quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Nasce jornal @Verdade em Moçambique

Por Domingos Chapungo, ECA/UEM

Foi lançado esta quarta-feira(27/08/08) em Maputo um novo jornal. Trata-se do semanário @Verdade, tablóide colorido de 32 páginas, o primeiro jornal generalista do país de distribuição gratuita com 50 mil exemplares.

O facto é justificado pelos seus proprietários como surgindo da necessidade de uma informação de qualidade e rigor, adequada e dirigida ao grande público que não tem possibilidade de comprar um jornal tradicional, apesar de ter direito à informação.

O director do jornal, Erik Charas, disse que este é o primeiro jornal gratuito na África Austral e querem contribuir na elevaçao cultural dos moçambicanos, por isso surgimos a pensar naqueles que ao darem 20 Mt por um jornal tradicional deixam de comprar oito pães.

Numa primeira fase, o jornal será distribuído na cidade de Maputo e, posteriormente a sua expansão para todo o território nacional.

O jornal @VERDADE é um produto semanário da Empresa Charas, Lda.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Promessas de campanha? Fique ligado

O cientista político Bruno Lima Rocha, editor do portal Estratégia e Análise e membro do Grupo de Pesquisa CEPOS, falou para o programa BAND Cidade, da TV Bandeirantes, sobre algumas esdrúxulas promessas de campanha dos candidatos a vereador. Vale a pena conferir:

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Debates sobre políticas de comunicação e indústrias midiáticas marcam o 2º Encontro da Ulepicc-Brasil

Para compartilhar os resultados de suas investigações e avaliar o amadurecimento dos estudos críticos comunicacionis nos últimos anos, os pesquisadores da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (Ulepicc) reuniram-se no período de 13 a 15 de agosto, na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP, em Bauru/SP. Esse foi o 2º Encontro do capítulo brasileiro da entidade, que teve como tema a relação entre “Digitalização e Sociedade”.

O encontro contou com a participação de pesquisadores de renome internacional. A conferência de abertura foi ministrada pelo presidente da Ulepicc Internacional, Luis Albornoz (Universidade Carlos III/Madri), que defendeu uma maior democracia na internet para o intercâmbio de idéias e experiências. Ele disse que qualquer tipo de restrição só favorece os oligopólios da indústria cultural e salientou o caso da música, que vem sendo alvo de amplas discussões em decorrência dos direitos autorais.

Para o professor Albornoz, o compartilhamento on-line ajuda na promoção dos músicos e contribui para a descoberta de novos talentos. “Aos poucos surgem novas plataformas de exibição audiovisual, o que é muito positivo em uma época em que a internet faz parte do dia-a-dia do cidadão”, completa.Os debates começaram na manhã do dia 14, com um painel sobre “Economia política e políticas de comunicação no paradigma digital”, encabeçado pelos professores Valério Brittos (UNISINOS); Murilo César Ramos (UnB) e César Bolaño (UFS), e outro a respeito das “Indústrias culturais e digitalização”, liderado por Anita Simis (UNESP); Suzy dos Santos (UFRJ) e Laurindo Leal Filho (Cásper Líbero-USP).

Para os painéis do dia 15, foram convidados os pesquisadores Adilson Cabral (UFF), Antônio Magnoni (UNESP) e Leandro Ramires Comassetto (UnC), que discutiram a “Comunicação comunitária na era digital”, além de Ruy Sardinha (USP), William Dias Braga (UFRJ) e Antônio Carlos de Jesus (UNESP), cuja temática de debate foi a respeito das “Convergências e desafios da digitalização”.

Grupos de Trabalho

Em virtude do grande número de trabalhos a serem apresentados nas tardes da quinta e da sexta-feira , já que ao todo foram registrados 87, foi preciso que a comissão organizadora do evento distribuísse cada um dos cinco Grupos de Trabalho em sessões simultâneas. Para se ter uma idéia, o GT de ‘Indústrias Midiáticas’ chegou a dividir-se em oito partes, com debates variados em torno das indústrias fonográfica, televisiva, radiofônica, de livro e de tecnologias de informação e comunicação.

Nas três sessões do GT de ‘Políticas de Comunicação’, foram discutidas questões como financiamento, regulação, regulamentação e participação. Já os participantes do GT de ‘Políticas Culturais e Economia da Cultura’ trataram desde a sociabilidade e o ambiente cinematográfico até a produção colaborativa de softwares livres, redes e a dinâmica dos mercados. Ficou por conta do Grupo de Trabalho ‘Comunicação Pública, Popular ou Alternativa’ o debate sobre democratização, caráter público, mobilização social e relações com o Estado.

Enquanto isso, os pesquisadores inscritos nas sessões do GT de ‘Teorias’ falaram sobre a práxis comunicacional, a perspectiva de Herbert Shiller e Raymond Williams, a metodologia colaborativa para a pesquisa em mediação cultural, a lógica de Peirce e a didática para o ensino do hipertexto.

De acordo com o presidente da Ulepicc–Brasil, Valério Brittos, o Encontro superou as expectativas e já se firma no calendário acadêmico como um importante espaço de apresentação de pesquisas, debate pluralista e intercâmbio de idéias. Ele ressalta que “a grande conquista do capítulo brasileiro envolve o avanço e a visibilidade da Economia Política da Comunicação na comunidade acadêmica. Isso passa por questões como a realização e consolidação de nosso evento a cada dois anos, o lançamento e atualização de um sítio na internet e a edição de um livro”.

Rede de Pesquisa

Ao final do evento, houve uma assembléia com os grupos de pesquisa. Na oportunidade, o vice-presidente da Ulepicc-Brasil, Laurindo Leal Filho, propôs a criação da Rede de Pesquisa em Informação, Comunicação e Cultura, que deverá promover a criação de grupos interinstitucionais e aproximar aqueles já existentes em torno da pesquisa focada nos propósitos da entidade internacional.

