Por Ana Paula Lobo e Luiz Queiroz
No Rio Info 2011, evento que discute negócios de TIC, no Rio de Janeiro, especialistas admitem que o Ginga, middleware de interatividade, desenvolvido no país, perdeu a chance de ser transformador dos negócios na TV aberta.
"Não adianta procurar culpados, mas é fato que o mercado Ginga não evoluiu como se esperava e devia no Brasil", afirma Salustiano Fagundes, da HXD, desenvolvedora local de software, especializada em aplicativos para TV digital.
Para Fagundes, o middleware de interatividade na TV aberta será, agora, apenas mais uma tecnologia disponível. Mas isso não significa que o Ginga morreu. "Ele terá um futuro brilhante no IPTV e pode, sim, abrir frentes na TV digital", sustenta.
Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, e um dos articuladores da defesa do Ginga como padrão para o IPTV junto à União Internacional de Telecomunicações, concorda que faltam modelos de negócios por parte das radiodifusoras para o uso da interatividade.
"Hoje o ginga está sendo trabalhado para conteúdos próprios. Não é possível usar nenhum canal interativo para conteúdo que não seja da própria emissora. Isso retarda a oferta de novos negócios", afirmou Moreno.
Com relação ao IPTV no Brasil - agora que as teles estão autorizadas a atuarem neste segmento - a maior preocupação é com a adoção de plataformas proprietárias. "O Ginga tem espaço porque ele harmoniza diferentes plataformas. O consumidor não quer saber se o conteúdo é broacast ou broadband. Ele quer acessar. E esse papel que queremos para o Ginga - harmonizar diferentes plataformas", afirma.
O ponto forte do debate sobre TV digital e aplicações foi a constatação que o Ginga fará mais sucesso fora do que dentro do Brasil. "Parece que tecnologia nacional não tem muito espaço aqui dentro", lamenta Moreno. Assista a posição de Marcelo Moreno, da UFJF, e de Salustiano Fagundes, da HXD, sobre Ginga e TV digital no Brasil e no mundo, na CDTV, do Convergência Digital.
Fonte: Convergência Digital