sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Brasil trava o desafio de conciliar regulação e investimentos em rede

O governo tem um forte papel na massificação da banda larga, mas o investimento privado será crucial para sustentar redes de nova geração e níveis de competição, destaca Elena Scaramuzzi, da Cullen International, que no último dia 18/10, participou do IV Seminário Telcomp, realizado na capital paulista.

A especialista concedeu uma entrevista aos organizadores do evento sobre a importância da competição na oferta da banda larga e da regulação eficiente para suportar novos investimentos. Também falou do bom momento vivido pelo Brasil e do potencial de oportunidades existentes no país no setor de Telecom.
Qual a importância da competição nos mercados de banda larga na Europa?
A competição tem sido benéfica para o desenvolvimento da banda larga na Europa. Isto é amplamente reconhecido e fica evidente quando se leva em conta as elevados níveis de cobertura e penetração alcançados. A fase de maior crescimento para os serviços tradicionais de banda larga ocorreu entre 2003 e 2007, período no qual a competição foi acirrada em todos os países, forçando todos os operadores a oferecerem incrementos na velocidade a preços mais baixos. Desde 2008, o mercado tem mostrado sinais de maturidade em quase todos os países da União Europeia e os operadores começaram a considerar redes de nova geração (NGN) como alternativa para endereçar a nova demanda. No entanto, é preciso dizer que a maior parte dos europeus ainda utiliza serviços de banda larga “tradicionais” e que o acesso nos países da União Europeia aos serviços de telecomunicações em redes de nova geração ainda é limitado.

De que modo podemos comparar esse cenário à situação no Brasil?
Ao contrário da Europa, o mercado de banda larga brasileiro está desfrutando de uma fase de alto desenvolvimento, algo que só foi verificado na Europa em anos recentes. A demanda por banda larga parece bem robusta e o governo criou e está implementando uma agenda ambiciosa para o desenvolvimento da banda larga, o que certamente contribuirá para levar a banda larga a geografias mal atendidas e para uma parcela mais ampla da população.

De que modo a regulação adotada na Europa estimulou a competição?
Em termos de regulação, o desenvolvimento da banda larga na União Europeia se deu a partir da regulação de acesso nos mercados de atacado, incluindo países que possuíam plataformas de redes concorrentes entre si, como Alemanha, França e Holanda. O gráfico abaixo mostra que, desde 2003, tem havido um uso crescente, por operadores competitivos, de servicos de de atacado para oferecer serviços DSL para o mercado de varejo.



E qual foi o impacto dessa regulação sobre os investimentos na fase de maior crescimento?
O notável desenvolvimento da banda larga na Europa nesse período é consequência do aumento nos investimentos. Os investimentos em telecomunicações na União Europeia alcançaram o pico em 2007 e começaram a declinar, quando os mercados de banda larga e de serviços móveis começaram a chegar à maturidade.


Se considerarmos apenas os investimentos em redes fixas, deixando de lado os investimentos no mercado móvel, o crescimento dos investimentos tem se mostrado sustentável desde 2008. Dependendo do ano, os operadores tendem a investir entre 12% e 14% da receita (no Brasil, o percentual atual está em torno de 9%). Segundo dados da Comissão Europeia, o investimento em linhas fixas (2008) representou 70% de tudo o que foi investido naquele ano, sendo que os operadores competitivos foram responsáveis por 30% de todo esse investimento.

E qual a situação dos investimentos na Europa neste momento e como podemos compará-la ao cenário brasileiro?
A relação entre investimentos em redes fixas e a população na Europa ainda é alta, mas as decisões de investimento têm sido afetadas nos últimos dois anos por dois grandes desafios, ambos relacionados a aspectos econômicos e financeiros na Europa e ao risco associado de se investir em redes de nova geração. O rápido crescimento da economia no Brasil e o enorme potencial do mercado de banda larga local são os principais fatores a atrair investimentos no setor de telecomunicações nos próximos anos.


Como a regulação está evoluindo neste contexto?
Acho que é importante fazer uma clara distinção entre investimentos relacionados a atualização de infraestruturas existentes daqueles em redes de nova geração. Para as redes RNG existem novos e complexos desafios relacionados a investimento, competição e regulação. A Agenda Digital da Comissão Europeia estabeleceu objetivos de cobertura ambiciosos para banda larga ultra-rápida até 2020:  100% da população atendida com cobertura de pelo menos 30 Mbps e 50% dos domicílios com acesso a banda larga a 100 Mbps.
Para atingir essas metas, a Comissão Europeia estima que serão necessários investimentos que poderiam alcançar  268 bilhões de euros , ou para ser mais preciso, entre 38 bilhões e 58 bilhoes de euros para cobertura universal, e entre 181 bilhões e 268 bilhões de euros para entregar banda larga em 100 Mbps a 50% dos domicílios na Europa. Embora tais metas não sejam obrigatórias para os estados membros, redes NGN são consideradas chave para a recuperação da economia europeia.
A Comissão Europeia pretende alocar 9,2 bilhões de euros para custear redes de banda larga e serviços digitais pan-europeus entre 2014 e 2020. Mas o investimento restante deve vir do setor privado, de tal sorte que o desafio é assegurar um ambiente regulatório apropriado que leve em conta os riscos associados aos investimentos em redes de nova geração e que também permitam assegurar um bom nível de competição.

