quarta-feira, 10 de março de 2010

Hélio Costa adia decisão de modelo para rádio digital

Prevista para o final de fevereiro, a decisão sobre o padrão de rádio digital que será adotado no Brasil foi remarcada para o final de março. Em um encontro com os representantes do setor de radiofusão, em dezembro passado, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que a palavra final seria dada em fevereiro.

Dessa vez, a escolha não poderá ser remarcada e isso é garantido pelo calendário político, pois o ministro Hélio Costa, assim como outros ministros que pretendem se candidatar nas eleições de outubro, precisa deixar o cargo, no máximo, no início de abril.

O padrão norte-americano In Band on Channel (Iboc) e o sistema europeu Digital Radio Mondiale (DRM) disputam a decisão do governo brasileiro. O rádio digital permite a realização de transmissões em ondas curtas com qualidade de som acima da média.

O sistema Iboc está em grande parte dos equipamentos, especialmente receptores. Já o DRM se adéqua as diferentes necessidades do país. Ambos obtiveram bons resultados nas experiências de transmissão em FM, porém o Iboc não atende a transmissão em ondas curtas e tropicais.

Segundo Costa, a definição do padrão deve fazer com que troca do sistema analógico pelo digital demore 20 anos, mesmo tempo para a implementação da rádio FM no Brasil. O ministro também defendeu a participação da indústria eletrônica no processo para produzir receptores digitais. Nos EUA, com o padrão Iboc, os receptores custam cerca de US$ 100.

Vai demorar

Apesar de a escolha do padrão estar próxima, os brasileiros ainda terão de esperar para que o acesso ao rádio digital se popularize. Segundo o próprio Costa, em entrevista concedida em 2009, a definição do padrão deve fazer com que troca do sistema analógico pelo digital demore 20 anos, mesmo tempo para a implementação da rádio FM no Brasil. O ministro também defendeu a participação da indústria eletrônica no processo para produzir receptores digitais. Nos EUA, com o padrão Iboc, os receptores custam cerca de US$ 100.

O ministro atribuiu à Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) a culpa pela indefinição. Segundo ele, a entidade era responsável pelos testes em emissoras de 10 capitais com o padrão norte-americano Iboc (In Band on Channel) durante dois anos e quando apresentou o relatório favorável, o trabalho foi reprovado pela Universidade Mackenzie, que reúne os maiores especialistas de rádio digital do país.

Os equipamentos para iniciar os testes do modelo europeu devem chegar logo ao Brasil e serão acompanhados pela Anatel. Costa afirmou que o padrão norte-americano, que não transmite em OM, também não resolveu os problemas das "sobras" nas transmissões em grandes cidades. Outro problema é a questão sobre o pagamento de royalties à empresa detentora do sistema.

O ministro apresentou as vantagens do sistema digital em rádios como o som puro, multiplicação de canais onde existe dificuldade de espectro e convergência. Segundo ele, o novo sistema dará uma nova vida ao rádio, que utiliza praticamente os mesmos recursos há 80 anos.

Fonte: AdNews