A sugestão foi aceita com entusiasmo pelos associados, que inclusive já escolheram os professores Ruy Sardinha Lopes e Leandro Ramires como coordenadores da rede.O Capítulo Brasil da Ulepicc foi fundado em março de 2004, em Aracaju/SE, como uma sociedade civil sem fins lucrativos. A entidade procura estimular a criação de espaços acadêmicos para o debate da Economia Política da Comunicação, da Informação e da Cultura, além de promover encontros bianuais, desenvolvidos em parceria com instituições de ensino superior, realizadoras dos eventos.

O 1º Encontro da Ulepicc-Brasil, realizado em outubro de 2006, em Niterói/RJ, resultou na publicação do livro “Economia Polí­tica da Comunicação: Interfaces Sociais e Acadêmicas no Brasil”. Dentre os assuntos discutidos na obra estão o renascimento da Economia Política nas análises da comunicação; especificidades atuais da indústria cultural; TV Digital; cultura tecnológica; políticas para comunicação e cidadania; as relações entre sociedade e televisão e entre comunicação e cultura; materialismo dialético e os observatórios de comunicação.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

La redescubierta de la República Misionera


El tema de la identidad y defensa del Bioma de la Pampa es otra vez más un importante recurso que los pueblos gauchos tienen para reconstruir su noción de federalismo. Hoy el enemigo visible no es tanto un ejército extranjero, ni tampoco las tropas de Portugal y España, aliadas de la mitad del siglo XVIII para destruir la experiencia igualitaria de la República de los Guaraníes de los dos lados del Río de los Pájaros Pintados (Río Uruguay). El avance es de una industria de forestación, plantando árboles extraños al medio ambiente de la Campaña gaucha y secando los recursos hídricos de la tierra. El conflicto entre Argentina y Uruguay por la implantación de la pastera de Botnia en Fray Bentos es un ejemplo de cómo la transnacionalización del territorio histórico es un problema de la mayor gravedad. Hoy las papeleras avanzan en Rio Grande do Sul y en la costa del Uruguay. En la Banda Oriental, lo trágico de la situación es que ya 36% de sus tierras están en manos de propietarios extranjeros.

Esta situación de estilo “vende patria” (entreguista en portugués) contrasta con la fuerza de la identidad regional y el fenómeno del orgullo guasca de las primeras repúblicas sobre el planeta cuando la restauración vencía todas las luchas políticas en la Europa del inicio del siglo XIX. La fuerza de estas raíces, incluso en el antecedente histórico de la Gesta Federal Artiguista, tiene su matriz en la experiencia republicana y federal indígena.

El 7 de febrero es una fecha muy peleada por la izquierda social y política de los “gaúchos brasileros”. Es un pedazo de la historia del Cono Sur que aún está en disputa. Si alguien asoció el día 7 de febrero con el martirio del corregidor del cabildo de San Miguel, el cacique electo Sepé Tiaraju, acertó. Infelizmente, el Rio Grande celebra de forma no oficial el día en que una de los liderazgos de los tapes-guaraníes cayó en combate, en el Arroyo Caiboaté, cerca de la cuchilla del mismo nombre, el año de 1756. La casa de campo histórica hoy pertenece al municipio de Son Gabriel, localizado en la micro-región de la Frontera Oeste del Río Grande, otrora Misiones Orientales. La tendencia es a que este local se haga punto de romería y reivindicación de una identidad aún oculta.

Ya me referí al mismo tema en artículos anteriores, abordando el hecho histórico y la reflexión ocurrida cuando de los 250 años del martirio del indio Sepé. Insisto en el tema por entender que la historiografía brasileña, en sus diversos matices, no da cuentas de comprender el fenómeno. El caso es más profundo. Reivindicar la raíz misionera del Río Grande no es folclorismo, pero sí posicionamiento. Si la Capitanía de São Pedro (después Provincia) nació portuguesa con la fundación de la ciudad del Río Grande (litoral sur de Brasi) en la barra de la Laguna de los Patos, la nueva civilización hubiese nacido cien años antes, cuando de la fundación de las reducciones jesuíticas.

Infelizmente, tenemos una historia apenas comprendida y de cuño oficialista o economicista. Con todo respeto a las corrientes hegemónicas de la historiografía, no sé cual es la peor. La identidad de un pueblo, sus mitos fundadores y su forma de estar en el mundo es tanto o más importante que los modos de producción y circulación de bienes y servicios, o las instituciones de decisión céntricas de una sociedad. O sea, la identidad y la ideología son tan o más fundamentales que la economía y la política. Cuando resaltamos el mito de República Guaraní estamos diciendo que el Río Grande no hubiese nacido de la ocupación azoriana(de las Islas de Azores, en el Atlántico bajo posesión portuguesa) en el litoral sur y menos aún en las banderas de los mamelucos de São Paulo de Piratininga. En otras palabras, afirmar a Sepé es renegar de una versión de la historia oficial de ocupación lusa y afirmar el protagonismo de los pueblos originales y del tipo humano surgido del mestizaje.

Todo este vacío también ocurre porque dos obras fundamentales para comprender el Río Grande aún son casi desconocidas. Se tratan de los libros magistrales del gaúcho Rubens Vidal Araújo, Jesuítas de los 7 Pueblos (1990) y Tempestad sobre el Río de la Plata (1993). El abogado, periodista y escritor natural de la ciudad histórica de Cachoeira do Sul, narra la historia de la Campaña bajo otro punto de vista, partiendo de fuentes originales y sin prejuicios economicistas. Aplicados como lectura obligatoria en las invernadas de los Centro de Tradiciones Gaúcha (CTGs), cambian la concepción popular de la formación de la región.