Até que ponto esse debate é relevante para o cenário brasileiro?
Em um ambiente de alto nível de crescimento econômico com forte demanda por novos serviços como é o caso do Brasil, há oportunidades consideráveis para os investidores. A situação brasileira, no entanto, é um pouco diferente da europeia, primeiro porque tanto a primeira quanto a segunda gerações de serviços de banda larga emergiram simultaneamente, o que não ocorreu na Europa.
A regulação pode afetar a estrutura dos mercados de telecomunicações, impactando o nível de competição e, na Europa, o ambiente regulatório se moldou gradualmente. Mercados emergentes estão enfrentando desafios diferentes e mais completos, decorrentes da necessidade de adaptar o ambiente regulatório para que se possa usufruir dos benefícios do momento econômico favorável em um mercado de banda larga em franco desenvolvimento.

Fonte: Convergência Digital

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Burocracia e demora nas licitações atrasam cronograma do Plano Nacional de Banda Larga

As conexões previstas pelo Plano Nacional de Banda Larga (Pnbl) chegarão a São Paulo em fevereiro de 2012, com um ano de atraso segundo o cronograma oficial, informa a Folha de S.Paulo. Inicialmente, regiões Sudeste e Nordeste receberiam internet banda larga a partir do final de 2010.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, diz que os atrasos serão compensados agora que todos os contratos estão assinados, com exceção do Norte. Segundo a Folha, atraso nas licitações, burocracia e questionamentos do Tribunal de Contas da União sobre os valores dos contratos, alguns superfaturados, segundo o órgão, geraram os atrasos na execução do Plano.

As instalações da Telebrás começaram em Brasília e seguiram para o Sul de Goiás, em Itumbiara. As próximas conexões passarão pelo Triângulo Mineiro (Uberaba, Uberlândia e Patos de Minas) até chegar a São Paulo, onde constam oito das 100 cidades prioritárias: Campinas, Guarulhos, Pedreira, Serrana, Conchal, Embu, São Carlos e capital.

Ceará recebe, primeiramente, as conexões do Pnbl na região Nordeste. A região Norte, uma das mais defasadas no setor de telecomunicações, será a mais atrasada, devido a problemas nos contratos com as empresas vencedoras dos leilões. "[Elas] não aceitaram rever preços e a Telebrás terá de realizar novo pregão. Por isso, nessa região, a infraestrutura da estatal deverá demorar ainda mais para chegar", explicou o ministro.

Bernardo compareceu, na última quarta-feira (26), à Câmara para discutir os questionamentos do TCU sobre os contratos.

Em 2011, TV paga já somou mais 2,1 milhões de assinantes

Com 258,5 mil novos assinantes, o Brasil chegou a setembro de 2011 com quase 11,9 milhões de domicílios atendidos com TV por Assinatura. No ano, foram 2,1 milhões de novos assinantes, o que representa um crescimento de mais de 21,7%. O crescimento observado em setembro representa uma evolução de 2,2% em relação à base de assinantes do mês de agosto e 7,03% em relação ao segundo trimestre de 2011.

Em setembro de 2011, os serviços prestados via satélite cresceram 3,6%, contra um crescimento de 5,0% registrado no mês anterior. O número de assinantes que recebe os serviços via cabo cresceu quase 0,8% em setembro, desempenho inferior ao crescimento de 1,0% registrado em agosto. As prestadoras de MMDS, por sua vez, perderam 2,3% de sua base de assinantes no mesmo período.

Os serviços DTH continuam em expansão, o que resulta na ampliação da participação dos serviços prestados via satélite no mercado de TV por Assinatura. A participação do DTH atingiu 52,7% da base e a participação dos serviços a cabo representam 45,1% dos assinantes. Em 2010, os serviços DTH representavam 45,8% do mercado nacional e os serviços prestados via cabo, 51%.

*Com informações da Anatel


Fonte:  Convergência Digital

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Brasil passa dos 224 milhões de celulares

O Brasil fechou agosto de 2011 com mais de 224 milhões de acessos na telefonia celular, de acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Em oito meses, o Serviço Móvel Pessoal (SMP) registrou mais de 21 milhões de novas habilitações (crescimento de 10,39% no ano) e teledensidade de 114,88 acessos por 100 habitantes (crescimento de 9,74% no ano).

O número absoluto de novas habilitações em oito meses é o maior dos últimos onze anos.

Do total de acessos em operação no país, 183,1 milhões são pré-pagos (81,75%) e 40,9 milhões pós-pagos (18,25%).

Em agosto, foram quase 3,7 milhões de habilitações (crescimento de 1,67% em relação a julho). A teledensidade avançou 1,59% (subiu de 113,08, em julho, para 114,88, em agosto).

Dezenove Estados possuem mais de um acesso em serviço por habitante: Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul, Rondônia, Mato Grosso, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Espírito Santo, Amapá, Rio Grande do Norte, Tocantins, Sergipe, Minas Gerais, Amazonas e Acre.

Fonte: AdNews

Globo quer passar controle da Net a grupo mexicano

A promoção do Projeto de Lei 116 ao status de Lei, agora sob número 12.485, já começa a desenhar um novo cenário para o mercado de comunicações no Brasil. Dois grandes grupos internacionais devem passar, em breve, a controlar duas das maiores operadoras de TV a cabo do país: Net e Telefônica.

A primeira pertence às Organizações Globo e à mexicana Telmex, do bilionário Carlos Slim. A empresa da família Marinho tem a maioria das ações, mas já pediu à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) permissão para inverter o quadro, segundo a Folha de S.Paulo.

Já no caso da Telefônica é a Abril que fará a transferência. O grupo dos Civita é dono de empresas com a marca TVA em São Paulo, Curitiba e Foz do Iguaçu. E deve passar tudo ao grupo espanhol.

