SÃO PAULO - A internet virou a forma de entretenimento favorita entre os brasileiros, acabando com o monopólio da televisão. Pelo segundo ano consecutivo, uma pesquisa realizada pela Deloitte no Brasil e em outros quatro países (Estados Unidos, Japão, Alemanha e Reino Unido) mostrou que a web é o passatempo nacional favorito – ao contrário dos estrangeiros, que ainda preferem a TV. O internauta brasileiro gasta em média, por semana, 17 horas assistindo televisão e cerca de 30 horas navegando na internet.
Para enfrentar esta mudança, as redes de televisão aberta têm si um desafio complexo pela frente: vencer o desinteresse do espectador. Nos últimos anos, a TV aberta vem perdendo ponto atrás de ponto no Ibope, seja para uma poltrona vazia, seja para outras mídias. A TV por assinatura, DVD players e principalmente e internet vem se firmando como as principais opções para o brasileiro em seu tempo livre.
Entre 2000 e 2009, a média de televisores ligados das 18h à meia-noite – o horário nobre da audiência e dos anunciantes – caiu de 66% para 59% e as cinco maiores redes do país perderam juntas 4,3 pontos de audiência. Enquanto isso, no mesmo período o total de aparelhos utilizados para outras funções – TV a cabo, games, etc – cresceu 91%, de 3,5 para 6,7 pontos.
Explosão da web
O salto é reflexo da explosão que esses serviços tiveram no país. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o total de usuários de TV por assinatura partiu de 3,4 milhões, em 2000, para 8,6 milhões em julho de 2010, aumento de 152%. O mercado doméstico de cinema também vive sua era de ouro: de 5,9 milhões de fitas VHS e DVDs em 2001, segundo a União Brasileira de Vídeo, para 25,4 milhões de unidades no ano passado, uma expansão de 430%.
Com relação à internet de alta velocidade, o aumento é exponencial: de 100 mil pontos fixos no início da década para 12,2 milhões em 2010, de acordo com a Associação Brasileira de Telecomunicações. Só no primeiro semestre deste ano, a banda larga móvel, o famoso 3G, teve crescimento de 141%, passando de 4,3 milhões de conexões para 10,4 milhões, uma verdadeira febre entre os usuários.
Fonte: FNDC