Esta forma de narrativa, aunque poco reconocida en Brasil, no es ninguna novedad en los países hermanos. Dentro de la historiografía platense, es conocida como revisionismo histórico. Se trata de un esfuerzo de redescubierta del pueblo como protagonista, de la crítica al colonialismo, y la comprensión del papel fundamental que tuvieron las rebeliones populares de cuño federalista, conocidas como montoneras. En toda América Latina, existe una forma de reivindicación original llamada de campo nacional-popular. Sirvió de inspiración para varios movimientos populares y organizaciones de izquierda o extrema-izquierda desde los años ’50.

De la vecina Banda Oriental viene el mejor ejemplo de fusión del pensamiento nacional, popular y latinoamericano con el revisionismo histórico. A partir de la década de ’50 la epopeya de la Pandilla Federal de los Pueblos Libres, capitaneada por José Gervasio Artigas es redescubierta. La investigación en los archivos originales para la creación de bienes simbólicos a través de la prensa y de la música fue relativamente rápido. El mismo podría haber pasado en este lado de la frontera, si no hubiera dos factores.

La historiografía de contestación gaucha, de base marxista, simplemente ignoró el concepto de pueblo-clase y durante décadas asoció la Guerra Guaraní sólo como una lucha entre dos imperios (Portugal y España) contra la Compañía de Jesús. Simultáneamente, la reconstrucción de la identidad gaucha, formadora del Movimiento Tradicionalista Gaúcho (MTG, mayor movimiento de cultura regional de Brasil, con más de 1 millón 200 mil afiliados), estaba en mano de pioneros folcloristas. El resultado fue el divorcio entre identidad e historia y la entrega de los mitos fundadores al control de las capas más conservadoras de nuestra sociedad.

A veces, la comprensión de un país y su pueblo está conectada a un momento histórico trágico. En el Perú, el rechazo al pasado colonial (hispanismo) y la redescubierta del indígena como fundador de la idea original de “patria” surgió con la derrota nacional en una guerra el siglo XIX. Cupo al intelectual libertario González Prada abrir el camino al reencuentro del Perú con sus propias raíces. Libros como “Nuestros Indios”, “La Cuestión Indígena” (1905), “El Problema Indígena” (1906), abrieron el camino para la generación de los años ’20, que tuvieron al frente a José Carlos Mariátegui y Luis Eduardo Valcárcel, de entre otros. La suma explosiva de discurso histórico, con reivindicaciones justas y protagonismo popular construyó las identidades colectivas.

Volviendo “al gigante que duerme”, como todo en Brasil es más lento y conservador, el sentido profundo de la República Misionera aún tropieza en la ausencia de un discurso fundacional y de rigor. La redescubierta inició en la década de ’70, a través de las guitarras y bandoneones de artistas populares. Un ejemplo es el payador Noel Guarany, nombre ese que adoptó en homenaje a sus antepasados y a Horacio Guarany. Este misionero de la ciudad de Bossoroca – noreste de Río Grande del Sur, en las barrancas del Río Uruguay, fue perseguido por la dictadura militar, cruzó el Río Uruguay y vagó por el Litoral Argentino y la Pampa Húmeda, llegando hasta el Chaco Paraguayo y el Pantanal brasileño. De este aprendizaje, Noel Borges del Canto Fabrício de Silva (1941-1998) osaba cantar la milonga nativa como un himno nacional:

“eres la lírica bandera / cuando en rondas galponeras / un payador misionero/ en un sapucay de guerrero / te evoca de mil maneras”.

La noción de Patria Grande, más allá que un recurso discursivo político, es una salida y herramienta real de autoorganización de los pueblos del Cono Sur. Hoy las fuerzas reaccionarisa ya no son tan visibles, sino que tienen personerías jurídicas y grandes estudios de abogados, compran parlamentarios, políticos y burócratas y ocupan la frontera con árboles extraños al lugar. Más que nunca, el momento de la redescubierta de la República Misionera es la salida de identidad colectiva necesaria para confrontar contra este proyecto de imperialismo bajo el manto de “desarrollo económico”. Hay que tener en cuenta la enseñanza política de Sepé Tiaraju:

“! No si puede servir a dos señores a la vez! ” y “ ¡Esta tierra tiene dueño! “

*Bruno Lima Rocha (blimarocha@via-rs.net / www.estrategiaeanalise.com.br) é cientista político e jornalista, membro da equipe de analistas do Barômetro Internacional (http://barometro-internacional.org) com sede em Caracas, Venezuela.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

IPTV vai atropelar TV digital

Em poucos anos, uma tecnologia vai mudar a forma de assistir à TV mundo afora. Especialistas apontam que no prazo máximo de uma década, o IPTV vai atropelar a TV digital e completar a revolução impulsionada pelo crescimento global da internet.
A definição mais simples de IPTV diz que se trata da televisão baseada no protocolo IP, da internet. Entretanto, há outra explicação mais técnica sobre a tecnologia: é a transmissão de sinais de TV por meio de uma conexão de web, como no caso da linha de assinantes DSL.
Em resumo, significa pensar na conexão de um televisor a um roteador de banda larga, que emite os sinais diretamente da web para que o telespectador acompanhe as novidades virtuais.
Pelo sistema, há a opção de obter opções de vídeo sob demanda, o que possibilita ao internauta montar a programação de acordo com preferências e disponibilidade. Além do mais, o IPTV oferece economia de banda. Preenche apenas 20% da largura de banda ocupada pelos sinais de TV comum.
As informações são de Ethevaldo Siqueira, da rádio CBN.

Redação
Adnews

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Encontros de estudos-ULEPICC-MZ

No dia 08/08 /08 iniciamos com o ciclo de estudos a que nos propomos desenvolver no âmbito da Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura no contexto moçambicano.
O próximo encontro está marcado para o dia 25/08/08 pelas 14 horas no anfiteatro da ECA.
Estão convidados todos sócios e demais interessados.


