sábado, 31 de janeiro de 2009

Com seriado policial, Record atira na concorrência


* Por Valério Cruz Brittos e Andres Kalikoske

O telespectador que sintonizar a Record nas noites de segunda-feira poderá constatar que a cultura de massa trabalha com fortes doses de homogeneização, reproduzindo elementos de produtos que, por terem obtido êxito, ainda se encontram no imaginário popular. Prova disso é o seriado "A Lei e o Crime", empreitada da emissora de Edir Macedo que já está incomodando a Globo, por alcançar a vice-liderança isolada de audiência na Grande São Paulo e picos de primeiro lugar no Rio de Janeiro. No mercado internacional, promete fazer dinheiro, repetindo o desempenho de seus antecedentes similares.

Com muitos tiros e custo elevado – são R$ 600 mil por episódio, três vezes mais do que é gasto no capítulo de uma telenovela –, o enredo resgata temáticas comuns aos brasileiros, como corrupção policial e violência extremada nas favelas cariocas. Seu elenco ainda conta com dois atores oriundos do bem-sucedido filme "Tropa de Elite", o que torna quase impossível não comparar o seriado com a respectiva obra cinematográfica.

Este não é o primeiro investimento da Record em seriados. Em 2003, a emissora levou ao ar "A Turma do Gueto", retratando o cotidiano da periferia. Realizada pela produtora Casablanca, a partir de argumento do cantor Netinho de Paula, a produção não chegou a ser um fracasso, mas também não alavancou a audiência da Record para os parâmetros desejados por seus executivos. Ainda, em 2006, co-produziu com o canal transnacional Fox o produto "Avassaladoras". Deficitário no quesito audiência, teve seu horário de exibição alterado por diversas vezes.

Fidelidade internacional à Globo

No entanto, no caso de "A Lei e o Crime", a carência de originalidade estende-se do enredo à estratégia de programação da emissora. A exemplo da Globo – que há quase 10 anos estréia seus programas no primeiro mês do ano –, em 2009 o canal de Edir Macedo lançou novos produtos também em janeiro. Todavia, além de atirar contra a concorrência nacional, o seriado ainda carrega consigo a difícil missão de maximizar os ganhos da Record no mercado externo. Primeiramente o produto será ofertado a canais da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão. O Reino Unido também se apresenta como um mercado potencial, frente ao arrebatador sucesso de público e crítica de "Elite Squad", título local de "Tropa de Elite". Posteriormente, deverá ser exibido na Record Internacional, o sinal além-mar do grupo. A primeira modalidade de venda, no entanto, é muito mais vantajosa para a Record, uma vez que seu canal internacional ainda não decolou.

O crescimento da Record Internacional ocorre especialmente nos países pobres da África falantes da língua portuguesa. Por coincidência, nota-se nesses países a forte presença da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Contudo, tanto na venda aos canais estrangeiros, quanto na emissão de programas em seu sinal internacional, os mercados (e consumidores) seguem fiéis às produções da Globo. O europeu e o norte-americano, que pagam altas cifras por produtos televisivos, preferem oferecer em suas grades de programação novelas como "A Favorita", atualmente no ar pela SIC de Portugal, ou "El Clon" ("O Clone"), sucesso recente na Telemundo norte-americana (voltada para o público hispânico).

Experiência em remakes

Frente a este cenário, com exceção da Globo – que, apesar de resgatar mais uma edição do "Big Brother Brasil", estreou em janeiro a bem sucedida minissérie "Maysa – Quando Fala o Coração" e a novela "Caminhos das Índias" –, nas outras emissoras falta inovação. A Band insiste no nada original "Band Verão", apostando no revezamento de seus apresentadores para tentar emplacar as diversas edições do programa que são exibidas por dia. No momento, sua atração de maior audiência é o humorístico "Uma Escolinha Muito Louca", que também vem sendo reprisado, dividindo a faixa vespertina com o decano seriado "Punky, a Levada da Breca", produção norte-americana da NBC dos anos 80.

Já no SBT, estréias parecem soar como algo remoto. Com o término de "Pantanal" – cujo último capítulo foi exibido sem a mínima divulgação prévia – o canal prepara-se para editar as fitas de "Ana Raio e Zé Trovão", produzida em 1991 pela extinta TV Manchete. Enquanto isso, o recém-contratado diretor Del Rangel começa a produzir a sucessora de "Revelação". O roteiro, baseado na radionovela "Vende-se Um Véu de Noiva", de Janete Clair, será assinado por Íris Abravanel e seus fiéis colaboradores. Apesar da falta de experiência da autora, a emissora aposta no trabalho do diretor para alavancar a produção. Experiência em remakes não lhe falta: couberam a Del Rangel as bem-sucedidas regravações de "Éramos Seis" e "Sangue do Meu Sangue", ambas do SBT, além da nostálgica "Meu Pé de Laranja-Lima", sucesso infanto-juvenil da Band.

Publicado originalmente em 27/01/2009, no sítio Observatório da Imprensa.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Globovisión debe ser asumido como partido político



Caracas, 21 Ene. ABN.- 'Los medios privados de comunicación han aplicado el palangre de manera desvergonzada, por eso mañana inscribiremos al canal privado de comunicación Globovisión en el CNE (Consejo Nacional Electoral) como partido político', sostuvo el presidente de la Federación Bolivariana de Estudiantes, Carlos Sierra.


Luego de concluida la marcha por el sí a la enmienda y por la paz, realizada este miércoles por estudiantes de todo el país en Caracas, Sierra señaló: 'Ya se están activando las conclusiones de la cumbre de Puerto Rico destinadas a desestabilizar el país en la víspera del referéndum, porque se saben perdedores'.


Sierra denunció a otros medios que también emplean el palangrismo cotidianamente 'está el caso de El Nacional, cuyos directivos se reúnen con Yon Goicochea y le dan líneas, que él aplica sin chistar'.


'Llamar a Alberto Federico Ravell palangrista no es una falta de respeto, eso es una verdad. Falta de respeto es mandar a incendiar el Ávila, tirar bombas lacrimógenas para culpar al gobierno de violencia', agregó. La cumbre de Puerto Rico fue planeada para derrocar el gobierno legítimo de Venezuela 'les advertimos que estamos preparados para contrarrestar las guarimbas, así sea con tribunales populares, pero el gobierno no lo tumbarán', finalizó Sierra.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Venezuela e o limite da democracia representativa


Inicio o artigo aclarando que o escrevo daqui de Caracas onde me encontro a trabalho e sem convite nem despesas pagas por governo algum. Inicio assim o primeiro de dois textos sobre a conjuntura política Venezuelana. No primeiro, trato da situação anterior ao referendum do próximo dia 15 de fevereiro. No segundo, abordo a esquerda do movimento bolivariano e as posições para além do oficialismo.

No momento o país está em plena campanha plebiscitária, a favor ou contra do projeto de Emenda Constitucional dos artigos 160, 162, 174, 192 e 230 (leia o texto completo em castelhano). A essência da proposta é simples. Se aprovada, o conjunto dos cargos de representação e mandatários políticos venezuelanos poderão se apresentar para reeleição o número de vezes que queiram. Assim, tanto legisladores (municipais, estaduais e nacionais) como prefeitos, governadores e o presidente poderão tentar ganhar no voto a permanência no cargo sem nenhuma barreira.

Exposta a questão, os argumentos que vi e ouvi são evasivos. A oposição política venezuelana, encabeçando o bloco do NÃO afirma que a vitória da Emenda implicará a reeleição indefinida de Hugo Chávez. Isto não é verdade, porque apresentar-se para a eleição não garante vitória antecipada. Já a aliança do SIM define a escolha pela permanência no poder um tema de soberania popular. Também dá para discordar, uma vez que a população sempre escolhe em cima das opções oferecidas. Vejo os dois argumentos como evasivos porque o tema de fundo é outro.

A democracia representativa na Venezuela (chamada de 4ª República) surge com o Pacto de Punto Fijo, assinado em 1958 após a derrota da ditadura de Pérez Jiménez. Neste acórdão, três grandes partidos, AD, Copei e URD concordam com a alternância no poder do Estado e compartilham a mesma visão sócio-econômica. A distribuição de renda é péssima, o país não planta o que consome e as cidades crescem na base da favelização. Para piorar, fora do sistema político partidário, o protesto social era criminalizado e havia repressão de sobra. O fato é que a partir da eleição de Chávez em 1998, tudo isso muda. Para não expor aqui dados sem fim, basta dizer que: em dez anos o analfabetismo foi erradicado; o número de estudantes de todas as séries saltou de menos de 3 milhões para 11 milhões; se multiplicou por seis o total de universitários; a saúde e o transporte público são universais, antes não eram; a renda per capita aumentou; e a extrema pobreza diminuiu.

O tema em pauta e a percepção popular giram por outro lado. Existe uma melhoria real da qualidade de vida do venezuelano pobre. Isto se dá através da soma de recursos do Estado com a promoção da sociedade civil de baixa renda. A maioria, ao sentir o gosto do protagonismo político, mesmo que sob a condução de um líder carismático, não quer arriscar abrir mão de suas conquistas. Os beneficiados pelos dez anos de governo chavista (cerca de 60% da população) desconfia dos partidos de intermediação tradicionais. Discute-se aqui um clássico da teoria democrática. Se a democracia de concorrência e alternância política não solucionar os problemas básicos do cotidiano, a maioria não se sente comprometida com este regime político. E, havendo alternativa, esta será considerada válida.

É por isso que a Emenda é tão temida pela oposição. Chávez e seus candidatos aumentaram seus índices eleitorais em 20%, passando de 4.379.392 na derrota do referendum de 2007 para 5.504.902 votos nas eleições municipais e estaduais de 2008. Hoje a aliança encabeçada pelo PSUV governa 265 das 327 prefeituras, 18 das 24 capitais de estado, 80 dos 100 municípios mais populosos e 17 dos 22 estados. Estes números já são impactantes e avisam aos analistas que há massa e fidelidade eleitoral. Some-se isto à desconfiança das maiorias para com as antigas elites políticas e já temos os elementos para uma democracia de tipo plebiscitária. Se o SIM ganhar, é meio caminho andado para, no mínimo, um terceiro mandato de Hugo Rafael Chávez Frías. Se a continuidade do governo atual implicar em mais benefícios sociais e organização de base, como desmontar essas estruturas depois? Entendo que a questão de fundo é:

- Como pode alguém defender algo - a alternância no poder - quando entende que isto não lhe favorece?


