele sofria de câncer desde 2007.

Natural de Xapuri, no Acre, Armando se mudou para o Rio de Janeiro aos 17 anos, onde se formou em Direito. Sua carreira no Jornalismo começou em 1950, no Diário Carioca. Porém, foi na televisão que se destacou. Ele chegou à Rede Globo em 1966, onde implementou o Jornal Nacional e o Globo Repórter.

Nogueira também trabalhou nos jornais Diário da Noite e Jornal do Brasil, na Rádio Bandeirantes e nas revistas Manchete e O Cruzeiro. No final de sua carreira, o jornalista trabalhou na CBN e no SporTV.

Apaixonado por esportes, Nogueira cobriu todas as Copas de Mundo desde 1954 e todos as Olimpíadas desde 1980. Também escreveu dez livros sobre esportes.

Fonte: Comunique-se

segunda-feira, 29 de março de 2010

Conversor para TV aberta via satélite é o mais vendido no mundo

Os conversores para TV aberta via satélite (sistema muito usado na Europa e países asiáticos) foram os mais comercializados no ano passado, conforme a pesquisa da In-Stat, consultoria norte-americana, que apurou a venda de 100 milhões de set top box para esse sistema via satélite em todo o mundo. Os conversores para TV a cabo pegaram uma fatia de 20% do mercado, e para IPTV, apenas 7%.

A alta definição dos sinais de TV aberta, aposta dos radiodifusores brasileiros, também conquistou o mundo e, conforme a consultoria, o crescimento mais significativo de set top box para TV via satélite se deu com o conversor de alta definição, que cresceu 68% em relação a 2008. As vendas para definição standard, em contrapartida, caíram 15% em um ano. Ásia é o continente que mais consome os conversores, mas a América do Norte é a que continua a gerar as maiores receitas, de US$ 8 bilhões no ano passado. ( Da redação).


Fonte: Tele Síntese

Concurso para jornalista exige apenas segundo grau e oferece salário de R$ 510

A Prefeitura de Cabedelo, município da região Metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, está promovendo um concurso público que oferece salário de R$ 510,00 para o cargo de jornalista com carga horária de 40 horas semanais. Além disso, o edital exige apenas ensino médio e registro no Ministério do Trabalho e Emprego. Os dois jornalistas selecionados deverão executar todas as atribuições de um assessor de imprensa, além de trabalhos datilográficos.

O mesmo salário mínimo é oferecido para outros cargos, como os de radialista, publicitário e intérprete, além de outros em que o edital exige apenas o ensino fundamental, como agente de saúde, auxiliar de serviços e motorista. Com a exigência de graduação na área, advogados, administradores, arquitetos e médicos ganharão um pouco mais, R$ 617,00. A remuneração maior é para os professores de educação básica II, com vencimentos de R$ 1.115,14.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba tenta marcar uma audiência com a Prefeitura para discutir a questão. Segundo o presidente da entidade, Land Seixas, apesar de considerar um absurdo, o sindicato não pode recorrer contra o salário, já que órgãos públicos não têm o mesmo piso que o estipulado pela entidade, R$ 1.100. Seixas pretende então discutir a questão da carga horária, que não respeita as cinco horas diárias estipuladas para os jornalistas.

“Vamos marcar uma audiência, mas se não tivermos sucesso, vamos tentar anular o concurso e fazer um ato público contra essa atitude da Prefeitura”, explica. No caso do salário mínimo, que Seixas classifica como uma "humilhação”, o máximo que pode ser feito é unir forças com outras categorias. “Podemos conversar, mas não podemos recorrer. Vamos então nos unir com outras categorias que têm o mesmo problema”.

O presidente do sindicato também se manifestou contra a não exigência do diploma pelo órgão, lembrando de um Projeto de Lei do deputado Ubiratan Pereira (PSB), que exige a contratação de jornalistas diplomados na Prefeitura e Câmara de João Pessoa. “Enquanto o vereador Ubiratan cria um Projeto de Lei para que só possam entrar no serviço público jornalistas com diploma, a prefeitura de Cabedelo faz isso, o que desmoraliza a profissão”, criticou.

Fonte: Comunique-se

sexta-feira, 26 de março de 2010

“Convergência Digital” deste sábado aborda democratização da comunicação

Neste sábado (27/03) reestréia o programa “Convergência Digital”, resultado de uma parceria do programa de pós-graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, através do grupo CEPOS, e da TV Unisinos. Com apresentação de Andres Kalikoske e Maíra Bittencourt, o programa conta ainda com o apoio da CAPES e Fundação Ford. Esta edição será dedicada a questões comunicacionais, e em sua meia hora de duração, os telespectadores podem acompanhar reportagens, entrevistas, opiniões, notícias da comunicação e ainda conferir a agenda de eventos. A veiculação inédita ocorre através da TV Unisinos, às 19h30, sempre no último sábado de cada mês.

O programa desse mês aborda a democracia na comunicação do país. Através de quatro reportagens são mostrados os atuais sistemas e estruturas dos veículos, a equipe também foi conferir bons exemplos de rádios e televisões alternativas e comunitárias que buscam um novo enfoque aos seus trabalhos, o “Convergência Digital” traz também a discussão do diploma de jornalista, da conferência nacional de comunicação e da censura nas mídias. Diretamente das ruas de Porto Alegre, os telespectadores expõe suas opiniões referente a liberdade de expressão e programação televisiva.

Além da televisão, pode-se acompanhar o programa através do sitio eletrônico: www.grupocepos.net/cepostv, ou ainda através do blog: pesquisaconvergenciadigital.blogspot.com. Para participar enviando sua sugestão, crítica ou dúvida é só entrar em contato pelo email: convergencia-digital@hotmail.com. A coordenação é de Valério Cruz Brittos.

Os laços que a Internet não fortalece nem cria

Por Luiz André Argemi*

A Internet está na vida de um grande número de pessoas, isso é fato. E a vida de muitas pessoas está na Internet. Em alguns casos, a grande rede é uma reprodução exata do que ocorre com estas pessoas fora do ambiente digital. Poder, timidez, segregação, fraternidade, vontade de colaborar mutuamente: tudo está ali, tão tangível como em um dia normal de trabalho ou como o encontro com aquela menina que não pára de olhar para você quando no corredor da empresa.

Em outros casos, ela soa como um refúgio, o alento de quem está “protegido” por um teclado de computador, sendo digitalmente aquilo que sempre quis ser em carne e osso, em seu convívio social. Sobram “morenaslindas32’”, “loirosfortes” e “decididos45”. São apelidos que ganham personalidade digital e interagem socialmente.

O mais intrigante nisso tudo é perceber a força que esta rede passou a ter sobre a vida de tanta gente e como, em muitos casos, este impacto reflete em relações e resultados vazios, superficiais, exatamente como aqui, fora da rede.

