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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Para teles, Brasil tem banda larga suficiente para Copa de 2014

As doze cidades-sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014 já contam com índices de penetração de banda larga fixa e móvel compatíveis com os maiores mercados mundiais de internet rápida. De acordo com levantamento do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), divulgado nesta quinta-feira, 04/08, 50% da população nessas capitais já se conectam em banda larga.

A cidade de Porto Alegre (RS) lidera o ranking de maior penetração dos serviços, com 71% dos habitantes conectados à internet rápida. Belo Horizonte (MG) vem em segundo lugar, com 68% de penetração. Nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR), 57% dos habitantes têm banda larga, o que equivale, de acordo com o SindiTelebrasil, ao mercado da Espanha em 2009.

Em Recife (PE), prossegue o estudo, mais da metade da população (52%) têm internet rápida. Em Brasília (DF) e São Paulo (SP), o índice de acessos em banda larga proporcionalmente ao número de habitantes está em 47%, o que equivale ao mercado alemão de internet rápida.

Em seguida, vêm as cidades de Natal (RN) com 43%, Cuiabá (MT) com 42%, Salvador (BA) com 41% e Fortaleza (CE) com 38%, apresentando, também de acordo com o SindiTelebrasil, desempenho superior ao do mercado da Bélgica em 2009. O índice de penetração da banda larga em Manaus (AM) é de 33%, equivalente ao do Canadá, reitera também o sindicato das teles.

Em todo o Brasil o número de acessos em banda larga já ultrapassou 43,7 milhões em junho. Desse total, 15,8 milhões são em conexões pela rede fixa e 27,9 milhões são em banda larga móvel, incluindo os modems de acesso à internet e celulares de terceira geração (3G).

Durante a Copa de 2014 serão realizados 64 jogos. As estimativas do Ministério dos Esportes e da FIFA apontam para a presença de 600 mil turistas estrangeiros e de mais de três milhões de turistas brasileiros circulando nas cidades sede. A previsão é de que a cobertura das partidas superará 71 mil horas e será feita por cerca de 500 canais de televisão e por mais de 20 mil jornalistas.

Os jogos e os eventos relacionados à competição deverão ter uma audiência de mais 3,5 bilhões de telespectadores. Antes, porém, em 2013, o Brasil sediará a Copa das Confederações, que será realizada nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Porto Alegre.

Estão previstos investimentos de R$ 3,8 bilhões só na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que atendam às demandas da Copa e, sobretudo, deixem um legado de desenvolvimento social e econômico para a sociedade brasileira. O grupo de trabalho Copa e Olimpíadas do SindiTelebrasil, que envolve as prestadoras associadas, está trabalhando para assegurar o atendimento às demandas e a qualidade dos serviços de telecomunicações durante os eventos esportivos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

A seleção brasileira da TV Globo

Por Valério Cruz Brittos e Anderson David Gomes dos Santos

Já são conhecidas as barreiras estabelecidas pela Rede Globo de Televisão junto à transmissão do futebol no país, influenciando até a formatação do Campeonato Brasileiro deste esporte. Mas pouco tem sido comentado acerca do monopólio de transmissão em território nacional dos jogos da seleção brasileira de futebol, que há décadas são veiculados apenas por uma emissora, a mesma Rede Globo de Televisão, líder do oligopólio midiático nacional. Na melhor das hipóteses, quando não possui interesse em exibir, a Globo decide e repassa a outro operador.

Se no caso do Campeonato Brasileiro já se colocaram vários questionamentos sobre as opções do torcedor-consumidor de assistir ao seu time do coração, quando isso ocorre com a seleção do país o nível de questionamentos sobre os processos de negociação deveria aumentar, mas não é o que tem ocorrido. Afinal, alguém sabe ou ouviu falar como se dá a licitação dos direitos de transmissão desses jogos?

Para se ter uma ideia, o primeiro jogo da seleção após a Copa do Mundo de 2010 sequer foi veiculado por TV aberta porque se iniciaria às 21h, horário da principal telenovela da grade de programação da Globo. Mesmo que a transmissão da partida contra os Estados Unidos tenha sido transmitida de forma gratuita pelo portal Globo.com, com direito à mesma equipe de reportagem, a possibilidade de acesso à internet é bem menor, ainda mais se for considerado o preço do serviço com velocidade que permita assistir uma transmissão ao vivo pela rede. De evento gratuito, indiretamente virou algo que o torcedor de alguma forma teve de pagar.