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Portal CEPOS realiza cobertura da NATPE 2009


O Portal CEPOS destaca, a partir desta quarta-feira (28), uma série de reportagens especiais sobre a NATPE, mais importante feira internacional de comercialização de produtos televisivos. O evento, que começou ontem, está sendo realizada na cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos.

A feira deverá reunir inúmeros executivos do cenário televisivo internacional. Produtoras de conteúdo como a Sony, Freemantle e Walt Disney, devem dividir espaço com compradores, como as redes brasileiras SBT, Record e Band.

A cobertura ocorrerá a partir da seleção de notícias (clipping), com foco principal nas manchetes dos periódicos internacionais. Com atualização diária, o Portal CEPOS é acessado através do endereço www.grupocepos.net.

Ravell sorprendido en Maiquetía: "Palangrista será el c... de tu madre"


El director de Globovisión fue sorprendido por el equipo de Avila TV regresando desde Puerto Rico junto a los opositores Julio Borges, Luis Planas y Omar Barboza, donde se reunieron con especialistas estadounidenses y el encargado de negocios de EE.UU. en Venezuela para recibir asesoramiento para la campaña contra la enmienda constitucional.


Más sobre este tema
Alberto Federico Ravell, director del canal de televisión privado Globovisión, acudió a Puerto Rico a reunirse con importantes asesores estadounidenses en compañía de 4 líderes de la oposición, con el fin de recibir asesoramiento para crear una campaña publicitaria contra la enmienda constitucional.


La reunión habría sido organizada por el encargado de negocios de la embajada de Estados Unidos en Caracas, John Patrick Caulfield, y se estarían invirtiendo unos 3 millones de dólares en la campaña.


Así lo denunció Pedro Carvajalino, productor del canal de televisión revolucionario Ávila TV, luego de que él y su equipo acudieran al aeropuerto de Maiquetía y entrevistaran a Ravell, quien regresaba al país en compañía de Julio Borges (dirigente de Primero Justicia), Henry Ramos, Luis Planas (secretario general de Copei) y Omar Barboza (presidente del partido Un Nuevo Tiempo).


Ravell perdió los estribos durante la entrevista: "Palangrista será el coño de tu madre", dijo en modo amenazador, ofreciéndole luego unos golpes a Carvajalino luego de que éste le preguntara si la sopa en el Hotel La Concha estaba muy buena, y si eso había sido suficiente para pagarle sus servicios comunicacionales. Ravell también le profirió varios insultos de caracter homofóbico.


Palangrista La palabras "palangrista", "palangrismo" y "palangre" son usadas en Venezuela para referirse a aquellos periodistas que escriben favoreciendo a determinados intereses o posiciones políticas, comerciales o de otra índole, a cambio de pagos en dinero u otro tipo de favores. También suele usarse con personas que tienen posiciones influyentes en los medios de comunicación.


Tres millones de dólares por la campaña Carvajalino, entrevistado en el programa "Dando y dando" de VTV, informó que conocieron del viaje cuando Julio Borges, Henry Ramos, Luis Planas y Omar Barboza recibieron un email de parte de Ravell, convocándolos a la reunión. El email decía:


"Buenas tardes, les escribo para informarles que la reunión del 8 y 9 de enero en Miami está lista (Nota: Luego la reunión se mudó a Puerto Rico). Nuestro amigo de la embajada saldrá un día antes. El grupo de asesores ha venido trabajando en estos días muy duro y van a presentar toda una campaña estratégica con ideas para comerciales de TV, eventos y discursos. Yo los he venido alimentando con información e investigación. Ellos han rebotado ideas con los asesores más grandeligas de Estados Unidos, y creo que podemos sacar desde la A hasta la Z, todo listo para enfrentar la enmienda. Lo único que debemos hablar son los costos que, aunque son bajos -unos 3 millones de dólares para lo que se está produciendo- debemos compartirlos entre todos. Sugiero que nos reunamos el lunes 5 de enero para ver todos los detalles y explicarles mejor todo".


Ravell afirmó luego que la reunión era para conocer detalles de las elecciones puertorriqueñas. Luis Planas se mantuvo en todo momento sacando fotos y videos con su celular al equipo de Ávila TV, a lo que Carvajalino indicó que los responsabilizan de cualquier cosa que pueda pasarle a él o a miembros de su equipo.


VTV también transmitió un video captado en Maiquetía el 7 de enero, mostrando la salida del país del encargado de negocios estadounidense, John Caulfield, rumbo a Puerto Rico, así como la salida del país de Ravell, Borges, Barboza y otros líderes opositores un día después. Carvajalino y los periodistas presentes en Dando y Dando se preguntaron si es lógico que el director de un canal de televisión sea el que esté liderando a la oposición de esta manera.


No es la primera vez que Ravell pierde los estribos. A finales de 2002, el director de Globovisión también agredió verbalmente a Boris Castellanos, quien entonces hacía su pasantía de periodista en Venezolana de Televisión y cubría una rueda de prensa del entonces secretario general de la OEA, César Gaviria, tras una reunión con medios públicos y privados. Ravell se le acercó violentamente y le gritó "¡Es que no entiendes que estamos en vivo, estamos en vivo!" cuando el periodista le hizo una pregunta inconveniente para la oposición.


La conversación


Las palabras pronunciadas por Ravell, quien es el director de un medio de comunicación privado usado como fuente por CNN y otras cadenas internacionales, sin duda que pasará a la historia de la comunicación social como símbolo del enfrentamiento entre los medios de comunicación conservadores de la ultraderecha, y los medios alternativos que los confrontan a diario a pesar de sus limitaciones.


Carvajalino comenzó a entrevistar a Ravell. "¿Qué tal estuvo la reunión en Puerto Rico con el Departamento de Estado?", preguntó, a lo que Ravell respondió: "Mejor que las que hacen en Irán con unos pedazos de tractores".


-¿Cuál será la estrategia de la enmienda? -siguió Carvajalino.

-La estrategia va a ser no traer material radiactivo, no ir tanto a Cuba.

-¿Quién va a pagar los 300 mil dólares que supuestamente va a costar la campaña?

-Los va a pagar el minist... Pdvsa

-A ustedes los han denominado los 4 fantásticos, ¿qué tal?

-Pdvsa va a pagar todo eso.

-¿Le gustó el Hotel La Concha de Puerto Rico?

-Me fascinó. El asopao me encantó.

-¿Como te gusta? Te gusta así, ¿no?, palangrista como siempre.

-Palangrista el coño de tu madre -dijo Ravell.

-¿El coño de la madre? -Dime palangrista y te puedo pegar -dijo Ravell haciendo un gesto con el puño.

-Yo estoy haciendo el ejercicio libre de la libertad de expresión. Ustedes hacen lo mismo.

-¡Vuelve a decirme palangrista! -gritó Ravell.

-No voy a decirte palangrista. Simplemente ya te lo dije.

-Tú me dices palangrista y yo te vuelvo a repetir lo que te dije. ¡Dale, dale, vente! Dímelo otra vez.

-No te lo voy a decir. Pero ¿qué te pasa? ¿Por qué te pones así?

-"Ay, por qué te pones así" -dijo Ravell, imitando en tono amanerado- ¡Estás perdido de pargo! -dijo señalando a su zarcillo.



Isto ocorreu no dia 9 de janeiro e marca a pauta de toda a campanha da Emenda Constitucional na Venezuela. Link original para Rádio Mundial Caracas - Ávila TV

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Obama, trajetória e etnia


A eleição de Barack Hussein Obama pode ser analisada por vários através fatores. Um destes, essencial para compreender o significado desta vitória, é a relação entre etnia e democracia. O fator de novidade é a descendência e o pertencimento étnico de Obama. O 44º presidente dos Estados Unidos da América (EUA) reflete em sua vitória uma carga de simbolismo maior do que a realidade dos caminhos por ele percorridos. É o primeiro negro (afro-americano) no cargo mais poderoso do mundo. Mas, como líder estadunidense, percorreu os ritos de passagem para o cargo, cumprindo ao menos cinco papéis tradicionais.



O ex-editor da Harvard Law Review é mais um presidente que passou pelo filtro de duas das oito universidades de elite que compõem a Ivy League (Columbia, Brown, Princeton, Harvard, Yale, Cornell, Dartmouth e Univ. of Pennsylvania). Constituiu família afro-americana e não multirracial, casando-se com uma mulher que têm diplomas tão fortes quanto os dele. Sua carreira política, embora venha do trabalho de base, passara por eleições distritais através do sistema bipartidário oficial. Como homem de fé, professa uma religião de base cristã e monoteísta. Sua trajetória é de “vencedor” e não de “herdeiro” ou “fracassado”. Trata-se de um homem que alcançou a mobilidade social através de capacidade intelectual e dedicação ao coletivo.


Sua juventude personifica o melting pot de cidadão do mundo com fortes raízes liberais. Mas, como ativista político, é um típico integracionista afro-americano. Ao organizar comunidades pobres de maioria negra, o atual presidente dos EUA se filia a uma tradição de luta por direitos civis, por dentro do Partido Democrata. O pragmatismo das escolhas e o trânsito entre distintas camadas sociais é uma tomada de posição. Sua eleição representa a dupla derrota, tanto da “América profunda e racista” como das opções radicais das minorias sobrevivendo nos EUA. A eleição de Obama conclui a vitória de Martin Luther King sobre Malcolm X.


Para as relações raciais nas Américas, o que há de transformador nesta vitória é a carga simbólica dúbia. Para o grande público, um presidente negro nos EUA significa o fim do racismo estrutural. Não é. No país com mais de 2,3 milhões de presidiários, 11% dos homens negros entre 20 e 34 anos passou pela cadeia. Os afro-americanos equivalem a 13% dos estadunidenses e são 37,5% da população carcerária. Não estamos falando de um artista, atleta ou “celebridade”. Trata-se de um advogado e político de sucesso representando a parcela democrata da mesma fração de classe a qual pertencem operadores como Condoleezza Rice, Colin Powell e Roger Ferguson. Ele personifica tanto um poderoso mercado de consumo assim como a capacidade dos Estados Unidos de incorporar outras elites dirigentes. Obama é um “típico” personagem estadunidense.


domingo, 25 de janeiro de 2009

Contundente victoria del ''Sí'' en Bolivia


24 de enero 2009.