Luli Radfahrer, professor da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo, escreveu em seu blog: “em uma transação bancária pela Internet usa-se uma máquina digital, para acessar remotamente uma agência virtual. Mas a transação e o dinheiro são reais e palpáveis. Ou pelo menos deveriam sê-lo.” Aproveitando o gancho, noto que algumas relações estabelecidas entre as pessoas em redes sociais, comunicadores como MSN ou através da troca de e-mails parecem resumir-se a algo virtual, nada mais, ao contrário do exemplo de internet banking dado por Luli. Um encontro que não se transforma em algo presencial, de contato, orgânico. Grandes amizades e um olho-no-olho transformado em código binário.

A internet não pode ser culpada pela tristeza de ninguém. Talvez aja como um catalisador para algo latente ou então manifesto em muitas pessoas. Neutra como qualquer tecnologia, assume as várias faces esculpidas pelo uso que as pessoas fazem dela. Para um tímido, poderá ser a chance de extroversão e mais-valia ou aquilo que seu Avatar puder fazer por ele. No mundo real, talvez a abastança material cumprisse esse papel e um belo carro fosse o único atrativo de um sujeito comum.

A relação entre as pessoas deve avançar as fronteiras do teclado e da tela de um computador. É preciso sair de casa, fazer contato, assim como se faz necessária uma anuência real e não virtual a nos proporcionar trocar experiências, olhares e impressões pessoais. É como já disse Aristóteles: "Eles precisam de tempo e de intimidade; como diz o ditado, não podem se conhecer sem que tenham comido juntos a quantidade necessária de sal". Não convém digitalizar o que é unicamente humano.

*Estudante de Publicidade e Propaganda da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, aluno da disciplina Iniciação ao Conhecimento Científico.

Venezuela liberta presidente do canal de TV Globovisión

Na noite da última quinta-feira (25), autoridades venezuelanas libertaram o presidente do canal de TV Globovisión, Guillermo Zuloaga. O executivo havia sido ´preso na manhã do mesmo dia, no aeroporto de Punto Fijo, quando tentava embarcar em um voo fretado para o Caribe.

As autoridades proibiram Zuloaga de deixar a Venezuela, enquanto não for a julgamento. Pesa sobre o executivo a acusação de "difamar" contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

De acordo com o Ministério Público, a detenção foi realizada para impedir que Zuloaga fugisse do país durante as investigações.

A prisão do executivo foi realizada depois que o Congresso pediu ao MP que investigasse Zuloaga, por "falsas declarações" contra o presidente. Em encontro da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa),realizado no último fim de semana, o empresário afirmou que Chávez ordenou militares que atirassem contra manifestantes na tentativa fracassada de golpe de Estado em 2002. Na ocasião, 19 pessoas, entre chavistas e opositores, foram mortos por franco-atiradores.

"Este cidadão afirmou que o presidente da República ordenou os disparos contra a manifestação (...) isso é uma informação absolutamente falsa", disse o deputado Manuel Villaba, presidente da comissão de Meios de Comunicação no Congresso. "Os tribunais do nosso país já estabeleceram quem são os responsáveis por esses assassinatos e eles estão detidos", acrescentou.


Para Villaba, Zuloaga não pode se utilizar a posição que ocupa, de proprietário do canal, para "se eximir das responsabilidades previstas no Código Penal venezuelano".

Entidades internacionais de imprensa e de direitos humanos se manifestaram contra a prisão do executivo. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, mostrou-se preocupado com as "repercussões políticas" da detenção de Zuloaga. A informação é da BBC Brasil.

Fonte: Portal Imprensa

ABRA pede à Hélio Costa solução definitiva para rádio digital no Brasil

A Associação Brasileira de Radiodifusores (ABRA), divulgou nesta quinta-feira (25) uma carta dirigida ao Ministro das Comunicações, Hélio Costa, pedindo uma solução definitiva para a rádio digital.

Segundo o documento, o "Brasil ocupa hoje uma posição de destaque na economia mundial e esse destaque se fortalece, entre outras, por conta da adoção bem sucedida do padrão brasileiro de TV Digital". Por isso, dia a ABRA, o momento atual é "de consolidar esta trilha de sucesso e firmeza na condução dos assuntos da radiodifusão, mediante a adoção de decisão histórica para o rádio do Brasil".

"Observamos que os últimos anos foram de experimentos com as tecnologias disponíveis, para a digitalização do rádio. Os testes indicam que a tecnologia IBOC enfrenta dificuldades técnicas em cidades como São Paulo, mas é mais madura quanto à sua adoção por radiodifusores de outros países (notadamente americanos), enquanto a tecnologia DRM, incipiente quanto à sua adoção, pode ser mais robusta em termos de recepção pelo público. Ambas as opções tecnológicas são, portanto, limitadas quanto à sua adequação para as demandas do Brasil", explica a entidade.

Como alternativa, a ABRA sugere implementar uma migração paulatina dos sinais de radiodifusão em AM para as bandas de FM que serão liberadas, de acordo com o cronograma de transição da TV Digital. Na carta, a associação pede que Costa "aprove um cronograma durante o qual as transmissões em Ondas Médias sejam paulatinamente migradas para canais de Frequência Modulada, os quais serão, por sua vez, liberados pelas emissoras de televisão, a partir de 2016".

Com essa migração, a readiodifusão de sons passaria a ter "um horizonte de ação e de investimentos, sem depender dos interesses de tecnologias estrangeiras, num cenário em que os brasileiros de todos os rincões terão uma grande oferta de serviços de rádio, com toda sorte de programação".

Fonte: Portal Imprensa

Para Anatel, mesmo com contratos vencidos, TVAs estavam 'regulares'

Na semana passada, o Conselho Diretor da Anatel decidiu regularizar as licenças do Serviço Especial de Televisão por Assinatura (TVA, que funcionam em um único canal de UHF), mas o assunto continua gerando confusão no setor. A agência anunciou a intenção de esclarecer o assunto nesta semana, mas nenhum comunicado formal foi publicado até o momento. O que torna o tema tão polêmico é que as 25 empresas de TVA - que usam canais em UHF na faixa entre 500 MHz e 700 MHz - estão com suas concessões vencidas desde 2003. Apesar disso, para a Anatel, elas jamais funcionaram de forma irregular do ponto de vista do licenciamento. Ao ponto de a agência reguladora ter deliberado sobre a "adaptação de outorgas" nessa modalidade, o que pressupõe que a licença que está sendo adaptada está válida.

A explicação para isso é que a Anatel entende que não foi culpa das empresas a falta da renovação das licenças, que deveria ter ocorrido há sete anos. A "falha" teria sido da administração pública, que se omitiu sobre o pedido das empresas de renovação das concessões. As análises da Anatel mostram que todas as empresas pediram a renovação dentro do prazo estabelecido nas regras do setor. Assim, para o relator do processo, conselheiro Antônio Bedran, haveria uma espécie de direito adquirido das empresas em continuar sua operação, uma vez que foi a administração pública quem não se posicionou nesses últimos anos sobre o assunto.

