O presidente da TV venezuelana Globovisión, Guillermo Zuloaga, foi preso nesta quinta-feira (25/03) no aeroporto Josefa Camejo de Paraguaná, na cidade de Punto Fijo. No momento da prisão, ele se preparava para voar com a família para passar o feriado da Semana Santa em uma ilha caribenha.
A ordem de prisão foi expedida pelo Ministério Público do país. De acordo com a procuradora-geral de República Luisa Ortega Díaz, Zuloaga está sendo investigado e, por isso, não pode deixar o país.
“Nós devemos garantir o processo. Na Venezuela, não é possível seguir com nenhum processo penal com a ausência do cidadão, por isso foi solicitada a ordem de prisão”, explicou.
O pedido de investigação de Zuloaga foi apresentado pelo presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Nacional, Manuel Villalba. O empresário está sendo investigado por declarações dadas durante a reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizada no último final de semana.
Em entrevista a sua emissora, Zuloaga contou que foi preso por agentes sem identificação, apenas com jaquetas do Ministério do Interior e Justiça. O empresário disse ainda que não tinha intenção de fugir do país, apenas passar o feriado com a família.
“Se eu estivesse pensando em me esconder, não sairia por um aeroporto conhecido, internacional. Espero que meus advogados possam atuar e fazer o que for necessário. Me informaram que uma comissão me levará de avião para Caracas”, contou.
O vice-presidente da Globovisión e filho de Guillermo, Carlos Zuloaga, informou que a família foi surpreendida com a prisão e lamentou a medida adotada pelo governo.
“Isso é um assédio não só ao meu pai, mas à liberdade de expressão. Opinar está se convertendo em um delito”, afirmou.
A SIP também se manifestou sobre o episódio, alertando que a prisão de Zuloaga confirma que na Venezuela “não existe liberdade de imprensa, liberdade de expressão e liberdade de opinião”.
Fonte: Comunique-se