Os dois movimentos só são possíveis graças à nova legislação, vigente desde 13 de setembro, quando foi publicada no Diário Oficial da União. O texto permite que estrangeiros tenham controle acionário sobre as operadoras de TV paga e também liberou a entrada das teles nesse mercado.

A Globo pretende continuar na Net como acionista minoritária, já a Abril não quer mais atuar na TVA.


Fonte: AdNews

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Brasil deve ter 70 milhões de domicílios conectados em 2015

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem, 24, que o governo federal trabalha para chegar a 2015 com cerca de 70% dos domicílios do país conectados à rede mundial de computadores. O ministro declarou ainda que nos últimos doze meses, encerrado em julho, o número de domicílios com acesso móvel à internet cresceu 12,2 milhões. No mesmo período, o número de acessos fixos aumentou 2,8 milhões.

Segundo ele, o país tem atualmente cerca de 30 milhões de domicílios conectados à rede mundial de computadores e com grande perspectiva de crescimento. “Vamos trabalhar para inserirmos até 2015 mais 40 milhões de domicílios na rede, para chegarmos aos 70 milhões de domicílios ligados à internet ao final de 2015”, disse Bernardo ao falar para empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

O ministro também destacou a questão da desigualdade entre as regiões do país no que se refere ao acesso àinternet. “É preciso lembrar que este é um país desigual. Também é ocupado desigualmente. E isto também ocorre nas telecomunicações. Se nós vamos para o Nordeste, aquele índice de cerca de 30% [de domicílios conectados] cai para menos de 15%, e no Norte é ainda menor”.

Para Paulo Bernardo, o Plano Nacional de Banda Larga, já sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, será “a grande ferramenta” para que o governo federal atinja as metas fixadas no Plano Plurianual de levar a internet a todas localidades do país. “É por isto que queremos que as empresas não deixem de lado os investimentos nas regiões com menor densidade populacional, e que proporcionam menor faturamento, como cidades do interior do Norte e Nordeste”. Para isso, segundo o ministro, o governo federal revitalizou a Telebras com o objetivo de atuar, principalmente, na construção de redes de infraestrutura de telecomunicações.

Ao falar sobre os resultados financeiros do setor de telecomunicações, Bernardo disse que somente no primeiro semestre deste ano o faturamento das empresas de telecomunicações foi superior a R$ 100 bilhões. “No ano passado todo o faturamento chegou a R$ 185 bilhões. Teremos com folga recorde em relação ao faturamento do ano passado”, estimou.

O ministro garantiu, ao falar da infraestrutura do setor para a Copa do Mundo de 2014, que o país não enfrentará problemas no âmbito das telecomunicações, uma vez que o governo federal pretende publicar já no início do próximo ano o edital do licitação para o serviço de quarta geração (G4). “O leilão deverá ocorrer até abril de 2012, de modo que os serviços de transmissão de dados em G4 possam está em pleno funcionamento bem antes do evento, pelo menos nas cidades que serão sede da Copa de 2014”, disse.


Fonte: AdNews 

Mercado fonográfico independente na internet

O formato de áudio que veio substituir o long play (LP), conhecido como CD (compact disc), vem perdendo definitivamente sua força, podendo esse conteúdo ser baixado gratuitamente. Ante a internet e sua gama de opções, as grandes gravadoras não vendem mais como antes e passaram a buscar alternativas de financiamento. O mundo virtual foi o primeiro, e ainda é praticamente o único, espaço de comunicação a possibilitar às bandas independentes mostrarem suas músicas, estilos e imagem. O fenômeno acontece em proporções mundiais devido às múltiplas possibilidades interativas da própria internet.

Esta forma mais ampla de disponibilizar músicas e singles reforçou a posição das denominadas bandas indies (do inglês independentes), que registram seus trabalhos em estúdio com recursos próprios. No começo do movimento, eram postadas poucas músicas e a internet era usada mais para divulgar o CD físico pelo estágio tecnológico anterior de distribuição de áudio via rede e porque persistia o apego a esse tipo de mídia, hoje decadente. Atualmente, grande parte das bandas que trabalha com recursos próprios, principalmente as principiantes, disponibiliza seus álbuns completos gratuitamente na internet.

Não se pode esquecer que essa democratização musical também foi possibilitada pela tecnologia cada vez mais presente também nos estúdios, através da digitalização na captura de áudio. O acesso à tecnologia digitalizada de gravação é a cada dia mais possível, sendo prova disso o aumento de pequenos estúdios com registros de áudio amador por parte das bandas da cena alternativa, que não dispõem de tantos recursos, ou de grupos que estão começando. No passado, além de cara, a gravação independente não garantia a qualidade da gravação, de forma que tal recurso nem era cogitado como possibilidade por artistas e produtores.

Conteúdos gratuitos 

Frente ao grande sucesso desses artistas independentes, as gravadoras têm buscado fechar contratos com bandas já consagradas no cenário alternativo, proporcionando-lhes boas estruturas, estúdios de qualidade e acesso a grandes palcos. Várias bandas acabam rendendo-se ao mainstream, que usa o alternativo como laboratório. Aqui no Brasil, há, como exemplo, a banda Fresno, que permaneceu por anos pagando para produzir e materializar seus álbuns. O público dessas bandas, em geral, não aprova a troca de lado devido às mudanças musicais impostas pelas gravadoras, construindo trabalhos integrados e cada vez mais comerciais.