Segundo declarou Bedran a este noticiário, o caso está sendo analisado agora com o objetivo de adaptar as concessões para "termos de autorização" simplesmente por conta da necessidade de adequar essa modalidade de TV por assinatura à Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e não porque haveria uma dúvida sobre a legitimidade da operação dessas empresas nos últimos sete anos. "Todos os pareceres jurídicos da Anatel e do Ministério das Comunicações concluíram que esse serviço só poderia ser prestado por meio de autorização porque a LGT limita as concessões à oferta do STFC. Por isso estamos adaptando", explicou.

Telecomunicações vs. radiodifusão

Essas análises jurídicas que concluem pela necessidade de adaptação das outorgas fazem parte da vasta avaliação realizada sobre a natureza do serviço de TVA, principal aspecto que teria gerado o "atraso" na deliberação sobre as renovações. Estas avaliações foram necessárias porque a operação de TVA tem um caráter híbrido uma vez que até 45% da programação dessas empresas pode ser veiculada em sinal aberto, com características que aproximam o serviço da radiodifusão. A conclusão final foi a de que o serviço de TVA é telecomunicações e não radiodifusão. E, como tal, deve seguir os preceitos da LGT. Com isso, ficou evidente a necessidade de transformar essas empresas em "autorizatárias".

A longa análise feita pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações é, para o procurador da agência, Marcelo Bechara, o motivo da demora na deliberação do assunto e, por isso, as empresas não podem ser punidas com uma eventual invalidação das concessões vencidas. "Não acho que elas estão irregulares com relação às licenças. As empresas não podem ser penalizadas na medida em que elas pediram a renovação dentro do prazo e foi a Anatel e o ministério que tiveram uma dificuldade em classificar o serviço", comentou o procurador, que analisou o caso em nome do Minicom quando estava à frente da consultoria jurídica das Comunicações.

Regulamentação específica

Ao instruir o processo deliberado na semana passada, uma das linhas de análise era a de que teria ocorrido uma "renovação automática" das concessões no momento em que a Anatel se omitiu sobre o assunto, há sete anos. Essa tese foi abandonada no decorrer da análise, o que torna tão importante a adaptação das concessões em autorizações. Isso porque, apesar de todos na agência concordarem que não há irregularidade na manutenção da operação pelas empresas nesses últimos anos mesmo com a licença vencida, - o Conselho Diretor aprovou a matéria por unanimidade - ainda é necessário regularizar completamente a situação. E isso ocorrerá no momento da adaptação.

Segundo Bedran, isso deve ocorrer daqui a seis meses. Este é o tempo fixado para que a área técnica da Anatel calcule o preço que será cobrado pelo direito de uso de radiofrequência associado às autorizações. Ai se encontra um detalhe que diferencia cabalmente a operação TVAs via concessão e, no futuro, via autorização. No modelo ainda em vigor para essas empresas, tanto a licença para a operação do serviço quanto o direito de uso das radiofrequências estão assegurados por um mesmo instrumento de outorga, a concessão. Na adaptação das licenças, o aval para operação do serviço e a liberação do uso do espectro são regidos por documentos diferentes: a autorização não tem prazo de vigência efetivo; o limite de 15 anos para operação é ligado apenas ao uso das frequências.

O Conselho Diretor optou por colocar o novo Termo de Autorização em consulta pública apenas quando a Anatel tiver finalizado o preço que será cobrado pela exploração do espectro. Até lá, nada muda na operação das empresas. Após a adaptação dos termos, Bechara sugere que a Anatel dedique-se à elaboração de um regulamento específico para TVA, última peça necessária para colocar o serviço no escopo da Anatel de uma vez por todas. Por enquanto, apesar de esse serviço ser da alçada regulatória da Anatel, as regras a serem seguidas ainda são as editadas por decreto em 1988.


Fonte: Teletime

Presidente da TV venezuelana Globovisión é preso

O presidente da TV venezuelana Globovisión, Guillermo Zuloaga, foi preso nesta quinta-feira (25/03) no aeroporto Josefa Camejo de Paraguaná, na cidade de Punto Fijo. No momento da prisão, ele se preparava para voar com a família para passar o feriado da Semana Santa em uma ilha caribenha.

A ordem de prisão foi expedida pelo Ministério Público do país. De acordo com a procuradora-geral de República Luisa Ortega Díaz, Zuloaga está sendo investigado e, por isso, não pode deixar o país.

“Nós devemos garantir o processo. Na Venezuela, não é possível seguir com nenhum processo penal com a ausência do cidadão, por isso foi solicitada a ordem de prisão”, explicou.

O pedido de investigação de Zuloaga foi apresentado pelo presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Nacional, Manuel Villalba. O empresário está sendo investigado por declarações dadas durante a reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizada no último final de semana.

Em entrevista a sua emissora, Zuloaga contou que foi preso por agentes sem identificação, apenas com jaquetas do Ministério do Interior e Justiça. O empresário disse ainda que não tinha intenção de fugir do país, apenas passar o feriado com a família.

“Se eu estivesse pensando em me esconder, não sairia por um aeroporto conhecido, internacional. Espero que meus advogados possam atuar e fazer o que for necessário. Me informaram que uma comissão me levará de avião para Caracas”, contou.

O vice-presidente da Globovisión e filho de Guillermo, Carlos Zuloaga, informou que a família foi surpreendida com a prisão e lamentou a medida adotada pelo governo.

“Isso é um assédio não só ao meu pai, mas à liberdade de expressão. Opinar está se convertendo em um delito”, afirmou.

A SIP também se manifestou sobre o episódio, alertando que a prisão de Zuloaga confirma que na Venezuela “não existe liberdade de imprensa, liberdade de expressão e liberdade de opinião”.

Fonte: Comunique-se

quinta-feira, 25 de março de 2010

Livro recorda os 50 anos de televisão no Rio Grande do Sul

O jornalista Walmor Bergesch lançou nesta quarta-feira, 24/03, o seu livro Os TeleVisionários.

Lançamento de Os TeleVisionários. No palco Alexandre Garcia, Chico Anysio e Walmor Bergesch. Foto: Denis Gerson Simões.

Por Denis Gerson Simões*

Em um evento digno de show internacional, foi lançado, nesta quarta-feira, 24/05, o livro “Os teleVisionários”, trabalho do jornalista Walmor Bergesch, profissional que foi um dos visionários da televisão no sul do Brasil. A recepção aos convidados ocorreu no Teatro do Bourbon Shopping Country, em Porto Alegre, contando com a presença de autoridades e muitos dos personagens que construíram a história do veículo de comunicação mais popular do Rio Grande do Sul.

A publicação, que conta com 400 páginas de textos e fotografias, faz um apanhado do transcurso da TV no passar de cinco décadas no sul do país, pincelando, também, fatos nacionais que repercutiram em âmbito regional. Mesmo não se tratando de um trabalho acadêmico, o conteúdo tem a seriedade e comprometimento de quem esteve presente nos principais acontecimentos que deram forma a este veículo em terras sulinas. O prefácio é de Alexandre Garcia e conta também com participações de Luiz Fernando Veríssimo, Fabrício Carpinejar, Luís Augusto Fischer, entre outras personalidades.

