A sólida formação humanística e ética para o profissional de comunicação está entre as propostas apresentadas nesta segunda-feira (18), em São Paulo, na terceira audiência pública para a revisão das diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo.
A comissão de especialistas designada pelo Ministério da Educação para proceder à revisão recebeu, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, as contribuições de representantes da sociedade civil organizada.
Entre os convidados, o jornalista Caio Túlio Costa destacou a mudança radical na maneira de fazer comunicação no país. "É fundamental que o ensino do jornalismo acompanhe essas transformações, o que não significa privilegiar apenas a formação multimídia, mas uma sólida formação humanística e ética", afirmou. Costa propôs a formação complementar em jornalismo para profissionais formados em outros cursos.
O também jornalista Eugênio Bucci ressaltou que o trabalho de revisão das diretrizes não deve ser visto apenas pela ótica corporativa. "Deve-se identificar as mudanças a serem enfrentadas pela profissão, mas levando em consideração o interesse da população e da democracia de modo geral, não apenas as mudanças que interessam aos próprios jornalistas", disse.
O representante do site Observatório da Imprensa, Luiz Egypto, fez algumas ressalvas sobre a abordagem conferida ao papel desempenhado pelas novas tecnologias. "Os novos meios e a crescente utilização dos recursos multimídia na produção de notícias não asseguram automaticamente a democratização da informação. É preciso garantir uma leitura crítica do que é veiculado e as condições de produção", destacou.
A comissão de especialistas deve concluir o trabalho até agosto.
* Com informações da Assessoria de Imprensa da Sesu do MEC
Fonte: UOL Educação