Não obstante, a maioria das bandas independentes não consegue sustentar-se economicamente e algumas acabam falindo, como uma empresa (na verdade, depois de um tempo, é quase o que uma banda se torna). Uma minoria, por sua vez, alcança uma carreira muito bem-sucedida (principalmente em países da América do Norte e alguns da Europa) depois de um bom tempo de estrada. Quando consagradas e populares, algumas bandas optam por cobrar pelos álbuns virtuais, via de regra com resultados pífios, já que os mesmos conteúdos, em sua maioria, são disponibilizados gratuitamente em famosos sites de download.

Linguagem rápida

Este cenário configura-se como um extremo liberalismo musical, existindo empresas de diversas dimensões e um processo concorrencial. No capitalismo contemporâneo, onde a globalização é um traço característico, o lucro não funciona bem quanto à comercialização de álbuns, e sim, em termos de vendas de shows. Contudo, no longo prazo o sistema deve chegar a um quadro estável de funcionamento deste mercado, assim como dos demais setores, conformando-se mais claramente o modo de obtenção de retorno comercial, já viabilizado pelas grandes turnês, preferencialmente mundiais, envolvendo o mainstream, é claro.

Existem muitos casos que provam a internacionalização das canções de gêneros independentes. Músicos do cenário independente de um país acabam sendo influenciados e identificando-se com trabalhos de artistas, também dessa cena, de regiões separadas por quilômetros de oceanos. Uma determinada banda não precisa mais ter um contrato com uma gravadora transnacional para ser conhecida em vários lugares do mundo. A música chega como uma linguagem rápida e jovem, podendo uma determinada banda ou artista ser pouco conhecido, mas ter fãs espalhados (um pouco) por várias partes do mundo.

***

[Valério Cruz Brittos e Mateus Gross são, respectivamente, professor titular no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos e graduando em Comunicação Social – Relações Públicas na mesma instituição]

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Satélites: Telebras e Embraer montam empresa e Brasil quer tecnologia nacional

O governo calcula que até o fim do ano terá adquirido o primeiro dos satélites geoestacionários, voltados para telecomunicações, e que deve ser lançado em 2014. As negociações, na prática, já estão bem mais avançadas do que isso e parte-se para a tarefa de agregar no Brasil o conhecimento necessário para que, em 2019, o segundo satélite geoestácionario seja parcialmente fabricado por empresas nacionais.

Boa parcela da transferência de tecnologia ficará a cargo de uma empresa formada pela Telebras e pela Embraer – sociedade esta na qual a empresa privada deverá manter 51% do capital. “Nessa parceria para a empresa integradora, a Embraer é quem tem as maiores condições tecnológicas e a experiência e interface com o campo aeroespacial”, explicou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

Segundo o ministro, esse trabalho será calcado no tripé preço, transferência de tecnologia e participação de empresas brasileiras. Ou seja, dentro do orçamento estimado em R$ 716 milhões para o satélite – embora parte do custo seja de lançamento e seguro –, o país quer ser capaz de fabricar aqui pelo menos uma parte dos equipamentos do segundo satélite, com lançamento previsto para cinco anos após o primeiro.

O tamanho dessa capacidade, porém, é relativo. Dado o cenário mundial da fabricação de satélites, o Brasil deverá se concentrar nos equipamentos do módulo de serviço, ou bus, no jargão do setor – além daqueles necessários para operação em terra. Já a parte dos transponders representa uma seara mais complicada, tendo em vista a grande concentração mundial nesse segmento, o que afasta as pretensões nacionais na parte do payload.

A costura, portanto, deve permitir que a Embsat – como deve ser chamada a parceria entre Telebras e Embraer – inicie a “aquisição” de conhecimentos em áreas, por exemplo, de propulsão, alinhamento e energia, como na alimentação do satélite tanto pelos painéis solares como pelas baterias de backup. Conhecimentos esses que serão razoavelmente disseminados. “Um dos benefícios da Embraer é criamos um cluster naquela região”, diz Mercadante, referindo-se ao Vale do Paraíba, em São Paulo. 

PNBL: Sobram metas, mas avanços ficaram abaixo do esperado

Quase um ano depois da última reunião do Fórum Brasil Conectado – que se propunha a reunir governo e sociedade para discutir e propor ações para o Plano Nacional de Banda Larga – as conquistas foram poucas. Ao menos é o que sugere a leitura do que foi chamado de “documento base” do PNBL, divulgado no encerramento do encontro.

O próprio Fórum, que se prometia “permanente”, acabou – para lamento das entidades civis que, ao longo deste 2011, pediram reiteradamente ao Ministério das Comunicações que reativasse as discussões. “Falta espaço para aprofundar os debates e ferramentas de interação”, admitiu, em seminário promovido pela campanha Banda Larga é um Direito Seu!, o secretário-executivo do Minicom, Cezar Alvarez.

Mas é na avaliação do que foi feito das metas definidas naquele documento base, tidas então como as ações fundamentais da primeira fase do PNBL, que resta a impressão de que o enfoque mudou, a ênfase no papel do Estado para suprir as lacunas deixadas pelo mercado encolheu, e os objetivos cumpridos cabem em uma das mãos.

Esses objetivos constavam de quatro eixos: medidas regulatórias e normas de infraestrutura; incentivos fiscais e financeiros para o barateamento do acesso; política produtiva e tecnológica; e a construção da rede de telecomunicações nacional, tarefa a cargo da reestruturada Telebras.

As normas e regulamentos reuniam o maior número de ações. Duas delas, já então encaminhadas, vingaram. São as regras do operador virtual da telefonia móvel e o leilão de mais uma etapa de cobertura 3G, no caso a banda H. Já a implantação de fibras nas linhas de transmissão de energia é algo feito pelo setor elétrico há mais de uma década.

