Redação Coletiva.net
Nos Estados Unidos, o processo deverá ter início em 2017. No Brasil, em 2027. No Uruguai, em 2035. E, na Argentina, em 2039. Estes são os anos em que os jornais impressos deverão começar a se tornar insignificantes como players do mercado de comunicação, na forma em que existem hoje. Em alguns países, a data deverá se estender para além de 2040.
A previsão foi elaborada pela Future Exploration Network, instituição americana que auxilia organizações de mídia a elaborar estratégias e inovações e se ajustar ao futuro. O estudo ressalta que a perda de importância do jornal em sua forma atual não representa a morte de notícias em papel, que deverá continuar existindo em outra variedade de formas – produção mais personalizada de notícias e ocupação de nichos de mercado, por exemplo.
A Future Exploration Network também apontou o que considera fatores-chaves nesse processo, tanto do ponto de vista global como nacional – que, na verdade, poderia ser melhor especificado como regional. No cenário global, estão os avanços de dispositivos móveis e de tabuletas de leitura digital, mudanças na produção e no custo de impressos, desenvolvimento de plataformas abertas, entre outros. No cenário regional, aparecem a consolidação da banda larga, disparidades de riqueza, a redução da regulação por parte de governos, a queda da disposição para pagar por notícias, entre outras.
A percepção de que o destino dos jornais impressos é relativo à realidade de cada país foi apontada em reportagem publicada na edição de 2010 da revista Coletiva Tendências. O fenômeno havia sido apontado tanto pelo diretor de redação do Correio do Povo, Telmo Flor, quanto pelo diretor da Associação Internacional de Marketing de Notícias, Earl Wilkinson, que se manifestou sobre o assunto em novembro, em encontro da entidade em São Paulo. Wilkinson, no entanto, foi mais generoso com o futuro dos jornais impressos brasileiros, prevendo a continuidade da mídia até, pelo menos, 50 anos.
Fonte: Coletiva.net