Estudantes da ECA e Pesquiadores da ULEPICC-MZ

Estudantes da ECA e Pesquisadores da ULEPICC-MZ


Leonilda Muatiacale,Profa da ECA e Pesquisadora da ULEPICC-MZ



Estudantes da ECA e Pesquisadores da ULEPICC-MZ

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Relator de projeto de lei admite mudar proposta sobre TV paga

O deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), relator do projeto de lei que prevê a entrada das teles no mercado de TV a cabo, admitiu ontem que pode retirar o limite de participação, por grupos de mídias, no pacote de canais de conteúdo nacional obrigatório na TV paga.O projeto de lei nº 29 prevê a criação de um sistema de cotas para garantir conteúdo nacional na TV por assinatura. Uma das cotas se refere ao número de canais nacionais obrigatórios na grade de programação.Do pacote previsto de até 12 canais nacionais, no máximo 25% poderiam vir de uma mesma programadora. A Globosat, que tem seis canais próprios, seria diretamente afetada.

A restrição foi proposta pelos grupos Abril, Bandeirantes e Record, com a tese de que é preciso diversificar o mercado de programação para TV paga.A queda-de-braço entre as empresas de mídia é o maior empecilho para a votação do projeto de lei, admite Bittar.Em entrevista, ontem, no congresso anual da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), Bittar disse que o limite percentual pode ser substituído por uma regra, "ainda que seja declaratória", que garanta a pluralidade.

Conflito de interesses
Os conflitos de interesses em torno do projeto de lei ficaram evidentes, ontem, no congresso da ABTA.O deputado federal Paulo Bornhausen (DEM-SC), autor do projeto original para liberar a atuação das teles na TV a cabo, defendeu que o PL 29 vá para votação sem os artigos sobre conteúdo nacional, em razão da dificuldade de entendimento entre as partes.Para ele, é prioritário eliminar a restrição ao capital estrangeiro e à entrada das teles no setor. Hoje, cada tecnologia de TV por assinatura tem regulamentação diferente.Nas TVs a cabo, existe obrigatoriedade de controle de capital nacional, o que não ocorre nas empresas de TV paga com transmissão via satélite (como a Sky) e via rádio (sistemas MMDS).

Bittar disse que a exclusão do capítulo sobre conteúdo nacional seria inadmissível. Para o relator, já existe consenso em relação a 90% do texto do projeto de lei.Ele disse que continuará buscando o acordo e que acha possível a votação do projeto pela Comissão de Comunicação, Ciência e Tecnologia dentro de um mês. Segundo Bittar, as principais pendências são com os radiodifusores.Os conflitos em torno do PL 29 começaram quando o deputado redigiu o texto inicial, a partir de acordo entre as companhias telefônicas e as empresas de radiodifusão.As empresas de TV a cabo e os programadores internacionais não foram consultados, e reagiram com uma campanha publicitária na TV contra a criação de cotas de conteúdo nacional na TV paga.

O conflito entre a Globo e outros radiodifusores surgiu neste ano.O diretor-executivo da ABTA, Alexandre Annemberg, comparou o sistema de cotas à política de reserva de mercado da informática praticada no passado e disse que seria ineficaz. Para ele, o interesse das teles pela TV paga estaria em impedir o crescimento da concorrência na banda larga.O presidente da Abrafix (associação que reúne as concessionárias de telefonia fixa), José Fernandes Pauletti, disse que as teles encaram as cotas de conteúdo nacional como um remédio ruim.


Elvira Lobato
Folha de SP

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A polêmica em torno dOs mutantes

Por João Miguel

A novela Os mutantes da Record tornou-se, nos últimos dias, assunto polêmico entre os moçambicanos, especificamente aqueles que recebem o sinal da Televisão Miramar, a filial da emissora brasileira em Moçambique. Na blogosfera também está acesa a discussão em torno da temática.
Inicialmente denominada Caminhos de coração, a novela tem conseguido arrebatar o público que costumeiramente assiste à teledramaturgia da Globo veiculada, tanto pela Televisão de Moçambique – TVM (as novelas mais antigas), quanto pela SOICO Televisão – STV (as novelas mais recentes).

O posicionamento dos que, por lado, não encaram positivamente o produto (inclusive em termos estéticos) está fundado na possível influência exercida no comportamento infantil. São vários os exemplos contados de crianças que mordem as outras, numa clara imitação daquilo que a TV lhes oferece.
Certamente não haveria nenhum problema se Os mutantes fossem ao ar apenas das 20 horas e 45 minutos às 22 horas, tendo em consideração que a faixa etária que não pode estar exposta a este tipo de programa estaria, nesta altura, longe da telinha. Porém, a TV Miramar presenteia aos seus telespectadores, aqueles que por qualquer motivo perderam o capítulo anterior, com uma reprise (recurso usado por todas as TVs do país) no dia seguinte, das 15 horas e 45 minutos às 16 horas e 45 minutos, justamente num período em que a maior parte dos pais está fora de casa.

Por outro lado, posicionam-se aqueles que defendem a “livre expressão” e que colocam nos pais a responsabilidade de educar seus filhos, inclusive o cuidado de os não deixar expostos aos produtos inadequados para sua idade. Verdade é que os pais têm o dever legal e moral de proteger suas crianças, mas essa tarefa também é extensiva ao Estado. Além do mais, é papel da entidade estatal estabelecer limites através dispositivos legais para proteger os cidadãos e evitar os excessos cometidos, neste caso, pela busca da audiência ou talvez pela falta de estratégia e criatividade.
Não se pode perder de vista que as emissões televisivas (que usam o espaço hertziano, um bem comum), diferentemente da imprensa escrita, dependem de uma concessão pública para atender não apenas aos motivos mercadológicos, mas também aos interesses da sociedade como um todo.

Um dado importante na polêmica sobre Os mutantes é o fato de setores da sociedade moçambicana discutirem a atuação da mídia, um gesto fundamental para o andamento das democracias hodiernas.