El nuevo texto constitucional fue aprobado por 61,85 por ciento de los bolivianos que votaron este domingo en el referendo por la nueva carta magna de la República, mientras que otro 40 por ciento le dijo No al texto legal, según resultados extraoficiales difundidos por medios locales.Respecto a la pregunta del referendo en la que los bolivianos tenían que decidir sobre la superficie máxima de tierras para que no sea considerada latifundio, un 70, 16 por ciento votó por la opción de cinco mil hectáreas; mientras que un 28,70 votó por la opción de 10 mil hectáreas.


Tras la divulgación de estos datos que le dan una amplia mayoría a la opción apoyada por el Gobierno de Evo Morales, el senador del Movimiento al Socialismo (MAS) Antonio Peredo, indicó que "las autonomías es lo primero que se va a implementar".Además informó que otro de los pasos a ejecutar es el hecho de "sancionar una ley transitoria electoral para las próximas elecciones generales del venidero 5 de diciembre".El corresponsal de TeleSUR en Bolivia, destacó que los bolivianos seguidores del MAS, comienzan a reunirse para festejar el "Sí" en la Plaza Murillo en La Paz y esperan también la llegada al lugar del presidente Evo Morales."Con mucha satisfacción" se encuentran las personas reunidas en la Plaza, mientras que otros felicitaron al pueblo boliviano, por esta elección.


El delegado observador de Argentina, Roberto Malaver, resaltó que el proceso comicial se desarrolló "con absoluta normalidad, transparencia, control y participación".Para el presidente boliviano Evo Morales, la nueva Constitución es la piedra angular de su proyecto de "refundación" de la nación, que lanzó apenas asumió el cargo a inicios del 2006 cuando decretó la nacionalización de las enormes reservas de gas natural del país.Además el texto constitucional profundiza una reforma agraria al prohibir los latifundios y establece que el Estado ejercerá la planificación de la economía y la administración de los recursos naturales.


El presidente Evo Morales y el vicepresidente Álvaro García Linera, afirmaron este domingo, por separado, que los perdedores del referendo constitucional, recurrirán a señalar al fraude para desvirtuar la victoria del Sí y justificar su derrota.Además, ambas autoridades, en diferentes conferencias de prensa, uno en Cochabamba y el otro en La Paz, aseguraron que el Gobierno acatará la decisión del soberano traducido en el voto democrático."Quienes se sienten derrotados ahora dirán que hubo fraude, en su agonía y su derrota (Â…). Cuando uno siente su derrota trata de desconocer los resultados", afirmó el Jefe de Estado a la prensa.


LInk original para o portal venezuelano Aporrea

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Nova aquisição do Grupo RBS deve ser anunciada em breve

A mais nova aquisição do Grupo RBS, que já detém cerca de 60 empresas, entre jornais e emissoras de rádio e televisão, deve ser anunciada em breve. Se depender das especulações do mercado, a empresa gaúcha fará jus a um velho ditado popular: “Onde há fumaça há fogo”. A edição deste mês do jornal Meio & Mensagem destaca na capa a possível parceria com o Grupo ABC, de Nizan Guanaes, para o lançamento da ‘Maior Entretenimento’. A informação, que ainda não fora confirmada oficialmente pelas partes envolvidas, já havia sido divulgada em dezembro, na coluna online do jornalista Lauro Jardim, da revista Veja.

Segundo M&M, a nova empresa, que deverá ser anunciada em fevereiro, será comandada pelo executivo Paulo Zottolo, ex-presidente da Nívea e da Philips. O jornal ainda informa que a Maior reunirá os principais projetos da área organizados por ambos os grupos, como Oktoberfest, Rio Summer, Planeta Atlântida, Carnaval da Bahia e X-Games. A publicação ainda informa que a RBS também estaria de olho na Elemídia – empresa de mídia digital indoor. Em dezembro, a assessoria de imprensa do Grupo RBS confirmou que existem tratativas, mas ressaltou que nada estava definido.

No final de novembro, o Grupo RBS anunciou a aquisição de 90% do capital das empresas Guia da Semana e Oba Oba, e 30% do capital da Pontomobi. O Guia da Semana e o Oba Oba são portais na internet que oferecem informações de entretenimento. Já a Pontomobi é uma agência especializada em mobile marketing e interatividade. A reportagem de M&M assinala que o projeto de expansão de negócios do Grupo RBS segue a estratégia estabelecida pelo seu acordo com a Rede Globo de Televisão, que a impede de atuar com outros sócios nas áreas de TV, rádio e jornal.

Fonte: Coletiva.net

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Preparação do 2º Fórum Nacional de Televisão Pública

Texto apresentado no pré-evento da XII Socine 2008 – Universidade de Brasília Desde o 1º.

Fórum Nacional de Televisão Pública – que ocorreu em maio de 2007 e resultou na "Carta de Brasília" – a rede pública de televisão no país começou a ganhar contornos. Naquele momento, o presidente Lula entregou à Secretaria de Comunicação Social e ao recém-empossado ministro Franklin Martins a missão de instalar a Empresa Brasil de Comunicação. Criada em outubro de 2007, a EBC tem a missão de implantar e gerir o sistema público de comunicação previsto pelo artigo 223 da Constituição Federal.

Dezessete meses após o encontro, as entidades que representam as TVs públicas reuniram-se com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, buscando apoio para a realização do II Fórum Nacional de TVs Públicas. O objetivo é debater questões que não foram esclarecidas na primeira edição do evento, como a regulamentação das emissoras públicas – já que falta um aparato jurídico para este campo das comunicações –, a programação e o processo de migração digital, segundo afirmação de Paulo Alcoforado, da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura.

O cidadão, um não-protagonista

O presidente Lula, de quem partiu a idéia de criação da televisão pública no país, entende esses novos canais como os veículos capazes de pôr no ar aquilo que as outras televisões não põem, as notícias positivas que não são dadas, os debates sobre grandes temas nacionais que não são realizados, os programas educativos que ficam confinados às emissoras educativas.

No entanto, dez meses após sua estréia a TV Brasil depara com o desafio de consolidar-se como emissora pública e de afastar definitivamente os receios que a cercam. Com orçamento limitado e programação baseada quase exclusivamente na grade herdada da extinta TVE, a direção da TV Brasil esforça-se para produzir a única novidade até o momento – o telejornal Repórter Brasil.
Fazer uma aposta quase que exclusivamente num jornalismo de qualidade e diferenciado pode ser um equívoco. As TVs privadas, depois da competição trazida pelas emissoras a cabo, apesar das críticas e de naturais falhas, já começam a ocupar este espaço. E como os recursos para a TV pública são escassos, outras áreas acabarão por ser menos contempladas.

A criação da TV Pública e de outros canais de comunicação sujeitos ao controle social é uma antiga aspiração da sociedade brasileira que ganhou expressão na Assembléia Constituinte de 1988.

No entanto, no projeto da nova TV patrocinada pelo governo Lula, há uma série de distorções, tanto nos pressupostos que lhe deram origem, quanto no meio escolhido para a sua implantação. A pressa com que o processo foi conduzido foi tão evidente que o principal interessado – o cidadão – como sempre não sentou à mesa de discussões. Pelo menos, não como protagonista. A iniciativa atropelou o escrutínio do Congresso e já está no ar desde 2 de dezembro de 2007, por força de uma medida provisória cujo cerne foi aprovado pela Câmara.

Origem de concessões e outorgas

As MPs, por terem prazo exíguo de andamento na Câmara e no Senado, sempre tramitam de maneira precipitada, sem as necessárias reflexões, sem debates mais aprofundados. E, ao final, são aprovadas com poucas modificações com relação ao texto original.

Ou seja, o que saiu em matéria de televisão pública da mesa de trabalho dos grupos escolhidos pelo governo foi o que ficou valendo, com alterações cosméticas. Do modo como o processo foi conduzido, a sociedade foi brindada com uma televisão pública sem saber o que isso significa, o
que é na vida real, e se lhe interessa pagar por tal oferta.

É baixa a credibilidade de uma empreitada que nasceu de uma medida provisória e que deixa intocada a estrutura das comunicações estatais no país, moldada pelo aparelhamento e pelo empreguismo – e sem relevância em termos de audiência. Prova disso é que em maio de 2008 uma pesquisa CNT/Sensus revelou que 62% dos entrevistados não sabem da existência da nova TV pública.

Grosso modo, a televisão comercial, de massa, estaria mais voltada para o entretenimento e um pouco de jornalismo, sustentada por inserções comerciais; a estatal, sustentada pelo governo, estaria mais voltada para a divulgação dos feitos oficiais do governo de plantão, com alguma prestação de serviços de utilidade pública e programas educacionais; e a pública, eqüidistante das duas, sustentada pela sociedade, estaria voltada para os interesses dos cidadãos em sua dimensão mais humana. Nas outras duas, ele seria o consumidor, o eleitor apenas.
A rigor, merecem maiores reflexões os conceitos de televisão pública, estatal e comercial, visto que todos se originam de concessões e outorgas "públicas".

Três vertentes de independência

Os sistemas estatal/governamental e privado/comercial são velhos conhecidos nossos. Um, o governo paga; o outro, os anunciantes sustentam. Individualmente, têm qualidades e defeitos. Falta conhecer a televisão pública e quais seriam suas apregoadas vantagens. Por estar livre dos compromissos dos dois outros modelos, tanto do ponto de vista do financiamento quanto de gerência, a televisão pública, segundo seus defensores, estaria também livre para perseguir uma televisão de qualidade, não voltada exclusivamente para o entretenimento ou para defender os interesses do governante (e financiador) de turno. Poderia inovar, experimentar, criar sem limites.

Poderia dar voz àqueles que não têm voz na televisão comercial e àqueles que aos governantes só servem na urna. Todos os tipos de diversidades culturais, étnicas, de gênero teriam nela uma fonte de expressão.