Todas as demais ainda aguardam definição – ou mesmo algo mais que sua mera idealização – ou foram abandonadas. A ação mais encaminhada é o regulamento sobre as metas de competição, com a ferramenta do Poder de Mercado Significativo, embora alguns dos conceitos previstos para essa norma não tenham vingado.

Não houve avanço sobre a implantação de dutos nas rodovias e ferrovias, ou nas redes de água, esgoto e gás. O projeto de lei sobre o uso do FUST continua no mesmo lugar, bem como não evoluíram as regras e critérios de remuneração sobre interconexão de redes de dados. Tampouco avançou o plano de compartilhamento das redes 3G.

Já o que o documento final do Fórum, bem como os discursos feitos na ocasião, tratava como o mecanismo regulatório mais importante foi a primeira vítima dos novos rumos tomados pelo PNBL: a ampliação da cobertura e da capacidade do backhaul com base no novo Decreto sobre as metas de universalização, o PGMU 3.

“A importância social do STFC [telefonia fixa] como instrumento de realização da garantia constitucional de acesso aos meios de comunicação hoje se assenta também no papel da infraestrutura de suporte à prestação do STFC como catalisadora de serviços baseados no tráfego de dados. É necessário ter metas de universalização não apenas para o serviço de voz, mas também para a infraestrutura em si”, diz o documento.

Como se sabe, o governo não resistiu às queixas das operadoras e preferiu trocar as metas relacionadas à infraestrutura de banda larga por um acordo em que os grupos econômicos das concessionárias se comprometeram a oferecer pacotes de serviço de 1Mbps por R$ 35.

Também é público que nem o valor ficou no combinado, por conta de taxas extras, nem as empresas oferecem pra valer o pacote “popular”, como demonstraram duas reportagens recentes, uma da CBN, outra da BandNews: nos call centers, os atendentes não fazem ideia do que se trata essa oferta.

É provável que o governo entenda o acordo como a realização de uma das metas do PNBL, ou seja, o incentivo a oferta de planos de serviço a preço reduzido. No mais, as ações listadas de inventivos fiscais e financiamentos, além da política produtiva, ficaram no que já estava decidido antes da conclusão do Fórum.

Tratam-se de medidas que já tinham passado pelo crivo do Ministério da Fazenda, como a desoneração fiscal dos modems e a prorrogação da isenção total de IPI para equipamentos com tecnologia nacional. Também já fora anunciado o descontingenciamento do FUNTTEL.

Quanto à rede nacional – ou seja, a atuação da Telebras – o ritmo de implantação deve atingir este ano um décimo do previsto – cerca de 150 cidades, no lugar das 1.163 que constavam do cronograma 2010/2011. E a estatal ainda luta para fazer valer uma das premissas do PNBL, que previa o atendimento das redes corporativas do governo.

Além disso, do orçamento de R$ 1 bilhão calculado para esta primeira fase – que poderia chegar a R$ 1,4 bilhão a depender do ritmo de implantação da rede pública de fibras ópticas, apenas R$ 300 milhões se materializaram, conforme Decreto editado na semana passada, embora o valor estivesse destinado desde dezembro de 2010.

As ações previstas pelo Fórum Brasil Conectado:

Regulação e normas
1) Ampliar a cobertura e a capacidade do backhaul, utilizando a revisão do Plano Geral de Metas de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – PGMU;
2) Determinar que sejam implantadas redes de fibras óticas ao longo das linhas de transmissão de energia elétrica e ao longo dos gasodutos e oleodutos de transporte;
3) Implantar dutos para redes de telecomunicações em rodovias e em ferrovias federais;
4) Estimular que estados e municípios fomentem a implantação de dutos para redes de telecomunicações quando da implantação de redes de água e esgoto e de gás canalizado;
5)Induzir e fortalecer o compartilhamento de infraestrutura;
6) Aplicar os recursos do Fundo para Universalização de Serviços de Telecomunicações – FUST;
7) Detalhar regras e condições para interconexão de redes de dados;
8) Remodelar licitações de outorga de uso de radiofrequência de maneira a priorizar o oferecimento de melhores contrapartidas à sociedade;
9) Elaborar novo edital de licitação a fim de ampliar ainda mais os acessos em banda larga com tecnologia 3G, de forma a alcançar todas as sedes de municípios do Brasil;
10) Criar uma rede 3G compartilhada em todos os municípios do Brasil;
11) Regulamentar a figura do Operador de Rede Móvel Virtual (MVNO);
12) Regulamentar os procedimentos para definição de prestadoras com Poder de Mercado Significativo (PMS).

Incentivos fiscais e financiamentos
1) Conferir incentivos fiscais aos pequenos e microprestadores de serviços de telecomunicações;
2) Promover a desoneração fiscal dos modems;
3) Incentivar a oferta de planos de serviço a preço reduzido;
4) Possibilitar que prestadores de serviços de telecomunicações e lan houses tenham financiamento para desenvolver suas atividades;
5) Criar medidas para produtores independentes, micro e pequenos empresários que desenvolvem aplicativos de software para computadores, celulares, rádio e TV digital, videojogos em rede, assim como para os produtores de conteúdos e serviços digitais;
6) Oferecer crédito para projetos de cidades digitais;
7) Desonerar os serviços de acesso em banda larga para o usuário final.

Política produtiva e tecnológica
1) Desenvolver a indústria nacional de equipamentos de telecomunicações que produza tecnologia no país;
2) Financiar a aquisição de equipamentos de telecomunicações com tecnologia nacional a juros subsidiados;
3) Descontar integralmente o IPI para esses equipamentos;
4) Descontingenciar o FUNTTEL;
5) Criar financiamento especial BNDES/PNBL nas linhas de inovação tecnológica, bens de capital e exportação.