Homenageando os primeiros visionários dessa epopéia, o autor, em solenidade, doou ao Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa uma placa comemorativa ao cinqüentenário da televisão no estado, tendo citados nela todos os profissionais que trabalharam na TV Piratini quando do lançamento do veículo, em 1959. Segundo Bergesch, aqueles foram os pioneiros do primeiro canal de televisão da região sul, o canal 5. O autor realiza no livro um verdadeiro passeio pelo tempo, de modo descontraído, ao lembrar os personagens e as diversas emissoras que deram corpo a esta história.

Não ignorando a atualidade, o evento de lançamento trouxe uma projeção do futuro da televisão: as imagens em 3D. Em um telão, foram exibidos trechos de eventos captados com tecnologia de terceira dimensão, como o Planeta Atlântida 2010 e o Desfile das Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Os convidados receberam óculos especiais para ter a recepção diferenciada, mas o autor de Os TeleVisionários ressaltou: logo não será necessário o uso desses óculos. A ação não deixou de destacar o potencial midiático e tecnológico da Rede Brasil Sul (Grupo RBS) e da Rede Globo de Televisão.

O livro contou com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Grupo CEEE e do Governo Federal, através da Lei do Mecenato do Ministério da Cultura. Este financiamento mostra que é possível, através dos dispositivos de incentivo à cultura, buscar alternativas aos custos de lançamento de publicações pertinentes à sociedade, seja como audiovisual, seja como impresso. Bergesch acabou por marcar um acontecimento histórico que a própria mídia televisiva, figura central do cinqüentenário, acabou por ignorar. Trata-se de uma voz do mercado que passa a ser uma referência do tema, mesmo para o ambiente acadêmico, já que a questão da televisão no RS carece de maiores publicações dentro das próprias universidades gaúchas.

* Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), membro do Grupo de Pesquisa CEPOS (apoiado pela Ford Foundation) e licenciando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Minicom estabelece diretrizes para o Canal da Cidadania

O Ministério das Comunicações publicou portaria estabelecendo as diretrizes para operacionalização do Canal da Cidadania, previsto no Decreto n.o 5.820/06, que trata da implantação da televisão digital, para transmissão de programações das comunidades locais, bem como para a divulgação de atos, trabalhos, projetos, sessões, e eventos dos poderes públicos federal, estadual e municipal, sob a responsabilidade do Minicom.

Pela norma, publicada na edição desta quinta-feira (25) do Diário Oficial da União, o Minicom poderá celebrar convênios com entes da Administração Pública direta e indireta em âmbito federal, estadual e municipal, bem assim com entidades das comunidades locais, para viabilização das programações.

A programação do Canal Comunitário deve priorizar a divulgação dos atos, trabalhos, projetos, sessões e eventos dos poderes públicos federal, estadual e municipal; a formação crítica do indivíduo para o exercício da cidadania e da democracia; expressar a vontade das diversidades de gênero, étnicoracial, cultural e social brasileiras, promovendo o diálogo entre as múltiplas identidades do País; promover a universalização dos direitos à informação, à comunicação, à educação e à cultura, bem como dos outros direitos humanos e sociais.

E ainda fomentar a produção audiovisual independente, ampliando significativamente a presença desses conteúdos, de interesse da comunidade, em sua grade de programação; contemplar, primordialmente, a produção local e regional; dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade.

O Canal Comunitário terá ainda que oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social; prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário; promover programas de finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas em benefício do desenvolvimento geral da comunidade; e promover os valores éticos e sociais da pessoa e da família, favorecendo a integração dos membros da comunidade atendida.

A portaria proíbe vedada qualquer forma de proselitismo na programação, bem como a veiculação de publicidade comercial de qualquer natureza. E dá poder ao Conselho de Comunicação Social, instituído pelo Congresso Nacional, para supervisionar as programações das entidades das comunidades locais a serem veiculadas.(Da redação)

Fonte: TeleSíntese

Dicionário da Comunicação disponibiliza duas mil referências de livros sobre o assunto

A partir da próxima quinta-feira (25), o site Almanaque da Comunicação disponibiliza um dicionário bibliográfico de Comunicação.

Com 2 mil referências de livros sobre imprensa, rádio, televisão, propaganda, cinema, internet e relações públicas, o dicionário como objetivo auxiliar pesquisadores, professores e alunos universitários, a buscarem informações sobre opções específicas de livros na sua área de interesse.

Nelson Varón Cadena, responsável pelo site, explicou que a ideia surgiu após experiências vivenciadas por ele. "Eu pesquiso sobre comunicação há 25 anos, e muitas vezes tive dificuldades de encontrar o livro certo, pois normalmente em catálogos, bibliotecas ou universidades a referência é genérica. Eles são catalogados apenas como livros de 'comunicação'", disse.

No dicionário bibliográfico, as obras são classificadas em 28 temas, ou categorias. Segundo Cadena, colaborador do Portal IMPRENSA, não existe nada semelhante no Brasil. "Foram catalogados, durante oito meses livros em português e publicados no Brasil. Até julho, pretendo disponibilizar 3 mil referências", contou.

Algumas obras catalogadas são livros raros, muitos deles (em especial a bibliografia do século XIX) disponíveis apenas em sebos e bibliotecas e arquivos públicos. Para Cadena, a bibliografia brasileira sobre Comunicação em geral é boa, mas falta um pouco de amadurecimento na pesquisa.

"Nos Estados Unidos, por exemplo, a Comunicação é estudada há 60 anos. Aqui ainda estamos em um estágio primário. Cerca de 80% dos livros catalogados foram publicados nos últimos 20 anos. O assunto é prioritário há apenas duas décadas, quando explodiram as faculdadeds de Comunicação no país", explicou.

Fonte: Portal Imprensa

Lula diz que imprensa age de “má-fé”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que alguns jornalistas agem de “má-fé” ao avaliar os feitos do seu governo. Em discurso nesta quarta-feira (24/03), Lula afirmou que “determinados tablóides” publicam “mentiras sobre o país”.

“Eu vou ficando triste porque eu fico imaginando daqui a trinta anos, quando alguém quiser fazer uma pesquisa sobre a história do Brasil e sobre o governo Lula e tiver que ficar lendo determinados tablóides. Ou seja, esse estudante vai estudar uma grande mentira neste país. Quando, na verdade, ele poderia estar estudando a verdade do que aconteceu neste país. E as coisas são assim, quando o cidadão quer ser de má fé, não tem jeito”, disse, durante a apresentação de balanço do programa Territórios da Cidadania.

O presidente diz lamentar jornalistas que “têm dois olhos bons e não querem enxergar, têm o direito de escrever as coisas certas e escrevem as erradas”.

Segundo Lula, “há uma predileção pela desgraça” na imprensa brasileira. “Eu fico triste, porque eu acabei de inaugurar, no dia anterior, duas mil casas, e não sai uma nota no pé do jornal; caiu um barraco, é primeira página. Há uma predileção pela desgraça”.