Ela funcionaria, acredita-se, até mesmo como um êmulo para as televisões comerciais, forçadas que seriam a buscar novos formatos, a encontrar novos temas para seus programas, a optar por conteúdos de melhor qualidade, a partir da concorrência trazida pela televisão pública. Cita-se, como exemplo, o caso do programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum, da TV Cultura de São Paulo. As outras emissoras teriam sido forçadas a melhorar a programação para as crianças porque perderam audiência para a televisão do governo paulista.

Portanto, para estar eqüidistante dos binômios mercado/audiência e governo/propaganda oficial, a televisão pública teria de ser totalmente independente desses entes, em três vertentes: independente financeiramente, independente gerencialmente e, por fim, independente editorialmente.

Condicionantes inegociáveis

Se a TV pública não tiver fontes permanentes de recursos, intocáveis, não será pública; será estatal. Se não puder tomar decisões de contratar, demitir, que salários pagar e tudo mais que caracteriza o gerenciamento de uma empresa, não será pública; será estatal. Se não for editorialmente independente, não puder decidir o que veicular, como tratar os assuntos, seja no jornalismo ou em outro tipo de programação, não será pública; será estatal. Estará sujeita aos humores e desejos do seu financiador governamental (com o dinheiro público, óbvio).
Orlando Senna, logo após sua exoneração do cargo de diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC, controladora da TV Brasil), divulgou carta pública alertando os representantes da sociedade civil para que intervenham no sentido de tornar a emissora "blindada contra os poderes e interesses governamentais e econômicos".

Esses são requisitos básicos, condicionantes inegociáveis. A televisão pública deveria funcionar no Brasil como deveriam funcionar, idealmente, as agências reguladoras em alguns setores da economia, como a Anatel, a Aneel e a Ancine. As agruras pelas quais elas passam – corte de recursos, interferências ministeriais – mostram que no Brasil a prática é outra. E o exemplo da Anac, com suas indicações políticas – que deram no que deram – não recomenda entusiasmos nesse campo.

Detalhamos abaixo estas vertentes.

O modelo da BBC

Carta de Brasília

"A TV Pública deve ser independente e autônoma em relação a governos e ao mercado, devendo seu financiamento ter origem em fontes múltiplas, com a participação significativa de orçamentos públicos e de fundos não-contingenciáveis".

Os mecanismos de financiamento da nova emissora são um dos pontos mais controversos desde sua formação. Se a verba da emissora vier apenas do orçamento da União, não haverá a independência necessária – a TV pública deveria ter sua gestão assegurada através de verbas públicas ou de setores sociais.

A TV Brasil simplesmente ajuda a inflar o número de rádios e TVs educativas que, na primeira gestão petista, subiu 26%. Ela já nasce contando com 2.000 funcionários, reunião do quadro da Radiobrás com o da TVE do Rio de Janeiro.

Pelas informações disponíveis, do próprio ministro Franklin Martins, a operação da rede pública custará R$ 500 milhões anualmente. Fala-se em financiamento via serviços prestados, patrocínio institucional, uso das leis de incentivo. Mas esse nem sempre é um recurso certo. Para ter uma qualidade constante, a TV pública deverá ter recursos certos.

Aqui cabe um paralelo. A BBC traz um modelo interessante de financiamento: seus recursos provêm basicamente do pagamento, por todos os britânicos que possuem televisão, de uma taxa de 136 libras por ano, dinheiro que não pode ser apropriado pelo governo, nem contingenciado, nem congelado. O orçamento da BBC em 2007 passou dos 3 bilhões de libras.

A derrota de Blair

Afinal, por que o contribuinte será obrigado a arcar com um canal de TV tão caro e tão redundante em relação a seus antecessores? O II Fórum Nacional de TVs Públicas deveria procurar explicações plausíveis para a existência deste novo canal no Brasil.
A instituição de um Conselho Curador composto por representantes da sociedade civil – da sociedade civil próxima ao petismo – não nos dá garantia alguma de que a nova TV vai se livrar do chapa-branquismo. Isto porque os 15 conselheiros da TV – assim como o diretor-presidente e o diretor-geral – foram escolhidos e nomeados pelo presidente, e não por entidades da sociedade civil.

Novamente, a BBC pode ser citada como um tipo ideal: existe uma tradição na emissora em que os conselhos públicos, formados por pessoas reconhecidamente não partidárias, servem para impedir que os produtores de rádio e televisão sofram interferências políticas e comerciais. Seu conselho é indicado pela sociedade, representa de fato a sociedade, e não grupos restritos de pressão e interesse. São eleitos pelo Parlamento, têm mandatos, não podem ser trocados livremente ao bel-prazer de um primeiro-ministro insatisfeito. No episódio envolvendo reportagem da BBC sobre a participação da Grã-Bretanha na guerra do Iraque, Tony Blair pressionou para afastar pessoas do jornalismo da emissora e não conseguiu. A BBC se pôs contra, por exemplo, a guerra das Malvinas e do Iraque e nada abalou sua vida.

"Comunicação moderna, democrática e financeiramente saudável"

Há exemplos no mundo de televisões públicas; as nossas (TV Cultura paulista, e as educativas estaduais e federais), não o são. Mesmo a TV Cultura, que mais se aproxima do modelo no Brasil, sofre influências indiretas constantes do grande patrocinador. E sua quase permanente penúria financeira a torna dependente, sim, do governo paulista, em maior ou menor grau, dependendo do inquilino de ocasião no Palácio dos Bandeirantes.

Não há naturalmente nenhum modelo pronto e acabado para a realização de um projeto dessa ordem. Reproduzir modelos externos bem-sucedidos, como o da BBC, é desaconselhável. Há o modelo norte-americano, mais recente, também tido como exemplar, mas muito longe do alcance e prestígio da BBC. Quem já assistiu à RAI (Itália), TVE (Espanha) e RTP (Portuguesa) tem, às vezes, a impressão de estar sintonizado em alguns dos programas menos recomendáveis de algumas redes privadas brasileiras.

Será necessário pesquisar um caminho próprio e não é impossível que do mero processo de busca surjam decisões cruciais – como a de relativizar (sem, no entanto, desprezar) a importância do fator audiência; ou de perceber a real importância da independência total da TV pública em relação ao poder político.

Por fim, a TV Brasil certamente ainda não é a rede nacional pública de televisão que muitos sonhamos. Embora não tenha sido discutida a contento, talvez seja um importante passo no sentido de provocar o necessário debate sobre o papel dos meios de comunicação no Brasil – procurando "alcançar o seu objetivo de empresa pública de comunicação moderna, democrática e financeiramente saudável", como disse Senna em sua carta pública de despedida.

Por Alessandra Meleiro e José Márcio Mendonça.

Fonte: Observatório da Imprensa

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Fabricantes questionam portaria que obriga recepção de TV digital no celular

A inclusão de um artigo na portaria 237 estabelecendo a obrigatoriedade da indústria de celulares produzir aparelhos compatíveis com o sinal da TV digital, sem colocar o assunto antes em consulta pública, gerou uma insatisfação geral nos fabricantes de celulares instalados no país. Publicada no dia 29 de dezembro de 2008, a portaria 237, que trata do PPB (Processo Produtivo Básico) para a produção de celulares incentivados, surpreendeu o setor com a inclusão do artigo 4º, determinando que pelo menos 5% da produção total de aparelhos celulares incentivados, por empresa, deverão ter capacidade de recepção de sinais de TV digital compatíveis com as especificações e normas do SBTVT (Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre), inclusive com o middleware Ginga-NCL. “A publicação da portaria, com esse artigo, no final do ano foi uma surpresa geral, pelo fato de não ter sido discutida antes com a indústria, como normalmente acontece na relação governo-indústria”, conta representante de uma fabricante. Ele lembra que as normas são geralmente colocadas em consulta pública, a indústria faz suas sugestões, e o governo edita a portaria posteriormente, acatando ou não as recomendações do setor. “Neste caso, o artigo 4º não passou por consulta pública, ao contrário dos demais artigos, que foram colocados em consulta pública”, diz a fonte.

Para a indústria, o cumprimento da norma não é um problema já que basta colocar um chip para tornar um aparelho compatível com o sistema de TV digital.O cerne da questão é o fato da exigência ter sido colocada sem prévia discussão e sem nenhum benefício como contrapartida. “É um absurdo transformar o PPB num instrumento que obrigue as empresas a fazer determinado modelo, ou seja, um mecanismo impositivo”, desabafa representante de uma fabricante. “Se é uma nova obrigação, deveria vir acompanhada de uma nova concessão, ou seja, quem produzir aparelhos com capacidade para receber sinal da TV digital terá tal benefício, quem não cumprir não tem o benefício”, acrescenta.

O grupo de fabricantes de celulares, que reúne todas as grandes fabricantes, tanto as instaladas na Zona Franca (Nokia e Semp Toshiba) como as que produzem fora da Zona Franca (Samsung, LG, Motorola e Sony Ericsson) e empresas menores como a Evadin, são unânimes no protesto. Mesmo as que já produzem aparelhos com recepção de sinal da TV digital, caso da Samsung e da Semp Toshiba, são contrárias à medida, da forma como foi editada pelos ministérios da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic) e Ciência e Tecnologia (MCT). Como a portaria determina que a nova exigência passa a valer em 1º de janeiro de 2010, o grupo de celulares espera reverter a norma. O presidente da Abinee, Humberto Barbato, pediu reunião com o ministro Miguel Jorge para tratar do assunto.

Por Fatima Fonseca, da Telesíntese.

Fonte: Telesíntese

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O que diria Orwell sobre este Big Brother?

Por Ricardo Bonalume Neto


Não é difícil imaginar que o criador do Big Brother ficaria horrorizado se visse o programa de TV que usurpa sua criação. "Por que essas trivialidades monstruosas são tão absorventes? Apenas porque toda a atmosfera é profundamente familiar, porque o tempo todo temos a sensação de que essas coisas acontecem 'conosco'", disse o escritor inglês George Orwell (1903-1950).

A afirmação poderia ter sido feita em uma crítica ao programa. Na verdade, era um comentário elogioso sobre o romance "Trópico de Câncer", de Henry Miller. "E temos essa sensação porque alguém resolveu abandonar a linguagem convencional do romance comum para expor a 'real-politik' do íntimo. No caso de Miller, não é tanto uma questão de explorar o mecanismo da mente quanto de reconhecer os fatos e emoções cotidianos", continuou Orwell.

