A Intel divulgou os resultados da pesquisa “Tech Metrics Brasil”, produzida através da Ipsos Brasil, que mapeou a penetração de computadores e conexões de banda larga em 16 cidades brasileiras. O estudo apontou que o computador e o acesso à internet já se tornaram vitais em todos os estratos sociais, mesmo entre aqueles que não possuem um computador em casa.
“A universalização do acesso ao computador e a individualização do uso são grande vetores de redução da desigualdade social e da transformação da sociedade brasileira por meio da informação, da colaboração e da interatividade,” disse Cássio Tietê, diretor da Marketing da Intel Brasil. “Estamos avançando, mas ainda precisamos trabalhar para criar um país altamente conectado e preparado para aproveitar os benefícios que os grandes eventos mundiais, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, trarão para a economia e para a sociedade.”
A pesquisa foi realizada em 16 regiões metropolitanas de destaque no país, o equivalente a 35% da população brasileira e cerca de 50% do PIB nacional. Foram entrevistadas 2500 pessoas das classes sociais ABCD com idades entre 16 e 65 anos, que fossem usuários de computador, mesmo que não tivessem um em casa. As 16 regiões metropolitanas abordadas neste estudo incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, Votorantim, Curitiba Porto Alegre, Balneário Camboriú, Brasília, Goiânia, Fortaleza, Salvador, Recife, Petrolina, Sobral e Belém.
Penetração e individualização dos PCs
O estudo mostrou que 58% dos lares nas regiões metropolitanas do Brasil já possuem computadores, com uma presença ainda muito forte dos desktops. Enquanto 56% dos lares possuem pelo menos um desktop, apenas 15% possuem pelo menos um notebook. A penetração de notebooks é mais expressiva no Distrito Federal, onde o dispositivo já está em 25% dos lares, enquanto a média nacional é de apenas 15%. Em todo o Brasil, o notebook está fortemente concentrado na classe A (47% dos lares) e B (23% dos lares).
Já nas classes C e D, o desktop marca presença de modo mais expressivo. Enquanto 56% dos lares da classe C já possuem pelo menos um computador, o computador desktop já está presente em 22% dos lares da classe D.
O Brasileiro também começa a seguir a tendência mundial de individualização do PC, com pelo menos 19% dos lares contando com mais de um computador. Em pelo menos 9% dos lares, o desktop e o notebook coexistem: o primeiro como o “computador da família”, compartilhado, e o segundo como o computador pessoal de um dos moradores. Enquanto apenas 12% dos desktops nos lares são considerados de uso “individual”, para os notebooks esse percentual é de 46%.
Um total de 58% dos possuidores de Notebook também têm pelo menos um desktop e entre os que possuem um netbook, 36% também têm um notebook no lar. Mesmo nas classes C e D, a presença de mais de um computador no lar já alcança os percentuais de 7% e 4%, respectivamente. Em média, o brasileiro considera que apenas um computador não é suficiente para o lar. Em todas as regiões e classes sociais, a opinião média é de que o número ideal de computadores dentro do lar é acima de um.
Acesso à banda larga é vital
Acessar a internet já é praticamente um hábito amplamente disseminado nas regiões metropolitanas pesquisadas, mesmo nos lares que não possuem computador. 96% dos donos de PC declararam que acessam a internet regularmente. Entre os que não são donos de um computador, 93% também acessa a internet regularmente. Entre os donos de computador, 63% declararam acessar a internet diariamente, enquanto apenas 23% dos que não possuem computador o fazem. O acesso a internet faz parte do dia a dia de 99% da classe A, 97% da classe B, 96% da C e 88% da D.
Entre os donos de computador, o acesso a sites de busca foi considerado a atividade mais frequente no uso de computadores, apontado como a principal atividade por 78% dos entrevistados. Outras atividades apontadas como as mais frequentes são o acesso ao Orkut (69%), ouvir, organizar e manter uma coleção de músicas digitais (69%), editar, organizar ou manter uma coleção de fotos (47%) e pesquisar em sites de comparação de preços (41%).
Para os que não são donos de PCs, mas acessa a internet regularmente, as atividades não são muito diferentes: pesquisa em sites de busca (69%), Orkut (67%), músicas digitais (47%), fotos (37%) e preparar trabalhos para escola, faculdade ou outros cursos (32%). O acesso destas pessoas se dá majoritariamente em LAN Houses (76%), casa de amigos e parentes (33%) e no trabalho (15%).
Preferência em eletroeletrônicos
O computador é o eletroeletrônico mais desejado pelos brasileiros. 47% dos entrevistados apontaram que sua próxima compra de eletroeletrônico deve ser um desktop, notebook ou netbook, bem acima dos desejos por uma TV LCD (16%) ou um celular com câmera e música (8%). O desejo por computadores é especialmente proeminente na região sul, onde o percentual chega a 58%.
O desejo de compra é latente nos lares que ainda não possuem um computador em casa (56%), enquanto 30% dos donos de PC têm planos de trocar de computador ou comprar uma máquina adicional. Desktops e notebooks dividem a preferência de compras dos consumidores nas regiões pesquisadas - 25% para os desktops e 19% para os notebooks nas próximas compras de eletroeletrônicos. Os netbooks apresentam um percentual de 3%, mas sempre com o objetivo de ser um segundo ou terceiro computador dentro do lar.
O desejo por notebooks é substancialmente maior na Classe A (28%), mas está presente em todas as classes sociais. Na classe D, 11% desejam um notebook como seu próximo eletroeletrônico, enquanto 31% desejam um desktop.
As próximas compras de desktops e notebooks serão quase todas realizadas a prazo (82% das próximas vendas de desktops e 73% das vendas de notebooks). Mesmo nas classes mais altas, as compras a prazo são preferidas na hora de comprar eletroeletrônicos.
A pesquisa também abordou a penetração e o desejo de compra de outros dispositivos de acesso a internet, como smartphones e tablets. Embora os telefones celulares sejam onipresentes nas regiões metropolitanas, o smartphone ainda apresenta baixa penetração na sociedade brasileira – apenas 2% dos entrevistados possuíam um smartphone, e apenas 1% demonstrou interesse em adquirir um nos próximos 12 meses. Já a penetração de tablets foi irrisória, menos de 1% tanto para a posse quanto para o desejo de aquisição nos próximos 12 meses.
“O computador continua sendo a principal forma de acesso a internet e ferramenta insubstituível no dia-a-dia das pessoas. Embora esperemos um enorme crescimento no número de dispositivos pessoais de acesso a internet, o que percebemos é que estas tecnologias são complementares, e não substitutas do PC”, comentou Cássio Tietê.
Computador marca abismo social
A posse do computador parece marcar um grande abismo social no Brasil – nos lares sem computadores pesquisados, a renda média familiar média é menos da metade da renda familiar dos lares com acesso a computadores. Entre os que não possuem computador, a falta de dinheiro e condições de financiamento é apontada como a principal razão (66%).
“Este estudo nos mostra como é importante para o país o acesso a computadores e ao acesso a internet. Fizemos grandes avanços na inclusão digital, com isenção fiscal e pacotes de benefícios que ajudaram o brasileiro a ingressar na vida digital, mas ainda existe uma distância grande a ser percorrida. Aumentar o acesso à informação e recursos da internet é uma das formas mais eficientes que temos para melhorar a educação, promover serviços de governo eletrônico e a vida da população brasileira.” concluiu Cássio Tietê.
Fonte: Adnews