Ao falar das conferências que o governo realizou, Lula também criticou os “grandes grupos empresariais de comunicação”, que não participaram da 1ª Conferência Nacional de Comunicação por acharem que seriam “admoestados pelos grupos menores”.

Fonte: Comunique-se

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pesquisa mostra que 33% das mulheres da classe C preferem Internet à TV

Uma pesquisa desenvolvida pela Predicta e Multifocus aponta como a mulher brasileira de baixa renda se relaciona com a Internet. Com a ferramenta Etnografia Digital, o estudo concluiu que mulheres donas-de-casa da classe C, de 25 a 49 anos, acessam a internet mais que o imaginado.

Em 11 dias de pesquisa, foram registrados 94.250 acessos em 2.700 URLs diferentes, e constatou-se que 40% das mulheres passam mais de duas horas por dia conectadas; 83% se conectam todos os dias; 86% participam de alguma rede social; 33% consideram a Internet um passatempo melhor do que a televisão; 78% se sentem mais globalizadas na Web; 15% chegam a se sentir mais inteligentes.

Desses acessos, 44% ocorreram em páginas de relacionamento; 38% em sites de informação; 10% em entretenimento; 6% em e-commerce e 2% em serviços. Analisando as URLs acessadas percebe-se que, em sites de relacionamento, as redes sociais respondem por 94% dos acessos, sendo o Orkut o mais visitado. O acesso a chats foi significativamente menor, com somente 5%, e os blogs registraram 1%.

Outro dado é que nos sites de busca de informação, apenas 34% dos acessos são para enviar ou receber e-mail, o que mostra a força dos contatos imediatos presentes nas redes sociais.

Apenas 10% da procura por informações foram em portais, jornais e revistas, enquanto que "buscadores" foram responsáveis por 56% das visitas. Já nos acessos a serviços, Internet Banking foi responsável por 23% das visitas em portais de prestação de serviços, mas perdeu para a busca por emprego, que respondeu por 54% das URLs nessa categoria.

Segundo Claudia Woods, diretora de serviços da Predicta "antes, analisávamos para as empresas como os internautas se comportavam dentro do site delas ou mediante campanhas. Agora mostramos como eles interagem com todo o universo online e o que pensam dele".

A pesquisa foi realizada durante 11 dias corridos (16 a 27 de dezembro de 2009), com 50 donas-de-casa com Internet em domicílio, de 25 a 49 anos, residentes em São Paulo e com renda familiar de até 10 salários mínimos, ou seja, nível sócio-econômico C.

Essa faixa de renda foi escolhida porque as famílias nesse patamar foram as que mais impulsionaram o crescimento da Internet, desde 2003, quando eram 2.165 domicílios até 2008, com 8.775 domicílios conectados, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2008), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Todas as participantes receberam um usuário e senha para se logar nesse período, num site exclusivamente desenvolvido para esse produto, de modo que a navegação de outros membros da família não alterasse os resultados. Além disso, responderam a um questionário online por dia e ao final se submeteram a dois dias de chats.

Fonte: Portal Imprensa

TV por assinatura alcança 7,72 milhões de usuários em fevereiro

O Brasil fechou o mês de fevereiro com 7,72 milhões de assinantes de TV por assinatura, com 101.854 adesões ao serviço, o que representa um crescimento de 1,34% em relação aos números de janeiro (7,62 milhões). A tecnologia DTH (satélite) foi a principal responsável pelo crescimento de usuários do serviço, com evolução de 2,6% comparado com o mês anterior. Os números de assinantes da tecnologia cabo avançaram em 0,7%, enquanto os usuários de MMDS (micro-ondas) recuaram em 0,9% no mês, confirmando a tendência de redução de adesão ao serviço, verificada desde o ano passado.

De acordo com as informações da Anatel, as operadoras de TV paga por cabo detêm 4,43 milhões de assinantes, com 57,5% de participação do mercado. Os assinantes de TV por assinatura via DTH chegaram a 2,91 milhões, alcançando 37,9% do mercado e os usuários de TV por assinatura por meio de MMDS recuaram para 350,5 mil recuando para 4,6% da participação do mercado.

Apesar das operadoras que usam o cabo continuarem com o predomínio do mercado, vêm apresentando desempenho inferior ao registrado em 2008, quando detinha 60,5%. Já as operadoras que usam a tecnologia MMDS (micro-ondas terrestre), reduziram a participação no mercado de 6,3%, em 2008, para 4,6% no este ano, com perda de mais 11% dos assinantes. Já as operadoras que usam satélite (DTH), aumentaram a participação no mercado de 33,2% em 2008 para 37,9% até fevereiro deste mês.

A Anatel tem outorgado licença de DTH nos últimos anos, enquanto que as últimas licitações de TV a cabo foram realizadas em 2000. Enquanto que as operadoras de MMDS perderam espaço desde que começaram as discussões sobre a destinação da faixa de 2,5 GHz. Atualmente, essas operadoras detêm 190 MHz dessa faixa, mas a proposta da agência é de que essa banda caia para 40 MHz em 2014.(Da redação)

Fonte: TeleSíntese

terça-feira, 23 de março de 2010

Andres Kalikoske defende “A telenovela econômica”


Membro do Grupo Cepos, Andres Kalikoske defendeu no dia 10 de março a dissertação “A telenovela econômica: mercados e estratégias de internacionalização através da ficção seriada”. O trabalho foi apresentado como requisito para conclusão do mestrado na linha de pesquisa Mídias e processos audiovisuais, no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Sob a ótica da Economia Política da Comunicação, a comissão examinadora foi composta pelo orientador, Prof. Dr. Valério Cruz Brittos, e pelas avaliadoras, Profa. Dra. Sandra Lúcia Amaral de Assis Reimão (USP) e Profa. Dra. Maria Luiza Cardinale Baptista (UNISINOS).

Com a obtenção do grau máximo, nota 10, o pesquisador segue agora suas atividades junto ao Grupo, tendo sido aprovado na seleção para o doutorado na mesma instituição.

Mídia e política: as lições das eleições gerais moçambicanas de 2009

Por João Miguel*

As últimas eleições gerais em Moçambique mostraram quão cresce, cada vez mais, a importância da mediação midiatizada, encarando-se a mídia como uma arena privilegiada do jogo político. Quem prestou atenção nos jornais, rádios, TVs, Internet e até celular percebeu as transformações de percepção, não apenas dos políticos (...) mas também de um grande número dos habitantes da polis, que tem acesso a esses meios. Leia o artigo de João Miguel.

As últimas eleições gerais em Moçambique mostraram quão cresce, cada vez mais, a importância da mediação midiatizada, encarando-se a mídia como uma arena privilegiada do jogo político. Quem prestou atenção nos jornais, rádios, TVs, Internet e até celular percebeu as transformações de percepção, não apenas dos políticos, ou seja, atores políticos, mas também de um grande número dos habitantes da polis, que tem acesso a esses meios.


A cada eleição que se realiza no país, fica mais visível que a política tende a tornar-se midiática, entretanto, isso tampouco significa dizer que os espaços políticos tradicionais tenham pouca relevância. Aliás, é justamente nesta arena que fica evidenciada a pujança, em termos de recursos, diferenciando o partido no poder e dos restantes.


