A imprensa mundial está se comportando melhor, segundo a Associação Mundial de Jornais (WAN), que demonstra algum otimismo, apesar de a circulação de jornais ter diminuído ligeiramente em 2009, por causa da crise econômica, com a queda das receitas de publicidade reduzindo o ritmo.
Um quarto da população mundial, 1,7 bilhão de pessoas, lê jornal todos os dias, segundo um relatório anual da associação. Se outros periódicos forem adicionados, 37% da população do planeta lê pelo menos uma publicação por dia.
Ano passado, a difusão de jornais sofreu uma queda de 0,8%, mas ao longo de cinco anos, as vendas de jornais aumentaram 5,7%. Menos jornais são comprados no mundo "desenvolvido", onde os meios de comunicação estão "maduros", segundo a WAN. "Por outro lado, a Ásia continua tendo um aumento significativo na disseminação, com alta de 1% em 2009 e 13% de crescimento nos últimos cinco anos", disse o relatório.
Na liderança, a Índia teve a alta mais forte das vendas com 110 milhões de exemplares vendidos por dia, seguida pela China (100 milhões) e o Japão (50 milhões). Na Europa, a Alemanha é a primeira colocada com 20 milhões de jornais comprados diariamente.
Na África, o mercado é particularmente dinâmico com uma alta média de 4,8% de vendas diárias.
Novos modelos
A Associação registrou 12.477 títulos de jornais em todo o mundo em 2009, um número em alta de 1,7% em comparação ao ano anterior. Esses títulos representam 517 milhões de exemplares vendidos por dia.
Se globalmente os jornais diários se apresentam um tanto ou quanto estagnados, as vendas de revistas registram um crescimento médio de 2,5%, apesar de um recuo marcado na África (-6,2%) e na América do Norte (-1,4%).
A Associação mostra-se mais otimista sobre a recuperação das receitas publicitárias, estimando, com base em estudos realizados pelos compradores do espaço, que um crescimento de 3,5% é possível em 2010. No ano passado, as movimentações publicitárias nos jornais haviam reduzido em 17%, apenas em um ano. Este colapso "reflete, em grande parte, o impacto da recessão internacional em todos os setores industriais".
No mundo, os jornais representam 24% do bolo publicitário, contra 39% para a televisão e 12% para a internet. Mas em termo de eficácia, a publicidade na imprensa escrita é a mais bem colocada: "os estudos parecem provar que a publicidade impressa é mais eficaz do que a publicidade na televisão e na internet".
A Microsoft também estudou a eficácia da publicidade nos meios de comunicação, observando que no Reino Unido "uma libra gasta em publicidade impressa corresponde a 5 libras de receita", enquanto que o retorno da publicidade televisiva é de 2,20 libras e 3,40 para a publicidade on-line.
Quanto ao futuro da imprensa diária, a WAN estima que será necessário pesquisar novos modelos econômicos, considerando que o fornecimento de serviços móveis é uma promessa mais interessante que o serviço "tradicional na internet".
"Os serviços móveis podem atingir 100% da população e a contratação dessa atividade está bem estabelecida na sociedade". O estudo relativiza, porém, considerando "necessário encontrar um modelo de publicidade", já que "aqueles que controlam os canais de distribuição mostram pouco ou nenhum interesse ao conteúdo" que constitui a informação.
Fonte: Observatório da Imprensa