Já a trivialidade do 'BBB' parecer ser mesmo trivial, como a vovó querer fazer bolinhos de chuva ou os "romances" fingidos ou não. O Big Brother, "Grande Irmão", original era o ditador supremo do mundo que Orwell imaginara ao escrever em 1948 o romance "1984", uma utopia negativa. Um sofisticado aparato de estado policial mantinha uma "teletela" na casa de cada um, que vigiava 24 horas por dia, como nas câmeras do programa de TV.

Orwell era um fino autor de ensaios políticos e culturais. Depois do horror inicial de ver as trivialidades, ele partiria para sua análise. Afinal, fez ensaios sobre temas variados da cultura de massas, como quadrinhos para garotos e cartões-postais "picantes". Ele não negava o potencial de entretenimento da cultura "pop", mas deplorava muito da ideologia por trás --como o esnobismo, o narcisismo, o consumismo.

"Locais de prazer"

No mundo de "1984", uma função dos intelectuais é produzir essa cultura para os "proles", o vasto proletariado que vivia dominado pelo partido no poder. Orwell trabalhou para a rádio BBC durante a Segunda Guerra, um lugar que ele descreveu como "a meio caminho entre uma escola de moças e um asilo de lunáticos".

A atmosfera artificial da casa do 'BBB' não escaparia ao seu escrutínio. Basta ver o que escreveu sobre a nova moda de "locais de prazer", em 1946: "Você nunca está sozinho. Você nunca faz nada para si próprio. Nunca se está à vista de vegetação selvagem ou objetos naturais de qualquer tipo. Luz e temperatura estão sempre artificialmente reguladas".

E o que diria ele do tipo de pessoa selecionado para o programa? Provavelmente faria análise semelhante à que fez sobre as mulheres dos anúncios de revistas de moda em 1946, um "estilo decadente de beleza", que lembra o mundo "fashion" de hoje. "Quadris estreitos são gerais, e mãos delgadas não-preênseis como as de uma lagartixa estão em toda parte", diz ele da mulher considerada sexy então.

Se visse a versão brasileira do programa, teria outra opinião. Aqui os quadris preferidos são os fartos, pois várias das moças já entram na casa como candidatas a posar para a "Playboy".

O jornalista Ricardo Bonalume Neto, 48, é autor de "George Orwell - A Busca da Decência" (editora Brasiliense, 1984)

Fonte: Folha Online

What Obama Left Out of His Economic Recovery Plan - ou nem tudo são flores na panacéia de Obama


Higher Wages and Debt Relief ; MLK Day EditionJanuary 19, 2009


By MIKE WHITNEY

Barack Obama and Co. are planning to launch their own version of economic "shock and awe" in the opening weeks of the new administration. Aside from the $825 billion stimulus package, which will be used to create 3 million new jobs and make up for flagging consumer demand; Obama is planning a financial rescue operation for banks that are buried under hundreds of billions of dollars of troubled assets. Spearheaded by Treasury Secretary Timothy Geithner and White House economics chief Lawrence Summers, the new program will create a government-backed "aggregator" bank that will purchase mortgage-backed securities (MBS) and other problem assets for which there is currently no active market. The proposed "bad bank" will do what the TARP program was supposed to do; wipe clean the banks balance sheets so they resume lending to consumers and businesses. Until the credit mechanism is fixed, the economy will continue slip deeper and deeper into recession.

This is not a normal recession where the mismatch between supply and demand will work itself out over time. The banking system is clogged and dysfunctional, the Wall Street funding-model (securitization) has broken down, global markets are in disarray and falling, and unemployment is steadily rising. The system is broken and can't be fixed without intervention. The question is, what parts of the present system are salvageable and which parts should be scrapped altogether. So far, too much attention has been devoted to re-inflating the credit bubble and not enough to off-balance sheets operations, over-leveraged assets, SIVs, opaque hedge funds, unregulated derivatives contracts and a financial system that operates without guard rails or oversight. The Obama team is more focused on treating the symptoms than curing the disease. That suggests that their ties to Wall Street make them unsuitable for the task at hand. The job requires competent people who are free from institutional and class bias which prevent them from acting in the public interest.

While it is true that the banks need emergency triage; the underlying problem is falling demand brought on by stagnant wages. This can't can be solved by making credit more easily available. In fact, credit expansion is what led to the present crisis. There needs to be a rethinking of wealth-distribution so that future crises can be avoided. The only way to maintain a healthy economy, without producing destructive speculative bubbles, is by strengthening the middle class via higher wages. That's the key to sustained consumer demand. The recent attempt to bust the auto makers union indicates that many members of Congress believe that the economy can thrive even though a disproportionate amount of the nation's wealth goes to the upper 5 percent. The current economic crisis illustrates the flaws in this argument.

Presently, the banks are sinking faster than the government's efforts to bail them out. That's why Obama asked Congress for the remaining $350 billion of the TARP funds. He knows that he'll need to be ready to provide emergency funding for capital-starved financial institutions (like Bank of America) as soon as he is sworn in. The market for mortgage-backed securities, credit card debt, car loans and student loans is frozen. The Fed has started to purchase large amounts of these toxic assets, but to no effect. Bernanke's purchase of agency debt--Freddie Mac and Fannie Mae--has pushed the 30-year fixed mortgage below 5 percent for the first time, but housing prices continue to tumble and sales are at record lows. The Fed's monetarist lifeline has done nothing to slow the pace of defaults, foreclosures or bankruptcies. Money supply alone cannot reverse the effects of a collapsing credit bubble.
Economists are finally making realistic projections of the costs of the meltdown. According to the Wall Street Journal:

"Estimates from Goldman Sachs: $1.1 trillion from residential mortgages, $390 billion from corporate loans and bonds, $234 billion from commercial real estate, $226 billion from credit cards, and $133 billion from auto loans."

Roughly $2 trillion in losses for financial institutions. Originally, experts thought the losses would be no more than $200 billion, a small sum considering that 65 percent of mortgages were securitized between 2003 to 2007 representing roughly $4 trillion in additional mortgage debt. Clearly, with housing prices plummeting, foreclosures skyrocketing and millions of mortgages under pressure from negative equity; losses were bound to be significantly larger than originally predicted. The banks have no way of making up the $2 trillion of lost capital, which is why economist Nouriel Roubini says, "the banking system is basically insolvent."

Up to this point, Secretary of the Treasury Henry Paulson has tried to keep critical banks functioning through capital injections. In theory, this allows the bank to lend even though it may be holding billions in toxic assets that are downgraded with every reporting period. As it happens, the injections have not increased bank lending at all. According to a recent report, the banks increased their reserves by over $600 billion in a matter of months. In other words, the banks are taking money from the Fed's lending facilities and hoarding it for the tough times ahead. Naturally, this has angered Congress which feels that it was duped into giving away $350 billion with no guarantees about how it was to be used.

Summers and Geithner have decided to abandon the capital injection program and buy the bad assets directly. The costs to the taxpayer and future generations in terms of larger deficits, higher interest rates, less capital for private investment, and lower standard of living will be astronomical. Even so, the plan is expected to zoom through congress without any serious opposition just like the TARP.

Between the massive stimulus package and the so-called "bad bank" program; the economy could show signs of life by the 3rd Quarter, (If there is not a run on the dollar!) but who's really served by these deficit-producing fiscal policies; working people or bankers?

Will these solutions address the growing wealth gap, which is greater than anytime since the Gilded Age? Will they "level the playing field" or create opportunities for upward mobility? Or are they just a quick-fix to get the country through a rough patch without social upheaval?

The Obama economic recovery plan is a misreading of the real problem, which is not the availability of credit, but debt. Bernanke, Summers and Geithner are approaching the issue from the wrong end; they want to stimulate the economy through credit expansion and more red ink.


This is just more of Greenspan's bubblenomics; the endless boom and bust cycle triggered by low interest crack sold to credulous speculators. The only ones who benefit are the Wall Street insiders who know how the cards are marked and then vamoose before the bubble pops. Easy money won't reverse the deflationary slide from a deep recession. It's time to rebuild on a solid foundation of rising wages, a stronger workforce, and a revitalized middle class. There's only two ways to grow the economy; higher wages or credit expansion. The latter option has already been tried and it ended in disaster.

Still, don't expect the Fed or the Treasury to be dissuaded by the facts. The Fed is presently purchasing mortgage-backed junk from Fannie and Freddie to push down interest rates so it can seduce buyers into going deeper into debt. Fortunately, most people are wise enough to see that it is not in their best interest to buy a home during the biggest real estate crash in history. In fact, most people already have more debt than they can handle, so they're cutting back sharply on spending. Falling stock markets, battered 401Ks, and loss of job security have caused a fundamental change in consumer attitudes. Frugality is making a comeback while consumer confidence is at its nadir. It's hunker-down time in USA.

The Fed's low interest rates and other credit-enhancing inducements have been unable to stimulate spending. According to the Wall Street Journal:

"U.S. household debt, which has been growing steadily since the Federal Reserve began tracking it in 1952, declined for the first time in the third quarter of 2008. In the same quarter, U.S. consumer spending growth declined for the first time in 17 years.

That has resulted in a rise in the personal saving rate, which the government calculates as the difference between earnings and expenditures. In recent years, as Americans spent more than they earned, the personal saving rate dipped below zero. Economists now expect the rate to rebound to 3% to 5%, or even higher, in 2009, among the sharpest reversals since World War II. Goldman Sachs last week predicted the 2009 saving rate could be as high as 6% to 10%.
As savings increase, economists say, spending is likely to contract further. They expect gross domestic product to decline at an annualized rate of at least 5% in the fourth quarter, the biggest drop in a quarter-century." (Hard-Hit Families Finally Start Saving, Aggravating Nation's Economic Woe, Kelly Evans, WSJ)

Summers and Geithner should pay attention to what's going on in the country and change their approach. The US consumer will not lead the way out of this economic downturn. It's physically impossible. The country is undergoing a generational shift from profligate consumerism to thriftiness. Stimulus alone won't get people spending. Salaries will have to go up to make up for losses in retirement funds and housing prices; and the face-value of mortgages and credit card debt will have to be written-down. Otherwise, spending will continue to falter and the economy will tank. No economic recovery plan has a chance of succeeding if it doesn't address these two key issues; higher wages and debt relief. Naturally, the Federal Reserve does not want to deal with the underlying causes of the crisis. After all, they're in the credit-peddling business. The Fed's job is to generate business for the financial community, which means creating a favorable environment for credit expansion. In recent weeks, the Fed has provided billions of dollars to GMAC (General Motors finance arm) so that prospective buyers of GM vehicles can secure 0 percent financing even though they have bad credit scores. This is how the Fed stealthily perpetuates subprime lending even though it leads inevitably to disaster. The Fed is working a similar scam through the FHA where according to Business Week:

"The same people whose reckless practices triggered the global financial crisis are onto a similar scheme that could cost taxpayers tons more...

