quinta-feira, 27 de maio de 2010

Jornalista explica como comunicação mudou imagem do etanol no Brasil

O diretor de comunicação corporativa da Unica, União da Indústria de Cana de Açúcar, Adhemar Altieri, contou que o trabalho de comunicação corporativa foi essencial para esclarecer o uso da cana-de-açúcar como biocombustível e quebrar as teses equivocadas em relação ao etanol. O jornalista participou do Congresso Mega Brasil de Comunicação Corporativa, nesta quarta-feira (26/05), em São Paulo.

Altieri disse que quando chegou à entidade, os porta-vozes eram fechados e não falavam com os jornalistas. “Era um setor que não achava importante falar com a mídia, muito fechado. Quando a mídia publicava coisas negativas, o setor ficava quieto, dizia que era melhor para esquecerem, mas hoje, com o Google, ninguém esquece nada. O mundo estava batendo na porta deles e eles não sabiam o que fazer”, lembrou.

Convencimento
O trabalho do jornalista foi convencer a diretoria da Unica que falar com a imprensa era importante. “Vocês vão passar a vida inteira pedindo desculpa, sendo que vocês não fazem nada do que estão sendo acusados pela mídia”, argumentava.

Estratégias
Depois de dialogar com a direção, ficou definido que a entidade iria atender todas as demandas da mídia, abordar qualquer assunto, eliminar o “não quis comentar”, corrigir erros factuais e ser pró-ativa.

Para executar essa tarefa, a empresa ampliou sua equipe de comunicação institucional, que hoje conta com sete pessoas, contratou assessorias de imprensa (CDN para o Brasil e Fleishman Hillard para Estados Unidos e Europa) e investiu na produção de conteúdo para seus sites e publicações institucionais, além de eventos e palestras, como o Ethanol Summit 2009, que contou com a participação do ex-presidente norte-americano, Bill Clinton.

“Alguns veículos passaram a publicar nossos textos na íntegra, sem alterar nada. Isso pra nós é positivo, porque mostra que estamos sendo claros”, afirmou Altieri.

Atualmente a Unica chega a atender entre 40 e 50 solicitações de jornalistas, cerca de 30% vêm do exterior. A entidade também criou programas sociais, prêmio jornalístico e o próximo passo é lançar um curso para jornalistas sobre o etanol.

Foco de crise
A equipe de comunicação também se manteve atenta aos possíveis focos de crise. O mais forte deles surgiu na Inglaterra, quando a Bloomberg veiculou um vídeo em que dizia que quem usava etanol em seu carro, usava o sangue dos brasileiros também, associando o combustível ao trabalho escravo.

Após assistir ao documentário, Altieri entrou em contato com a emissora e enviou uma nota de esclarecimento contra 36 enganos apresentados no vídeo. “A nota foi distribuída duas horas depois de (o documentário) ir para o ar. O que eles haviam apontado ali era um caso isolado, o setor não é assim. Hoje, se você der uma busca sobre esse documentário, você encontra a matéria do documentário, mas a explicação da Unica na mesma página”, destacou.

Além desse combate ao foco da crise, a entidade teve uma carta publicada na íntegra no Financial Times com esclarecimentos sobre uma matéria produzida pelo jornal.

De acordo com o jornalista, o investimento em comunicação deu fortes resultados. “Agora os ataques sem embasamento são raros”, concluiu.

Fonte: Comunique-se