Transmissão exclusiva em TV aberta

Para os amistosos e eventos da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), paira o silêncio de informações. Para se ter uma ideia, a atual edição da Copa América não pode ser transmitida pelo YouTube por conta do contrato de transmissão local. Já nos torneios oficiais da Federação Internacional de Futebol e Associados (Fifa), casos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, há um processo de licitação para todas as mídias – inclusive para o rádio, que não entra na negociação dos torneios brasileiros. Seja em TV aberta ou fechada, há muitas edições da Copa do Mundo as Organizações Globo detêm os direitos de transmissão, optando por repassá-lo ou não para outras emissoras.

Analise-se como se deu esse processo nos três Mundiais realizados neste século. A Globo transmitiu sozinha o Mundial da Coreia do Sul/Japão, em 2002, por conta até mesmo de uma falta de expectativas no time que viria a ser pentacampeão mundial e também devido aos horários dos jogos, que ocorreriam de madrugada ou pela manhã. Ao longo do torneio, e também por causa do avanço do selecionado nacional, a emissora conseguiu atingir recordes de audiência, não previstos de serem conquistados nestes horários.

Para a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, a opção da Rede Globo foi por transmitir de forma exclusiva em TV aberta, dado o sucesso do torneio anterior e do próprio escrete nacional, que contava, por exemplo, com um Ronaldinho Gaúcho duas vezes eleito o melhor jogador do mundo. Em televisão fechada, houve o repasse para o BandSports, do Grupo Bandeirantes, que naquele evento contou com a principal equipe de transmissão da Band.

Exclusividade continuará em 2014

Em 2006, houve uma denúncia por parte da Rede Record contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Fifa, já que a emissora alegara que ofereceu o dobro do que oferecera a líder do oligopólio midiático nacional e ainda assim não ficou com os direitos de exibição da edição seguinte do evento. A Fifa respondeu que a negociação ficava por conta das federações nacionais; já a CBF alegou que as “relações históricas” entre a Globo e a entidade, com sua experiência comprovada nas transmissões, foram levadas em consideração.

Seguindo a evolução da parceria no futebol em geral, retomada em 2004, após a Record recusar os limites impostos pela Rede Globo, à Band foi repassado o direito de transmissão da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, assim como da Copa das Confederações, evento preparativo para o Mundial no ano anterior. Como, em quatro anos atrás, o selecionado nacional chegava como um dos principais favoritos, apesar das críticas ao técnico Dunga – que, inclusive, criou um inédito mal-estar entre a CBF e as Organizações Globo, principalmente a partir do veto imposto por ele às benesses que só a emissora tinha, como entrevistar de forma exclusiva o próprio treinador e jogadores.

Daqui a três anos, o maior evento do futebol mundial ocorrerá no Brasil e, até o ponto que se sabe, não há uma definição clara sobre as transmissões, a não ser que a Rede Globo será uma das exibidoras. A emissora continuará com a exclusividade em veicular os amistosos da seleção – por mais que não se saiba como se dá esse acordo – e poderá repassar os demais torneios para a sua parceira, a Band, que não representa um perigo para a líder, já que em regra não disputa os primeiros lugares de audiência. Neste ano, os campeonatos sul-americanos de categorias de base – onde a Globo só transmitiu a final do sub-20 porque garantiria vaga nos Jogos Olímpicos, que ela não irá exibir – e da Copa do Mundo de Futebol Feminino são exemplos desses eventos repassados.

Jogos serão narrados pela mesma voz

Se, para os Jogos Olímpicos de 2016, que ocorrerão no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Internacional optou por dividir a transmissão entre as principais emissoras brasileiras, não é de se esperar que o bom senso prevaleça em relação ao Mundial de futebol. Basta olhar as recentes denúncias envolvendo a Fifa e a CBF, através de seus presidentes, Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, que estarão nos cargos até lá.

Os jogos de futebol da seleção que representa o país com mais títulos mundiais deverão continuar a ser narrados pela mesma voz, a qual, inclusive, foi alvo de campanha durante a Copa da África do Sul, espalhada mundialmente por uma rede social, por mais que a responsabilidade de escutar-se somente ela (e seu ufanismo) em jogos do Brasil não seja do seu proprietário, mas de quem o paga.

Fonte: Observatório da Imprensa