quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Manifestantes" são a Personalidade do Ano da revista Time

Acostumada a resumir os destaques do ano a uma pessoa, a revista americana Time usou o senso coletivo para pautar a tradicional escolha. Num ano marcado por protestos, a publicação escolheu os "manifestantes" como "Personalidade do Ano".
 
"Ninguém poderia saber que quando um vendedor de frutas na Tunísia colocou fogo em  si mesmo em uma praça pública, incitaria uma onda de protestos que iria dar início a uma série de dissidências. Em 2011, os manifestantes não apenas expressaram suas reclamações, eles mudaram o mundo", diz a revista ao explicar a decisão.
 
Os destaques na capa justificam a escolha com palavras: "da Primavera Árabe a Atenas, do 'Ocupe Wall Stree' a Moscow". Os movimentos sociais mexeram com o mundo em vários sentidos, derrubaram governos ditatoriais, criticaram sistemas financeitos e, sobretudo, comprovaram o poder da mobilização.
 
A escolha da capa retrata a importância das redes sociais, meio pelo qual muitas dessas mobilizações se espalharam. Foi o combustível principal para que as insatisfações não ficassem restritas às barreiras geográficas. Em janeiro deste ano, por exemplo, o Egito chegou a cortar o acesso da população às redes sociais e à telofonia móvel como forma de minimizar os protestos direcionados ao ditador Hosni Mubarak. 
 
A Time foca o assunto em nomes específicos. Chelsea Elliott acampou em Wall Street e presenciou o dia em que a polícia jogou spray de pimenta nos manifestantes, no final de setembro. O egípcio Ahmed Harara, de 31 anos, perdeu os dois olhos durante manifestações na praça Tahrir, no Cairo. Estas e outras histórias são lembradas pela revista.
 
Entre os concorrentes ao título de Personalidade do Ano, constavam o artista chinês Ai Weiwei; William McRaven, oficial dos Navy Seals e que participou da captura de Osama Bin Laden; a princesa Kate Middleton; o político norte-americano Paul Ryan.

Fonte: AdNews