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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Internet leva o mundo à Amazônia

Redação FNDC

Índios, pescadores e estudantes que vivem nos pontos mais remotos da Amazônia começaram a descobrir o mundo desde suas aldeias através da internet, que atravessou a floresta para abrir as portas do conhecimento a milhões de excluídos.

BRASÍLIA - Os quase 2,5 milhões de pessoas que vivem em centenas de localidades do interior do Pará começaram a superar a barreira do analfabetismo digital graças a um plano do Governo estadual, que desde 2007 estendeu cerca de dois mil quilômetros de cabos de fibra óptica no meio da floresta.

"Muitas das aldeias incluídas no programa tiveram acesso à internet antes da chegada da telefonia celular", disse à agência Efe o secretário de Assuntos Estratégicos do Pará, Maurilio Monteiro, responsável pela revolução.

O programa "NavegaPará" recebeu até agora um investimento de cerca de US$ 50 milhões, "uma soma ínfima se pensarmos nos enormes lucros gerados para muitas pessoas que jamais saíram de suas aldeias e agora têm acesso ao mundo", disse Monteiro.

Trata-se de gente que, em sua maioria, pertence às camadas mais baixas da sociedade, tem níveis de renda muito inferiores à média nacional e, portanto, não atraíam o interesse das grandes empresas operadoras de telefonia e serviços de internet, segundo o secretário.

A internet, inclusive, chegou a Prefeituras, sedes e quartéis da Polícia, centros de saúde e outros organismos públicos que antes mal contavam com um telefone fixo e agora estão interligados através da rede com todas as instituições oficiais do Pará.

"Se o Estado não assumisse esta tarefa, esta população teria ficado condenada à exclusão digital, pois, para empresas privadas, esses setores sociais não são os mais atrativos", afirmou Monteiro.

Junto aos cabos de fibra óptica, estendidos através das redes de distribuição de eletricidade, chegaram também cerca de 1.600 computadores portáteis que foram instalados em escolas, sindicatos e outras dependências aproximadamente 100 aldeias e municípios incluídos no programa.

Os centros de internet receberam todos os equipamentos das mãos do estado, que, além disso, estabeleceu parcerias com ONGs que colaboram na formação dos usuários e em outras tarefas, como a manutenção dos computadores.

O acesso a internet nas aldeias amazônicas é totalmente gratuito, pois o estado do Pará também paga as contas de eletricidade e as despesas geradas pelos centros, explicou o secretário.

Monteiro destacou alguns casos, como o da aldeia Praia do Mangue, habitada por cerca de 150 índios da tribo Munduruku, que hoje navegam pela internet "com a mesma naturalidade" que o fazem com suas canoas pelas turvas águas do rio Tapajós.

A iniciativa deu lugar a dezenas de blogs e páginas nas quais os indígenas recuperam sua história, entram em contato com membros de outras tribos, trocam informação sobre técnicas de pesca ou cultivos ou simplesmente divulgam seus artesanatos.

Em Santarém, uma cidade de cerca de 200 mil habitantes a quase 1.400 quilômetros de Belém, um grupo de jovens criou um portal (www.navegatube.org.br) no qual, através de vídeos, mostram a cultura local e também suas habilidades para a dança.

Embora tudo seja financiado pelo Governo, há lugar também para a crítica e a dissidência, com o tradicional espírito de liberdade da internet, apontou Monteiro.

Citou, como caso concreto, um blog criado por um grupo de mulheres da cidade de Altamira, que através da rede manifesta sua rejeição à construção da usina hidroelétrica de Belo Monte, um dos principais projetos energéticos do Governo Lula.

Fonte: FNDC

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Desmate na Amazônia cai 41% em junho, aponta Inpe

Por Luana Lourenço

Em junho de 2010, a Amazônia perdeu 243,7 km² de floresta, devastação 41% menor que a registrada no mesmo mês do ano passado. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (9), são do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Faltando um mês para fechar o calendário oficial do desmatamento (agosto de um ano a julho de outro), os números do Deter confirmam a tendência de queda que vem sem apontada pelo governo há alguns meses. No acumulado de agosto de 2009 a junho de 2010, a área desmatada foi de 1.808 km². A soma é 49% menor que a registrada no período anterior (agosto de 2008 a junho de 2009), quando o Inpe verificou 3.536 km² a menos de floresta na região.

Os números do desmatamento mês a mês são calculados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que monitora áreas maiores do que 25 hectares e serve para direcionar a fiscalização ambiental.

A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso, por avaliar áreas menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes.

Os dados do Prodes só devem ser apresentados em novembro. Se a tendência de queda se confirmar, o governo pode chegar a um novo recorde de queda do desmatamento. Em 2009, a taxa anual de desmate calculada pelo Inpe foi de 7,4 mil km², a menor registrada em 20 anos de monitoramento.


Fonte: Folha.com