Mesmo não tendo dados sobre os gastos dos partidos políticos e das instituições de gestão do processo eleitoral, é possível prever que muito se investiu neste quesito. Existe uma compreensão de que a exposição, a visibilidade, o agendamento por parte dos meios massivos pode ser uma estratégia eficaz para granjear mentes e corações. Entretanto, sabe-se também que o desconhecimento da gramática, da lógica, dos procedimentos da mídia pode decretar a morte de candidatos, de partidos políticos, e, da mesma forma, podem imputar a opinião desfavorável dos cidadãos.


As eleições gerais e das assembleias provinciais de 2009 mostraram algumas nuances que merecem uma reflexão. Trata-se da forma como os consumidores dos produtos midiáticos se posicionaram em relação às estratégias propagandísticas, moldados pelos departamentos de comunicação e marketing para o consumo público.


Alguns episódios precisam ser lembrados. 1) A Comissão Nacional das Eleições (CNE) chumbou parcial ou totalmente listas de candidatos, alegando não terem reunido todas as condições exigidas. Isso fez com que alguns partidos não concorressem em certos círculos eleitorais, e alguns pretendentes à presidência vissem seus intentos augurados. O fato foi polêmico e levantou muito debate no espaço público. Até mesmo o corpo diplomático, cujos países são os financiadores do orçamento do Estado, entrou no debate exigindo explicação dos motivos da exclusão. Ao se dirigir à CNE, estes (o corpo diplomático) ficaram surpreendidos quando o presidente daquele órgão chamou a mídia, num encontro que, em princípio, poderia ter sido a portas fechadas. Havia uma intenção da CNE de influenciar a opinião pública, alertando-a da possível ingerência nos assuntos internos.


2) Os debates da nação tiveram uma dimensão diferenciada. Debate da nação é um programa veiculado pela STV, canal televisivo pertencente à Sociedade Independente de Comunicação (SOICO). Nesse espaço, várias temáticas de interesse do país são discutidas, e conta com um painel, geralmente composto por personalidades reconhecidas nos assuntos a serem debatidos e uma plateia que mescla diversas sensibilidades da sociedade moçambicana. Durante o período eleitoral em análise, os assuntos escolhidos estavam relacionados com o momento vivenciado. Como se pode prever, as paixões ficaram mais evidentes do que a razoabilidade do tratamento das questões. Os principais partidos da cena política, Frelimo, Renamo e MDM procuraram aproveitar esse ensejo para conquistar eleitores, através de uma autêntica encenação televisiva, descompromissado com o diálogo franco de políticas eficazes para a resolução de problemas que assolam o país.


3) Independência editorial: uma conversa para boi dormir. Outro aspecto que ficou visível e salientemente descaracterizado é a questão da independência editorial, amiúde apregoada nos meandros jornalísticos. Até mesmo o senso comum, ou seja, as pessoas que, no seu cotidiano, não prestam atenção para estes assuntos, puderam perceber que grande parte dos meios informativos se rende às artimanhas do poder. Alguns setores da mídia aproveitaram o ensejo para ganhar dinheiro que, por essas alturas, andavam à solta. Assim, nesse emaranhado de interesses, poderia se observar, por um lado, o tradicional jornalismo chapa branca, mais centrado na exaltação dos feitos dos atores da ala governistas; e, por outro lado, “o jornalismo independente” de empresas jornalísticas desvinculadas do poder político, mas centradas no ganho econômico, com recurso, por vezes, ao sensacionalismo.


O cenário vivenciado antes, durante e depois das eleições gerais de 2009 forneceu claras evidências de que a relação tricotômica mídia, política e sociedade está passando por um momento de reconfiguração e reestruturação, uma dinâmica incrementada pela crescente convivência com a mídia e os mecanismos subjacentes à sua práxis. Essa constatação permite antever que, no futuro, vai se acirrar, ainda mais, a disputa pelo protagonismo no espaço público midiático. Igualmente, vários segmentos sociais, paulatinamente, estão começando a separar o joio do trigo, a propaganda do interesse público.

*Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); Professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (ECA/UEM), de Maputo, Moçambique, e na Escola Superior de Jornalismo (ESJ)

Fonte: Revista IHU

A imagem feminina na televisão

Por Valério Cruz Brittos e Mariana Souza de Alcântara*

Desde os primórdios da civilização, o sexo feminino tem sido subjugado, sofrendo ao ser enquadrado na condição de frágil. Mulheres têm sido feitas escravas de seus senhores, maridos e familiares. O exemplo mais clássico de sofrimento feminino decorre do período medieval, onde mulheres foram caçadas, condenadas e mortas em fogueiras, apontadas como feiticeiras ante comportamentos renegados. Com a necessidade do capitalismo de mão-de-obra desatrelada das corporações, a mulher começou a sair de casa mais intensamente para trabalhar, mas a falta de direitos não terminou ali, numa luta que até hoje deve ser travada.

Não direito a voto, servir sempre aos homens e agüentar resignadamente maridos desleais e até violentos eram alguns dos "direitos e deveres da mulher", que persistiram ao longo de séculos. Até hoje a violência contra a mulher é uma realidade, em geral praticada por seus companheiros, embora não mereçam a utilização dessa palavra para enquadrá-los. Ao lado disso, atualmente grande parte dessa opressão dá-se via mídia, quando usa e abusa da mulher enquanto objeto, não obstante os mesmos meios, especialmente a televisão, abriguem outras visões do ser feminino e dêem lugar a muitas de suas lutas.

O culto ao corpo

Desta forma, permanece atual um movimento que, a partir do fim do século 19, tomou voz cada vez mais ativa: o feminismo, tendo como bandeira principal a igualdade entre homens e mulheres, perante não só a lei, mas na vida diária (as ativistas feministas lutavam pela autonomia da mulher). Em pleno século 21, além da violência doméstica, persistem discriminação e salários inferiores aos dos homens. Também são raros os casos de chefes de Estado mulheres, apresentados como ícones nacionais e internacionais de inteligência e integridade. Inegavelmente há mudanças e avanços, mas ainda insuficientes.

Neste quadro, um problema que vem se agravando nos últimos tempos é a superexposição do sexo feminino nos meios de comunicação, principalmente na televisão. A TV surgiu com o propósito de informar e entreter o cidadão. Os anos passaram-se e o entretenimento tomou posição prioritária, a multiplicidade da oferta também começou a pesar para as emissoras líderes e então foi iniciada uma corrida desesperada pela conquista de público. Nisso, programas de humor, novelas e demais atrações buscam a rápida adesão a seus produtos, sendo o culto ao corpo (feminino) uma arma cada vez mais utilizada.