Record é processada por promover jogatina

O procurador da República Márcio Schusterschitz dará entrada hoje na Justiça Federal a uma ação civil pública pedindo a suspensão imediata do Super Leilão, promovido pela Record.Para o procurador, o Super Leilão "nada mais é do que um jogo de azar" disfarçado de leilão invertido.

No ar há quase um ano, o Super Leilão promete prêmios como carros a quem ligar para um telefone de prefixo 0900 e oferecer "o menor lance único". A ligação custa R$ 4,00, mais impostos. Band e Rede TV! têm ações parecidas.O procurador também entende que o Super Leilão desvirtua os princípios constitucionais da TV e fere os direitos do consumidor, pois o telespectador faz apostas "às cegas".

A Record argumenta que apenas veicula o Super Leilão, como uma publicidade. Diz que seu cliente é uma empresa chamada Total Spin Brasil. Para Schusterschitz, no entanto, o regulamento do Super Leilão, ao prever "autorização do uso da imagem dos participantes" pela Record, "prova a absorção da atividade pela emissora".Antes de ajuizar a ação, o procurador recomendou à Record a suspensão do Super Leilão, mas não foi atendido.Procurada, a Record defendeu a legalidade do negócio e informou que só se manifestará na Justiça. A Total Spin afirmou que o Super Leilão "é uma modalidade de compra" que respeita a legislação e "não explora a boa-fé do consumidor".

BOMBA 1: A divulgação, de forma extra-oficial pela Record, de que a TV de Edir Macedo comprou com exclusividade os direitos dos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara (México), por cerca de US$ 10 milhões, caiu como uma bomba na Globo.

BOMBA 2: A direção de jornalismo esportivo da emissora, responsável por esse tipo de negociação, teria vacilado e entrado tardiamente na concorrência. Ainda tenta reverter a situação.

BOMBA 3Oficialmente, a Globo informa que "realmente" foi surpreendida pela notícia, "pois não recebemos até o momento nenhum comunicado sobre a abertura da disputa dos direitos [do Pan de 2011], procedimento comum nesses casos".

PADRÃO 1: A Globo anda batendo recordes de problemas técnicos. Ontem, a tela ficou preta durante a exibição de uma reportagem no "Mais Você". A imagem voltou para o estúdio, onde só o Louro José estava a postos. O boneco chamou pela "mãe" (Ana Maria Braga), que não apareceu.

PADRÃO 2: No sábado, o telão high-tech que a Globo estreou nesta Olimpíada travou quando Mylena Ceribelli apresentava agenda do Brasil em Pequim.

BOLADA: A Band está se dando bem com a Olimpíada. Tem mostrado competições a partir das 22h, o que a Globo não faz. No sábado à noite, deu média de dez pontos e ficou em segundo no Ibope. Domingo de manhã, também bateu Record e SBT.

Daniel Castro
Folha de SP

TV Digital: Interatividade, com Ginga, entra na agenda

No fim de agosto, quando o salão do Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, abrir suas portas para receber os participantes do Congresso SET 2008, o Sistema Brasileiro de TV Digital, com perdão ao gerundismo, deverá estar inciando um novo ciclo: o da interatividade.

Dezenas de aplicações, desenvolvidas em parcerias entre radiodifusores, produtores de set-top-boxes e desenvolvedores de middlewares baseados no padrão Ginga estarão em exposição, demonstrando que, a despeito de todas as críticas, tecnicamente já é possível ter interatividade na TV Digital, embora local e bastante básica para tempos de Internet. Pode-se afirmar, sem medo de erro, que a pressa em inaugurar as transmissões digitais em dezembro, foi a grande responsável pela desilusão da mídia e, conseqüentemente, do público, com a TV Digital.

Hoje, na prática, set-top-boxes caríssimos, que nada mais fazem que brindar seus usuários com melhor som e imagem _ praticamente imperceptíveis para os consumidores que já podiam pagar pelo cabo _ são os vilões dessa história. Para decolar, o SBTVD precisa de set-top-boxes baratos e interatividade: as grandes promessas do governo. Acontece que, se nada for feito no campo da política industrial, ainda corremos o risco de ver esse sonho brasileiro naufragar. E isso nada tem a ver com a polêmica em torno da patentes submarinas e o pagamento de royalties pelo uso do GEM e do Java. Depende, muito mais, do modelo de negócio dos produtores de set-top-boxes, dos produtores de software, dos radiodifusores.

E onde está a luz no fim do túnel? David Britto, diretor técnico da TQTVD, membro do Fórum SBTVD e levantador da polêmica sobre a necessidade de pagamento de royalties, aponta os caminhos. Semana que vem, a TQTVS mostra em público muito do que já vem apresentado ao seleto público do Fórum SBTVD, e um pouco mais. A maior novidade é o início de licenciamento do Astro, seu middleware baseado no Ginga, já rodando em uma série de set-top-boxes com ampla capacidade de memória, a ponto de já permitir o uso de aplicações com diversos níveis de interatividade. Incluindo a maior delas, através do uso de um celular com funções de comunicação de dados.

Vi várias dessas aplicações ainda rodando em set-top-boxes de pouca memória, da Positivo e da Visiontec, e posso afirmar que o desempenho, embora ruim para os padrões perseguidos, ainda consegue ser melhor que o das aplicações interativas que rodam hoje no set-top-box da Net Digital que tenho em casa. Quem já tentou usar o Canal Plus do SportTV, agora, durante os jogos Olímpicos, sabe do que estou falando.

Uma das aplicações desenvolvidas pela TQTVD desmonstrada em primeira mão,semana passada, na última reunião do Fórum SBTVD, mescla código NCL/Lua (o jogo de tetris) com código Java (o guia de programação obtido diretamente das informações envidas pelo ar pela própria emissora).'Chegou a hora de discutirmos o middlaware e as especificações mínimas necessárias para ver este mercado florescer', advoga David. 'Precisamos definir o que será o Ginga 1.0, sem tirar o Java da norma', diz ele, para quem falar em GEM já é uma página virada.

