A evolução das tecnologias infocomunicacionais e sua presença cada vez mais efetiva no dia a dia das pessoas requerem novos planejamentos e acomodações no plano da interatividade, pois, pela multiplicidade de opções, no que se refere às formas e usos, exige dos produtores de conteúdo um olhar mais aguçado e direcionado às necessidades do consumidor. As tecnologias – digitais, na sua essência – estão presentes no cotidiano e hoje a demanda não é só por conteúdos atrativos, mas que permitam a participação do usuário.
No caso da televisão digital, que pode representar a convergência de aspectos da radiodifusão, da informática e das telecomunicações num único serviço, tal aspecto será um traço crescente – se os operadores pretenderem participar ativamente desta arena de sentidos, no futuro próximo. Mas o que é, exatamente, essa nova TV? Algumas dúvidas partem da falta de clareza e da incompreensão do tema, que, envolto em teorias simplistas, acaba ofuscado; ou, até mesmo, fica pulverizado em abordagens que priorizam o imbricamento informática/internet e não aprofundam as especificidades da televisão.
A incorporação de novos recursos e tecnologias advindas da informática na TV digital, o que inclui a interatividade, passa pela necessidade de um projeto eficiente de interface e aprendizado. Sabendo-se que a relação do ser humano com as tecnologias varia conforme o contexto sociocultural, é possível afirmar que tais necessidades se diferem, inclusive no que toca à utilização de uma mesma plataforma em circunstâncias distintas. Outra dificuldade é o baixo nível de conhecimento dos usuários. Problemas de compreensão, leitura, falta de conhecimento da Língua Portuguesa e temor às tecnologias precisam ser superados com interfaces acessíveis e adaptadas à realidade de cada cidadão.
Outras possibilidades
A implantação da televisão digital traz também outros desafios, diretamente ligados à disponibilização do conteúdo e à percepção do que é TV por parte dos telespectadores. Sendo agregadas novas possibilidades informacionais e estéticas, com diferentes maneiras de concepção de conteúdo, é hora de avançar em sua exploração. É preciso ser logo trabalhado todo o potencial tecno-estético das duas dimensões da perspectiva digital para, na seqüência, desenvolver-se plenamente elementos para diferenciar a produção audiovisual de inovações como a televisão tridimensional e que envolvem conteúdos distribuídos a partir de ferramentas como o iTunes, da Apple, dentre outras formas de transmissão e recepção.
De um lado, a TV digital aberta, com alta definição, afeta a estética, a composição e a montagem das imagens. De outro, o audiovisual digital apresenta vários outros meios de distribuição, podendo ser estendido para a transmissão via computador e internet. A oferta de vídeos na web ganha novos contornos, com os atuais posicionamentos dos usuários, que não mais se contentam apenas com textos e imagens estáticas. Conteúdos hipermídia, onde a navegação acontece dentro das mídias, significam uma nova fronteira na produção.
*Respectivamente: Professor titual no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, coordenador do Grupo de Pesquisa Jornalista, Mestre em Comunicação Social e Integrante e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS)e Doutor em Comunicaçaõ e Cultura pela FACOM - UFBA; e Jornalista, Mestre em Comunicação Social pela Unisinos e Integrante e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Jornalista, Mestre em Comunicação Social e Integrante e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS)
Fonte: Observatório da Imprensa