Rede Nacional
1) Constituir uma rede corporativa federal nas capitais;
2) Atender a pontos de governo e de interesse público;
3) Ofertar capacidade em localidades sem prestadores de serviço de comunicação, com preço elevado ou baixa atratividade econômica, bem como em áreas de baixa renda nas regiões metropolitanas;
4) Atingir 4.278 municípios até 2014.


Fonte: Convergência Digital

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

LG lança televisor para sinalização digital

A LG lançou nesta quinta, 20, um equipamento destinado à área de sinalização digital, a EzSing TV. O televisor conta com uma solução que permite a fácil customização de textos, imagens e vídeos pelo próprio usuário, sem necessidade de um hardware ou software adicional. Disponível em telas de 32 e 42 polegadas, com resolução de imagem Full HD (1080p), a EzSign TV foi desenvolvida para atender a demanda de pequenos e médios negócios que precisam realizar anúncios de produtos ou serviços com baixo custo de investimento, como lojas, bares e restaurantes.

O televisor vem acompanhado de software de simples configuração (para Windows XP ou superior) para comunicação interativa com o consumidor. O programa vem em um CD, é de fácil instalação e oferece mais de 30 opções de templates pré-definidos para que o usuário crie seus anúncios.

Fonte: Tela Viva

MiniCom reafirma apagão analógico para 2016

Mesmo com o padrão digital não popularizado no país, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta quainta-feira, 13, que o sinal analógico de televisão no Brasil está mantido para 2016.

Segundo ele, medidas já estão sendo tomadas para acelerar o processo de digitalização.“Esperamos que até 2016 já estejamos totalmente prontos para fazer o apagão analógico. Até lá as emissoras vão ter tempo para se adaptar e os próprios consumidores vão querer modernizar seus equipamentos, até mesmo porque teremos uma Copa do Mundo aqui no Brasil em 2014 e as pessoas já vão querer aproveitar a tecnologia”, avalia o ministro.

Além disso, o Governo Federal vai oferecer um incentivo para que emissoras de TV comprem equipamentos necessários para a migração do sistema. Por isso, será dado acesso a linhas de crédito diferenciadas, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O MiniCom divulgou no site algumas medidas que serão tomadas. Veja:

Consignações de geradoras
Para começar a transmitir em sinal digital, a geradora de TV precisa dar entrada no processo de consignação no Ministério das Comunicações. Até o fim deste ano, todos os processos de consignação de geradoras (as estações principais nas redes de televisão) serão finalizados, segundo o secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom, Genildo Lins.

De acordo com o secretário, todas as 400 geradoras de TV espalhadas pelo país vão estar consignadas. Isso quer dizer que a emissora vai poder realizar transmissões digitais e analógicas, ao mesmo tempo, até que o sinal analógico seja definitivamente desligado, em 2016. Do total de geradoras, 100 ainda têm processos de consignação tramitando no MiniCom.

“Nós destacamos uma equipe específica de engenheiros para trabalhar na análise desses processos de consignação de TV, justamente porque queremos dar mais agilidade na finalização dessas demandas”, avalia o secretário Genildo Lins.

E já é possível notar melhorias no andamento desses processos. Segundo Genildo Lins, no mês de setembro foram concluídos os processos de consignação de 19 emissoras, contra 3 processos finalizados entre janeiro e agosto deste ano. “A partir de agosto, implementamos mudanças que simplificaram o processo”, afirma.

RTVs
O próximo passo no processo de digitalização da televisão no Brasil é a mudança para as retransmissoras (RTVs). O prazo para que as RTVs iniciem o processo de consignação no MiniCom termina no próximo ano, mas 1.700 já deram início ao processo, num universo de 6.000 emissoras em todo o Brasil.

De acordo com dados da Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica, 20 RTVs já estão consignadas e a meta é encerrar o ano de 2012 com 2.000 consignações concluídas para esse tipo de serviço.

Interatividade
O decreto que estabeleceu o sistema de TV digital no Brasil abriu a possibilidade de interatividade nas transmissões. Isso quer dizer que o telespectador poderá usar seu aparelho de TV para consultar saldo bancário, agendar consultas médicas, consultar a previsão do tempo, informações de trânsito e comprar produtos. Para possibilitar essas interações, pesquisadores brasileiros desenvolveram o Ginga, uma ferramenta que vai permitir a interatividade na TV digital brasileira.

O governo está trabalhando para incluir o Ginga nos aparelhos de televisão fabricados no Brasil. Atualmente, nem todos os aparelhos saem de fábrica prontos para a interatividade. A expectativa é de que no próximo ano, 75% dos televisores já saiam das fábricas com o middleware de interatividade instalado. Em 2013, esse percentual alcançaria 100% dos aparelhos.

A medida está tramitando no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.


Fonte: AdNews

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Brasil tem a banda larga mais cara do mundo

O Brasil tem a banda larga - fixa e móvel - mais cara do mundo e com custo muito acima do praticado em países emergentes e até mesmo com economias menos desenvolvidas, revela estudo da UNCTAD(Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), da ONU(Organização das Nações Unidas), divulgado nesta quarta-feira, 19/10.

De acordo com estudo, divulgado no país pelo Comitê Gestor da Internet, o custo do mbps móvel está em US$ 51, enquanto no Quênia fica em US$ 4 e na Turquia, US$3. Na banda larga fixa brasileira, o custo do megabit está estimado em US$ 61.