"As if they haven't done enough damage. Thousands of subprime mortgage lenders and brokers—many of them the very sorts of firms that helped create the current financial crisis—are going strong. Their new strategy: taking advantage of a long-standing federal program designed to encourage homeownership by insuring mortgages for buyers of modest means.
You read that correctly. Some of the same people who propelled us toward the housing market calamity are now seeking to profit by exploiting billions in federally insured mortgages. Washington, meanwhile, has vastly expanded the availability of such taxpayer-backed loans as part of the emergency campaign to rescue the country's swooning economy.(FHA-Backed Loans: The New Subprime, Chad Terhune and Robert Berner, Business Week)

Unbelievable; one Fed sting after another. And when they blow up, as they often do, the taxpayer foots the bill. This shows that the Fed has only one arrow in its quiver; easy money. Bernanke's panacea for joblessness, falling demand, plummeting asset prices and deflation is credit expansion--one size fits all.

In a recent Financial Times op-ed, Lawrence Summers showed that he's resolved to tackle the central issues head on. This comes as something of a surprise since Summers was one of the main proponents of deregulation. Here's what he said:

"We need to reform tax incentives that encourage financial risk taking, regulate leverage and prevent government policies that give rise to a toxic combination of privatized gains and socialized losses. This offers the prospect of a prosperity that is more firmly grounded and more inclusive. More fundamentally, short and longer-term imperatives come together with respect to policies that seek to ensure that any future prosperity is inclusive. The policies that are most effective in helping to support demand are those that help households struggling either because of low incomes or because they have recently lost part of their income. Recent events also remind us that individuals can become impoverished or lose health insurance through no fault of their own. This reinforces the need for people to have basic health and retirement security protection regardless of what happens to their employers." ("The pendulum swings towards regulation", Lawrence Summers Financial Times)
Summer's article is an indictment of the finance-driven system that he helped create. He sounds more like Robert Reich than Milton Friedman, but has he really changed that dramatically or will he continue to serve the interests of Wall Street once he's in office?

The test for Summers will be how he goes about fixing the banking system. That will prove whether he's sincere or not. As expensive as it may be, recapitalizing the banks and purchasing their bad assets is the easy part. The hard part is to establish a facility, like the Resolution Trust corporation (RTC), and use it as a morgue for winding down insolvent banks. It requires someone who can ignore political and institutional pressure and be impartial in deciding whether a financial institution can be saved or not. The bad banks have to be put out of their misery. It's is a tough job, but it has to be done. Otherwise, zombie banks will suck up vast amounts of public money even though they're unable to effectively distribute credit to consumers and businesses. That's what dragged Japan's economy into the "lost decade".

Anil Kashyap, of the University of Chicago Booth School of Business summed it up like this:
"Policy makers should stay focused on recapitalizing the banking system.... Financial firms won't start lending again until their balance sheets are in better shape. But BAD BANKS SHOULD BE SHUT DOWN or nationalized more aggressively. "It is a complete waste of taxpayer money to bail out somebody who is insolvent".

The good news is that there is a solution. The bad news is that it will be an excruciating undertaking to turn out the lights at hundreds of banks where the liabilities greatly exceed the assets. But that's what it will take to get the banking system back on its feet.
The Obama stimulus package is a good place to start, but it skirts the core issues of wages and debt relief. Both of these will have to be factored into any plan that, as Larry Summers says, "seeks to ensure that any future prosperity is inclusive."
link original para o portal Counter Punch: http://www.counterpunch.org/whitney01192009.html

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Membro do Grupo Cepos tem sua tese de doutorado aprovada

A professora Jacqueline Lima Dourado, integrante do Grupo CEPOS, defendeu sua tese de doutorado na última sexta-feira, 16, na Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos). A defesa da tese intitulada “Estudo das Estratégias da Rede Globo de Televisão na esfera da cidadania” resultou na nota 9,5.
A banca composta pela profa. Dra. Maria Cristina Gobbi, Universidade Estadual Paulista (UNESP); profa. Dra. Christa Berger, Unisinos; prof. Dr. Sérgio Mattos, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); profa. Dra. Adriana Duval, Unisinos; e o orientador prof. Dr. Valério Brittos, Unisinos, teceram muitos elogios ao resultado da dedicação da profa. Jacqueline.

Profa. Dra. Jacqueline Dourado

Professores integrantes da banca

Profa. Jacqueline ao lado de Marileide e do professor orientador Valério Brittos

Após a defesa, os professores comprimentaram a profa. Jacqueline


Professor Valério Brittos fala sobre o sucesso do Big Brother

Professor Doutor Valério Cruz Brittos falou sobre o sucesso do programa Big Brother, no Brasil, em entrevista ao programa Universo Unisinos, da Rádio Unisinos. Entre vários motivos, a inovação das regras do programa e sua semelhança com uma novela é que atrai os telespectadores.

Faça o download do áudio do programa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

TV Brasil conquista espaço na rede pública

Emissoras educativas e culturais estão trocando parte da programação da TV Cultura, de São Paulo, pela da TV Brasil. Desde meados de 2008, a Fundação Padre Anchieta (mantenedora da Cultura) anunciou que não mais subsidiaria a programação para as educativas de outros estados, passando a cobrar pela cessão de direitos. A proposta da TV Cultura foi bem aceita inicialmente pelas emissoras públicas, já que o valor cobrado não ultrapassa 3% de seus orçamentos. Com outras emissoras é estabelecida uma relação comercial, na qual a emissora fica obrigada a veicular o break nacional da TV Cultura. Mesmo assim, muitas emissoras estão trocando os contratos de compra de conteúdo da TV Cultura e se afiliando à TV Brasil.

A cessão de direitos de veiculação do conteúdo é uma importante receita para a TV Cultura. Conforme noticiou Tela Viva News em novembro, o faturamento com o licenciamento de conteúdo para outras emissoras é de aproximadamente um terço do que a TV Cultura fatura com publicidade.

Oferta vantajosa

Segundo Antônio Achilis, presidente da Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais), a TV Cultura perdeu cerca de 38% de seus contratos de cessão de conteúdo para emissoras educativas, "e vai perder mais".

Procurada, a TV Cultura não se pronunciou sobre a questão, mas uma fonte importante da emissora paulista disse não identificar qual o real motivo da mudança. "A Cultura cobra muito pouco pelo conteúdo, perto do orçamento de algumas emissoras estaduais. Não acredito que o motivo (da troca) seja o preço", disse.

Achilis, que é também presidente da Rede Minas, diz que a proposta da TV Brasil é tentadora, já que ela não cobra pela cessão de conteúdo. Contudo, a questão, segundo ele, não é apenas preço. A TV Brasil, destaca, acena com a possibilidade de coproduzir com os estados. Em outras palavras, a TV Brasil deve passar a cofinanciar as produções locais dos estados.

Para Achilis, a TV Brasil ainda está em fase de construção, com poucos programas criados. "A implantação não é em velocidade de cruzeiro, mas a possibilidade de co-produção é interessante para as emissoras públicas", diz. Segundo ele, é muito difícil para os estados conseguirem distribuir seus conteúdos pelo país, o que se torna possível com a rede da TV Brasil.

A Rede Minas, diz Achilis, não tem contrato de afiliação "com ninguém". "Por enquanto, estamos analisando as propostas", diz. A rede mineira (que há décadas transmite boa parte da programação da Cultura) é uma das poucas educativas que conseguiu "exportar" seu conteúdo, contando com três programas exibidos pela TV Cultura e outro pelo canal pago da Fundação Padre Anchieta, a TV Rá Tim Bum. "A tendência é que esses programas venham a ser coproduções com a TV Brasil", diz, explicando que a TV Cultura não paga por este conteúdo. "Ela ainda poderá ter acesso aos programas, mas através da TV Brasil", explica.

Infantil

A fonte na TV Cultura também questiona como as emissoras de outros estados farão para substituir a programação infantil da Cultura, bem mais completa que a da TV Brasil, e formada, inclusive, por séries internacionais licenciadas pela Cultura.

Por André Mermelstein e Fernando Lauterjung, da Tela Viva

Fonte: Tela Viva

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A guerra pela representação política em Israel e na Palestina


Bruno Lima Rocha


O Estado de Israel é visto pelos olhos do Ocidente como a única democracia liberal realmente existente no Oriente Médio. Isto porque, em tese, os mais de 7 milhões de detentores de passaporte e cidadania israelense estão plenos de direitos e deveres. Mas, parece que, as mudanças surgidas após o 11 de setembro nos EUA (como o Patriot Act e a criação do ministério da Segurança Interna) atingiram os procedimentos democráticos naquele país.


Há alguns dias, uma representação feita por dois partidos sionistas de extrema-direita baniram duas legendas árabes-israelenses das eleições de fevereiro próximo. A alegação foi falta de lealdade a Israel e vínculos com o terrorismo. A denúncia acatada pelo Comitê Central Eleitoral teve a assinatura do partido Yisrael Beytenu (secular e com base eleitoral nos imigrantes do leste europeu) e do NU-NRP (ortodoxo e expansionista). Ambas as forças bradam por lealdade nacional, defendem o “Grande Israel” e se posicionam contra a política de trocar paz por terra.


O partido secular Balad (secular de esquerda) e o Ta’al (onde se inclui uma ala islamista minoritária) defendem publicamente o fim da Ocupação de 1967 e o reconhecimento dos palestinos como minoria étnica nacional. Os acusados foram banidos em primeira instância, ainda cabendo apelação na Suprema Corte. As duas forças tentam representar parcelas dos votos de palestinos vivendo “nos Territórios Ocupados em 1948”. Entendo este banimento como mais uma medida provocadora, forçando um consenso israelense em torno da censura midiática, da coação política dentro dos EUA, do aparato de segurança e inteligência (incluindo as empresas militares privadas) e dos novos capitais originários da Rússia e arredores. As duas organizações banidas disputam os votos entre os mais de 1,1 milhão de árabes com cidadania israelenses (11,2% da população).