Só com NCL e Lua já é possível ter um grau de interatividade muito bom na TV Digital. E isso estará demonstrado na Set também por outras empresas, além da TQTVD, como a iTV Produções Interativas, parceira da Record e da TV Cultura, com provas de conceito rodando redondas em set-top-boxes da ZinWell e Visiontec. Como fica a questão do Java? A definição de especificações do middleware 1.0 passa pelo anúncio, na Set, da criação de um grupo de desenvolvedores brasileiros interessados em validar as especificações abertas para os módulos Java usados nos set-top-boxes, incluindo o Java Virtual Machine.

O status de desenvolvimento dessas especificações, que estão sendo refeitas pela Sunem conjunto com membros do SBTVD, deverá ser apresentado no congresso por Rob Glidden e Calinel Pasteanu. Essa especificação aberta será a base para o novo Ginga-J, que será totalmente reescrito. A participação no grupo será aberta a toda a comunidade de desenvolvedores Java, mediante à assinatura de um documento comprobatório do compromisso de liberação de patentes.

Cristina de Luca
Convergência Digital

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Vitalidade da produção e falta de estratégia do SBT

Por Valério Cruz Brittos e Andres Kalikoske


No momento em que a televisão brasileira apresenta um elevado número de telenovelas em produção, o SBT recorreu a Pantanal como sua principal arma na disputa pelo mercado, o que reafirma sua falta de estratégia para a teledramaturgia. Produzida há 18 anos, a realização da extinta TV Manchete teve suas fitas adquiridas pela emissora de Silvio Santos por intermédio do empresário José Paulo Vallone, ex-parceiro do SBT no ramo de novelas. Como era plenamente previsível, não está repetindo a façanha de sua primeira exibição, na qual chegou a atingir 40 pontos de audiência.

Mas, para os limites do SBT, Pantanal veio em hora excelente, passando a ocupar o posto de carro-chefe da programação, vago até junho de 2008. Além de demonstrar que ainda possui valor de mercado, a novela devolveu a vice-liderança no horário para a rede de Sílvio Santos, ameaçada a partir dos investimentos da Record.

Os resultados de audiência têm sido muito bons, considerando a realidade atual do SBT: dados do Ibope indicam uma média de 18 pontos, com 21 de pico, apenas 7 pontos distante da Globo. Com isso, Pantanal mostra sua vitalidade, superando a pífia divulgação de sua estréia, quando foi exibida uma enquete, durante a programação, na qual populares apontavam a produção como sendo a novela de que sentiam mais saudade.

Centralização descabida

A reprise, no entanto, complicou os planos do teledramaturgo Benedito Ruy Barbosa, que havia negociado a história com a Globo, a fim desta possivelmente produzir um remake. A exibição pelo SBT esvaziou a eventual regravação pela Globo e Barbosa vem tentando, sem sucesso, impedir a exibição da novela. Este, certamente, foi o melhor marketing para a rede de Sílvio Santos, que, em 2005, já havia reapresentado Xica da Silva, outra produção da Manchete.

A falta de identidade na ficção seriada sempre assombrou o SBT. A emissora já exibiu telenovelas mexicanas, colombianas, venezuelanas, argentinas, brasileiras com roteiros mexicano e argentino, produções nacionais independentes e realizações da Argentina transnacionalizadas. A rede chegou também a ter cara de TV argentina no período de 1996, quando lançou novelas como Antônio Alves, Taxista e Chiquititas, além do programa Alô, Christina. Recentemente, encerrou seu contrato com a mexicana Televisa, após ter produzido, durante seis anos, 12 novelas brasileiras, desenvolvidas a partir de textos (e padrão tecno-estético) mexicanos.

Nesta configuração, não é difícil constatar que o problema do SBT é a falta de estratégia de programação, com seu devido planejamento, incluindo metas e variáveis de monitoramento em curto, médio e longo prazos. Tal desacerto, que representa as próprias dificuldades de gestão do SBT, descabidamente centralizada em Silvio Santos (numa partilha de poder que se encaminha para uma solução familiar e nada profissional), redunda, especificamente, na inexistência de um projeto para o setor de teledramaturgia, cujo próprio papel dentro da rede nunca foi plenamente identificado, passando por várias fases.

Poucas opções

Os dois capítulos diários que a emissora exibe de Pantanal, sem intervalos comerciais, deverão ceder lugar à produção nacional Revelação, aventura de Íris Abravanel que marca sua estréia no ramo das novelas – uma medida estranhamente interessante de construção de audiência. Isso porque uma decisão rápida de exibir Pantanal pode conduzir a um inesperado resultado positivo (também) subseqüente, se puder fidelizar público para a ficção da rede. Entretanto, paradoxalmente poderá nada acrescentar se, seguindo a tradição do SBT, a falta de planejamento levar a uma breve mudança de rumos, ante eventual resultado não tão positivo de Revelação (o que é menos provável, sendo sua autora a ainda inexperiente cônjuge de Silvio Santos).

A Record, por sua vez, tem uma estratégia de atuação muito definida, de buscar a liderança sustentada fortemente em teleficção e telejornalismo. Diante disso, e no sentido contrário do SBT, deve assinar contrato com a Televisa, como saída para consolidar seu recém-criado terceiro horário de novelas. Dos textos mexicanos adaptados pela Record – cujo primeiro roteiro deve ser o de Betty, a Feia, original colombiano já veiculado no Brasil pela Rede TV! – pode-se esperar histórias clássicas, ao melhor estilo folhetinesco, muito similares às produções da Globo no horário das 18 horas.

As produções originais da Televisa, dubladas ao português, devem ser exibidas pela CNT. O canal já está veiculando chamadas de duas novelas em sua programação, sendo apenas uma inédita no Brasil. Esta será a segunda vez que a emissora paranaense assina com a rede mexicana. O primeiro contrato, em 1997, não vingou. Já ao SBT, sem planejamento estratégico, uma das poucas opções restantes é aproveitar o público da novela da Manchete para sua nova realização. Se Pantanal continuar como está, outras produções devem ser resgatadas do baú da Manchete.