Pedagogia emancipatória

Na tentativa de ampliar sua audiência junto à população masculina, os programas trataram de expandir a presença de mulheres seminuas, desvalorizando a própria imagem feminina. Na década de 90 do século passado e nos anos 2000, expressões pseudo-artísticas têm vulgarizado a atenção com o corpo e a exposição da imagem feminina. Hoje, mulheres de biquíni (ou sem) desfilam pelos palcos de programas como Pânico na TV, Big Brother Brasil e Zorra Total, entre muitos outros. O culto ao corpo perfeito toma o lugar do debate político e do discernimento dos acontecimentos, num mundo superficial e descolado do cotidiano.

Enfim, o verdadeiro ideal feminista está sendo perdido pela vulgarização do sexo e do corpo, pela fome desenfreada por audiência e por uma não regularização no capítulo V da Constituição Brasileira. Considerando-se a televisão um meio de ampla difusão, e pretendendo-se um país entre os mais desenvolvidos, deve-se dar mais valor à mulher e contribuir para que ela valorize mais a si mesma. Este conjunto de problemáticas é agravado tendo em conta o papel que a mídia em geral e a TV em particular exercem junto à criança, o que enfraquece uma pedagogia emancipatória, se no dia-a-dia o exemplo é bem diverso.

*Respectivamente: Professor titular do Programa de Pós Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos e Graduanda de Comunicação Social - Jornalismo na mesma universidades. Ambos membros do Grupo CEPOS

Fonte: Observatório da Imprensa

segunda-feira, 22 de março de 2010

TV digital chega a Natal (RN)

Natal (RN) é a 21ª capital brasileira a transmitir sinal de TV digital de alta definição. A assinatura de consignação de canais acontece hoje à tarde, na sede da diretoria regional dos Correios, com a presença do ministro das Comunicações, Hélio Costa.

O ministro assina a consignação de canais digitais para a Televisão Cabugi (afiliada da TV Globo); para a TV Ponta Negra (Afiliada do SBT); e para a Tropical Comunicação (Afiliada da TV Record). A TV Cabugi vai anunciar o início das transmissões digitais para a noite desta segunda-feira. Serão assinados, ainda, protocolos de intenções com a Multi TV Comunicações (Afiliada da Rede TV!); com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (TV Universitária); e com a Televisão Novos Tempos (Afiliada da TV Bandeirantes).

Após dois anos de implantação, a TV Digital brasileira opera em 29 cidades, sendo, 20 capitais e nove cidades pólo: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Campinas (SP), Cuiabá (MT), Salvador (BA), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Uberlândia (MG), São José do Rio Preto (SP), Teresina (PI), Santos (SP) Brasília (DF), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Recife (PE), João Pessoa (PB), Sorocaba (SP), Belém (PA), Manaus (AM), Ribeirão Preto (SP), Joinville (SC), Aracaju (SE), Londrina (PR), São Luís (MA) e Araraquara (SP). Natal será a 30ª cidade. (Da redação , com assessoria de imprensa)

Fonte: TeleSíntese

Record é condenada a pagar indenização à juíza por caso Universal

A Justiça condenou a Rede Record a indenizar a juíza de direito Patrícia Álvarez Cruz, no valor de R$ 93 mil, por danos morais. A magistrada se sentiu ofendida por uma reportagem em que a emissora alegava que a juíza teria favorecido a ação do promotor Roberto Porto, contra Edir Macedo, já que ele seria seu ex-marido.

No entendimento do juiz Alexandre Carvalho e Silva de Almeida, da 24ª Vara Cível da capital, a reportagem "trouxe a falsa impressão aos telespectadores de que a autora (a juíza) teve alguma participação no processo, pois seria 'ex-mulher' (sic) do promotor, a ponto de justificar, nos termos da notícia veiculada, a investigação profunda do caso, porque capaz de causar alguma irregularidade ou nulidade".

A ação de Porto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), acusava Edir Macedo e outras nove pessoas de desvio do dízimo dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus para compra de bens pessoais e investimento na emissora do grupo.

Na época da divulgação da reportagem, o Ministério Público do Estado de São Paulo esclareceu que Patrícia não atuou no processo contra Edir Macedo, e que a ação foi presidida pelo juiz Gláucio Roberto Brittes.

A Central Record de Comunicação informou que a emissora ainda não havia sido notificada sobre a decisão e que deverá recorrer assim que receber o documento com a sentença.

Fonte: Comunique-se

Japoneses criam robô-jornalista que fotografa e realiza entrevistas

Cientistas japoneses criaram um robô-jornalista totalmente autônomo. A máquina, desenvolvida no Laboratório de Sistemas Inteligentes (ISI na sigla e inglês) da Universidade de Tóquio, faz entrevistas e busca informações na internet. Se considerar o fato relevante, escreve um texto e o publica na web.

Segundo os cientistas, o robô-jornalista também é capaz de analisar o ambiente e relatar o que observou. Em caso de alguma mudança no local, a máquina é capaz de interpretar, avaliar a importância e, se necessário, fotografar.

Desde 2002, os Estados Unidos tentam criar um robô-jornalista para cobrir situações de risco, como um front de guerra. Mas esses robôs são guiados por controle remoto e dependem da ação humana.

Fonte: Comunique-se

TV Globo vai abrir escola técnica de mídia eletrônica

As Organizações Globo assinaram um convênio com o Governo de São Paulo para a implantação de uma escola técnica (Etec) voltada para a mídia eletrônica. O convênio foi assinado nesta sexta-feira (19/03), por Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo, e José Serra (PSDB), governador do estado.

A escola deverá ser construída pela TV Globo, em parceria com o Centro Paula Souza, do governo paulista, e a Fundação Roberto Marinho. A Etec vai funcionar na região do Brooklin, perto dos estúdios da Globo, e deve ficar pronta em 2011. A emissora, que doou o terreno e será responsável pela construção, ainda não divulgou o valor do investimento.

Serão oferecidas 240 vagas para cursos de Multimídia, com duração de três semestres, e Produção de Áudio e Vídeo, com duração de quatro semestres. O Centro Paula Souza ficará responsável pelo processo seletivo, contratação de professores e infra-estrutura.

“É uma Etec pioneira. São cursos inovadores de dois anos, que terão uma demanda muito grande. Cada aluno deve custar R$ 3,5 mil por ano, uma produtividade altíssima. Ter boa mão de obra qualificada, força de trabalho preparada, é bom pra quem trabalha e para quem emprega”, afirmou Serra.

Roberto Irineu Marinho disse que o convênio com o Estado é uma forma de a empresa colaborar com o ensino profissionalizante. “Esta é uma maneira de contribuir para a formação dos jovens. O ensino profissionalizante é essencial para o nosso país”, ressaltou o presidente das Organizações Globo.

Além de Serra e Marinho, participaram da cerimônia o secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin; a diretora superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá; o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto; e o diretor-geral da TV Globo, Octávio Florisbal.

Fonte: Comunique-se

sexta-feira, 19 de março de 2010

Deputado do PT critica organização do "Fórum Democracia e Liberdade de Expressão"

O deputado federal Emiliano José (PT-BA) saiu em defesa de sua legenda e se mostrou crítico a parte da imprensa nacional. Em pronunciamento na Câmara, na última terça-feira (16), o parlamentar repudiou a organização do encontro "Fórum Democracia e Liberdade de Expressão", organizado pelo Instituto Millenium, dizendo que o evento teve por objetivo promover posições contra o Partido dos Trabalhadores (PT).

