O Conselho Universitário da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) não admitiu um servidor sem graduação em Jornalismo para exercer o cargo de assessor de comunicação. Carlos Alberto Meyer, formado em letras, já trabalhava na assessoria de imprensa da instituição.
Mesmo com a exigência do diploma específico no edital da seleção interna, o servidor resolveu se candidatar à vaga, por possuir registro profissional como jornalista e sindicalização, além de ter atuado em veículos de comunicação por 34 anos. Meyer foi aprovado no teste, mas não pôde ocupar o cargo. Inconformado com a decisão, o servidor recorreu ao Conselho de Administração, que admitiu a contratação.
Após saber que Meyer tomaria posse do cargo de assessor de comunicação, professores do curso de Jornalismo da UEPG interpuseram recurso ao Conselho Universitário para que admitisse apenas profissional com graduação na área.
Intervenção sindical
No mesmo período, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijorpr), Márcio Rodrigues, tratou do assunto com o reitor da UEPG, João Carlos Gomes. O presidente da entidade ressaltou a necessidade da contratação de um profissional graduado em Jornalismo.
“Seria um contrassenso a faculdade ter um curso de Jornalismo e deixar que uma pessoa sem formação na área fosse contratada. Seria um contrassenso nós, como sindicato, aceitarmos isso”, afirmou Rodrigues. O presidente da entidade ressaltou que Meyer é filiado, mas que o registro aconteceu em gestões anteriores à sua.
Servidor protesta
Meyer está inconformado com a decisão e se diz lesado. “Estou me se sentindo injuriado e discriminado. Tive perda moral e financeira. Eu sou sindicalizado, exerço a profissão há mais de 34 anos. Isso é assédio moral”, criticou.
O servidor disse que se a vaga fosse para um concurso público, até admitiria intervenção do sindicato, mas em uma seleção interna, critica a interferência.
“Se tratava apenas de um reenquadramento da função. Eu não entendo um sindicato que vai contra seu filiado. Me trataram como um clandestino. Eu preferia que eles não tivessem se manifestado, ou me amparassem”.
Meyer informou que ainda não sabe se entrará com uma ação judicial para que possa ser enquadrado na função.
Fonte: Comunique-se