"A telefonia celular no Brasil segue sendo a mais cara do mundo apesar da redução de 17% constada do ano passado para cá. Mas os nossos preços ficam muito além do cobrado mundialmente. E o celular é a ferramenta de inclusão e de acesso", afirma Carlos Afonso, do Comitê Gestor da Internet, que colaborou com a pesquisa da ONU, enviando dados de pesquisas como TIC Empresas e TIC Domícilios, realizadas no país.

Segundo os dados divulgados pela ONU/UNCTAD, mesmo que o Brasil desonerasse o serviço de banda larga - uma reivindicação antiga das operadoras - o custo do megabit móvel - US$ 51 (cerca de R$ 90,00 com o dólar a R$ 1,75) - ficaria muito acima do cobrado em países com situações econômicas inferiores a nossa. Panorama semelhante na banda larga fixa - US$ 61.

"Entre as oito maiores economias, o Brasil é o mais caro disparado. Precisamos rever muitas questões em telecom. Podemos garantir que a Telefonia, e a banda larga entra nessa questão porque são serviço das teles, é a grande vilã para o desenvolvimento das TICs no país", diz Carlos Afonso.

Para se ter uma ideia, o custo do megabit móvel no Quênia, na África, é de US$ 4. No Marrocos é de US$ 7. No Vietnam fica em US$ 2 e na Turquia, US$ 3. "A diferença é gritante", sustenta Carlos Afonso. Outro dado a ser levado em conta é a velocidade de conexão ofertada ao consumidor.

Enquanto no Brasil, é de 1 Mbps, no Quênia, esse índice chega a 7,2 Mbps, mesma velocidade encontrada no Sri Lanka e na Turquia. No Vietnam, a velocidade é menor, mas chega a 3,6 Mbps. "A Internet móvel está muito distante do cidadão brasileiro. Muito pouca gente usa a Internet de fato. Os celulares têm internet, mas o cidadão não usa. Hoje é um serviço de rico", observa Carlos Afonso.

Na banda larga fixa o cenário não é diferente. O preço encontrado para o Brasil para o pacote ilimitado foi de US$ 31,31 (R$ 54,79 com o dólar a R$ 1.75), para uma velocidade de 512 Kbps. O estudo apura ainda um custo do MBps fixo de US$ 61 no Brasil.

Na Turquia, com uma velocidade de 1Mbps - o dobro da constatada no Brasil - o custo do pacote fixo sai a US$ 30. No Vietnam, com velocidade de 1,5 Mbps, o custo do pacote sai a US$ 8.72. O preço do megabit nesses países são, respectivamente, US$ 30 e US$ 6. A pesquisa sobre dados da telefonia móvel é feita pela Fundação Nokia, na Finlândia.

No ano passado, a divulgação desses dados da ONU/UNCTAD já causou polêmica no Brasil. As teles reagiram ao estudo que apontava a telefonia móvel nacional como a mais cara do mundo.

Por meio do SindiTelebrasil, elas declaram que 'a cesta considerada pela UNCTAD está longe de refletir o perfil médio de utilização da telefonia celular no Brasil". Dessa vez, o estudo focou na banda larga, e no caso do país, segundo o Comitê Gestor foram levados em conta dados do IBGE, dos estudos da própria entidade e do SEBRAE.

Congresso se movimenta para reativar Conselho de Comunicação Social

Caminha a passos velozes um movimento para reativação do Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso. O órgão, criado pela Constituição de 1988 e regulamentado em 1991, funcionou apenas a partir de 2002 e teve suas atividades interrompidas em 2006, por falta de indicação dos nomes, o que cabe ao presidente do Congresso (e também do Senado). Segundo apurou este noticiário, a pressão para reativação do órgão, que começou pelas entidades de democratização da comunicação no final de 2010, ganhou recentemente o apoio de setores ligados às empresas de comunicação e radiodifusão. A reativação do Conselho nesse momento tem como pano de fundo o fato de que a regulamentação da Lei de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que estabeleceu as novas regras do setor de TV paga, deve necessariamente passar pelo crivo do Congresso, que não tem poder de veto, mas pode recomendar mudanças. Tanto a regulamentação da Anatel quanto a da Ancine devem passar pelo Conselho, que funcionaria assim como mais um filtro e espaço de discussão das propostas.

Para ser reativado, os nomes indicados para o CCS precisam ser aprovados em sessão do Congresso. A última ocorreu no final de setembro e por muito pouco o Conselho de Comunicação Social não foi incluído na pauta, segundo fontes do Senado. A próxima sessão, para discutir projetos de créditos suplementares e adicionais, deve acontecer nesta quinta, dia 20, mas ainda não há a previsão de que o CCS entre na pauta. Segundo informou a coordenação legislativa do Congresso, já está tudo pronto para que o encaminhamento da votação seja feito, mas aguarda-se uma orientação da presidência sobre colocar o assunto ou não em votação.

Segundo apurou este noticiário, a grande dificuldade é a definição dos nomes que vão integrar o conselho, sobretudo os representantes da sociedade civil. Isso porque existe um certo equilíbrio entre os representantes do setor empresarial e entre os setores mais ligados a sindicatos de trabalhadores e categorias profissionais da área de comunicação. O que faz o Conselho pender para um lado ou para outro são os representantes da sociedade. O que se sabe é que os nomes sondados pela Câmara para comporem algumas das vagas são todos da sociedade civil sem nenhum vínculo com as empresas. Já os nomes ligados ao Senado seriam mais ligados ao setor empresarial.

