Por Alberto Dines
O maior mistério que envolve o caso do menino cujo pai americano quer a sua guarda nada tem a ver com a disputa judicial em si. O que intriga e preocupa é a cortina de silêncio que envolve o caso aqui no Brasil, há mais de quatro anos.
Este embargo continuou vigorando na imprensa brasileira mesmo depois que a jornalista Dorrit Harazim contou toda a história na edição de novembro passado da revista piauí. Só agora, quando a pressão da mídia americana levou a secretária de Estado Hillary Clinton a tocar no assunto com o seu colega brasileiro, Celso Amorim, é que a imprensa brasileira finalmente despertou. Mas de forma bastante contida, diga-se.
E porque razão a mídia americana trata o assunto com toda a naturalidade e a mídia brasileira o colocou no index de assuntos proibidos? Simplesmente porque o padrasto do menino pertence à aristocracia advocatícia do Rio de Janeiro, onde tem um dos maiores escritórios de especializado em direito de família.
Quem tem amigos tem tudo e não apenas no Congresso, também nos bastidores da imprensa. Enquanto no caso da advogada Paula Oliveira, supostamente agredida por neonazistas na Suíça, nossa imprensa reagiu afoitamente contra a xenofobia européia, neste caso, os legítimos apelos de um pai biológico americano são simplesmente erradicados do noticiário... porque o padrasto é brasileiro.
Fonte: Observatório de Imprensa