Realizado no dia 1º de março deste ano, na cidade de São Paulo, o Fórum reuniu diversos jornalistas do Brasil, Equador, Venezuela e Argentina, com objetivo de discutir as ameaças contra a liberdade de imprensa na América Latina.

Na ocasião, participaram do encontro jornalistas como Marcel Granier, diretor do canal venezuelano RCTV - que teve a licença suspensa pelo governo - o jornalista Carlos Vera, do Equador, além de nomes brasileiros, como o comentarista da TV Globo Arnaldo Jabor e o sociólogo Demétrio Magnoli.

Durante o pronunciamento, o deputado disse que, em meio a denúncias de irregularidades envolvendo membros do partido, como o caso do mensalão, o PIG (Partido da Imprensa Golpista) criado por jornalistas críticos a parcelas do setor, "sai a campo para atacar o PT e o presidente Lula (...) planta notícias falsas, inventa currículos fantasiosos, requenta matérias à falta de fatos consistentes, verdadeiros".

Emiliano José questionou a organização do evento, que teve participação de cerca de 180 pessoas. "Ali estava a fina flor da direita midiática latino americana, como o âncora de televisão equatoriana, Carlos Vera, que chegou a dizer que o presidente Rafael Correa foi eleito por prostitutas".

"O PT e as forças democráticas não podem se iludir, não tem o direito de se iludir: a mídia hegemônica está em campanha e, insista-se, tem lado. Quanto à sua natureza partidária, digo isso há muito tempo", disse o deputado. "O Seminário do Millenium não foi a senha para a abertura da campanha contra o PT, contra Lula, contra Dilma. Isso existe desde sempre. Ele apenas teve o mérito de deixar o reino. A campanha é feita pelo PIG cotidianamente, sem descanso".

Para o diretor-executivo do Instituto, Paulo Uebel, Emiliano tenta "rotular" as denúncias contra o partido e o governo. Segundo ele, o PT deve buscar "fatos e dados" que comprovem regularidade nas ações, e não "simplesmente criar teorias conspiratórias" envolvendo a imprensa.

Uebel defende a organização do Fórum, ressaltando que o encontro teve caráter apartidário. "(...) Não foi organizado para criticar nenhum partido, mas sim para defender a democracia da América Latina. Alguns painelistas criticaram partidos, mas não só do Brasil", disse, acrescentando que o deputado tenta "simplificar" o debate.

Fonte: Portal Imprensa

Google vai deixar a China em abril, diz jornal

O Google vai abandonar o mercado chinês no dia 10/04, é o que informa o jornal China Business News. De acordo com o veículo, a empresa fará o anúncio na próxima segunda-feira.

A reportagem ouviu dois funcionários do Google que pediram anonimato. Nos últimos dois meses, a relação entre a empresa e o governo chinês sofreu atritos após acusação de que Pequim estaria por trás de ataques contra contas de e-mails hospedados pelo Google.

O governo chinês negou as acusações, mas o fato gerou uma discussão sobre a censura no país asiático. O Google quis se negar a filtrar conteúdos considerados sensíveis pelo regime comunista, que reagiu, afirmando que para funcionar no país, a empresa deveria seguir as leis locais.

Fonte: Comunique-se

Entidades da imprensa e Fecomercio estudam recorrer ao STF contra PNDH

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) discutiram, em reunião com a Fecomercio, a possibilidade de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que propõe o controle social da mídia. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (18/03).

As entidades defendem que o programa, que estabelece normas para os veículos de comunicação, é uma afronta à liberdade de expressão. “Esse programa parece um samba do crioulo doido. Com o pano de fundo dos direitos humanos, tenta praticamente abarcar todos os setores para censurar todos os âmbitos da vida nacional”, declarou a presidente da ANJ, Maria Judith Brito, que classificou o documento de “excrescência”.

Para ela, o governo Lula tenta cercear a liberdade de imprensa. ”Talvez a mídia tenha sido a instância mais agredida ou mais sistematicamente agredida durante os dois governos do presidente Lula”.

A proposta para que as entidades recorressem ao STF partiu do presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio, o jurista Ives Gandra Martins, que presidiu a reunião. Segundo ele, o PNDH se compara às "constituições bolivarianas". Granda lembrou que haverá um debate no Senado, convocado pela senadora Katia Abreu (DEM-TO), que pretende questionar o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi a respeito do polêmico programa. O debate de hoje servirá como base para as discussões.

Fonte: Comunique-se

quinta-feira, 18 de março de 2010

Google trabalha com Intel e Sony em projeto de TV

SAN FRANCISCO, Estados Unidos, 18 de março (Reuters) - O Google está trabalhando com a Intel e a Sony para desenvolver uma nova classe de televisores com capacidades de Internet e conversores, segundo o New York Times.

O esforço, conhecido como Google TV, está sendo conduzido há alguns meses e é baseado no sistema operacional Android, que está atualmente disponível em alguns smartphones, segundo o jornal, que citou pessoas com conhecimento do projeto.

A Logitech International também está envolvida e desenvolve aparelhos periféricos, como um pequeno teclado.

Segundo o artigo, os parceiros esperam facilitar o uso de aplicativos baseados na Web aos consumidores, como o Twitter, em seus televisores e atrair desenvolvedores de software a criarem novos aplicativos para o Google TV.

O Google começou a testar a tecnologia do conversor com a Dish Network, afirmou o Times.

Representantes do Google, Intel e Sony não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. Uma porta-voz da Logitech disse que a companhia não tem comentários a respeito.

Fonte: Reuters Brasil

Rio Grande do Sul aprova projeto que exige diploma em concursos públicos

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei 236/2009, que torna obrigatório o diploma de Jornalismo para servidores estaduais. Agora, o PL de autoria do deputado Sandro Boka (PMDB) deverá ir para sanção da governadora Yeda Crusius (PSBD).

Sobre o resultado unânime, Sandro ficou surpreso, mas esperava uma posição favorável da maioria dos deputados. “Confesso que fiquei surpreso com a unanimidade, mas esperava uma certa aprovação porque quando o STF derrubou o diploma, muitos deputados repudiaram a decisão”, explica.

Para ele, com a aprovação do projeto, a Assembleia gaúcha “valoriza a profissão”. O deputado também disse que pretende conversar com municípios do estado para que a medida seja aplicada em todos os órgãos públicos do estado.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, disse que a decisão da Assembleia deve ser copiada por outros estados. “O Legislativo do Rio Grande do Sul deu um exemplo que deve ser seguido por todo o País. Foi uma resposta ao STF. Agora só precisamos fiscalizar para que essa lei seja cumprida”.

Em contrapartida, a PL do deputado estadual Sabá Reis (PR), que propunha a mesma exigência para os órgãos públicos do Amazonas, foi vetada pela Assembleia do estado.

Fonte: Comunique-se