segunda-feira, 19 de abril de 2010

Brasil é vice em ranking global de preocupação com segurança na web

Estudo realizado pela Unisys revela que preocupação aumentou 8% desde 2007; para especialistas, número acompanha crescimento de crimes virtuais.

O Brasil é a segunda nação mais preocupada com segurança na internet dentro de um grupo de nove países, ficando atrás apenas da Alemanha, de acordo com uma pesquisa realizada recentemente pela Unisys.

A companhia mediu o nível de preocupação com segurança em uma escala de 0 a 300. Quanto maior o número, maior a preocupação. O estudo entrevistou 9.429 pessoas na Austrália, Bélgica, Alemanha, Mexico, Holanda, Nova Zelândia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos. Só no Brasil, foram 1.500 entrevistados.

O trabalho investigou o nível de preocupação em relação a compras online, internet banking, vírus e spam. A Alemanha liderou, com uma pontuação de 156. O Brasil registrou 146, seguido pelo México, com 141.

Na pesquisa anteiror, em 2007, o número registrado pelo Brasil tinha sido cerca de 8% menor: 135, na escala que vai até 300. A variação representa um grande aumento na preocupação dos internautas brasileiros em relação a segurança e está de acordo com a evolução dos crimes virtuais, avalia o gerente de relações públicas da Symantec, Bruno Rossini.

O Brasil está hoje entre os cinco maiores originadores de ataques do mundo, ficando na frente de países que têm o dobro ou até mesmo o triplo de máquinas conectadas.

Fonte de lucro
Nos últimos seis anos, o vírus e as ameaças da internet nada mais eram do que brincadeiras de mau gosto: o cracker tinha prazer em mostrar que tinha poder, segundo Rossini. “A partir de 2006, os crackers perceberam que poderiam fazer dinheiro a partir da internet”, afirmou Rossini, indicando uma das causas do aumento da insegurança.

Segundo estatísticas de outra empresa do setor, a McAfee, a cada dia são lançadas na internet cerca de seis mil novas ameaças.

“No ano de 2009, a Symantec registrou aproximadamente 2 milhões e meio de ameaças virtuais – crescimento exponencial em um prazo de quatro anos”, completou Rossini. De acordo com ele, a previsão é de que existam mais de 3 milhões de ameaças únicas na web até o final de 2010.

Rossini explica que os sites de comércio e internet banking são muito seguros. Os grandes vilões são os usuários mal intencionados, que utilizam malware e engenharia social para roubar informações, e a falta de conhecimento do usuário final.

“O internet banking é forte no Brasil. Os sites mais populares de comércio eletrônico também são seguros. O mais fraco é sempre o usuário final”, afirmou Rossini.

O pesquisador sênior da Kaspersky Lab da região da América Latina, Dmitry Bestuzhev, reafirma que as variações na preocupação de segurança dependem da experiência do usuário, em especial de seus níveis de informação e instrução sobre a questão.

No caso do internet banking, “as perdas não são por causa do banco, mas sim porque os usuários pegaram algum tipo de malware. Os sistemas online têm uma boa segurança, mas não podem oferecer segurança diretamente ao usuário final", afirmou Bestuzhev.

Dicas de segurança
O gerente de suporte técnico da McAfee, José Matias, concorda que sites de comércio eletrônico legítimos e sistemas de internet banking nacionais são muito seguros.

“O internet banking, se não é o mais, é um dos mais seguros do mundo, mas a instituição só consegue proteger o lado dela”, afirmou Matias.

O grande problema, segundo o gerente, é a falta de proteção que pode terminar com um usuário infectado, roubo de informações ou até mesmo redirecionar a conexão para que um cibercriminoso realize um ataque.

Para evitar esses problemas, o gerente dá algumas dicas. “É importante ter um antivírus e mantê-lo atualizado, já que a maioria dos ataques requer acesso à sua máquina”, afirmou Matias, que também destacou a importância de um firewall na proteção da saída de dados. “Você pode até ser infectado por um vírus, mas na hora de enviar seus dados, eles são bloqueados.”

Ele recomenda aos usuários verificar que, ao seguir os passos para a conclusão de uma transação ou pagamento em internet banking, o usuário deve ficar alerta ao prefixo do endereço HTTP://, que deve mudar para HTTPS://.

Além disso, o navegador deve exibir um ícone de cadeado próximo ao endereço, com o certificado digital da página. A existência do cadeado indica que o site é seguro.

Por fim, o usuário pode instalar o software gratuito da McAfee, o Site Advisor, que varre a web e alerta o usuário se o site que está visitando representa ameaça à segurança.

O software é um complemento compatível com os principais navegadores de internet, como o Internet Explorer e o Firefox, e uma versão gratuita pode ser baixada no site oficial da empresa.

Fonte: IDG Now