A 1ª vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Maria José Braga, afirmou ser desproporcional a reação da imprensa às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a cobertura eleitoral e aos recentes escândalos políticos, e defendeu, ainda, o controle público dos meios de comunicação. "Não é controle governamental", ressaltou.
O comportamento da imprensa diante das observações do governo e de alguns setores da sociedade levou a entidade a ratificar o "Manifesto em defesa da democracia e do controle público sobre a mídia", publicado na última quarta-feira (29) pelo Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação, e que recebeu o apoio de outras organizações de classe.
O manifesto, que não informa nominalmente à quem se dirige - indica apenas contraponto à "maioria dos grandes meios de comunicação social"-, insta "homens e mulheres do Brasil" a lutar contra o que classificou de práticas editoriais denuncistas "sem comprovação efetiva".
A vice-presidente da Fenaj apoiou a discrição do documento em não detalhar sobre quais veículos estava falando por "não ser pertinente citar casos que tenham caído nessa crítica que o manifesto faz".
"Nós defendemos a ampla liberdade de expressão", disse Maria José sobre a resposta da imprensa às críticas antes de acrescentar que as observações negativas fazem parte de um sistema do qual a mídia também tira proveito, o que a torna passível do mesmo questionamento.
"A imprensa é a responsável pela crítica das instituições públicas, e ela fez o seu papel, mas ela também é passível de ser criticado", observou Maria José.
A dirigente salientou que não se questiona a atuação das empresas jornalísticas no tocante a função de fiscalizar a sociedade, mas seu discurso falacioso dos últimos dias que tentou convencer a opinião pública de que, ao ter seu comportamento posto em xeque, a democracia e as liberdades de expressão e imprensa estavam sob ameaça.
O controle da mídia, ponto principal do Manifesto, segundo Maria José, é mal-interpretado por alguns setores, que o confundem com subserviência ao Estado.
Fonte: Portal IMPRENSA