segunda-feira, 3 de maio de 2010

SIP condena impunidade no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) expressou hoje seu pesar pelos 26 jornalistas assassinados e sete desaparecidos nos últimos 12 meses na América, ao mesmo tempo em que condena a "violência e impunidade" contra a imprensa.

"A violência contra os jornalistas e a impunidade na maioria dos casos é a preocupação máxima da SIP nestes momentos", disse à Agência Efe Ricardo Trotti, diretor do Instituto de Liberdade de Imprensa da SIP, por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.

O presidente da SIP, Alejandro Aguirre, expressou em comunicado sua solidariedade aos "jornalistas caídos no exercício de seu dever" e a seus familiares, amigos e colegas. "Seguiremos nos esforço na luta contra a violência e a impunidade e na defesa do direito de todo cidadão de estar informado", assinalou Aguirre.

A SIP informou que começa hoje um curso de três meses de duração, organizado em colaboração com a Universidade Autônoma do México, com o qual quer dotar os jornalistas de "novas ferramentas que os ajude a serem profissionais melhores" e previna assim possíveis ataques.

Além disso, a SIP manterá encontros com editores do México, "um dos países em que a imprensa é mais afetada pelo crime organizado", a fim de que sirva como incentivo para que o Governo "gere mudanças legais e jurídicos necessários para blindar a liberdade de imprensa e de expressão".

Aguirre ressaltou os avanços processuais registrados contra assassinos de jornalistas, com a condenação de sete pessoas: cinco no Brasil, uma na Colômbia e outra no México.

Ele lembrou que acabam de apresentar ao presidente hondurenho, Porfirio Lobo, uma série de recomendações para combater a violência contra jornalistas, que resultou na morte de sete jornalistas no país centro-americano nos últimos 12 meses.

"No dia de hoje, 100 responsáveis de assassinatos de jornalistas (94 autores materiais e 6 intelectuais) estão pagando (na América) as consequências de seus atos atrás das grades", destacou.

"Além de reconhecer os esforços em vários países, não podemos cruzar os braços. Na Colômbia, por exemplo, onde se reduziram notavelmente os assassinatos contra jornalistas, detectamos que há 16 casos arquivados ou suspensos que se encontram em mãos de distintas procuradorias ao redor do país e com poucas esperanças de Justiça", ressaltou.

Na próxima assembleia geral da SIP, que será realizada em novembro em Mérida, no estado mexicano de Iucatã, a organização seguirá "desenvolvendo estratégias e táticas de investigação, legais e educativas, contra este flagelo contra o jornalismo nas Américas".

A SIP publicou os nomes de todos os jornalistas que foram assassinados nos últimos 12 meses ou estão desaparecidos até o momento no continente.

Trata-se de 14 jornalistas mexicanos assassinados e sete desaparecidos. Outros sete jornalistas foram assassinados em Honduras, três na Colômbia, um em El Salvador e outro na Guatemala.

Fonte: Portal Terra/ Agência EFE