Títulos reapresentados

Frente a isso, destaca-se que o êxito da reprise de Pantanal reafirma como os produtos culturais de estoque representam um rendimento considerável para as emissoras televisivas, na medida em que podem ser reproduzidos mais de uma vez, com prazos variáveis de decorrência de sua produção, além de serem aqueles mais apropriados para a exportação. Todavia, a vida útil da ficção seriada é variável. As novas tecnologias, incorporadas nos títulos mais recentes, são os principais fatores para que este tipo de produto possa ficar datado, eventualmente perdendo sua atratividade ao longo do tempo. Quanto à telenovela costumar conter elementos factuais em suas tramas, isso não é problema para a redifusão, pois tais passagens podem ser eliminadas na nova edição, assim como nas versões para o exterior.

Com seu alicerce constituído sob os auspícios das novelas latino-americanas, o SBT conseguiu, desde sua fundação, manter-se como vice-líder exibindo antigas produções. Os casos mais curiosos são o do produto mexicano Chispita, produzido em 1979 e transmitido até 1992, contabilizando sete reprises; e de Café com Aroma de Mulher, realizada em 1994 e veiculada pela primeira vez em 2001, no prime time do SBT, e repetido em 2006.

A Globo, apesar de manter um horário dedicado à reapresentação de suas telenovelas, a tradicional sessão Vale a Pena Ver de Novo, à tarde, raramente se utiliza de produções realizadas há mais de uma década. Os títulos reapresentados, geralmente, não ultrapassam cinco anos desde sua realização. Contudo, há exceções, como Roque Santeiro, produzida em 1985, que teve sua terceira reprise em 2000; e A Gata Comeu, de 1986, que foi ao ar pela terceira vez em 2001.


Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa, em 5/8/2008.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Conversor popular será lançado em Belo Horizonte nesta sexta

A empresa Proview lança nesta sexta-feira, 8, em Belo Horizonte, uma série de conversores digitais que permitirão a recepção do sinal da TV digital na capital mineira. Segundo a fábrica, o aparelho para conversão do sinal digital em analógico custará R$ 199 para o consumidor, o mesmo preço de quando lançou o conversor em julho passado em São Paulo. O preço é apenas um quinto do que custavam os primeiros conversores vendidos no país.

A empresa também vai comercializar um modelo mais sofisticado, que permite o acesso à internet por meio da TV a um custo de R$ 299,00 e um intermediário, de R$ 249, com o programa de interatividade Ginga.

Mesmo com os menores preços, os aparelhos oferecem a porta USB que permite a conexão com vários dispositivos eletrônicos, como os periféricos teclado ou mouse. Além disso, eles contam com cabo de vídeo composto, controle remoto, antena UHF, entrada para conexão à internet banda larga, sistema operacional baseado em linguagem livre e gratuita (que permite usar a TV como tela do computador) e abertura para receber o software brasileiro de interatividade, o Ginga.

A Proview informou que já prepara para os próximos meses o lançamento de mais dois modelos populares com mais recursos. A empresa também vai lançar aparelhos para facilitar a navegação na internet e a realização de videoconferências pela TV.

De acordo com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a pasta tem apoiado iniciativas que estão popularizando a TV digital no país e está conversando com os governadores para reduzirem o ICMS sobre o aparelho, e com o governo federal para retirar o PIS e Cofins. “À medida que o sinal digital for avançando pelo Brasil afora, a demanda por esses equipamentos vai aumentar, fazendo com que os preços fiquem cada vez mais acessíveis ao consumidor”, destacou o ministro.

Dez anos da privatização das telecomunicações. Quem liga?

Durante uma dezena de anos, uma cadeia de revistas, com sucursal no Brasil, fez uma campanha internacional em prol da privatização, certamente financiada por empresas do setor. Aliás, cadeia é um nome bem sugestivo para muitos envolvidos no processo.

O mais notório deles atualmente é Daniel Dantas, que já esteve preso duas vezes, em ambas solto por intervenção direta e diligente de Gilmar Ferreira Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal. Ele também foi alvo de investigação por uma comissão parlamentar de inquérito. Daniel Dantas foi o responsável pela compra de mais de uma dezena de empresas do sistema Telebras, privatizadas em 1998, por obra de Sérgio Motta, então ministro das comunicações de Fernando Henrique Cardoso, e Luiz Carlos Mendonça de Barros, seu sucessor no processo.

Gilmar Mendes concedeu o habeas corpus a Dantas, apesar de todas as provas apresentadas pela Polícia Federal, incluindo a gravação autorizada da tentativa de suborno de um delegado, em um inquérito de mais de dez mil páginas. Daniel Dantas, em um acesso de imodéstia captado por uma das gravações da Polícia Federal, deixou entrever que tinha o controle de ministros do Supremo.

A saudação de posse de Gilmar Mendes como presidente do Supremo Tribunal Federal foi feita pelo ministro Celso de Mello, decano do Supremo, indicado, em 1989, por José Sarney. Outro ministro do Supremo, com sobrenome e atitudes polêmicas idênticas, mas sem relação de parentesco com Celso de Mello, Marco Aurélio de Mello, foi indicado para a vaga de ministro da mais elevada corte por Collor de Mello, seu primo, em 1990.

Marco Aurélio de Mello foi o responsável pelo habeas corpus concedido a Salvatore Alberto Cacciola, proprietário do falido Banco Marka e tido como responsável por um prejuízo de 1,6 bilhão de reais aos cofres públicos, escândalo que estourou em 1999. Um desvelo ímpar, para uma fuga anunciada do País.

