Emissora apresentou novas tecnologias de transmissão de conteúdo. Programas em 3D e pela internet estão em estudo.
A Rede Globo apresentou, nesta quarta-feira (23), novas tecnologias de transmissão que serão implementadas no futuro, como o sistema de TV interativa, transmissão via internet e para zonas rurais e exibição de imagens em três dimensões. Os anúncios foram feitos no Painel Globo de Tecnologia, realizado em São Paulo.
Em destaque, a TV interativa que poderá levar para lares de milhões de brasileiros a possibilidade de poder saber mais sobre os jogos de futebol em tempo real ou até participar de enquetes sobre os programas da Globo.
O telespectador precisa apenas ter um televisor com conversor digital compatível com a tecnologia para receber o conteúdo interativo ou um compatível com conexão à internet para trocar informações com a emissora, seja para a participação de enquetes ou para a compra de produtos. A TV digital interativa já está disponível em todo o país.
Nas partidas da Copa do Mundo, o telespectador tem como acessar as tabelas, dados do jogo em tempo real e resultados da competição. No Big Brother, por exemplo, será possível votar para eliminar um participante ou acessar dados sobre ele e nas novelas haverá informações sobre o capítulos atual e anterior, além de galeria de fotos.
O mesmo conteúdo interativo pode ser acessado por meio de celulares. Por meio da transmissão no formato 1-seg, o usuário tem acesso ao conteúdo da Globo, enquanto que pela rede de dados da telefonia móvel ele tem acesso ao conteúdo interativo. Entretanto, um aviso na tela mostrará que o recurso que o usuário deseja acessar poderá ser cobrado.
A emissora também foca na interatividade por meio de outros dispositivos como tablets e smartphones. Um aplicativo para iPad, iPhone e iPod touch permitirá que o espectador tenha acesso aos dados em tempo real das partidas de futebol. Além disso, vídeos dos lances estarão disponíveis instantes após passarem na TV. A Globo espera que o aplicativo, gratuito, entre na iTunes Store nos próximos dias.
Para todo o Brasil
Durante o Painel de Tecnologia, foi apresentado um conversor de TV digital com foco para o público que vive em áreas rurais. A Globo também testa colocar televisores em ônibus para reproduzir seus programas ao vivo e gravados. Na cidade de São Paulo já existem 300 ônibus com estes televisores, sendo que 30 estão transmitindo a programação ao vivo. Para escutar a transmissão, é necessário sintonizar uma estação FM por meio de qualquer rádio.
Na tela, além da programação da Globo, aparecem outras informações como previsão do tempo da cidade e notícias do G1. Estes conteúdos poderão ser atualizados pode meio da rede móvel 3G. Cada ônibus possui uma antena interna para captar a transmissão. Eles também possuem um gerador de sinal FM de curto alcance para o som chegar ao rádio do usuário.
Internet
Com a difusão das Broadband TV, televisores com conexão à internet, a Globo estuda levar o seu conteúdo para ser acessado quando o usuário quiser. “Desse modo, é possível assistir a um capítulo da novela e a outros programas da Globo”, diz Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia, sobre a tecnologia que ainda está em caráter experimental.
Como o foco da empresa é a qualidade da imagem, todo o conteúdo enviado pela internet é em alta definição, com uma resolução de 1920 x 1080i. A tecnologia implementada para alcançar este nível de imagens permite que um telespectador com uma internet de 2 Mb possa assistir ao conteúdo em HD.
Três dimensões
Embora Bittencourt afirme que o formato de transmissão 3D ainda não esteja totalmente definido, ele destaca os estudos da Rede Globo para levar a tecnologia aos lares brasileiros. Além do Carnaval de 2009 e 2010, alguns jogos da Copa do Mundo da África do Sul estão sendo transmitidos em 3D por meio de cabo. Para assisti-los, é necessário ter um televisor compatível e uma assinatura com a operadora de TV a cabo.
“Estamos estudando fortemente a tecnologia”, disse Bittencourt. “Ela ainda está em estado de maturação e é bastante complexa. Seu modelo de negócios ainda é incógnito. Estamos discutindo se o 3D vai adiante como mídia paga ou aberta”. Ele destaca que o 3D existe há muito tempo, mas com apenas com a digitalização ele deu um grande salto de qualidade.
Fonte: G1