quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bovespa segue mercado internacional e cai

Às 11h48 o Ibovespa registrava queda de 1,88% aos 65.962 pontos, após ter alcançado a mínima de 65.954 pontos

Por Beth Moreira

SÃO PAULO - A Bovespa opera em queda nesta quarta-feira, acompanhando o mercado internacional, após a divulgação de novos dados que confirmam a desaceleração da atividade econômica na China. Ações de mineração, siderurgia e de papel e celulose puxam as baixas.

Às 11h48 o Ibovespa registrava desvalorização de 1,88% aos 65.962 pontos, após ter alcançado a mínima de 65.954 pontos (-1,89%). O giro financeiro era de R$ 1,63 bilhão, com previsão de R$ 6,21 bilhões para o fechamento. No mesmo horário, o Dow Jones caía 2,04% e o S&P 500 registrava baixa de 2,30%.

As empresas ligadas a commodities operam em baixa nesta quarta-feira, acompanhando a queda desses insumos no mercado internacional. "O cenário macroeconômico se sobrepõe às notícias e balanços corporativos", destaca a chefe de análise da Spinelli Corretora, Kelly Trentin.Vale PNA recua 2,29% e ON cede 2,68%, esta entre as maiores baixas do Ibovespa. Hoje os contratos futuros dos metais básicos negociados na London Metal Exchange (LME) operam em baixa, refletindo os fracos dados econômicos da China e as quedas das bolsas. MMX opera com perdas de 3,39%, também no grupo de maiores baixas.

Petrobrás PN recua 1,51% e ON opera em baixa de 2,34%. Hoje o preço do petróleo na Nymex eletrônica recua mais de 2% para a casa dos US$ 78,60 o barril. O UBS rebaixou a recomendação para as ações ordinárias da Petrobrás de neutro" para "venda". Segundo o banco, o rebaixamento ocorreu em razão das incertezas em torno da planejada grande oferta de ações da Petrobrás, prevista para setembro, que incluirá provavelmente um preço mais elevado do que o esperado pelos direitos para exploração de petróleo do governo brasileiro.

OGX, do empresário Eike Batista, recua 0,60%. Hoje a empresa anunciou a presença de hidrocarbonetos no poço OGX-18, nas seções albiana e santoniana. O poço 1-OGX-18-RJS se localiza no bloco BM-C-40, nas águas rasas da Bacia de Campos, distante cerca de 2 quilômetros do poço OGX-14 (prospecto Peró).

Entre as siderúrgicas Usiminas PNA cai 2,22%, Usiminas ON -2,11%, Gerdau -3,58%, Gerdau Metalúrgica -3,60% e CSN -3,57%, sendo as três últimas entre as maiores quedas do Ibovespa. Analistas destacam que o mau humor do mercado não poupou nem a CSN, que divulgou hoje aumento de 167% no lucro no segundo trimestre de 2010, para R$ 894 milhões ante abril a junho de 2009. O resultado ficou 10,8% acima das projeções dos analistas consultados pela Agência Estado. A média das estimativas de Barclays Capital, BTG Pactual, Citi, Credit Suisse, Itaú Securities, Santander e Spinelli apontava
para um lucro de R$ 807 milhões.

O setor de papel e celulose também recua com Fibria (-3,91%), entre as maiores quedas do Ibovespa, Klabin PN (-1,62%) e Suzano PNA (-3,90%). Esta última informou hoje que apurou lucro líquido de R$ 134,679 milhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 69,3% ante os R$ 439,240 milhões no mesmo intervalo de 2009. O resultado ficou em linha com as projeções de analistas, que esperavam uma queda de 69% em relação ao segundo trimestre de 2009, para uma média de R$ 136,1 milhões. A Agência Estado considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

Altas

Na lista de maiores altas do Ibovespa resistem papéis de empresas voltadas ao mercado interno, de caráter mais defensivo ou ainda que registram fortes quedas nos últimas semanas e agora passam por ajuste. Lojas Renner lidera a lista com valorização de 1,23%, seguida por JBS (+0,99%), Cyrela (+0,57%), Telemar PNA (+0,54%), Copel PNB (+0,36%) e Telemar PN (+0,20%). Cyrela e Copel também se beneficiam da expectativa do mercado em relação aos balanços do segundo trimestre, previstos para serem divulgados hoje após o fechamento do mercado.


Fonte: Estadão