Cacciola viveu por quase uma década desterrado, na Itália, até setembro de 2007, quando foi preso em Mônaco. Em abril de 2005, a Justiça Federal do Rio de Janeiro o condenou a treze anos de prisão por peculato e gestão fraudulenta e ele está, finalmente, preso no Brasil.

O desprezo pelas provas parece ser uma característica peculiar de alguns ministros do Supremo. Marco Aurélio de Mello também votou pelo habeas corpus para Suzane Louise von Richthofen, presa pelo assassinato dos pais, e a Antônio Petrus Kalil, conhecido como Turcão, acusado de explorar caça-níqueis, contra todas as provas cabais e irrefutáveis apresentadas.

MARCELO ALENCAR é Professor titular da UFCG e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT)
Dipsonívem em:
. Acesso em: 08. ago 2008.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Correio Braziliense publica Manifesto à Nação em defesa do jornalismo

O jornal Correio Braziliense publicou na edição desta quarta-feira, 06/08, como informe publicitário, no caderno Brasil, página 13, o manifesto dirigido ao País alertando para os riscos ao jornalismo e à sociedade caso o Supremo Tribunal Federal considere inconstitucional a exigência da formação universitária para o exercício da profissão no Brasil. O documento além da assinatura da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) tem o aval da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e
31 Sindicatos de Jornalistas.

Nas próximas semanas o Supremo deve julgar o Recurso Extraordinário (RE) 511961 que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão de jornalista, porque elimina um dos seus pilares: a obrigatoriedade do diploma em Curso Superior de Jornalismo para o seu exercício. Vai tornar possível que qualquer pessoa, mesmo a que não tenha concluído nem o ensino fundamental, exerça as atividades jornalísticas.

”A exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que modificou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro e não é possível imaginar um retrocesso de mais de 70 anos”, avalia Valci Zuculoto, diretora da FENAJ e integrante da Comissão Nacional que coordena a campanha em defesa do diploma. Embora não tenha circulação nacional, explica Valci, o Correio foi o escolhido em função de ser uma publicação respeitável e de amplo acesso ao governo, Congresso Nacional e poder judiciário. “Outros veículos locais também estão publicando o texto e a Federação negocia uma veiculação nacional, mas quase sempre nem sequer somos atendidos, mesmo pagando”, informa.

”O manifesto já tem milhares de adesões, em todo Brasil, mas resolvemos publicar a versão com a assinatura das entidades nacionais da área por uma questão de espaço, e para mostrar que todo campo do jornalismo está unido em defesa da profissão e da qualidade na informação”, argumenta a diretora da FENAJ. Segundo Valci, todos os apoios são bem-vindos e as adesões à luta dos jornalistas podem ser postadas no site da Federação: http://www.fenaj.org.br/

Blog estréia novo layout

O blog do 1º Congresso Brasil-Moçambique: Digitalização, Democracia e Diversidade (1º DDD) estréia novo layout nesta quinta-feira (07/08). O objetivo da nova identidade visual é facilitar a leitura de notícias, papel assumido pelo blog desde o término do evento. Com uma paginação mais leve, a nova logotipia ainda valoriza a tonalidade dos respectivos países, ressaltando os tons verde, azul e vermelho.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ciência e Tecnologia deve debater renovação de concessões de rádios e TVs

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara vai apreciar nesta quarta-feira (06/08) requerimento de audiência pública para debater os atos de renovação da concessão de emissoras de rádio e televisão.

O requerimento, de autoria do presidente da Comissão, Deputado Walter Pinheiro (PT-BA), prevê um debate com a participação de representantes do Executivo, da Anatel, das concessionárias, do Tribunal de Contas da União, de representantes de entidades da sociedade civil e de especialistas em Comunicação.

A iniciativa do deputado atende à reivindicação de várias organizações da sociedade civil, que solicitavam o debate principalmente para a renovação das concessões de grandes emissoras comerciais de TV, como é o caso da TV Globo, que tem quatro processos de renovação tramitando na Comissão

A reunião da CCTCI está marcada para as 10h, no plenário 13 da Câmara.

Redação FNDC

Disponível em: http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=272150
Acesso em: 6 ago. 2008.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

TV digital já cobre 22% do Brasil, mas ainda é traço no ibope, informa Daniel Castro

A cobertura do sinal de TV digital, disponível atualmente nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, já chega a 22% dos lares com televisor no Brasil, segundo dados da Globo. Mas, dado que as vendas de conversores, necessários para a recepção do sinal digital, ainda estão em baixa, a audiência pelo sistema ainda dá "traço" no ibope.
A informação é do colunista Daniel Castro, na Folha desta sexta-feira (1º), que está nas bancas (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Dados da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) indicam que, até maio, foram produzidos 28.526 conversores no país. Com os 13 mil importados pela Net, que já oferece pacote de TV paga em alta definição, o número total chega a cerca de 41 mil.
"Se estivessem todos na Grande São Paulo, representariam apenas 0,7 ponto no Ibope --ou seja, traço", afirma o colunista. Cada ponto na Grande São Paulo equivale a 56 mil domicílios.
Em julho, o Ministro das Telecomunicações, Hélio Costa, anunciou que a compra dos conversores poderá ser feita com financiamento pelos Bancos do Brasil e Postal. A medida é mais uma tentativa para alavancar as vendas dos equipamentos.
O primeiro conversor "popular" para TV digital deve chegar às lojas por R$ 299. Fabricado pela taiwanesa Proview, vai oferecer acesso a TV e internet. O modelo intermediário, sem capacidade para navegar na web, terá seu preço sugerido de R$ 249. Já o básico, com apenas saída de vídeo, deve sair por R$ 199.
Entre outras medidas para baixar os preços dos conversores e aumentar seu acesso para a população, o governo cogita isentar o produto da cobrança do PIS/Confins. Com isto, a versão básica do produto poderia chegar à população por volta de R$ 130,00.

Daniel Castro
Disponívem em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u428516.shtml>. Acesso em: 04. ago. 2008.