Outra polêmica é sobre quem seria o presidente. O senador José Sarney (PMDB/AP), presidente do Congresso, defende que Arnaldo Niskier, o último presidente do CCS, volte a ocupar o cargo, mas sua gestão diante do Conselho foi considerada ruim por muitos setores, inclusive empresariais. Fontes ligadas aos movimentos de democratização dizem, inclusive, que a condução desbalanceada de Niskier foi uma das causas de o Conselho ter sido esvaziado.

As entidades de democratização da comunicação apoiam a reativação do Conselho, mesmo apostando que o setor empresarial está mais preocupado com a discussão da regulamentação da TV por assinatura do que com a manutenção de um ambiente transparente e perene de discussão . A condição é apenas que a composição seja equilibrada e que o presidente seja um nome forte, com legitimidade em todos os setores e que não pese na balança para o lado empresarial.

Fonte: Tela Viva

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

TV e internet são complementares, diz Google

A internet como complemento da TV. É assim que o Google vê a relação entre publicidade online e offline, uma completa a outra de acordo com Henrique de Castro, presidente de Mídia, Mobilidade e Plataformas do Google.

De acordo com Castro, sites do Google como Orkut e o YouTube mais parceiros somam 95% da audiência da internet no Brasil. Cerca 80 milhões de brasileiros estão na internet.

Os segmentos jovens chegam a representar até 75% do total do público. "A TV está perdendo cobertura na camada jovem", afirmou o executivo, que defende a importância entre a complementaridade entre TV e internet. "Oferecemos uma audiência enorme aqui."

Além disso, há intenções de colocar anúncios nos displays. "Queremos permitir a inteligência das buscas no display", disse Castro. Assim que a empresa faz um anúncio no formato de link patrocinado ela seleciona as palavras-chave que vão acompanhar os anúncios nas buscas. A intenção é fazer com que o link seja relevante para quem está pesquisando no buscador.

Desta maneira, é possível segmentar anúncios de display e a audiência de acordo com perfil e contexto para conseguir resultados semelhantes aos das busacas, afirmou o presidente do Google.

O YouTube é uma “carta na manga” do Google nessa briga. Especialistas dos Estados Unidos costumam fazer comparações sobre o baixo preço dos anúncios na internet e os altos da televisão ou impresso. Chegam a falar em "dólares tradicionais e centavos digitais".

Porém, Castro não concorda com tal afirmação. Ele diz que a audiência do vídeo online não é menos valorizada economicamente e que "os preços são bem similares." Ele ainda mostrou estudos que mostram que as campanhas na internet são mais eficazes. As publicidades online visualizadas duas vezes têm o mesmo efeito que as de TV vistas sete vezes.

O motivo, segundo ele, é que os usuários estão mais próximos da tela quando têm contato com os anúncios pelo ciberespaço. Além disso, o meio online é possibilita mais direcionamento para o perfil de quem assiste.

No trabalho em display estão inclusos eventos patrocinados em vídeo (shows apresentados no Orkut, por exemplo). "É uma plataforma social de entretenimento", disse Castro.

Para Castro, os jovens não vão deixar de ver TV, mas a internet faz com que a televisão passe a ser cada vez mais personalizada. "O seu canal pessoal só vai vender o que é relevante para você", explicou.

À medida que a TV for se tornando mais digital, diferenças entre a publicidade tradicional e online vão desaparecendo. "A publicidade deixa de estar vinculada do conteúdo que está sendo mostrado, e passa a ser definida de acordo com o perfil do espectador", disse ele.


Fote: AdNews

TVs conectadas chegam a 42 milhões de lares nos EUA e Europa

O impulso na indústria de TVs conectadas ao longo dos últimos dois anos foi revelado em um novo relatório da Strategy Analytics, que aponta que os dispositivos estão em 42 milhões de lares em toda a Europa e Estados Unidos.

Baseado em uma pesquisa feita junto a 4,8 mil entrevistados, o relatório "Multiscreen Connected TV: Assessing Device Usage and Ownership", mostrou que, além da tela da TV, o PC ainda é o dispositivo mais importante para o acesso aos serviços de TV online. Apesar da rápida adoção mundial, tablets e smartphones não são tão populares como plataformas para acessar canais de TV online.

Todavia, a análise reconhece que os tablets provavelmente se tornarão mais importantes. Além disso, a análise também aponta que há significativas diferenças regionais entre os dois territórios quando se tratava de conteúdo de TV online.

Por exemplo, 20% dos entrevistados estadunidenses assistiram conteúdo de TV online em suas telas de TV no mês passado, em comparação com apenas 10% dos europeus. A análise aponta que isto é um reflexo da força dos serviços over-the-top (OTT) como Netflix e Hulu, presentes nos EUA. Outro dado relevante é que a forma mais popular de conectar as TVs à Internet nos Estados Unidos é através de um console de games (e não de smart TVs, ainda), enquanto que os europeus preferem ligar um PC à TV usando um cabo HDMI. Em ambos os territórios o uso de players Blu-ray conectados à Internet para receber conteúdos streaming é significativo.

"Estes resultados têm implicações importantes para os provedores de conteúdo, fabricantes de aparelhos e operadores de rede", comenta o autor do relatório David Mercer. "Eles demonstram que os telespectadores estão preparados para fazer algum esforço para assistir seus programas de televisão preferidos ou filmes na tela grande. Apesar dos desafios técnicos, muitas pessoas querem ser livres das amarras dos serviços de televisão tradicionais e ter o conteúdo disponível quando e onde quiserem e com um preço que estão dispostos para pagar."

Fonte: Tela Viva