Quanto maior o desespero árabe, mais força terá o integrismo islâmico. Isto se dá porque no caso do Hamas, o movimento oferece um modelo de vida, baseado em uma estrutura política, jurídica, religiosa e de suporte social. Não foi à toa que o partido sunita saiu-se vitorioso nas eleições palestinas de janeiro de 2006. Vejo que a multiplicidade de representação, tanto em Gaza e Cisjordânia como entre a população da diáspora, pode aliviar o peso político do Hamas. O desafio de buscar uma saída viável para a existência de dois Estados hoje está na interna da política israelense. Ficam duas questões de fundo. Como gerar uma estabilidade inclusiva se Israel não abre mão de uma política expansionista? E, a quem interessa enfraquecer os partidos seculares e o nacionalismo árabe?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sem Cris Morena, Telefé perde audiência com novela brasileira

* por Andres Kalikoske Nem mesmo a veiculação através do canal líder Telefé tem sido suficiente para elevar os índices de audiência de Dance, Dance, Dance. Produzida pela Band em 2008, a novela, que não foi bem no Brasil, repete seu desempenho na Argentina, configurando-se em um produto comercialmente inviável para a rede.

Sua estréia atingiu 10 pontos, mas nos capítulos seguintes o índice não se manteve: atualmente marca 4, alocando a Telefé ao terceiro lugar no horário da tarde. A produção exibida anteriormente, Casi Ángeles, não chegou a ser um sucesso, mas obtinha respeitáveis 15 pontos. Produzida por Cris Morena (idealizadora de Chiquititas, Rebelde Way e Floricienta), Casi Ángeles encontra-se de férias, e há mistério sobre a estréia de uma nova temporada. Morena retorna aos trabalhos em fevereiro, mês em que deve iniciar a produção de sua nova empreitada infanto-juvenil, ainda sem título definido.

Como ocorre no Brasil, especialmente no SBT, a emissora argentina costuma retirar do ar seus produtos sem aviso prévio, normalmente os que apresentam baixa audiência. Celebridade, da Globo, é um exemplo recente. Em sua terceira semana de exibição, constatou-se que a trama de Gilberto Braga não cativou o telespectador portenho, tendo sua exibição cancelada.

O desempenho de Dance, Dance, Dance vem prejudicando também outros produtos da Telefé, uma vez que suas demais atrações vespertinas, com a novela de Morena, conquistavam até 11 pontos de audiência. O maior prejudicado tem sido o seriado norte-americano Os Simpsons, que é exibido na seqüência. Quando Casi Ángeles era exibida, a saga da família norte-americana registrava até 10 pontos. Na última terça-feira (13), obteve apenas 6.

No momento, executivos da emissora estudam a possibilidade de exibir Dance, Dance, Dance no horário matutino. O principal empecilho são os anunciantes, que devem ter suas cotas recalculadas com a mudança de horário.

* Mestrando em Ciências da Comunicação na UNISINOS. E-mail: kalikoske@hotmail.com.

Grupo RBS contesta acusação de oligopólio em SC

A ação civil impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o Grupo RBS pelo impedimento da formação de oligopólio em comunicação em Santa Catarina continua repercutindo em veículos nacionais. O processo tem como objetivo reverter a aquisição pela empresa do jornal A Notícia, de Joinville.

Procurado em dezembro por Coletiva.Net, o grupo empresarial gaúcho não quis falar a respeito. A novidade agora é que manifestou-se oficialmente ao Portal Imprensa, informando, através de sua assessoria, que "a operação de aquisição do jornal A Notícia foi devidamente autorizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e demais autoridades de Direito Econômico por cumprir rigorosamente os termos da lei".

Além disso, declarou a empresa, "todas as operações e veículos do Grupo RBS em Santa Catarina atendem minuciosamente as especificações legais e são autorizados pelo Poder Executivo e pelo Congresso Nacional".

A ação, assinada pelos procuradores da República, Ana Lúcia Hartmann, Celso Antônio Torres, Marcelo da Mota e Mário Sérgio Ghannagé, caso seja julgada procedente, poderá resultar em transferência de parte das emissoras do grupo a terceiros não envolvidos na mesma família.
A RBS detém, atualmente, seis canais de televisão no estado, quatro a mais do que seria permitido por lei.

Fonte: Coletiva.net

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Desmontando los topicos de Gaza



por tierradegenistas @ Viernes, 09. Ene, 2009 - 22:30:00

Algunas ideas erróneas que se repiten:- Hamas tomó el poder por la fuerza- El bloqueo económico fue impuesto tras el 'golpe de Estado' de Hamas- La culpa de la ofensiva es de Hamas por seguir lanzando cohetes- Israel se defiende de la ofensiva palestina- Se trata de un ataque contra la infraestructura terrorista de Hamas

por MÓNICA G. PRIETO (*)

BEIRUT.- Ver la cobertura de los acontecimientos en Gaza en los canales de televisión árabes y en los occidentales es como asomarse a dos mundos diferentes. Influidos por la corriente de opinión promovida por la Administración de Washington, próxima a Israel, los medios europeos y estadounidenses han asumido medias verdades como hechos, ignorando la situación global en la Franja y muchos de los recientes acontecimientos políticos imprescindibles para comprender qué está ocurriendo.

Para entender el masivo movimiento de solidaridad que se está viviendo en los países musulmanes hacia Gaza es necesario contextualizar los hechos y desmontar algunos de los tópicos. Estos son algunos ejemplos.

Hamas tomó el poder por la fuerza en 2007.En realidad, el Movimiento de Resistencia Islámica accedió al poder en enero de 2006 tras obtener el respaldo del 65% de los palestinos en las elecciones celebradas entonces, en una victoria masiva que sorprendió dentro y fuera de los territorios ocupados.

La supervisión internacional reveló que no se habían producido irregularidades, pero el Cuarteto (EEUU, la UE, Rusia y la ONU) congeló sus ayudas para los palestinos con el pretendido objetivo de obligar a Hamas a renunciar a la violencia y debilitar al grupo.

Por su parte, Israel comenzó una dura estrategia de aislamiento que comenzó con la retención de los fondos que cobra en nombre de las autoridades palestinas en concepto de aduanas, unos 40 millones de euros vitales para la supervivencia de los territorios. Además, soldados israelíes arrestaron a la mayor parte de los diputados islamistas en Cisjordania y Jerusalén Este inhabilitando el Parlamento palestino, que quedó sin 'quórum' para trabajar.

La histórica confrontación entre la facción Al Fatah, derrotada en las urnas, y Hamas se agravó más que nunca, pero una sutil intervención internacional logró que pasara de las palabras a las armas.

Según una investigación de la revista 'Vanity Fair' apoyada en documentos confidenciales autentificados por fuentes norteamericanas, "hubo una iniciativa encubierta aprobada por Bush e implantada por la secretaria de Estado Condoleezza Rice y el viceconsejero de Seguridad Nacional, Elliott Abrams, para provocar una guerra civil palestina.

El plan fue apoyar las fuerzas dirigidas por [Mohamed] Dahlan [líder de Al Fatah] y dotarlas con nuevo armamento suministrado a petición norteamericana para dar a Fatah la fuerza necesaria para eliminar del poder al Gobierno democráticamente electo de Hamas. Es decir, Washington promovió un conflicto civil interpalestino para acabar con los islamistas.

Así, el líder de la Autoridad Nacional Palestina (ANP), Abu Mazen, (Mahmud Abbas) se negó a entregar el control de las fuerzas de Seguridad a Hamas, que organizó sus propias fuerzas. Los choques aislados entre ambas facciones se sucedieron durante casi un año y medio, hasta que en junio de 2007 derivaron en una corta guerra intestina.

A los islamistas les bastaron pocos días para expulsar a Al Fatah. Abu Mazen disolvió el Gobierno electo de Hamas para nombrar otro Ejecutivo, tachado de ilegal por algunos expertos palestinos que también criticaron duramente la actuación de Hamas, y dividiendo 'de facto' los dos territorios palestinos.

El bloqueo fue impuesto tras el 'golpe de Estado' de Hamas.El bloqueo comenzó días después de que los islamistas llegaran al Gobierno, pese a las denuncias de las organizaciones humanitarias que advirtieron de que, sin la ayuda internacional, los territorios estaban abocados a una grave crisis asistencial, sanitaria y alimentaria.

Pocos meses después de la victoria electoral las ONG advirtieron de la escasez de medicinas en los hospitales y avisaron del riesgo de enfermedades infecciosas. Lo peor estaría por llegar. Primero fue la respuesta israelí a la captura del soldado Guilad Shalit, que castigó duramente la Franja.

Un año después, tras los combates interpalestinos, Tel Aviv declaró Gaza entidad enemiga, permitiendo la entrada de apenas 19 productos básicos de los 3.500 que entraban antes.
Desde entonces, la primera crisis humana creada expresamente por Occidente ha empobrecido a la población hasta límites insospechados. Si en 2007, un millón de personas en Gaza (donde habitan 1,5 millones de palestinos) sobrevivía gracias a las ayudas de la ONU, hoy se calcula que 1,2 millones comen gracias a Naciones Unidas, que ha dejado de recibir alimentos básicos por el cierre israelí. Hoy en día, los habitantes de Gaza tienen serias dificultades para encontrar pan.

La culpa de la ofensiva es de Hamas por seguir lanzando cohetes.El pasado día 19 de diciembre, Hamas dio por finalizada una tregua unilateral de seis meses en la que los islamistas no lanzaron su artillería casera salvo en respuesta a bombardeos israelíes, sin causar muertos. A cambio, exigían que Tel Aviv aliviara el cerco permitiendo la entrada de productos básicos y de combustible, algo que nunca ocurrió.

En esos meses la situación se fue deteriorando en la Franja, hasta el punto de que los israelíes prohibieron el paso de ayuda de Naciones Unidas e incluso vetaron el suministro del combustible necesario para que las agencias de la ONU pudieran asistir a la población.

