quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Brasil amarga última posição em políticas para uso de cloud computing

A Business Software Alliance (BSA) divulgou nesta quarta-feira (22) o BSA Global Cloud Computing Scorecard, relatório que avalia a agenda de iniciativas e políticas que países podem e devem tomar para garantir o desenvolvimento global do conceito de computação em nuvem. O estudo criticou Brasil, China e Índia por políticas que ameaçam o futuro do conceito e também países europeus por medidas protecionistas.
De acordo com a pesquisa, o Brasil ficou no último lugar entre os 24 países pesquisados, com 35,1 pontos de um total de 100 possíveis. A baixa pontuação se deve a políticas em áreas como livre comércio, segurança, privacidade de dados e combate a crimes de computação.
A Índia, que abriga o segundo maior mercado mundial de software, e a China, cujo setor de tecnologia de informação e comunicações deve dobrar e movimentar US$ 389 bilhões até 2015, também estavam entre os seis últimos colocados, com 50 e 47,5 pontos, respectivamente.
O Brasil marcou apenas 1,6 de 10 pontos possíveis quanto a políticas de combate a crimes de computação, uma área que deve se tornar um desafio cada vez maior, porque mais e mais informações estarão concentradas em grandes centrais de dados, o que as torna alvos atraentes.
Japão teve a maior nota geral, de 83,3 pontos, seguido por Austrália, Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Coreia do Sul, todos pouco abaixo dos 80 pontos.
Em entrevista ao site Software Development Times, o presidente da BSA, Robert Holleyman, disse que há uma série de paredes e cercas ao redor do mundo. “Você vê uma clara divisão entre economias avançadas e países em desenvolvimento. Mas é surpreendente o que se vê quando se olha para países que estão indo bem”, diz.
O executivo cita especificamente a União Europeia. “Inglaterra, Alemanha e França são mercados lógicos para empresas de nuvem baseadas nos Estados Unidos. Todos os países da União Europeia começaram bem, mas seus legisladores estão tentando manter empresas não europeias longe de suas fronteiras enquanto suas empresas crescem”, ressalta.
Por conta disso, o executivo afirmou que as empresas de software devem se tornar mais envolvidas em processos legislativos nos países em que atuam. Holleyman também disse acreditar que a padronização pode ajudar a resolver estes problemas.
Questionado sobre qual seria o caminho ideal para o desenvolvimento da nuvem, o executivo citou alguns passos. O primeiro seria o desenvolvimento de modelos mais consistentes de privacidade e segurança. “Segundo. Governos compram muita tecnologia e precisamos que eles coloquem seu peso em favor da criação de um caminho construtivo. Os governos podem moldar o mercado. Precisamos promover a inovação na nuvem e, do mesmo modo, protege-la. Isso significa proteger seus direitos e parar com novas formas de crimes cibernéticos. Se não nos fizermos ouvir, a nuvem ficará presa por muito tempo na fila da alfândega”, concluiu.

Fonte: Convergência Digital.