Cada vez mais frequente em matérias e reportagens, o uso do Twitter e das redes sociais pode tanto ser um aliado, como um inimigo do jornalista. Para especialistas em mídias digitais, o cuidado na apuração com o uso dessas ferramentas deve ser reforçado.
“Temos que manter cuidado de sempre, mas o jornalista que trabalha na internet tem que ser ainda mais precavido”, afirma Tiago Dória, jornalista e blogueiro do IG, especialista em mídias digitais. Para ele, veículos como o caderno Link do Estadão e CNN, dominam o uso do microblog como ferramenta de informação. “Eles fazem apuração, contato com a fonte e internautas e cobertura ao vivo”, destaca.
Bruno Rodrigues, especialista em webwriting e consultor da Petrobras, vê que a web 2.0 impôs alguns desafios aos jornalistas. “Antes os jornalistas procuravam por fontes confiáveis, reconhecidas no mercado, mas quando surgiu a web 2.0 apareceram também os ‘super jornalistas’, blogs e páginas na internet. Mas o conselho é sempre procurar uma fonte reconhecida no mercado e levar em conta a premissa do jornalismo, a apuração”.
Fakes e informações falsas
O caso de fakes no Twitter já chegou a incomodar até o Ministério Público, que investigou se Suzane von Richthofen, presa pelo assassinato dos pais, havia criado uma conta na rede, já que o nome e foto dela constavam no microblog. Após investigação, foi constatado que o perfil era falso.
Por causa do grande número de fakes, o Twitter passou a disponibilizar um selo de autenticidade para usuários famosos, após comprovar a identidade do perfil. O selo “Verified Account” está disponível em algumas páginas de celebridades nos Estados Unidos. No Brasil, alguns famosos contam com o selo, como Marcelo Tas, Willian Bonner e Luciano Huck.
O pesquisador Juliano Spyer, autor dos livros “Conectado” e “Tudo o que Você Precisa Saber sobre Twitter (Já Aprendeu em uma Mesa de Bar)”, dá algumas dicas para identificar as informações e fontes confiáveis na rede. “É importante ver quem esta pessoa (fonte) está seguindo, quem a segue, se tem um vínculo social com a pessoa que segue e que tipos de mensagens a pessoa deixa”. Spyer diz que os perfis falsos, conhecidos como fakes, têm algumas características particulares, com uma agenda definida, orientada por temas humorísticos ou políticos.
Para ele, o mundo virtual tem muito a ver com os relacionamentos pessoais. “Se eu tenho dúvida, esclareço com meus amigos para ver se a mensagem chegou de uma fonte confiável. Mas se você segue muita gente que não conhece, você pode acabar confiando em uma informação falsa. É como ser amigo de todo mundo”, adverte.
Nesta semana, um caso que gerou repercussão na web foi a da reportagem da rádio Jovem Pan AM/SP, que se baseou em perfil falso da apresentadora Hebe Camargo.
Sobre o incidente, o pesquisador diz que também já se viu "enganado" pela rede. “Já passei pra frente uma mensagem de um spam acreditando que era verdadeira. Acontece quando a pessoa não está acostumada com os sinais sociais dessa rede”, conclui.
Fonte: Comunique-se