A comissão organizadora aceitou a proposta de dividir os 1.500 delegados na proporção de 40% para a sociedade, 40% para empresariado e 20% para o governo. Grupos como o Intervozes e o FITERT que tem representantes na comissão organizadora, se manifestaram contra esse acordo. Segundo eles, há um desiquilíbrio nessa divisão.
Jonas Valente do Intervozes explica: “Há uma sobre-representação do empresariado. Enquanto o setor público e a sociedade são diversos, os empresários construíram uma unidade que vai se refletir nesses 40%”.
Outra crítica é em relação ao quórum mínimo para as questões consideradas polêmicas. Serão 60%, sendo necessário ao menos um voto de cada seguimento. Para Jonas, além de ser um número alto, esse tipo de quórum não é utilizado em outras conferências para votação de questões polêmicas, mas para alterações.
Algumas entidades sociais que integram a comissão também consideram o acordo desproporcional, mas aceitaram por medo da Conferência ser inviabilizada. Grande parte do setor empresarial já se retirou da comissão e as entidades crêem que a participação dos empresários garante mais legitimidade ao processo.
Jonas concorda que a essa participação garante maior legitimidade. Apesar disso acha que “não pode justificar o fato do empresariado determinar as regras da conferência e impor mecanismos de restrição aos debates”.
A próxima reunião da comissão organizadora, marcada para dia 1 de setembro, vai discutir o fechamento do regimento interno, que dita as regras que deverão guiar o processo da Conferência.
Fonte: Agência Pulsar