O jornalista Luiz Lanzetta, acusado de propor um dossiê contra José Serra, pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, contestou reportagem publicada pela Veja e disse que a revista não soube investigar a denúncia. A acusação de espionagem foi feita pelo delegado aposentado Onézimo Sousa, em entrevista à Veja desta semana.
Por causa da reportagem, Lanzetta deixou a comunicação da campanha de Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência pelo PT. A empresa do jornalista, a Lanza, havia sido contratada este ano para oferecer jornalistas para a comunicação da campanha da petista.
Segundo Lanzetta, a história retratada na revista é uma “piração”. “A Veja não soube investigar. Se ela investigasse veria que não houve nada”. Lanzetta disse que chegou a ser procurado pela revista no início, mas se negou a falar depois que entendeu qual era a pauta. “Depois que percebi o que eles estavam fazendo, não quis falar. Eu não queria falar com a Veja”, contou.
Questionamentos
Lanzetta disse que a história contada por Onézimo é confusa. “Até agora eu não entendi. Ele mudou de lado. Ele é do PSDB, mas me procurou propondo a espionagem. Não sei se ele queria trocar de lado. Não sei o que aconteceu. É uma história sem 'pé nem cabeça'. Isso é uma piração, uma piada”. E completa. “Que ele [delegado] conte tudo que me falou, me propôs em algum outro lugar”.
O jornalista disse que não entende porque está sendo atacado. “Eu não sou nada. Não sou executivo do PT, não sou nada. E a campanha do PT, que eu já deixei, não tem nada a ver com isso”, declarou.
Para o jornalista, existe contradição
Lanzetta também não entende a carta publicada na mesma revista, em que Onézimo contesta a matéria publicada na semana anterior "Ordem na casa do Lago Sul" (02/06). No texto o delegado diz que, por dispositivo legal, era obrigado a manter sigilo sobre conversas com clientes/potenciais ou qualquer pessoa que buscasse seus serviços. “Não dá pra entender. Ele diz isso e depois dá uma entrevista dessas para a Veja”.
Na reportagem, o delegado aposentado acusa Lanzetta de propor um dossiê e espionagem a Serra e a membros do PT por suposto vazamento de informações do partido. Em sua defesa, o jornalista diz que Onézimo que o procurou para propor um dossiê, e que a sugestão foi rejeitada e considerada “inaceitável”.
Lanzetta também defendeu o colega Amaury Ribeiro Jr., jornalista que prepara um livro com denúncias contra o PSDB. “O Amaury é meu amigo. Ele estava comigo no encontro, mas não tem nada ver com o dossiê, ele estava lá porque é meu amigo. O Amaury faz reportagens sobre o Serra há mais de dez anos”, explicou.
O jornalista pretende acionar judicialmente o delegado pelas declarações dadas à Veja, mas informou que só verá os detalhes do processo depois de passar por acareação.
Fonte: Comunique-se