Bruno Lima Rocha
O Estado de Israel é visto pelos olhos do Ocidente como a única democracia liberal realmente existente no Oriente Médio. Isto porque, em tese, os mais de 7 milhões de detentores de passaporte e cidadania israelense estão plenos de direitos e deveres. Mas, parece que, as mudanças surgidas após o 11 de setembro nos EUA (como o Patriot Act e a criação do ministério da Segurança Interna) atingiram os procedimentos democráticos naquele país.
Há alguns dias, uma representação feita por dois partidos sionistas de extrema-direita baniram duas legendas árabes-israelenses das eleições de fevereiro próximo. A alegação foi falta de lealdade a Israel e vínculos com o terrorismo. A denúncia acatada pelo Comitê Central Eleitoral teve a assinatura do partido Yisrael Beytenu (secular e com base eleitoral nos imigrantes do leste europeu) e do NU-NRP (ortodoxo e expansionista). Ambas as forças bradam por lealdade nacional, defendem o “Grande Israel” e se posicionam contra a política de trocar paz por terra.
O partido secular Balad (secular de esquerda) e o Ta’al (onde se inclui uma ala islamista minoritária) defendem publicamente o fim da Ocupação de 1967 e o reconhecimento dos palestinos como minoria étnica nacional. Os acusados foram banidos em primeira instância, ainda cabendo apelação na Suprema Corte. As duas forças tentam representar parcelas dos votos de palestinos vivendo “nos Territórios Ocupados em 1948”. Entendo este banimento como mais uma medida provocadora, forçando um consenso israelense em torno da censura midiática, da coação política dentro dos EUA, do aparato de segurança e inteligência (incluindo as empresas militares privadas) e dos novos capitais originários da Rússia e arredores. As duas organizações banidas disputam os votos entre os mais de 1,1 milhão de árabes com cidadania israelenses (11,2% da população).
Quanto maior o desespero árabe, mais força terá o integrismo islâmico. Isto se dá porque no caso do Hamas, o movimento oferece um modelo de vida, baseado em uma estrutura política, jurídica, religiosa e de suporte social. Não foi à toa que o partido sunita saiu-se vitorioso nas eleições palestinas de janeiro de 2006. Vejo que a multiplicidade de representação, tanto em Gaza e Cisjordânia como entre a população da diáspora, pode aliviar o peso político do Hamas. O desafio de buscar uma saída viável para a existência de dois Estados hoje está na interna da política israelense. Ficam duas questões de fundo. Como gerar uma estabilidade inclusiva se Israel não abre mão de uma política expansionista? E, a quem interessa enfraquecer os partidos seculares e o nacionalismo árabe?
Há alguns dias, uma representação feita por dois partidos sionistas de extrema-direita baniram duas legendas árabes-israelenses das eleições de fevereiro próximo. A alegação foi falta de lealdade a Israel e vínculos com o terrorismo. A denúncia acatada pelo Comitê Central Eleitoral teve a assinatura do partido Yisrael Beytenu (secular e com base eleitoral nos imigrantes do leste europeu) e do NU-NRP (ortodoxo e expansionista). Ambas as forças bradam por lealdade nacional, defendem o “Grande Israel” e se posicionam contra a política de trocar paz por terra.
O partido secular Balad (secular de esquerda) e o Ta’al (onde se inclui uma ala islamista minoritária) defendem publicamente o fim da Ocupação de 1967 e o reconhecimento dos palestinos como minoria étnica nacional. Os acusados foram banidos em primeira instância, ainda cabendo apelação na Suprema Corte. As duas forças tentam representar parcelas dos votos de palestinos vivendo “nos Territórios Ocupados em 1948”. Entendo este banimento como mais uma medida provocadora, forçando um consenso israelense em torno da censura midiática, da coação política dentro dos EUA, do aparato de segurança e inteligência (incluindo as empresas militares privadas) e dos novos capitais originários da Rússia e arredores. As duas organizações banidas disputam os votos entre os mais de 1,1 milhão de árabes com cidadania israelenses (11,2% da população).
Quanto maior o desespero árabe, mais força terá o integrismo islâmico. Isto se dá porque no caso do Hamas, o movimento oferece um modelo de vida, baseado em uma estrutura política, jurídica, religiosa e de suporte social. Não foi à toa que o partido sunita saiu-se vitorioso nas eleições palestinas de janeiro de 2006. Vejo que a multiplicidade de representação, tanto em Gaza e Cisjordânia como entre a população da diáspora, pode aliviar o peso político do Hamas. O desafio de buscar uma saída viável para a existência de dois Estados hoje está na interna da política israelense. Ficam duas questões de fundo. Como gerar uma estabilidade inclusiva se Israel não abre mão de uma política expansionista? E, a quem interessa enfraquecer os partidos seculares e o nacionalismo árabe?