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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Benefício de famílias que não atualizarem cadastro do Bolsa Família será bloqueado, diz ministra

Brasília - A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, disse hoje (25) que as famílias não devem ter medo nem receio de fazer a atualização de cadastro do Programa Bolsa Família, que vai até o dia 31 de outubro. A ministra destacou que as famílias que não atualizarem seus cadastros até o fim do prazo terão o benefício bloqueado.

“As famílias devem procurar, o quanto antes, a prefeitura, a coordenação do cadastro único do Bolsa Família em sua cidade. Não deve haver medo ou receio. A atualização é exatamente para acompanhar a participação das famílias no programa. As suas condições de vida, de renda e atualização de endereço e escolaridade dos filhos”, explicou a ministra, durante o programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Segundo a ministra, 1,1 milhão de famílias em todo país vão passar pelo processo de atualização cadastral, mas até agora vários estados estão bem abaixo de cumprir a meta estipulada. No Ceará, por exemplo, de acordo com a ministra, cerca de 71 mil famílias precisam atualizar seus dados, mas apenas 19.446 compareceram para efetuar a atualização até agora.

“Desejamos que todas as famílias façam a atualização cadastral, para que possamos continuar acompanhando e aprimorando o programa”, afirmou a ministra, que explicou que todas as famílias que precisam da atualização receberam uma notificação.

A ministra disse que a gestão do programa ainda é um grande desafio. Segundo ela, existe vontade política e recursos, mas a integração entre os governos federal, estaduais e municipais ainda precisa melhorar.

Durante a entrevista, a ministra destacou que é possível acabar com a fome no Brasil: “Trinta milhões de pessoas já saíram da pobreza e tivemos uma redução da desnutrição infantil. É inadmissível que uma família passe fome no Brasil. Temos uma dezena de programas e políticas, que cada dia mais chegam aos municípios brasileiros”, afirmou.


Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A celeuma em torno do programa de governo do PT

Por Bruno Lima Rocha*

O presidente nacional da legenda de Dirceu, Genoíno e Cardozo, o também José, este Eduardo Dutra, vê-se emparedado entre o que restara do programa partidário original e a sobrevivência com a aliança junto aos fisiológicos profissionais para vencer o outro grupo de poder que se posiciona ainda mais à direita do que seus aliados de segundo governo Luiz Inácio.

15 de julho de 2010, da Vila Setembrina do Rio Grande de São Sepé, do Continente de Libres, Artigas y Valientes, Bruno Lima Rocha

Mal terminou a Copa do Mundo e o país se depara com o clima de uma campanha em busca de fatos geradores. Na ausência de uma diferenciação ideológica profunda entre os candidatos favoritos a disputa fica morna, girando em torno de eixos comuns. Embora distintos em matizes menores, tanto José Serra (PSDB-DEM), como Dilma Roussef (PT-PMDB) e Marina Silva (PV) são condicionados pela compreensão média de um eleitor ainda pautado pela mídia. É por isso que o esforço dos candidatos se parece ao modo de produção das indústrias culturais de consumo amplo. Todos têm de diferenciar entre si e assemelhar-se à compreensão mediana pautada pelo senso comum. Se os concorrentes forem idênticos, a escolha resume-se a pouco mais que aleatoriedade. Já se um destes destacar-se na média palatável pagará um preço por demais elevado para candidatos que nem sequer são de esquerda.



Nesse sentido, compreendo a linha de comunicação política adotada por Dilma como sendo a de pagar o menor preço possível por suas propostas. Para a herdeira de Luiz Inácio, o melhor dos mundos é seguir distribuindo renda e reduzindo a extrema pobreza mediante o ingresso de mais camadas da população para o mundo dos direitos e do consumo. Já o preço do acesso de setores de classes C e D, é atenuado pelo incremento do modelo de plataforma de exportação de produtos primários; de posturas sólidas e conservadoras na opção preferencial pelos bancos; e no aumento paulatino da presença do Estado na economia, agindo também como fiduciário de fusões e incorporações generosamente irrigadas pelo Tesouro Nacional. Ao propor-se a administrar esse conflito interno inerente da política poli-classista concretizada através de uma aliança com o maior partido do Brasil, a legenda de José Eduardo Dutra vê-se emparedada. De um lado, o que restara de seu sentido de crenças com legítimas origens na esquerda de base com inspiração católica e reformista. De outro, a escolha pela tal da governabilidade, traçada já em 2002 na Carta ao Povo Brasileiro.

Entendo que toda a celeuma em torno do programa de governo do PT é o reflexo deste conflito da democracia de candidaturas e não programática. Para se governar no Brasil sem modificar a balança desigual de distribuição de poder, é preciso atravessar algumas barreiras exercidas pelos detentores de capacidade de veto. Estas barreiras podem ser institucionais, como os poderes constituídos; ou estão na capacidade de imposição de agenda, como é o caso dos líderes do oligopólio dos meios de comunicação em escala industrial. A banca, o latifúndio e os conglomerados industriais foram co-beneficiados no governo de Lula. Mas, nem por isso se identificam com seu mandato e menos ainda com a sucessora. De quatro em quatro anos, mais valem os vínculos e identidades ideológicas do que os balancetes positivos acumulados.

Do ponto de vista do capital, a precaução em relação ao programa original do partido de governo é ideologicamente lúcida. Primeiro, porque alerta entre os pares que o fiel da balança da aliança Dilma e Michel Temer é a legenda controlada por José Sarney e Renan Calheiros; isto considerando que eles e seus correligionários “responsavelmente” rejeitaram um programa que atentava contra seus interesses. Segundo, porque entende a necessidade de extirpar os últimos traços e suspiros socializantes contidas no Programa Nacional de Direitos Humanos, evitando assim improváveis “surpresas”.

* Prof.Dr. em Ciências Políticas,Docente da Unidade de Pós-graduação em Ciências da Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos(UNISINOS) e menbro do Grupo CEPOS.

Fonte: Estratégia e Análise