"¿En qué otro lugar padece la ONU un embargo? ¿Dónde se somete la ayuda alimentaria a tan severas restricciones?", se interrogaba el director de la agencia de Naciones Unidas para los refugiados palestinos, John Ging..

Por su parte, la Alta Comisionada de la ONU para los Derechos Humanos, Navi Pillay, denunció que "el bloqueo es una violación de las leyes internacionales y humanitarias".
El relator especial de la ONU para los territorios palestinos, el profesor judío estadounidense Richard Falk, exigió a principios de diciembre un "esfuerzo urgente [...] para aplicar las normas que protegen a la población civil palestina de las políticas de castigo que suponen un crimen contra la humanidad". Falk, que calificó el bloqueo contra Gaza de "continuada, flagrante y masiva de la ley humanitaria internacional", fue expulsado por Israel cuando intentó regresar a los territorios para terminar el informe que debe presentar ante la ONU en marzo.

Israel se defiende de la ofensiva palestina.Es cierto que las facciones armadas palestinas lanzan sus cohetes contra el sur de Israel, al igual que es cierto que Tel Aviv acomete ofensivas aéreas contra la Franja en lo que califica de "asesinatos selectivos", que por lo general suelen ocasionar víctimas civiles. La cuestión está en qué tipo de daño hacen unos y otros.

Según datos del Ministerio de Defensa israelí, la ONG The Israeli Project calcula que 23 israelíes han muerto entre principios de 2001 y el verano de 2008 a causa de los proyectiles palestinos. Según el Centro Palestino para los Derechos Humanos, en ese periodo 3.800 palestinos han muerto por ataques israelíes, de los cuales casi 850 son niños.

Por otro lado, el Gobierno israelí invierte fuertes sumas en la seguridad de su población asentada en las proximidades de Gaza, mientras que los palestinos carecen no sólo de búnqueres, sino de medicinas, agua o suministro eléctrico.

Se trata de un ataque contra la infraestructura terrorista de Hamas.Mezquitas, el canal de televisión de Hamas (Al Aqsa TV), la Universidad Islámica de Gaza. Varios edificios civiles han sido atacados en la actual ofensiva de Tel Aviv, además de centros políticos y militares.
El problema es que cualquier ataque contra un objetivo, incluso militar, en Gaza arrastra a numerosos civiles dado que la Franja es uno de los lugares con mayor densidad de población del mundo.

La mayoría de las víctimas han sido oficiales de la policía palestina afiliada a Hamas, entre ellos su máximo responsable, nombrado por Al Fatah, lo cual lleva a Israel a afirmar que las bajas son militares.

Sin embargo, según la IV Convención de Ginebra relativa a la protección de civiles en tiempos de guerra, los funcionarios (incluidos los oficiales de policía) son considerados civiles en los conflictos y no combatientes, por lo que los grupos de Derechos Humanos denuncian una masacre.

(*) Mónica G. Prieto fue corresponsal para Israel y los territorios palestinos entre 2005 y 2007, y vivió en Gaza la victoria electoral de Hamas, las consecuencias del bloqueo y la situación tras la guerra civil palestina.

Matéria sobre as rádios comunitárias das favelas brasileiras em rádio alemã


"Brasiliens Barackenradios - Die Stimme aus den Slums"

Ein Doku-Feature von Evelyn Kanya

Die Radio-Sendung beschreibt das Phänomen der Community-Radios in den brasilianischen Armen- vierteln. "Brasiliens Barackenradios" entstand als Werkstück im Rahmen einer Diplomarbeit und ist nach dem Vorbild der Ö1-Sendereihe "Journal Panorama" gestaltet. Redaktionsschluss: August 2008.

Die Autorin studierte bis Ende September 2008 "Journalismus und Unternehmenskommunikation" an der FH JOANNEUM in Graz.

"As Rádios dos Barracos - a Voz das Favelas" é uma reportagem de Evelyn Kanya sobre o fenômeno das rádios comunitárias nas favelas do Brasil. Foi apresentada como trabalho de conclusão de curso na Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas em Graz, Áustria (FH JOANNEUM Graz). Fechamento da pesquisa: agosto de 2008. A autora terminou seus estudos no final de setembro de 2008.


Kontakt / Contato: evelyn.kanya@gmail.com


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Abandono do Iboc pode significar abertura dos debates sobre rádio digital


10/01/2009
Ana Rita Marini
FNDC

Encerrando o ano de 2008, a notícia do ministro das Comunicações, Hélio Costa, de retirar seu apoio à tecnologia americana Iboc para o rádio digital brasileiro surpreendeu de forma positiva o movimento pela democratização da comunicação que há alguns anos vem pedindo tempo para debater o novo sistema. Poderá se iniciar agora um processo de discussões acerca do novo rádio?


A tecnologia In Band on Channel (Iboc), criada pela empresa norte-americana Ibiquity, defendida há pelo menos três anos por Hélio Costa – em consonância com a escolha dos radiodifusores – foi descartada no final de dezembro pelo próprio ministro da seguinte forma: “Os mais recentes testes do rádio digital, realizados na cidade de São Paulo pela Universidade Mackenzie, concluíram, em julho último, que o Iboc, em ondas médias, apresenta sérios problemas de propagação, com áreas de sombra maiores do que as que são observadas no sistema analógico” (leia).


Mais do que ampliar o tempo de testes para observar certas limitações tecnológicas, entidades relacionadas ao movimento pela democratização da comunicação defendem que seja criado um espaço para pensar o rádio digital com a dimensão que a digitalização oferece – que vai muito além da qualidade de som, uma vez que pode incorporar dados, voz, interatividade, além de abrir espaço para maior número de rádios, democratizando ainda mais o espaço.


De acordo com o coordenador-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), jornalista Celso Schröder, para haver nexo com a convergência, esse ambiente de debates deveria existir nos mesmos moldes do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), pois ambas as tecnologias não diferem da rede digital proposta pelo FNDC (leia Comentários e proposições do Fórum sobre as propostas de Política de TV Digital a serem implementadas pelo Ministério das Comunicações)..


A retirada da defesa do ministro Hélio Costa sobre o padrão Iboc pode significar um fôlego, uma brecha para que se implante um processo de debates sobre a digitalização do rádio no Brasil. “Temos que insistir na rede pública e única, na idéia da convergência, do controle público. Qualquer outra saída não é inteligente, assim como as características do Iboc, porque são medíocres, corporativas, de segmentos que não dão conta da dimensão dessa tecnologia”, destaca Schröder...


José Luiz Sóter, coordenador-executivo da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), enfatiza que o recuo de Hélio Costa, porém, não foi político, mas um recuo técnico. “Ele embarcou em uma versão que lhe foi apresentada, sobre as vantagens de um padrão que, quando foi experimentado, mostrou que elas não existiam”, constatou Sóter. Segundo ele, agora é a oportunidade de aproveitar as restrições técnicas apresentadas no Iboc para defender inclusive um padrão que atenda as deficiências que foram constatadas. “Cabe a nós pautar uma política para o rádio digital, uma definição que atenda os interesses nacionais na questão da comunicação radiofônica”, manifesta.


Schröder salienta que o debate do rádio digital nunca existiu, a não ser sobre sua tecnologia. Sóter justifica ainda que para esse novo rádio atender às necessidades de um país com as dimensões continentais, como é o Brasil – onde existe diferenças demográficas, topográficas, culturais – há necessidade de um amplo debate sobre um novo modelo. “Esse debate tem que ter a participação dos acadêmicos, pesquisadores, da indústria desses equipamentos e também dos movimentos sociais organizados que têm participação histórica sobre a questão do desenvolvimento da comunicação no país”, assegura Sóter.

Leia a seguir, as matérias que o e-Fórum vem realizando sobre o rádio digital:

Digitalização do rádio poderá eliminar pequenas e médias emissoras Tal como está sendo conduzida, a digitalização do rádio no Brasil aumentará a concentração dos meios de comunicação e o poder das grandes redes. Especialistas afirmam que uma decisão tecnológica de porte, como é a escolha do sistema de radiodifusão digital brasileiro, se for tomada às pressas, pode decretar o fim do rádio como um veículo democrático e plural, acessível dos lugares mais remotos e pelas diferentes classes sociais no país....

Câmara fará debate sobre rádio digital A Câmara dos Deputados realizará, no próximo dia 29, o Seminário "Rádio Digital – o caminho para a revolução da radiodifusão brasileira".....

Rádio digital em discussão O debate sobre digitalização dos meios de comunicação já é realidade há algum tempo, mas o rádio ficou esquecido neste processo. Para avaliar o impacto que o uso dessa tecnologia causará, uma audiência pública foi realizada na Câmara Federal, na última terça-feira (11/09), promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. ....

Frente por rádio e TV digital democráticos questiona governo Reunida no Rio de Janeiro, no último final de semana, a Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital, uma organização que reúne atualmente 117 entidades em todo o país, aprovou uma carta aberta ao governo Lula e ao Povo Brasileiro. ....

Conselho Consultivo do Rádio Digital tem encontro preliminar Representantes do governo, da sociedade civil, das universidades, e dos radiodifusores, integrantes do Conselho Consultivo do Rádio Digital, reuniram-se com o ministro das Comunicações Hélio Costa. ....

Governo apressa a digitalização do rádio e limita o debate a um só padrão No momento em que se transita para a digitalização dos meios de comunicação, a velocidade peculiar ao rádio manifesta-se ainda mais intensa nas decisões políticas e de mercado acerca das escolhas tecnológicas. Sociedade e a comunidade científica estão sendo praticamente ignoradas. ....

Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital realiza encontro Com o objetivo de discutir o processo de digitalização no país e traçar estratégias de ação, a Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital promove encontro, nos dias 15 e 16 de março, no Rio de Janeiro. ....

Sem debate, Iboc pode consolidar padrão de rádio digital A empresa responsável pelo padrão de rádio digital IBOC (In Band on Channel) anunciou aumento da taxa de licenciamento das emissoras para junho deste ano. A medida deve apressar a adoção do IBOC como padrão a ser utilizado no país, sem haver antes um debate sobre o tema. ....

Empresários implantam rádio digital antes da decisão do governoDurante evento em São Paulo, alguns dos principais representantes do mercado empresarial brasileiro na área da radiodifusão, defenderam com veemência o padrão americano de rádio digital, que foi negociado amplamente, embora, oficialmente, esteja apenas em fase de testes. ......