Ministro reclama de falta de vontade do RS em fechar acordo com a TV Brasil, criada por Lula
Um mês depois de começar a tratar da saída da TVE e da FM Cultura do Morro Santa Tereza, na Capital, a governadora Yeda Crusius deve anunciar hoje o destino das emissoras, conforme antecipou na semana passada em entrevista ao programa Frente a Frente. Os veículos serão transferidos para um imóvel do Estado até 31 de março.
A mudança ocorrerá porque o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), proprietário do imóvel que abriga as emissoras, decidiu vender o terreno e os prédios. Como o governo gaúcho não quis comprar o imóvel, avaliado em R$ 4,7 milhões, o INSS formalizou a venda à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – 10% foram pagos à vista e o restante dividido em 60 parcelas.
A EBC é a companhia criada pelo governo Lula para gerir as empresas federais de comunicação pública, como a TV Brasil. De acordo com a gerente do INSS, Sinara Pastório, o valor vai para o fundo de previdência.
A TVE está instalada no Morro Santa Tereza há cerca de 30 anos, duas décadas depois da construção dos prédios. Atualmente, o governo paga aluguel de R$ 25 mil. Com limpeza, segurança e manutenção, os gastos chegam a R$ 100 mil mensais. De acordo com o presidente da Fundação Cultural Piratini, Ricardo Azeredo, a sede atual exigiria quase R$ 3 milhões em reformas:
– Para racionalizar e baratear os custos, a decisão do governo é instalar a TVE em estruturas próprias.
Hoje, as emissoras ocupam área de 3 mil metros quadrados. Na nova sede, a estrutura deverá ser menor.
– O processo de reorganização do novo local já está em andamento – informou o presidente.
Contrários à mudança, os funcionários se mobilizaram para tentar barrar a transferência. Em blog, afirmam que a migração representa o início da extinção das emissoras.
– Se formos para o Centro Administrativo ou para o Daer, teremos uma TVE que não é a mesma que temos hoje – disse Alexandre Leboutte, representante dos funcionários no conselho deliberativo da TVE.
A EBC chegou a propor parcerias com o Estado para evitar que a TVE tivesse de sair da sua atual sede.
– Não queremos que a TVE saia e desejamos estabelecer parcerias – defendeu o secretário executivo da EBC, o gaúcho Ricardo Collar.
Fonte: Zero Hora