Por Rafael Cavalcanti e Tamires Gomes
A série de debates do curso Mídia, Controle e Democracia, promovido pelo grupo CEPOS, chegou ao fim na sexta-feira, 31, com a palestra Uma proposta para um modelo de comunicação democrática, ministrada pelos professores Bruno Lima e Rodrigo Jacobus. Assim como aconteceu no primeiro dia do evento, o público lotou o auditório do Afocefe Sindicato, em Porto Alegre. Dessa vez, para conhecer caminhos de uma mídia popular que fizesse frente ao pragmatismo das Indústrias Culturais no Brasil.
E os professores não decepcionaram. Alternando falas, slides e vídeos, a dupla afirmou que a comunicação é técnico-teórica, ou seja, sem produção midiática, as teorias da comunicação são incompletas. “A validade da teoria está intrisicamente ligada à incidência, execução e teste dos conceitos-operacionais. A comunicação comunitária é a soma da experiência prática com a elaboração teórica a serviço do poder da população”, explica o cientista político Bruno Lima, que também é professor Dr. da Unisinos.
O professor e mestrando em Ciências da Comunicação da UFRGS, Rodrigo Jacobus, mostrou que é possível levar o acúmulo acadêmico para as comunidades através de alternativas baratas de radiofusão, produção audivisual, jornal impresso e mídia virtual.
Segundo Jacobus, uma rede de comunicação comunitária com jornalista e radialista contratados custaria cerca de 1% do que é gasto em publicidade por governos estaduais e prefeituras. “O valor mensal seria de R$ 8 mil, que poderia diminuir dependendo da qualidade do material utilizado sem prejuízo para a atividade”, diz o professor apresentando o periódico Repórter Popular como modelo de mídia impressa de baixo custo.
Lima e Jacobus disseram que os grandes problemas enfrentados pela mídia popular são a falta de profissionais interessados na área e o desrespeito de autoridades ou representantes de empresas concessionárias de serviços públicos no repasse de informações. Sobre esta dificuldade, percebe-se uma clara discriminação à mídia de pequeno porte diante da valorização dos grandes veículos de comunicação.
Contudo, exemplos como o jornal-laboratório Visão do Alto, do curso de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia e a produção de audiovisual da aldeia xavante de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso, tornaram-se símbolos de como a comunicação popular fortalece a identidade cultural dos povos. O mesmo sucesso pode acontecer em coberturas independentes de mobilização social ou no desenvolvimento de rádios verdadeiramente comunitárias.
Após a palestra, o coordenador do grupo CEPOS, professor Dr. Valério Brittos, deu ares de encerramento ao evento. Agradecendo a todos que participaram de um ou dos cinco dias de discussão, Brittos ressaltou a importância de não só levar a academia para perto da práxis social, como também de aproximar os movimentos sociais da abordagem crítica a fim de aperfeiçoar a intervenção dos mesmos na realidade: principal objetivo do curso.
No fim, o coordenador-executivo da Abraço-RS, Clementino Lopes, foi convidado a sortear o livro Jornalismo e Espetáculo, do professor Luciano Correia, para o público presente.
O próximo seminário do grupo CEPOS será realizado em dezembro de 2008. Em breve, todas as informações sobre o evento estarão disponíveis neste blog.
A série de debates do curso Mídia, Controle e Democracia, promovido pelo grupo CEPOS, chegou ao fim na sexta-feira, 31, com a palestra Uma proposta para um modelo de comunicação democrática, ministrada pelos professores Bruno Lima e Rodrigo Jacobus. Assim como aconteceu no primeiro dia do evento, o público lotou o auditório do Afocefe Sindicato, em Porto Alegre. Dessa vez, para conhecer caminhos de uma mídia popular que fizesse frente ao pragmatismo das Indústrias Culturais no Brasil.
E os professores não decepcionaram. Alternando falas, slides e vídeos, a dupla afirmou que a comunicação é técnico-teórica, ou seja, sem produção midiática, as teorias da comunicação são incompletas. “A validade da teoria está intrisicamente ligada à incidência, execução e teste dos conceitos-operacionais. A comunicação comunitária é a soma da experiência prática com a elaboração teórica a serviço do poder da população”, explica o cientista político Bruno Lima, que também é professor Dr. da Unisinos.
O professor e mestrando em Ciências da Comunicação da UFRGS, Rodrigo Jacobus, mostrou que é possível levar o acúmulo acadêmico para as comunidades através de alternativas baratas de radiofusão, produção audivisual, jornal impresso e mídia virtual.
Segundo Jacobus, uma rede de comunicação comunitária com jornalista e radialista contratados custaria cerca de 1% do que é gasto em publicidade por governos estaduais e prefeituras. “O valor mensal seria de R$ 8 mil, que poderia diminuir dependendo da qualidade do material utilizado sem prejuízo para a atividade”, diz o professor apresentando o periódico Repórter Popular como modelo de mídia impressa de baixo custo.
Lima e Jacobus disseram que os grandes problemas enfrentados pela mídia popular são a falta de profissionais interessados na área e o desrespeito de autoridades ou representantes de empresas concessionárias de serviços públicos no repasse de informações. Sobre esta dificuldade, percebe-se uma clara discriminação à mídia de pequeno porte diante da valorização dos grandes veículos de comunicação.
Contudo, exemplos como o jornal-laboratório Visão do Alto, do curso de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia e a produção de audiovisual da aldeia xavante de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso, tornaram-se símbolos de como a comunicação popular fortalece a identidade cultural dos povos. O mesmo sucesso pode acontecer em coberturas independentes de mobilização social ou no desenvolvimento de rádios verdadeiramente comunitárias.
Após a palestra, o coordenador do grupo CEPOS, professor Dr. Valério Brittos, deu ares de encerramento ao evento. Agradecendo a todos que participaram de um ou dos cinco dias de discussão, Brittos ressaltou a importância de não só levar a academia para perto da práxis social, como também de aproximar os movimentos sociais da abordagem crítica a fim de aperfeiçoar a intervenção dos mesmos na realidade: principal objetivo do curso.
No fim, o coordenador-executivo da Abraço-RS, Clementino Lopes, foi convidado a sortear o livro Jornalismo e Espetáculo, do professor Luciano Correia, para o público presente.
O próximo seminário do grupo CEPOS será realizado em dezembro de 2008. Em breve, todas as informações sobre o evento estarão disponíveis neste blog.